Alvo Potter e o retorno das trevas escrita por Hermione Potter 112


Capítulo 32
Capítulo XXXI


Notas iniciais do capítulo

Olá! Antes de mais nada, acredito que estejam com imensa vontade de me matar, eu compreendo perfeitamente. Não vale a pena estar aqui com justificações, faço-vos apenas um sincero pedido de desculpas por ter falhado convosco.
Não vou estar aqui a fazer promessas vâs, vou apenas dizer que me vou esforçar mais do que aquilo que tenho feito para publicar capítulos para vocês.
Agradeço desde já a quem ainda estiver aqui, a quem, apesar de todos os meus atrasos e desculpas inúteis, ainda tem vontade de ler a minha história.
Sem mais demoras, porque já tivemos o suficiente disso, aqui está o capítulo!



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                No dia seguinte, Harry combinou um almoço com todos os adultos a fim de lhes contar todas as novidades que tinha ficado a saber na véspera e de preparar, em grupo, as estratégias que iriam usar dali para a frente. Como era de se prever, Ginny não ficou muito feliz com este convite. Embora soubesse que tudo isto era necessário e compreendesse que a segurança dos seus filhos estava acima de qualquer coisa, custava-lhe imenso ignorar a sua rivalidade com Pansy. Considerava a mulher de Blaise a pessoa mais irritante e detestável à face da terra e odiava tê-la em sua casa. Para provar o seu valor, esforçou-se imenso para preparar um almoço inesquecível. Para além de entradas, cozinhou ainda uma sopa de marisco, um prato de carne, um prato de peixe e diversas sobremesas deliciosas, seguindo as receitas que a sua mãe lhe ensinara.

                - Bem, tu cozinhaste um banquete – disse Harry, que tinha ficado a arrumar a casa e a preparar a sala, para que Ginny não se preocupasse com mais nada para além do almoço.

                - Nada disso, não fiz nada de especial. Para além disso, tu sabes como o Ron gosta de comer.

                - Amor, tu não precisas de provar nada a ninguém – assegurou Harry, que já conhecia a mulher como a palma da sua mão. – E não tentes negar, que não vale a pena!

                - Está bem, é verdade, vamos ver o que é que aquela… a Parkinson diz sobre isto!

                Harry sorriu, sabendo que não adiantava nada discutir com Ginny sobre aquele assunto. Quando a sua mulher metia uma coisa na cabeça, nada nem ninguém a demovia.

                - Agora que está tudo pronto, vou arranjar-me. Vai pondo as entradas na mesa e, se alguém chegar, diz para irem comendo, que eu já volto.

                Ginny foi arranjar-se, escolhendo um dos vestidos da sua última coleção. Demorou imenso tempo a maquilhar-se e pentear-se, sempre pensando em superar Pansy. Talvez até pudesse estar a ser infantil e imatura, mas quando estamos com raiva fazemos coisas que, em circunstâncias normais, nem nos passaria pela cabeça fazer.

                Quando, finalmente pronta, começou a descer as escadas, alguém tocou a campainha.

                - Deixa estar, Harry, eu abro!

                Dirigiu-se à porta, em frente à qual estavam Pansy e Blaise.

                - Bom dia, entrem! – convidou Ginny cordialmente. Olhou para Pansy que, tal como Ginny, estava muito bem arranjada.

                - Vocês têm mesmo imensas coisas em comum – comentou Blaise só para as irritar, reparando que ambas tinham gasto imenso tempo com a sua imagem para aquele dia.

                Ginny apenas fulminou Blaise com o olhar, enquanto Pansy lhe virou as costas e se dirigiu para a sala.

                Ron e Draco aparataram nesse momento em frente à porta, que Ginny estava quase a fechar.

                - Então, maninha, não nos querias deixar entrar, era? – perguntou Ron.

                - Cala a boca, idiota, e entrem antes que eu mude de ideias e vos deixe aí fora!

                - Olha a minha cara de preocupado, aparatava na sala e estava o assunto resolvido!

                - Não sei onde é que o Harry estava com a cabeça para vos dar permissão para aparatar dentro de minha casa – resmungou Ginny.

                - Sabes perfeitamente que foi por causa do trabalho – explicou Harry, que se tinha, entretanto, dirigido para junto da porta.

                - Eu sei, mas o anormal do meu irmão abusa!

                - Estás muito irritada hoje, maninha! – comentou Ron.

                - Vamos entrar, as entradas estão servidas – disse Harry, antes que Ginny tivesse oportunidade de ripostar.

                Todos se sentaram e foram comendo o delicioso almoço preparado por Ginny. Enquanto isso, Harry ia pondo os amigos a par de todas as novidades.

                - Então, provavelmente o grupo reúne-se todas as sextas-feiras – comentou Blaise. – Tenho de arranjar uma maneira de ficar no ministério num desses dias, mas não vai ser fácil. Não podemos, de maneira nenhuma, deixar que eles percebam que os estamos a investigar. Se eu estiver no Ministério naquele momento, tenho de ter um motivo muito forte, caso contrário, eles vão desconfiar.

