Sangue e Alma escrita por FireboltVioleta


Capítulo 12
Bumerangue




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RONY

Hermione não parecia estar feliz com o bando de inquilinos que havia invadido seu santuário.

Um por um, os vampírizados da Ala Hospitalar foram sendo levados á Sala precisa e acorrentados nas paredes. Os familiares e amigos dos doentes acompanhavam a tudo em silêncio. De todos, apenas Hermione estava transitando livremente no recinto.

Dino estava ao meu lado, observando, aflito, Cho Chang ser acorrentada a uma das pilastras da Sala.

– Isso é doentio - sussurrou ele, arfando.

– Ela vai ficar bem, Dino - tentei acalma-lo - você não viu a Hermione? Ela tem domínio total de si mesma.

– Mas a Hermione... é a Hermione - ele revirou os olhos, mas a ironia não chegou ao seu rosto - se ela não conseguisse...

– ... Ninguém conseguiria - cortei-o, impaciente - se ela conseguiu, Cho também vai se recuperar.

– Seja assim como você disse - murmurou Dino, desanimado.

Hermione andava de um lado para o outro da linha de vampirizados como uma linda e medonha barata tonta. Quando passou por Cho, porém, ela olhou da colega vampirizada para Dino com uma expressão estranhamente triste. Para minha curiosidade, ela se ajoelhou perto da amiga, que rosnava de gatinhas no chão, e começou á rosnar baixinho também.

Alguns segundos depois, os vampirizados ao redor começaram á observar a conversa bizarra entre as duas. Dino e eu nos entreolhamos, confusos. O que Hermione estava fazendo?

Cho paralisou e arregalou os olhos antes de se sentar de um jeito completamente humano no chão.

Hermione se ergueu e veio em nossa direção. Dino recuou vários passos, mas não pude culpa-lo. Vampirizada ou não, Hermione era realmente intimidante.

Ela fez o mesmo gesto bizarro e rotineiro de me abraçar e aninhar a cabeça em meu ombro. Acolhi seu corpo em meus braços, rindo mentalmente ao pensar se ela ainda faria aquilo depois que estivesse curada. Eu não me importaria de ter seu corpo junto do meu de vez em quando.

"Bobo", ironizou minha mente. "Você nunca mais vai querer o corpo dela longe de você".

Meu cérebro desprivilegiado tinha razão. Nunca mais eu iria querer Hermione longe de mim, não depois de tudo que havíamos passado nos últimos anos... e principalmente durante as últimas semanas.

Durante essa minha reflexão, aproveitei que a orelha de Hermione estava perto de minha boca e sussurrei uma louca e maravilhosa insanidade.

– Eu te amo.

Senti seu corpo enrijecer e, do nada, ela ergueu o rosto para mim, os olhos amarelos arregalados, arfando como uma maratonista.

– Você não vai ouvir eu dizer isso outra vez - sorri - então aproveite.

Nem Dino resistiu á tentação de rir quando Hermione me derrubou no chão.

Os aurores que estavam supervisionando os vampirizados correram em nossa direção, provavelmente achando que Hermione estava me atacando, mas pareceram ficar surpresos ao vê-la me beijando como uma naja desesperada.

– Hermione, para - eu ri - olha o assanhamento... tá todo mundo olhando.

E estavam mesmo. Até os vampirizados estavam nos observando com um misto de confusão e curiosidade nos rostos ferozes.

Hermione abriu a boca como se fosse gargalhar, mas não saiu som algum... o que tornou tudo ainda mais engraçado.

Me virei por cima de Hermione e prendi seu corpo no chão, segurando seus pulsos. Ela se debateu violentamente, mas mesmo um leigo sobre vampirização poderia perceber que ela estava brincando.

Um dos aurores balançou a cabeça, impressionado.

– Se não fossem as características físicas, ninguém poderia dizer que essa jovem está vampirizada.

Hermione virou o rosto abruptamente para o auror, e sua expressão brincalhona se transformou.

Seu rosto se vincou, e os olhos dourados se arregalaram outra vez. Seus lábios se levantaram, expondo os dentes, como uma leoa. E um rosnado medonho cortou sua garganta e saiu de sua boca. Ela estava aterrorizante... e ao mesmo tempo insanamente bela.

Soltei os pulsos de Hermione, mas não senti medo, nem por mim ou por qualquer um ali.

Por que tive certeza que a expressão violenta de Hermione não fora causada pelo auror.

Foi causada por uma ameaça desconhecida.... que anunciou sua chegada com um estrondo que sacudiu as paredes.


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