Fear escrita por Rafa


Capítulo 1
Capítulo 1 - Medo


Notas iniciais do capítulo

Oi galera! Tudo bem? Estou aventurando-me a escrever uma Oneshot de Naruto, geralmente só escrevo na categoria Bleach, peço que sejam legais comigo. Boa leitura



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Não sentia dor, na verdade, não sentia nada. Era apenas aquela sensação frigida do mais puro vazio que o envolvia.

Uma densa e azulada escuridão expandia-se ao seu redor, infinitamente, enquanto seu corpo flutuava em meio a aquelas águas escuras.

Perguntava-se se estava morto enfim, ou se simplesmente, havia mergulhado, literalmente, naquele escuro e tortuoso mar da inconsciência após seu último confronto com o melhor amigo.

Quem sairá vitorioso? Não sabia, e nem se preocupava com isso, estava tranquilo de mais para aborrecer-se com problemas como aquele.

Não conseguia compreender claramente que lugar era aquele, mas aquilo não o incomodava, estava realmente indiferente a tudo o que aconteceria dali para frente. Na verdade, estava confortável com aquela quietude ambiente, poderia parecer estranho, mas conseguiria descansar tranquilamente em meio aquelas águas misteriosas, onde respirar era possível.

Será que estava flutuando para morte sem perceber?

Talvez, mas ainda assim, não sentia medo. E naquele momento nem compreendia o que aquela palavra significava.

Afinal, o que era o medo?

O que era aquela sensação sufocante e dolorosa que os seres humanos denominavam medo?

Qual era sua função a não ser controlar o homem?

O homem que já nascia impregnado com o mais puro e genuíno medo. O medo da escuridão, o medo da repreensão dos pais e o medo da solidão. Crescíamos em meio ao medo, com medo de viver, com medo da morte e com medo do depois da morte, o grande e melancólico final.

Inventávamos tantos medos durante a vida que era impossível saber todos, mas naquele momento não o sentia, na verdade, o que me atormentava era voltar a viver.

Abrir seus olhos e encontrar aquela mesma vida vazia e sem sentido era seu medo no momento.

Realmente estava com medo de viver novamente, de viver e encarrar seus erros. Morrer parecia tão tranquilo e sereno. Um convite tentador para alguém como ele que não tinha nada, mas não podia. Não podia desistir assim, Itachi não desistiu e ele não mancharia seu nome e nem o no dos Uchihas mais uma vez. Queria orgulha-lo, mesmo não sabendo como.

Fechou os olhos por uns instantes, mesmo não enxergando quase nada fechar os olhos aumentava aquela sensação de paz que apoderava-se dele.

— Papai?! Mamãe?! Nii-san?! — Ouviu uma voz infantil chamar suplicante ao seu lado, fazendo-o arregalar os olhos surpreso ao observar uma silhueta infantil encolher-se ao abundar lentamente naquele profundo oceano escuro onde estavam. — Nii-san, por favor, Nii-san.... — Continuou o pequeno. — Eu estou com medo, Nii-san. — Sussurrou choroso por fim.

Algo em seu peito apertou-se pelo reconhecimento. Não havia como estar enganado, afinal, era fácil reconhecer aquela mesma dor e medo que sentira anos atrás.

— Nii-san, eu estou sozinho.... E-Eu sinto sua falta e da mamãe também. — Continuou soluçando. — O papai me disse para ser corajoso e forte como você, mas e-eu... Eu tenho medo de ficar sozinho, Nii-san. — Falava debilmente chorrando.

Seus olhos ardiam, aquele lugar já não era mais tão confortável como Sasuke pensava ser. Era como se estivesse mergulhado no mais profundo e imundo mar da solidão. Estava sufocando aos poucos, mas não sabia o que fazer a não ser continuar inerte observando a si mesmo.

— Mamãe... Q-Queria um abraço seu agora. — Confessou passando os pequenos braços em volta de si mesmo. — E eu não ficaria bravo não, mamãe... — Completo sem deixar de chorar.

Era doloroso observar-se assim, todas aquelas lembranças de dor e sofrimento voltavam rapidamente em sua mente.

Lembrava o quanto necessitava daquele abraço carinhoso, que o pequeno pedira, lembrava a dor de não ter ninguém que lhe abraçasse assim, que lhe reconfortasse, que lhe acolhesse.

— Eu tenho medo... — Ouviu um baixo murmúrio vindo do pequeno mais uma vez e não conteve-se em abraçar a si mesmo em uma versão menor, sentindo-o acalmar-se aos poucos.

O peito de Sasuke ainda doía, as lembranças daquela época fria e solitária assolavam-no. Sentia que também estava com medo e precisando de um abraço. Um abraço forte e caloroso como havia recebido Sakura, sua irritante ex-colega de time.

Já havia errado tanto em seu pequeno tempo de existência que perderá a conta, mas se tinha algo do qual se arrependia era dos erros que cometerá com ela.

— Aquela Irritante... — Sussurrou com sigo mesmo sem largar o pequeno.

Não admitia, mas tinha medo de encarra-la e não encontrar aquele carinho e admiração que encontrava anos atrás, temia sobre tudo, encontrar ódio e medo refletidos naqueles lindos olhos esverdeados.

Desejava apagar o passado, não só por ela, mas por ele mesmo, mas sabia não ser possível. Precisaria limpar e honrar o nome dos Uchihas dali para frente. Fazer os sacrifícios do irmão não serem em vão, mas faria isso da maneira certa.

— Sasuke-kun... — Ouvia aquela inconfundível e irritante voz chamar-lhe fazendo uma luz esverdeada surgir, iluminando e aquecendo tudo a sua volta.

Uma nova chance estava sendo dada a ele mais uma vez, enquanto via sua pequena versão apagar-se diante de seus olhos. Não sabia ao certo, mas parecia tê-lo visto sorrir ao observar o clarão verde que surgirá de repente.

Era reconfortante sentir seus sentidos voltarem aos poucos.

O moreno já não temeria mais a vida e suas incontáveis sensações, iria viver e lutar para não ver seu próprio medo refletido naqueles incríveis olhos verdes e também, mesmo que em vão, lutaria para não ser temido por ela e por mais ninguém em Konoha, a vila pelo qual seu irmão havia dado a própria vida para preservar.

Agora compreendia o que ser Hokage significava e não erraria uma segunda vez, pelo menos, não erraria com a vila, pois sabia que errar era algo da natureza humana, pessoas erram para aprender e fazer o certo quando lhes dado a chance e era esse o caso do Uchiha que abria lentamente os olhos para encontrar sobre si os exóticos fios rosados batendo em sua face machucada.

Um sorriso discreto adornou perfeitos seus lábios feridos. Afinal Sakura seria sempre Sakura, sua adorável e corajosa irritante. Ela sempre estaria ali por ele, assim como as estrelas sempre rodeiam a majestosa lua.

Agora tinha certeza, finalmente não precisava mais temer o cristalino verde de seu olhar, pois eles sempre lhe confortariam, mostrando que sim, ele teria sempre para onde voltar.


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Notas finais do capítulo

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