Paraíso de Verão escrita por Sorvete de Limão, Risurn


Capítulo 4
Idiotas Sempre Conhecem Lugares Legais.


Notas iniciais do capítulo

~Sorvete: Oi oi tortinhas de limão *---*
Agradecendo à "Loving Everything" e "Uma apreciadora de palavras" ^^. Obrigada fofas *---*, a recomendação de vocês foi linda :33
Boa leitura!!
~Risurn: Oi oi pra quem lê as notas! Esse capítulo foi bem emocionante, sabe porque? Porque vocês vão conhecer um pouco do meu jeito de fazer romance!
~Sorvete: É Risurn eu não sei se o seu jeito de fazer romance é o mesmo do meu porque né? Mas enfim, sem spoiler ^^
~Risurn: Como assim mulher? A gente vive... Oxi. Enfim, agradecendo também as queridas já citadas que nos recomendaram! Porque perguntar pra Sorvete que ela tá de prova, mandei quinhentos audios pra ela gritando que a gente tinha recebido uma recomendação!
~Sorvete: Foi, o volume do meu celular tava no último e eu quase fiquei surda. *Rindo*
~Risurn: Enfim. Boa leitura. Notas interativas talvez não sejam uma boa. Ou sim. A gente decide ainda *Ri*



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— Eu ainda não estou entendendo! – reclamava Thalia pela milésima vez enquanto eu revirava os olhos abrindo a porta de casa. – Era só uma festa! Não significa que você vai casar com o garoto, a gente veio pra cá pra se divertir, diversão de uma noite! Ou menos, se você quiser! – Me limitei a revirar os olhos. – Ele era bonito? – ela disse depois de um tempo. Relutantemente, murmurei algo; que remotamente lembrava um “sim”. – Então porque que...

— Eu não sei Lia! – disse batendo as mãos no sofá. – Deve ter sido o seu enorme ego, a arrogância até nos seus fios de cabelo e seu narcisismo exagerado, bem talvez nem tão exagerado, que deve ter me repelido. Não gosto de pessoas egocêntricas.

— Ele pode ser aqueles caras galanteadores. – Eu a encarei. – A gente não sabe Annie! Você nem conheceu o cara.

— Esquece isso! – eu disse suspirando. Mas logo me lembrei de que eu não era a única que conheceu alguém ontem. Abri um sorriso malicioso. – Mas e o Nico, acho que eu ia esquecer é sua danada? – ela abriu um sorriso tímido que logo se fechou. Opa. Ela. Abriu. Um. Sorriso. Um sorriso! E um sorriso tímido pra completar!

— Não quero te contar. – ela disse se levantando.

— Ah qual é Thalia!

— Vá dormir princesinha, amanhã nós vamos para a praia.

Meus olhos brilharam. Eu queria saber o que aconteceu entre ela e Nico, mas praia sempre me conquista. Subi em direção ao quarto e deitei, tentando dormir bem depois daquela nem tão boa primeira noite.

(...)

Sim, estava perfeito. Ao melhor estilo Paraíso de Verão, se você quer saber.

Claro, menos pela parte em que Thalia relutava em chegar perto do mar. Depois diz que não está traumatizada.

Aliás, foi ela que deu a ideia, pra falar a verdade. Por que esse drama?

Olhei para ela. O corpo relaxado e os olhos cobertos por um óculos escuro. Não discuti com os motivos da minha amiga. Sabia que Thalia era aquela amiga de verdade — Você pode encontrar uma, ou duas se tiver sorte, amiga de verdade aquela que sempre está ao seu lado, Thalia era a minha e eu a amava muito. Ela poderia ter feito isso somente por me tirar do garantido inferno de dois longos meses ao lado de Brooke. Brooke. Suspirei. Brooke e o eterno drama da morte da minha mãe. Eu sei que ela não era a culpada, mas meu subconsciente relutava em dizer que sim, ela era a culpada. “Pessoas morrem todos os dias Annabeth”, Thalia me dissera uma vez “Não coloque a culpa em alguém que é inocente, só para ter alguém para culpar. Por favor, não faça isso. Por favor, não se rebaixe”.

