Paraíso de Verão escrita por Sorvete de Limão, Risurn


Capítulo 20
Subcelebridades.


Notas iniciais do capítulo

~Risurn: Oi amores meuus.
Como vão? Espero que bem. Estou em uma semana estressante. MAS quero dizer que gostei muito deste capítulo. Ele é super dedicado à Nathalia Di Angelo que fez uma recomendação super fofinha que eu AMEI.
Espero que gostem ^^

~Sorvete de Limão: E aí galeraaaaaa!
Como a Risurn já disse este capítulo é super dedicado a Nathalia Di Angelo pela belíssima recomendação. Obrigada s2
Espero que gostem do capítulo ;)
Boa leitura!



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POV Annabeth

A dor de cabeça devido a ressaca era tanta no dia seguinte que eu mal conseguia pensar. Me lembrava vagamente de conversar com um rapaz, bebidas, conga e música da Shakira.

Mas prefiro nem pensar no que isso tudo significa.

Tateei pelo criado mudo a procura do meu celular que há pouco tempo vibrara, chamando a atenção do meu corpo semi-inativo. O quarto estava no mais absoluto breu e a claridade do meu celular quase me cegou.

Tenho certeza que um vinco surgiu em minha testa quando constatei quantas mensagens haviam no meu celular.

Minha. Nossa.

Eram tantos convites para festas de números desconhecidos que eu acho que não vou ter noites suficientes na minha vida. E, o pior veio quando os grupos onde estava compartilhavam fotos da noite passada. Tudo o que não fiz questão de lembrar estava ali. Tudinho.

Mas o que mais me chocou, foi ver as pessoas nos grupos. Até a Mina estava lá, em uma foto super fofa, com o cabelo jogado e o Minardo a puxando pela cintura, com um belo sol ao fundo. Minha reputação está indo pelo ralo antes mesmo de começar.

Sentei na cama num baque ao ver mais rostos conhecidos nos grupos. As fotos não paravam de chegar – algumas bem constrangedoras, devo dizer.

— Thalia! Thalia! – levantei, tateando por ela no meio no quarto. Espero que ela esteja aqui, porque não lembro de como cheguei, nem com quem.

Ouvi um resmungo baixo no emaranhado de cobertas ao meu lado.

— Acorda Thalia! – dei um pequeno grito, puxando suas cobertas e a derrubando no chão junto a elas.

— Mais cinco minutos. – ela balbuciou com o rosto para cima. Maquiagem totalmente borrada e parecendo ter sido atropelada por uma manada de elefantes.

Corri até as janelas e abri as cortinas, deixando o sol da tarde entrar no nosso quarto.

— Droga Annabeth. – ela sentou, tentando cobrir os olhos. – O que é tão urgente que eu nem posso dormir?

— Nós! Nós somos urgentes. Somos notícia. Somos nós. Em fotos. Em grupos. Em todo lugar.

— Espera. Oi?

Ela sentou sonolenta e tive vontade de bater na cara dela até que acordasse.

Busquei seu celular em cima de prateleiras e joguei para elas.

— Me diz o que você vê.

Ela piscou algumas vezes enquanto observava a tela e sua boca abriu.

— Isso... Isso é...

— Um desastre, eu sei!

— Perfeito!

— O que? Olha, acho que você não está vendo o que eu pedi.

— Não, estou sim.

— Thalia, você não está vendo?

— Annabeth, a única coisa que eu vejo são duas garotas se divertindo, uma de nós pegando algumas pessoas, devo acrescentar. E vários convites de festas. Não era isso que queríamos? Qual é Anns.

Suspirei cansada.

— Não era bem isso o que eu queria. Além do mais, já viu quem está nesses grupos?

Ela negou com a cabeça e voltou a observar o celular.

— Minha nossa, é a Mina aqui? – Assenti. – E... Ah.

— É.

— É com isso que está preocupada?

— O que? Não. Não. Que isso. Não.

Vi a expressão de desconfiança surgir em seu rosto e achei melhor seguir em frente.

— Vou tomar banho, ok? Preciso... Me livrar desse ar de conga.

— É. Te entendo plenamente. Mas, eu faço isso depois.

Então, com uma maestria que só Thalia tem, logo a coberta cobria seu rosto e já dormia profundamente.

Respirei fundo pensando em como aquilo poderia me afetar e se não era aquilo que eu estive esperando o tempo todo. O jeito é encarar e seja o que Deus quiser. Só não entendo como alguém podia fazer tanta besteira em apenas uma noite.