                Todos se calaram, pensativos, tentando encontrar um motivo plausível para que Blaise estivesse no Ministério numa sexta-feira à noite, mas ninguém se lembrava de nada.

                - Se a Hermione estivesse aqui, tinha logo uma ideia brilhante – comentou Ron, com um audível suspiro de saudades.

                - Tinha que ser – comentou Pansy desdenhosamente.

                - Tinha que ser o quê? – inquiriu Ron, começando a irritar-se.

                - Precisam da sabe-tudo Granger para tudo, não conseguem ter uma ideia sozinhos. Se não fosse ela, vocês não se tinham safado de metade dos sarilhos em que se meteram em Hogwarts. Francamente, são incapazes de pensar pela vossa cabeça!

                - Já tiveste alguma ideia para resolver o nosso problema? – perguntou Ron. – Não, pois não? Então está calada!

                - Quem és tu para me mandares calar? – perguntou Pansy levantando-se. – Achas que por teres salvo o mundo bruxo és melhor que os outros. Eu sou amigo do Santo Potter, escondo-me debaixo de uma capinha da invisibilidade e ando pelos corredores de Hogwarts sem ninguém me apanhar. Sou amigo da sabe-tudo, que resolve todos os meus problemas por mim, já que eu não tenho um neurónio sequer para pensar – acrescentou, imitando o tom de voz de Ron.               

                - És um génio, Pansy! – gritou Draco de repente e todas as atenções se voltaram para ele.

                - Um génio, eu? – perguntou Pansy, sem perceber. Todos os outros olhavam Draco com olhares chocados.

                - A Pansy falou na capa de invisibilidade. O Alvo podia emprestá-la ao Blaise e ele ficava escondido, esperando a melhor hora para agir.

                - É, realmente é uma boa ideia – concordou Harry. Todos anuíram, à exceção de Ron. Ele tinha ficado bastante magoado. Harry podia ser um amigo leal e a pessoa mais corajosa que Ron conhecia. Hermione podia ter uma inteligência fora do comum. Mas será que ele, Ron, também não tinha qualidades? Secretamente, tinha ficado um pouco magoado com Harry por o amigo não o ter defendido das acusações de Pansy. Compreendia que ele estivesse preocupado com o problema atual, ele próprio também estava, mas será que não tinha apenas um minuto para defender o seu amigo, como Ron tantas vezes tinha feito por ele?

                Harry apercebeu-se do silêncio do amigo e, pensando rapidamente, compreendeu o motivo e deu-lhe total razão.

                - Bem, agora que resolvemos este problema, temos outro para resolver – começou Harry.

                - O quê? – perguntou Pansy.

                - Ainda bem que perguntas, porque o problema é mesmo contigo. Foste injusta com o Ron, e sabes disso!

                - Não, não fui, só disse o que pensava, ou desde quando é que a sinceridade agora se tornou crime?

                - Então, se não sabes o que aconteceu, não fales! – irritou-se Harry. – O Ron foi essencial em muitas das nossas aventuras. Muitas vezes, sem a ajuda dele, podíamos ter morrido!

                - Claro, o Santo Potter defende sempre os amigos!

                - Pansy, estás a ir longe demais! – exclamou Blaise.

                Pansy sabia perfeitamente que estava a exagerar. Tinha falado de cabeça quente, pois, secretamente, durante todo o seu período em Hogwarts, sempre tinha tido inveja de Hermione. Era sempre ela que tinha as notas mais altas, a atenção de todos os professores, amigos leais. Hermione sempre tinha estado do lado certo. Pansy queria ter lutado contra Voldemort, mas, por pressão da família, tinha apoiado uma causa que não era a sua, e tinha raiva de Hermione por fazer tudo aquilo que ela ansiara por fazer. O comentário de Ron sobre a inteligência de Hermione, tinha despertado em Pansy a raiva que estava guardada num recanto da sua mente, pronta a explodir à primeira oportunidade. No entanto, mesmo sabendo que estava errada, o seu orgulho não lhe permitia admiti-lo.

                - Já vos disse que quem diz a verdade não merece castigo – argumentou Pansy.

                - Volto a dizer-te que tu não sabes o que se passou. Se estivesses do nosso lado, em vez de apoiares Voldemort, talvez pudesses falar com conhecimento de causa – disse Harry.

                Aquela foi a gota de água. Com muita dificuldade em reprimir as lágrimas de raiva e, também, de tristeza, Pansy levantou-se e dirigiu-se à porta, saindo rapidamente por ela. Todos ficaram chocados, sem saber o que fazer. Blaise sabia perfeitamente o que Pansy sentia, mas não iria contar aos outros, isso caberia à sua mulher, caso um dia ela quisesse partilhar os seus sentimentos.

— Desculpem, mas vou atrás da Pansy – disse Blaise.

— Deixa, eu vou – ofereceu-se Ron, para surpresa geral. – O conflito começou por uma discussão nossa, eu vou tentar resolver tudo com ela.