Briguei com Thalia naquele dia, o mais longo período em que fiquei sem falar com ela – um mês. No final eu voltei e pedi desculpas, mas sem tirar a culpa de Brooke da cabeça. Afastei esses pensamentos. Estava prestes a dizer algo sobre nossa emocionante visita à praia, quando o telefone de Thalia toca. Ela abriu um sorriso e tive uma ideia de quem seria, virei a cabeça para o outro lado; tentando dar privacidade a ela.

— Vamos sair hoje! – Gritou ela de repente. Tombei minha cabeça pra trás, bufando.

— Sério?

— Muito! – ela disse animada. – Nico vai nos mostrar a cidade.

— Apesar de ser tentador, não. Não quero ficar de vela.

— Não vai ficar de vela, ele vai levar um amigo e disse para levar você também. Vocês podem conversar e sei lá. Vai que dá certo?

— Não tem que dar certo Thalia. Vamos ficar dois meses aqui! Quando acabar a gente nem vai mais falar com eles. Eles vão embora e a gente também. Pronto. Fim de história. Nunca mais nos veremos. – repousei a cabeça enquanto esperava uma resposta afirmativa de Thalia. – Certo Thalia? – Nada. Desistindo abri os olhos e a encontrei sentada mordendo o lábio pensativa. Ferrou. – Thalia? Ah por favor, não diga o que eu estou pensando. – Ela me olhou.

— Não é o que você está pensando.

— Ah – suspirei aliviada. – Graças a Deus.

— É só que eu gosto dele e sei lá. Eu não queria que acabasse rápido demais.

— Thalia só vai na onda, deixa rolar.

— Eu vou. – ela disse colocando os óculos e se deitando de novo. – Só estou pensando. Mas você vai né?

Suspirei encarando o mar.

— Talvez ele seja bonitinho.

Pude ver Thalia sorrir de lado. Eu faço cada coisa por essa maluca...

(...)

Eu não sei como ela chegou aqui. Em um momento eu estava sentada assistindo TV e em outro uma menina sorridente estava parada na minha porta.

— Abigail, prazer. – ela estendeu a mão. – Mas como esse nome é meio estranho pode me chamar de Abby.

— Oi... Abby. Posso te ajudar? – perguntei sentando direito. Por que tem uma estranha no meio da minha sala?

— Na verdade sim. Meus pais são donos dessa casa então, eu só queria pegar umas coisas que eu esqueci aqui. Do último verão. Não vai demorar, não irei te incomodar.

— Ok. – eu disse dando espaço para ela entrar.

— Quem é? – gritou Thalia descendo as escadas.

— É a Abigail. Ela é filha dos donos da casa.

— Deuses, que nome horrível.

— Eu sei. – Abby disse hesitante. – Chame-me de Abby.

— Continua feio. – Thalia disse com um sorriso. Eu não me surpreendi com os modos de Thalia, se não fosse por Abby ficar vermelha de raiva.

— Ok. Abby você pode subir?

— Claro. – ela disse meio subindo e meio fuzilando Thalia com os olhos.

— O que foi isso?

— Eu não gostei da cara daquela garota.

— Precisava tratar ela tão mal desse jeito?

— Sim. Quando eu não gosto da pessoa, eu não vou tratá-la bem. Deixo bem claro que eu não gosto dela. – ela disse se jogando no sofá. Abby aparece segurando uma pequena caixa.

— Obrigada.

— Disponha.

— Qual é o seu nome mesmo?

— Annabeth.

— E o seu? – ela disse se direcionando a Thalia.

— Não te interessa.

— Muito obrigada pela visita. Volte sempre. – eu disse expulsando a menina de sua própria casa.

— Sobe lá e confere se ela não roubou nada. – ela disse com o telefone na mão assim que Abigail saiu.

— O quê?

— Descreva ela.

— Hã?

— Para falar para a polícia. Ok. Cabelos castanhos, nariz grande e longo como a de uma bruxa, voz irritante, nome horrível. Dentes tortos.

— Thalia!

— Sobe lá!

— Eu não vou subir. Ela não roubou nada!