Abri o chuveiro deixando a água levar para longe todo o peso em meu corpo, me concentrando no que fazer a seguir.

****

POV Thalia

Quando eu consegui acordar de verdade, já passava das seis da tarde.

Annabeth não estava no quarto e todo o meu corpo doía. Me levantei, ignorando as constantes pontadas em minha cabeça. Tomei um banho demorado e depois fiquei mais meia hora tentando tirar a maquiagem do meu rosto.

Saí do quarto e liguei para Annabeth.

— Onde você está?

— Na piscina.

— Estou indo aí.

Muitas pessoas ainda estão na piscina, depois das seis eles ligam o aquecedor e todo mundo fica dentro da piscina assando. Assando lentamente.

Annabeth está esticada em uma espreguiçadeira com um óculos de sol e um chapéu no rosto. Não sei de qual sol ela está pegando um bronzeado porque já está quase escuro.

— Annabeth.

— Thalia! Você viu seu celular? – ela se levantou rapidamente deixando cair o chapéu.

— Não. Quer dizer, não depois daquela hora que você me acordou docemente.

— Então veja! Eu recebi milhares de convites para festas eu quase não te atendi porque esse celular não para de vibrar! Eu não aguento mais! Aliás, eu nem sei como essa gente conseguiu nosso telefone.

— Calma doida. – reviro os olhos. – Não pode ter tanta gente assim. – abro o celular e vejo mais de mil notificações, convites para festas, tweets, fotos no Facebook e no Instagram. – Oh Deus.

— Entendeu a gravidade do problema?

— Não tem nenhum problema aqui. Eu já te disse isso mais cedo. Relaxa menina sente a vibe. Mas, minha nossa, vou ter que desativar essa marcação em fotos. Olha isso.

— Não quero ver nada! Que vibe?

Revirei os olhos.

— Era isso que a gente queria agora lide com isso. Além do mais só temos mais algumas semanas aqui.

— Eu não estou bem.

— Eu estou. Já tem uma festa hoje à noite.

— Hã? Você ainda quer ir para outra festa depois da Conga? Eu ainda estou traumatizada.

— Trauma de quê? Você foi a alma da festa. Viramos celebridades aqui só não temos um monte de gente em cima de nós agora porque todo mundo que está aqui é velho e está assando na piscina. Eles parecem uns camarões gigantes. E por que você está preocupada?

— Você não se lembra do que eu te disse mais cedo? Percy e Nico também estão nesse grupo aí. O grupo que mandou aquelas fotos.

— Eles estavam na festa? Nem me lembro de ter visto eles. – ela bufou. – Relaxa Annabeth e daí que eles estão nesse grupo? Não é como se tivéssemos feito algo errado. Que tal passarmos na Mina? Acho que agora somos tão ou mais conhecidas que a Mina. Ela pode ter algumas dicas.

— Dicas? Dicas de quê?

— Não sei menina, tanto faz, eu estou com fome.

***

— Ah sim, eu vi vocês lá no grupo. Já estão sofrendo algum assédio ou algo do tipo? – perguntou Mina. A lanchonete estava começando a ficar cheia e Mina botou o Minardo, que, na verdade, se chama Peter, para cuidar da lanchonete. Na verdade, eu nunca os tinha visto trabalhando por aqui até a festa desastre de Percy e Annie.

— Não. – perguntei em dúvida. – Por que? Isso vai acontecer com a gente?

— Olha eu não sei, o povo daqui é meio alucinado.

— Como você ficou tão famosa aqui Mina? – perguntou Annabeth.

— Ah. Bom, eu não sou daqui. Eu vim pra cá há alguns anos. A cidade estava se desenvolvendo e ainda não tinha nenhuma lanchonete realmente boa, então eu construí essa aqui. Como a cidade é mais conhecida por festas, muitos cantores e empresários começaram a vir para cá, então eu comecei a fazer muita propaganda, patrocinar alguns festivais. Vocês deviam ver isso aqui no meio do ano, é uma loucura. Mas eu também fiquei meio conhecida depois de ter bebido muito em uma festa. – ela disse a última parte em voz baixa.

— Não acredito. – Annabeth sussurrou.

— Foi. O povo começou a vir na minha lanchonete e pouco a pouco fui ficando conhecida aqui na cidade.

— Que loucura hein? – eu disse.

— Um pouco, mas eu me acostumei.

— Você também recebe muitos convites para festas? – Annabeth perguntou.