— É melhor não – aconselhou Harry. – Vocês estão os dois de cabeça quente.

— Não te preocupes, eu resolvo isto. O ambiente não pode ficar assim, caso contrário vai ser muito difícil trabalhar em grupo para ajudar os nossos filhos –-disse Ron, saindo de casa de Harry logo em seguida. Os restantes ficaram apreensivos e prontos para uma grande discussão.

Pansy estava sentada num banco, num jardim próximo da casa dos Potter. Tinha pensado em aparatar para casa, mas estava tão nervosa que não conseguia concentrar-se nem para isso. Ron, passado alguns momentos, juntou-se a ela.

— O que queres, Weasley? Não me chateies – disse Pansy, assim que Ron se aproximou. Tentava a todo o custo reprimir as lágrimas que lhe escorriam pelas faces, mas quanto mais se esforçava para as impedir, mais lágrimas saíam dos seus olhos já vermelhos.

— Nunca pensei que vivesse para ver isto, a Parkinson a chorar – comentou Ron, sem poder conter-se.

Com raiva, Pansy pegou na varinha, mas rapidamente Ron se aproximou e lhe arrancou a varinha da mão, guardando-a no bolso.

— Devolve a minha varinha, seu idiota! – vociferou Pansy.

— Vamos falar com calma, sem varinhas – pediu Ron com um tom de voz calmo. – Não podemos deixar que as nossas discussões afetem o grupo. Agora, por que é que ficaste assim?

— Não é da tua conta, deixa-me em paz! Vai mas é chamar o Blaise, que eu quero ir para casa.

— Conta lá, às vezes desabafar ajuda!

— Cala-te! – gritou Pansy, no auge da irritação. – Vocês pensam que são os melhores só porque derrotaram Voldemort, mas vocês não sabem! Vocês não sabem de nada! Vocês falam sem saber! Não imaginam quantas vezes eu quis estar do vosso lado! Para vocês sempre foi fácil, a vossa família sempre vos deixou fazer o que queriam, sempre vos apoiou, tinham amigos que vos apoiavam, a ordem da Fénix ajudava-vos sempre. Mas eu tinha uma família que apoiava os ideais de Voldemort, todos os meus amigos e amigos da família apoiavam Voldemort, que força é que uma adolescente tinha contra tanta gente? Já pensaste o que me acontecia se de repente chegasse perto dos meus pais e dissesse que decidi apoiar o Potter? No mínimo, torturavam-me com a maldição Cruciatus, para não imaginar pior. Vocês sempre foram os heróis, sempre tiveram toda a atenção. Aquela Granger era sempre a melhor, tinha tudo, enquanto eu era infeliz e não tinha nada. Eu não tinha nada…

A voz de Pansy foi baixando de tom e ela foi-se deixando escorregar pelo banco, soltando soluços de sofrimento há tanto tempo contidos. Naquela altura, Ron não pensou, limitando-se a fazer o que o seu coração mandava. Abraçou Pansy com força e deixou-a chorar. Ficaram ali, abraçados, esquecendo anos de ódios e rivalidades. Pouco a pouco, Pansy foi-se acalmando e foi-se soltando dos braços de Ron.

— Ainda vais a tempo – disse Ron, antes que Pansy falasse. – Ainda estás a tempo de estar do lado certo. Agora tens pessoas que te apoiam, não tenhas medo e faz o que queres fazer. Nunca é tarde para mudarmos, e não precisas de ter ciúmes da Hermione – acrescentou, com um pequeno sorriso.

— Eu não tenho ciúmes, mas tu alguma vez me ouviste dizer que tinha ciúmes?

— Pronto, a Pansy voltou ao normal, já estava a ficar preocupado.

Pansy não pôde evitar um pequeno sorriso. Embora nunca, nem sob tortura, o admitisse em voz alta, aquele desabafo tinha-lhe feito muito bem, um grande peso tinha saído dos seus ombros. Agora sentia-se leve, como há muito não se sentia. Finalmente, tinha dito a um dos integrantes do trio de ouro o que há tanto tempo tinha no seu coração.

— Weasley?

— Sim!

— Obrigada – disse Pansy entredentes. – E não contes isto a ninguém!

— Não te preocupes, é um assunto teu, eu não vou falar!

Entre provocações amigáveis, voltaram a dirigir-se para casa de Harry. Ninguém perguntou o que se tinha passado. Todos viram que o ambiente entre Ron e Pansy estava mais leve e por agora, isso era suficiente. Harry e Ginny tinham uma admiração cada vez maior por Ron. O irmão e amigo tinha-os surpreendido pela positiva. Ninguém imaginaria que ele, de entre todas as pessoas, se oferecesse para falar com Pansy e, principalmente, conseguisse acalmá-la. Todos os acontecimentos estavam a mudar Ron. Se já era uma ótima pessoa, estava a tornar-se uma pessoa ainda melhor, tornando-se mais tolerante com aqueles que estavam à sua volta.


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Notas finais do capítulo

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