— Você perguntou o sobrenome dela?

— Não!

— Como assim não?! A menina roubou nossa casa!

— Thalia a casa é dela! O que ela roubaria aqui?

— Quem garante que a casa é dela?

— Mas...

— Annabeth eu sei! Você é muito ingênua! Mas ouça a voz da razão, que no caso é a minha, suba lá e veja se ela não roubou nada.

— Mas...

— Sem “mas”. Vai lá.

— Ela parecia ser uma pessoa legal.

— Lindsay Lohan também e olha a bagunça que ela virou. – ela disse me empurrando até a escada.

Não acredito que Thalia está mesmo me obrigando a fazer isso. Ela me paga. Paga mesmo. De verdade.

— Não Thalia. Ela não roubou nada. – disse exausta depois de passar a tarde toda vasculhando a casa.

— Você já olhou no banheiro? No quarto?

— Já! – gritei me jogando na cama.

— Eu não entendo o que ela veio fazer aqui, acho que a gente ia saber se tivesse algo pessoal sei lá.

— As vezes estava escondido.

— É talvez.

— Por favor, guarde esse celular. Que horas são? A gente não ia sair hoje à noite?

— Hã? Ah é. É ele falou que ia passar aqui às 8:00 e são 7:30.

— O quê?

— Eu sei é pouco tempo.

— Espera aí você deu o nosso endereço para ele?

— Sim.

— Como assim?

— Como assim o quê?

— Thalia a gente nem conhece o menino e você simplesmente faz isso!

— Nossa Annie! Você deixou aquele estrupício entrar aqui e eu não posso dar o endereço pra ele?

— Estrupício?

— A tal de Abigail lá.

— A casa é dela!

— Como você pode ter certeza? Ela podia ser uma ladra!

— E ele pode ser um serial killer!

— Ele não é um serial killer.

— E ela não é... Ok – disse respirando fundo - Vamos nos arrumar então. – murmurei entredentes.

— Demorou né?

(...)

Assim que desci as escadas, conferi meu cabelo uma última vez. Eu odeio Thalia. A campainha soou.

— Annie! Abre a porta! Ainda não tô’ pronta. Se for aquele estrupício outra vez, manda ela entrar, tranca no banheiro e liga pra polícia!

Revirei os olhos indo atender a porta. Eu era obrigada a rir com Thalia. Não é possível que alguém seja assim...

Abri a porta.

— Loira! – exclamou ele risonho.

— Annabeth.

— Ah, é. Olá Annie.

— Annabeth.

— Onde está Thalia?

— Ela está... – minha frase foi morrendo aos poucos. – ...se arrumando.

Vindo logo atrás de Nico está ninguém mais, ninguém menos que Percy Ego Jackson. Sim eu o apelidei assim. Julguem-me. Não que eu pensasse nele a ponto de dar apelido.

— O que ele faz aqui?

— Quem? O Percy? Ah, ele é o amigo que eu falei pra Thalia.

Não. Não. Não. Só pode ser piada. Entre tantos outros amigos que esse cara pode ter ele chama justamente o Senhor Ego? Eu não mereço isso. De jeito nenhum. Fico me perguntando o que eu fiz para merecer esse treco na minha vida.

Sorri de lado forçosamente. Se ele estava incomodado com a minha presença, não demonstrou. Melhor. Sorri de lado.

— Podem esperar ali no sofá, vou subir e ver se a Thals já tá pronta. – Se eu precisava mesmo ir ver? É claro que não. Mas eu não queria aquela coisa estranha e desconfortável de ficar sem assunto, até porque a presença do Senhor Ego me irrita.

— Chegaram? – ela perguntou assim que entrei no cômodo.

— Sim.

— Ok. Eu estou pirando um pouco, mas consigo disfarçar. – ela deu um sorriso confiante para o espelho. – Espera, — murmurou ela me encarando rápido — você deixou os dois lá sozinhos?

— Sim. – ela arfou.

— Como assim?! E se eles forem ladrões?

— Você... Você estava defendendo eles mais cedo.