— O tempo todo. Eu acho super divertido, as pessoas aqui sabem fazer uma festa.

— Annabeth está com medo. – eu disse e ela me fuzilou com os olhos.

— Medo de quê?

—Não é medo, eu só estou um pouco envergonhada.

— Vergonha de quê? Vocês são jovens e não fizeram nada de errado.

— Conta para ela, a Mina já deve saber. – eu incentivei. Então contamos toda a história, desde da nossa chegada até a nossa ida para o hotel. O que foi meio desnecessário, porque conforme contamos percebemos todos os momentos constrangedores na nossa história.

— Nossa. É eu já sabia disso. – Mina disse. – Relaxem garotas, Percy e Nico são mesmo uns lerdos, vocês têm é que se divertir mesmo. Sem arrependimentos, sem restrições.

— Viu? – eu disse, me direcionando a Annabeth. – Ouça a Mina, a Mina sabe das coisas.

***

POV Annie

Duas semanas depois

Meu pijama de mangas longa e calça de ursinho certamente não combinava com o verão. Ou com a minha idade. Ou com qualquer coisa.

Caminhei até o emaranhado de cobertas que era a minha cama do hotel. Não estava com ânimo para muita coisa. Na verdade, desde que eu decidira não ir na festa de alguém-que-eu-nem-sei-o-nome na noite anterior, e nas outras três anteriores, o humor de Thalia para comigo não era dos melhores.

Era obvio que eu queria festa, sair, beijar, beber, pular até cair. Mas eu não quero fazer isso todos os dias. Algumas vezes eu quero simplesmente sentar e ver a minha vida passar. Sentir minhas células envelhecerem e morrerem a cada lufada de ar para dentro do meu corpo.

Ok.

Eu não quero sentir meu corpo envelhecendo e morrendo, mas também não quero sair.

Ainda não era meio dia, então Thalia estava dormindo, e dormiria por muitas horas ainda, até se recuperar da festa de ontem.

Peguei meu notebook e fui checar os e-mails dos últimos dias. Além dos milhares de e-mails publicitários inúteis, havia um que me interessava em especial, escrito pelo meu pai.

Olá querida. Já tem quase vinte dias desde o acidente e me sinto melhor, se quer saber. Finalmente Brooke liberou o acesso a um notebook, não sei exatamente o porquê de ela não deixar antes. Mas tudo bem, ela deve ter bons motivos.
Quero dizer que já li quase todos os seus livros e acho que seu gosto é bem peculiar. Passa de romance adolescente para fantasias em um estalar de dedos. Quando finalmente achei que tivesse lido de tudo, você me aparece com “Lago dos Sonhos”; você realmente o leu? E aquele tal de Convergente? Que final é aquele? Após tudo o que ela passa? Enfim, vou me conter.
Como estão as coisas por aí? Espero que bem. Desde aquele dia, você não ligou mais. Não deu mais sinal de vida. Estou ficando preocupado, mas não quero que pense que estou lhe sufocando. Você não fugiu, não é? Depois de ler todos os seus romances, não duvido de mais nada. Absolutamente nada.
Aliás, me fale desse garoto de uma vez que eu estou curioso, porque eu tenho certeza que há um garoto. Não minta para mim... E, como está Thalia? E a casa? Espero que esteja tudo correndo bem. Me mande fotos.
Te amo, para sempre. ”

Sorri ao fim do e-mail. Eu adorava quando meu pai fazia isso. O fato de as pessoas não escrevem mais umas para as outras era uma falta de magia e consideração inimaginável. Eu amava aqueles simples textos, cheios de significado. Achei justo responder rapidamente.

Olá. Não parece fazer tanto tempo desde o ocorrido, prefiro nem me lembrar e fico imensamente feliz que se sinta melhor. Quando poderá ir para casa?
Não consigo entender porque ela regulou até seu acesso à internet. Na verdade, não consigo entender nada dela. Juro que tento. Mas não consigo.
Eu realmente li Lagos dos Sonhos e acho que é um livro muito incompreendido. Tem seu valor, apesar de não ser um best-seller.
E, se você não gostou de Convergente, por favor, não leia nenhum dos meus livros do John Green. Não diga que eu não avisei.
Sinto muito por não ligar. As coisas ficaram meio agitadas por aqui. ‘Agitadas’ parece uma palavra tão simples para descrever, mas não se preocupe, nada que eu não possa dar conta.
Sobre Thalia, nós nos acertamos, e acho que brigamos de novo. Não tenho muita certeza. Mas a casa é ótima.
Sobre ele, não tenho mais certeza de nada.

