Sangue e Alma escrita por FireboltVioleta


Capítulo 15
Terra Vermelha




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HERMIONE

Eu estava com nada menos que trinta pessoas me flanqueando. Aguardando ordens.

Nunca havia tido vocação para ser líder. Conselheira, talvez.

Mas lá estava eu, regendo um grupo de colegas que esperavam praticamente uma ordem para matar.

Aquilo era tão errado...

Eu passara a semana inteira reprimindo aquele instinto bizarro que havia sido incutido em mim para garantir a minha sobrevivência. E agora, eu praticamente tinha uma oportunidade de ouro para saciar esse instinto e ao mesmo tempo defender e vingar pessoas próximas. Eu sabia o que devia fazer.

Pela primeira vez, deixei aquela minha personalidade bestial tomar conta de meu corpo.

Meu coração palpitava. Minha visão pareceu se aguçar ao ver a proximidade dos Comensais. Ainda estávamos escondidos atrás das colunas do saguão, esperando para atacar.

Os Comensais olhavam ao redor.

– Onde será que Potter e seus amigos estão? - comentou um deles - vai ser fácil demais terminar de mata-los... estão feridos e vulneráveis demais para lutar...

– Vamos acha-los, Crabble - riu outro - mesmo que o Lorde das Trevas tenha caído, podemos terminar a tarefa que ele começou...

Um ronco em forma de rosnado escapou de minha garganta. Um comando de ataque que meu subconsciente nem sabia que eu daria.

Tudo que ocorreu em seguida aconteceu como um filme acelerado.

O primeiro Comensal que apareceu foi atacado por Cho assim que ele se desgarrou dos demais. Os Comensais sacaram as varinhas imediatamente ao ouvir os berros dele, mas não enxergaram o colega nem a vampirizada que o atacara.

Foi o momento perfeito para os outros também atacarem.

– Vampirizados! - berrou um deles - Dawlish - antes que eu saltasse em cima dele.

O Comensal estava apavorado, tateando o chão em busca da varinha que caíra. Mas eu não estava disposta a dar a oportunidade para ele se rearmar.

Minhas unhas fizeram um contato suficientemente profundo em seu pescoço para permitir que minhas mãos o quebrassem. Foi como esfarelar um pão. Ao mesmo tempo, eu fiz de tudo para não olhar para o rosto de Dawlish.

A sede retinia no meu subconsciente, mas eu não estava a fim de me alimentar agora. Só queria impedir que mais bruxos das Trevas adentrassem no castelo. A dor em meu corpo era anuviada pela sede de matança.

Quando olhei ao meu redor, meus colegas já haviam dado conta de mais de vinte Comensais. Os poucos ainda vivos lançavam feitiços a esmo e pareciam aterrorizados por terem sido pegos de surpresa.

Havia apenas um dos infectados - Douglas - que havia se ferido. Cho o amparava para que se levantasse, mas a dor em seu corpo parecia ser forte o suficiente para que ele não quisesse sair do chão.

Foi a deixa para outro Comensal tentar mata-los. Cho se virou com a velocidade de um raio e enterrou o rosto no pescoço do Comensal. Virei o rosto, disposta a não ver o que aconteceria em seguida.

O chão do saguão tinha manchas escarlates por todo lado. Eu só me preocupava que algumas fossem de meus amigos, mas, além de Douglas, mais ninguém parecia ter se machucado, o que me deu um enorme alívio por trás do meu instinto predatório.

Olhando para os corpos de Comensais, percebi que ainda havia um que se escondia, com a varinha em riste, mirando nos vampirizados que se alimentavam dos corpos.

Ataquei como uma flecha o distinguir o rosto de Alecto Carrow.

Um instinto maior que o de vampirizada me dominou no momento que a imobilizei. Alecto estava desarmada e vulnerável o suficiente para que eu pudesse acabar com ela ali mesmo.

Mas achei que Rony iria querer olhar nos olhos da assassina de Fred antes dela morrer.

Senti um prazer imenso ao desacorda-la com um chute na cabeça.

Cho sibilou ao meu lado, indicando algo que trouxera em suas mãos contraídas. Era uma corda das cortinas do saguão.

Amarrei Alecto com dificuldade; minhas mãos pareciam paralisadas depois de uma semana sem um uso mais digno do que para me alimentar.

Os vampirizados ao meu redor só observavam, aparentemente sem saber o que fazer após a pequena carnificina que ocorrera ali.

Eu havia começado a arrastar Alecto em direção á escadaria quando umas quarenta pessoas apareceram descendo as escadas. Entre elas, Harry e Gina, que observavam, surpresos, a terra vermelha á sua frente.

Não havia sinal de Rony.

Harry respondeu á minha indagação silenciosa.

– Eu lhe disse para ficar no dormitório... eu avisaria se acontecesse.. alguma coisa.

Ele encarou o corpo desacordado de Alecto aos meus pés.

Gina olhou com um misto de ódio e tristeza para Alecto.

– É a posição mínima em que vermes como ela deveriam estar - disse Dino, também olhando para o corpo que jazia ali.

Harry pareceu perceber o por que eu ainda não havia matado a Comensal da Morte que ali estava. Ele se adiantou e ergueu o corpo inerte de Alecto. Dino o ajudou á subi-la escada acima.

Eu só pude acompanha-los com meus colegas vampirizados no meio da penumbra que cobria o saguão.

Ergui minhas mãos na altura do rosto, sentindo algo molhado e pegajoso que escorria delas.

Elas estavam cobertas de sangue.


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