— Não desvie do assunto. – ela disse saindo do cômodo. Nem pensei muito a Thalia é meio doida. Fiquei um pouco para trás e deixei ela ir na frente.

— Desculpe pela demora. – ela disse. – Vamos então? – ela e Nico saíram e o Sr. Ego me olhou.

— Primeiro as damas. – eu disse dando um sinal para ele passar na frente. Sem nem contestar ele se foi.

Respirei fundo. Eu não posso mesmo ter que passar por isso. Thalia sentou no banco da frente ao lado de Nico e o Senhor e Ego ao meu lado.

— Thalia, - perguntei baixo – não quer trocar de lugar?

Ela me olhou com uma cara de quem diz “Quer o meu homem pra você?”. Rolei os olhos. Era impossível. A armadilha estava feita.

Na parte da frente do carro a conversa fluía descontraída, com Thalia e Nico rindo. Senhor Ego olhava para Nico da mesma forma que eu olhava para Thalia, sendo assim, acho que Nico também não sorria muito. Ótimo. Acabei de achar a alma gêmea da Lia. Como eu vou fugir disso?

— Então, - tentou o garoto. Acho que o silêncio entre nós era constrangedor para ele. – prazer. Percy Jackson.

Ele esticou a mão esperando que eu a apertasse. Encarei-a por um segundo e voltei a encarar a estrada lá fora. Era tudo tão bonito.

— Eu sei quem é você.

— Já nos conhecemos? – perguntou ele recolhendo a mão.

— Já.

Ele ficou em silêncio.

— Onde?

— Ontem.

— Ontem? Mas quando...?

O encarei fixamente esperando que ele entendesse: não quero papo com ele.

— Ah. – ele exclamou parecendo lembrar. Juro para qualquer um que perguntar que eu ia respirar fundo e tentar conversar com ele. Ele realmente parecia outro cara. Talvez estivesse bêbado ontem. Mas não. Ele sorriu. Exatamente como ontem. – Lembrei, como vai Não É Da Sua Conta?

Rolei os olhos.

— Idiota.

— Hey, hey. – gritou Thalia no banco da frente quando ele estava prestes a responder. – Onde estamos indo?

— Já chegamos pra falar a verdade.

Olhei através dos vidros. Era um parque. Mas não um parque qualquer, era um Senhor Parque.

Muitas árvores. Muita gente. Muita luz. Cheiro de muita comida.

— Que lugar é esse? – perguntei encarando o lugar. Achei que ele fosse nos levar para alguma festa adolescente idiota. Ainda bem que não. O lugar parecia ótimo. Mas Di Ângelo não me ouvira. Já estava abrindo a porta para Thalia.

— Esse lugar? – respondeu o garoto ao meu lado – É o ponto turístico mais leve que o babaca conseguiu pensar para levar a garota. Duvido que alguém goste de vir aqui.

Olhei para a cara de Thalia, que sorria para Nico. Ela parecia feliz.

— Se você não gosta, vá embora. – falei. – Ninguém está te prendendo aqui.

— Na verdade...

— Sério. – falei, o interrompendo. – Pode sair da pose de bom moço, se é que você tem alguma, não me importo de ficar seguindo o casal magia. Vai pra alguma festa, pegue meninas e seja feliz. Tchau Jackson.

Sai do carro e comecei a olhar em volta. Havia famílias por ali, então concluí que não era de todo ruim. E, talvez, Nico também não fosse.

Havia uma pequena cerca, de frente para um lago. Algumas luzes o iluminavam, mas não totalmente, então não consegui enxergar o seu fim. Mas isso não deixava ele menos bonito.

— Não é seguro que moças bonitas fiquem sozinhas por ai. – falou aquela voz atrás de mim. Revirei os olhos, mas havia levando um leve susto.

— Achei que tivesse ido embora.

— Por quê? – ele perguntou se encostando da amurada.

— Por quê? Bom, - limpei a garganta - É o ponto turístico mais leve que o babaca conseguiu pensar para levar a garota. Duvido que alguém goste de vir aqui.

Tentei fazer uma imitação genérica da sua voz, mas não deu muito certo.

— Isso não significa que eu não goste.