Fiz uma pausa para respirar, cogitando se deveria ou não prosseguir. Afinal, eu não era nada para ele. Aposto que nem se lembra meu nome.

Seu nome é Percy. O que dizer sobre ele? Bem. Ele é tão ele que fez todos os outros perderem a graça, entende?
Acho que entende. Mas eu também acho que isso vai passar.
Prometo bater fotos e lhe enviar.
Saudades.
Com tudo, tudo.
–A.”

Respirei fundo, decidida a comprar um livro e enviar pelo correio para o meu pai. Era maldade fazer ele ler meus romances.

Levantei muito rápido, fazendo meus cabelos se soltarem. Fui até a janela e levantei a cortina grossa, para ver o tempo lá fora. O sol ardia na rua. Sorri com a possibilidade de sair um pouco e ter uma desculpa para não aturar o mau-humor de Thalia quando ela acordar. Se eu der sorte, pode ser que nem esteja mais aqui quando eu voltar.

Eu estava decidida a continuar minhas coisas. E era o que faria.

Desci o mais rápido que pude após trocar de roupas e sai com o carro. Thalia já era uma subcelebridade do lugar, virou a alma das festas. Tenho certeza de que se precisar de carona, alguém a levaria.

O único problema era que eu nem fazia ideia de onde ir procurar por uma livraria. Pensei até em perguntar para a Mina, mas eu já estive tantas vezes naquela lanchonete que acho que se ela sequer sonhar que estou pensando no nome dela, virá me matar.

Decidi ir até uma das ruas do centro e procurar por lá.

Admito que não precisei de muito tempo para encontrar o que procurava. Foram aproximadamente vinte minutos até que eu encontrasse a tal livraria.

Ela era uma graça, na verdade. Mas, após tanto tempo eu realmente só queria comer alguma coisa, porque já deveria ser quase hora do almoço, e depois, eu iria até ali escolher um livro.

Depois de muito pensar, refletir, e pensar mais uma vez se não estaria traindo a Mina, entrei em um café de aparência muito simpática. Sentei em um dos bancos altos, encostada à bancada e fiz meu pedido. Um suco e um sanduiche natural. Já deixei o pedido pago e esperei pacientemente.

Depois de absolutamente todas as pessoas da cidade parecerem ter meu número, tive que trocá-lo. Assim como bloquear todas as minhas redes sociais para amigos ou seguidores, coisa que nunca achei que seria necessário. E, apesar disso, ainda via muitas notificações. Não entendo como uma simples conga poderia fazer isso. Caramba, foi só uma festa.

Quando meu lanche chegou, eu já estava salivando. Faltando duas mordidas para o fim do sanduíche, eu já cogitava pedir outro, quando a sineta da porta tocou, anunciando a entrada de um novo cliente.

Ao olhar, para ver quem era, quase cai da cadeira. Joguei meu corpo para frente, engolindo rapidamente o que sobrara do sanduíche, pegando meu copo de suco, junto com a bolsa e corrido o mais rápido possível para a porta, torcendo para não ser vista.

— Annabeth?

Parei no meio do caminho. Eu podia fingir que não ouvi. Mas eu já parei aqui, então é obvio que eu ouvi.

Virei e dei um sorriso com a boca fechada, cheia de pão. Juro que tentei murmurar um “oi”, mas a comida dificultou a tarefa.

— Que... Surpresa.

Eu que o diga.

— Pois é. – murmurei, depois de engolir. Apontei para trás de mim, e depois para um dos lados e girei no meu próprio eixo. – Então, eu tenho que ir por ali, sabe? Preciso ir.

Abri a porta e sai andando o mais rápido que pude. Virei o copo de suco, tentando acalmar meus nervos.

— Ei, espera.

Ouvi a sineta tocando mais uma vez que apressei o passo. Para qual lado era a livraria mesmo?

Ele segurou meu braço e me puxou.

— O que foi? – Resmunguei.

— Porque não ligou?

— Troquei meu número. – Puxei meu braço e voltei a andar. – Perdi todos os contatos.

Essa parte era mentira. Eu sempre faço backup dos meus contatos, só o que me falta mesmo.

— Ah. Certo. E onde está indo?

— Uma livraria. – Murmurei, finalmente encontrando o lugar.

— Para fazer o que?