— Mas também não significa que goste.

— Ai garota, por que você me odeia?

— Porque você é o tipo de cara que eu não suporto nem ver!

— Você não sabe nada sobre mim.

— E nem quero saber, obrigada.

— Qual é o seu problema?

— O meu problema? – perguntei olhando pra ele. Aqueles olhos eram... Penetrantes. Me deixaram, pela primeira vez, nervosa. – O meu problema é que eu estou em uma droga de encontro com um cara que me odeia, e o sentimento é mutuo, diga-se de passagem, quando eu podia estar curtindo a minha paz e o meu silencio.

— Então por que não vai embora logo?

— Eu nem sei como a gente chegou aqui, muito menos voltar! E eu não posso deixar minha amiga sozinha com o seu amigo. Como eu vou saber que ele não é um psicopata? Eu tenho que cuidar da minha amiga!

— Tem é? – perguntou ele debochado. – Diga-me então, amiga perfeita, onde ela está agora?

Olhei em volta, vi muitas pessoas, mas nenhuma delas era Thalia. Nem Nico.

— Droga, viu o que você fez?

— O que eu fiz? O que você fez!

— Eu não fiz nada!

— Exatamente!

— Espera. – parei de gritar. – O quê?

— Nada.

— Nada disso Senhor Sou Auto Suficiente, o que eu não fiz?

— Nada que te interesse.

— Estamos falando de mim, eu me interesso.

— Não prefere procurar a sua amiga não?

Bati o pé, com raiva.

— Você é insuportável sabia?

— E você fica linda assim com raiva.

Rolei os olhos.

— Idiota!

Sai pisando firme, mas percebi que estava sendo seguida.

— Ei, ei, loirinha. – disse ele pegando no meu braço – onde pensa que vai?

— Vou procurar Thalia e acabar com essa palhaçada toda agora. Eu quero ir pra casa.

— Então pega um táxi. Vai acabar com o encontro da sua amiga só porque é mal amada vai?

— Eu não sou mal amada!

— Jura? Pra ser megera assim, tem que ser.

— Ui. Eu sou a Megera? Então você é quem? Petrúquio? – sorri de lado. Mas ele também sorriu. Droga.

— Então quer dizer que eu posso domar a fera?

— Você conhece Shakespeare?

— Quem não conhece?

— Bárbaros, como você.

— Mas eu conheço. Seu ferrão é como o dela?

Corei.

— Idiota.

Sai andando e ele me parou novamente.

— Espera, espera. Olha, eles estão ali. – ele apontou para um casal. Não, espera. Não era um casal. Eram eles. Que tragédia! – Vai mesmo acabar com o encontro deles?

Suspirei mordendo o lábio. Eu queria, queria sim, mas como queria!

— Não.

— Ótimo.

— Ótimo por quê?

— Por que nós vamos dar uma volta. – murmurou ele me puxando pelo braço.

— Ei! O que te faz achar que eu vou?

— Eu estou indo, e quando falei que não era seguro ficar sozinha, não foi brincadeira. Você decide.

E então, ele saiu andando. Droga. Bufei correndo atrás dele. Como eu odeio esse cara.

— Para onde você tá indo? – ele não me respondeu. – Jackson? – Silêncio. – Tá, isso aqui virou monólogo agora?

— Você não sabe ficar quieta não?

Não respondi. Aquele estúpido. Por fim, acabei murmurando.

— Eu só queria saber onde era.

— Se a senhorita não fosse tão irritante e olhasse, perceberia que já chegamos.

— Chegamos?

— É.

Olhei ao redor, quase não vi pessoas. As árvores tinham uma formação entranha ali, circular.

— O que tem aqui? – perguntei olhando ao redor.

— Não é aqui. – Disse ele enquanto deitava no chão.

— O que você está fazendo?

— Coisas que eu gosto de fazer. – ele respondeu de olhos fechados.

— Certo. – deitei no chão ao seu lado, meio insegura. – E o que seria isso?

— Apenas. Feche. Os. Olhos.

Obedeci quase instantaneamente. Por que eu obedeci?

Depois do que pareceu uma eternidade, ele murmurou algumas palavras.