Parei no meio do caminho e encarei aquele ser.

— Para comprar pão Percy. O que você acha que eu vou fazer em uma livraria? Aliás, está me seguindo porquê? E pra que tantas perguntas? E me acusar com que objetivo?

Ele piscou aturdido com a primeira resposta direta do dia. Apesar de soar indiferente, meu coração queria sair pela boca. Aquela proximidade, mesmo que distante, não era saudável.

— Só fiquei curioso – ele deu de ombros, passando por mim. – E eu não te acusei.

— Ah, não? – Pigarreei, engrossando a voz – “Porque não ligou?” – rolei os olhos. – Se você quisesse falar comigo, teria ligado.

— Quem disse que eu não liguei? Pelo jeito, você trocou de número, gênia.

Ele estava parado alguns passos a frente, me encarando fixamente. Não tinha resposta àquilo.

— Vai ficar parada aí muito tempo ou vai até a livraria?

Rolei os olhos e passei por ele, apressada.

Percy falava e eu não respondia, concentrada demais em ler as sinopses e escolher logo um livro para mandar para meu pai.

Após meia hora de encaradas entre prateleiras e sorrisos travessos da parte dele, escolhi um livro que parecia bom. Mentirosos.

É um nome forte para um livro. Talvez se aplique mais a minha vida do que imagino.

— Pode pôr em uma caixa para mim? – Perguntei a atendente que providenciou uma rapidamente.

Quando sai da livraria, coloquei o pacote dentro da primeira caixa de correio que encontrei, endereçado ao meu pai e torci para que chegasse logo.

Suspirei ao perceber que ele ainda estava ali.

— O que você quer? Vai ficar me seguindo muito tempo?

— Só porque agora virou famosinha não tem tempo para nós, meros mortais?

Rolei meus olhos pelo que parecia a milionésima vez.

— Eu não sou “famosinha”.

— Ah, não? – ele tirou o celular do bolso e me mostrou uma série de fotos em que eu aparecia em diferentes festas. – Parece bem popular para mim.

Levantei uma sobrancelha.

— Isso é quase psicótico.

— Isso não acontecia quando você estava na minha casa.

— É, mas você me deixou ir.

Um silêncio pesou sobre nós e me arrependi no exato instante em que as palavras saíram da minha boca.

— Olha, esquece isso, sim? Tenho que ir.

Dei as costas a ele e voltei a andar.

— Ei, calma. – ele pegou no meu braço novamente. – Tem uma coisa que eu quero que você pegue.

— O que?

— Você deixou um vestido seu lá em casa.

Pisquei, lembrando do vestido azul que eu não conseguia encontrar de jeito nenhum.

— Hm. Certo. Mas eu realmente não estou afim de ir até sua casa agora.

Eu já estava seguindo Percy a essa altura do campeonato, não sei bem o porquê.

— Tudo bem. – ele deu um sorriso de lado para mim – Ele está aqui no carro.

Pisquei mais uma vez, parando para encará-lo abrir o porta-malas e tirar de lá uma bolsa.

— Quer dizer que você anda com roupas minhas por aí?

— Nunca se sabe.

Ele deu de ombros, me entregando o pacote.

Agradeci, e estava prestes a ir embora, quando ele coçou o cabelo e começou a falar novamente.

— Ei, o que você acha de dar uma volta?

Pisquei com força dessa vez, chegando à conclusão de que isso deveria ser um sonho de muito mal gosto.

— Tem certeza? Você não está sabe, muito bravo por termos fugido da sua casa, sem dar informações, trocado de número, sumido e aparecido em milhares de festas nos últimos quinze dias?

Ele abriu a porta do seu carro, indicando para que eu entrasse. Pensei no meu carro estacionado em algum lugar por ali, mas não me importei muito.

— Ah Annabeth, não se preocupe com isso. – sentei no banco, tentando me lembrar que já entrara ali antes. – Eu estou realmente muito puto da cara com você, mas tenho certeza que você pode se redimir.

E então, fechou a porta, fazendo meu estômago se revirar assim como o ar que me atingiu. Seria uma longa, longa tarde.


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Notas finais do capítulo

~Risurn: E aí? Hm? Hm? Que me dizem? Tá acabando o tempo delas minha gente. Sói digo isso, apenas...
Comentem, favoritem, recomendem, obrigada!!

~Sorvete de Limão: Não sei o que dizer, só sentir. Só sentir feelings Percabeth.
2 beijoooooos,
Sorvete de Limão.



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