— Já pode abrir.

Fiquei tanto tempo com os olhos fechados que demorei para me habituar a claridade noturna. Olhando para frente, vi o céu entre as árvores circulares.

— Quantas estrelas. – murmurei. – Por que eu nunca vi tantas?

— Bom, aqui é praia, automaticamente a visão é melhor. E, você espera o que? Olhar para o céu e ver estrelas na hora? Você só vai ver as maiores assim. Seus olhos tem que se acostumar com o escuro.

— Ah. – falei como se fosse obvio. Talvez fosse mesmo. – É bonito. – murmurei depois de algum tempo. Sem nenhum risco de arrogância na voz.

Jackson me olhou com uma sobrancelha erguida.

— Existe doçura nesse corpo? Não é possível!

Rolei os olhos.

— Idiota.

— Você tem olhos bonitos.

— Toda vez que eu te chamar de idiota vai me elogiar?

— Talvez.

Rolei os olhos outra vez, acho que vou ter um deslocamento ocular se continuar desse jeito.

— Por que você é assim?

— Assim como?

— Não sei. Uma hora é legal e na outra um completo idiota.

— É agora que eu estou sendo um completo idiota?

— É agora que você está sendo legal.

Ele riu. Ainda não ouvira sua risada. Era... melodiosa. Não se parecia em nada com a risada diabólica que eu imaginara.

— Feche os olhos.

— Por quê?

— Tem um cílios, perto do seu olho.

— Ah, onde?

— Deixa que eu tiro.

Fechei os olhos enquanto ele colocava a mão no meu rosto. Dei uma risada.

— Que demora. Você é lerdo assim ou...

Não pude terminar a frase, os lábios dele tomaram os meus. Urgentes, sedentos.

O empurrei.

— Por que você fez isso?

— Pensei que você quisesse!

— Pensou errado! – gritei me levantando. – Sério cara, você estragou tudo com essa. Você tá pensando o que?

— Você não estava sendo grossa! Achei que estivesse afim!

— Achou errado! Cara, eu ainda te odeio!

Andei com passos firmes em direção às pessoas. Eu quero ir pra casa. Mandei uma mensagem para Thalia pedindo para irmos de uma vez. Ela respondeu logo em seguida que eles estavam nos procurando.

— Até que enfim te achei! – gritou ela quando me viu. – Te falei que Percy não era um sequestrador! – ela falou para Nico.

— Na verdade... – ele tentou responder, mas ela o cortou.

— Vamos, tá tarde né?

Assenti e entrei no carro, sentando o mais longe possível de Percy. Logo, Di Ângelo começou a quebrar o gelo falando animadamente com Thalia.

— Então ele simplesmente pulou e... – desliguei-me da história de Nico e passei a olhar a paisagem. Red Hot Chili Peppers estava tocando e uma brisa bem calma entrava pelo vidro. Já passava de meia noite e estávamos voltando para casa finalmente.

— Estão entregues. – Nico anunciou ao estacionar na frente da pequena casa, e logo depois começou a se atracar com Thalia.

Olhei para Percy que sorria, revirando os olhos saí do carro.

Alguns minutos depois, Thalia chegou correndo vermelha, com um sorriso bobo e ofegante. Ótimo, acho que minha melhor amiga está apaixonada. Não era assim que eu queria meu Paraíso de Verão.


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Notas finais do capítulo

~Sorvete: HAAAAAA! Ficou lindo né? u.u eu sei. É pra comentar viu? No último capítulo tivemos poucos comentários, é pra ter mais ok? Sem pressão. Aproveitem para favoritar e recomendar também *---*
Beijos e cócegas,
Sorvete de Limão.
~Risurn: Se com a Sorvete é “sem pressão”, comigo não rola assim. Óia que eu já faço greve e saio rodando a baiana! *Ri*
Quero agradecer outra vez as lindas que nos recomendaram, mesmo! Fiquei bem feliz! Sigam o exemplo delas galeraa :3
Capítulo grandão, comigo e a Sorvete morrendo pra escrever (mentira), então merecemos uns reviews, vai!