Finalmente, tinha chegado o tão ansiado último dia de aulas antes das férias de Natal. James acordou bastante animado com a perspetiva de umas semanas sem aulas, sem professores chatos e, para melhorar ainda mais a situação, em casa da sua avó que tanto amava. Molly era uma espécie de segunda mãe para todas as crianças Potter e Weasley, que sentiam por ela um amor bastante devotado. Se fosse preciso, qualquer dos seus netos, sem hesitar um segundo, daria a vida por aquela senhora gordinha, de sorriso fácil e bondoso, que sempre tinha um carinho pronto para as suas crianças.

Levantando-se, James acordou Fred, uma vez que já estavam bastante atrasados para a aula de Cuidados com as Criaturas Mágicas, que ainda era dada por Hagrid. No entanto, ao contrário do que acontecia nos tempos de escola de Harry, Ron e Hermione, Hagrid procurava escolher criaturas mais inofensivas, sobretudo para os alunos do terceiro ano, que estavam a iniciar-se nessa matéria.

Após a aula, que foi muito divertida, James e Fred voltaram a entrar no castelo para a sua última aula antes das férias, que seria de adivinhação. Esta aula continuava a ser dada pela professora Trelawney e assemelhava-se muito às aulas que Harry e os seus amigos tinham tido.

– Que tédio, duas horas de adivinhação! –reclamou James.

– Só me inscrevi porque o tio Ron e o teu pai disseram que era fácil – disse Fred. – Se eu soubesse como isto era seca, nem sequer me tinha inscrito, mais valia estar a aprender algo mais difícil mas produtivo.

– Pensa positivo, mais duas horas e finalmente ficamos livres! – exclamou James alegremente.

– Podes crer! – concordou o primo. – Parecia que as férias nunca mais chegavam! Estou ansioso por ir para a casa da avó! Pensa em tudo o que podemos fazer! Podemos jogar quadribol, acordar tarde, comer a comidinha da avó Molly, tanta coisa!

– Ai, férias, férias! – exclamou James com ar sonhador, fazendo Fred rir com gosto. Ainda irritados por terem de ir para aquela aula que, na sua opinião, era inútil, James e Fred dirigiram-se para a sala de aula. Nesse dia, iriam continuar a tentar ver o futuro dos seus parceiros na bola de cristal.

James e Fred, que eram parceiros, passaram a primeira metade da aula a inventar futuros cada vez mais dramáticos um para o outro.

– Tu vais cair da vassoura e partir a cabeça nas férias – começou Fred.

– Ora, deixa-me ver… - James olhava para a bola de cristal com atenção, fingindo concentrar-se. – Vejo aqui que tu vais ser comido por um hipogrifo quando voltarmos para as aulas.

– Tu vais ser esmagado pela pata de um dragão!

– Tu vens tentar salvar-me e acabas queimado pelo fogo do bichinho!

– Só mesmo tu para chamares bichinho a um dragão!

De repente, James olhou para a professora para ver se ela estava a prestar atenção ao que eles faziam. Contudo, ela estava parada na sua mesa, com os olhos completamente vidrados.

– Professora! Professora! – chamou James, começando a ficar aflito e chamando a atenção dos seus colegas, que imediatamente se calaram. A professora não deu mostras de o ter ouvido, continuando exatamente na mesma posição.

– Ela vai fazer uma profecia – disse Johanna Smith, uma menina dos Hufflepuff. –Alguém pegue uma pena e um pergaminho, rápido, temos que escrever o que ela vai dizer, pode ser importante.

James apressou-se a pegar a sua pena, pronto para escrever o que a professora pudesse dizer. Todos estavam nervosos, na expectativa de assistir a uma nova profecia da professora. De repente, Trelawney começou a falar muito calmamente com uma voz bastante grossa, diferente da sua:

“As trevas irão voltar

Mais fortes do que no passado

Cuidado com quem confias,

É inimigo ou aliado?

A cópia do anterior eleito

Para derrotar o vilão

Deve procurar o que precisa

Dentro do seu coração

As trevas terão nova força

Todos terão que lutar

O bem poderá vencer

Se os pontos puderem ligar

Um novo lord das trevas

Ganhará força total

Apenas sete objetos

Poderão derrotar o mal

Três deles estão ligados

O quarto virá depois

Um quinto virá dos céus

E se ligará com os outros dois.

O vilão está entre vós

Mas pensem antes de acusar

As aparências iludem

Não se devem precipitar.

O vilão tem aliados

Mas vocês também terão

Irão conseguir vencer

Com a força da união!”

Quando a professora terminou, todos estavam chocados. De repente, Trelawney voltou a mexer-se, sorrindo para os alunos como se nada se passasse.

– Precisam de alguma coisa, queridos? – perguntou, gentilmente, a professora.

– Professora, a senhora acabou de fazer uma profecia – disse Fred, com ar sério.

– O que é que eu disse? – quis saber a professora, agora bastante interessada.

James levantou-se da sua mesa, estendendo o pergaminho à professora, que o leu com os olhos esbugalhados.

– Oh, meu Deus, temos de dizer isso à professora Minerva, ela saberá o que fazer – sentenciou a professora. – Estão dispensados, eu irei falar com ela, podem sair!

Mais que depressa, os alunos saíram da sala de aula. James, apercebendo-se que a professora tinha deixado o pergaminho na sua mesa, apressou-se a pegá-lo.

– O que foi isto? – perguntou Fred, ainda atordoado.

– Não sei, achas que devemos contar ao Alvo e aos outros? – sugeriu James.

– Acho que sim, logo à tarde temos treino, por isso falamos lá!

– Agora vamos almoçar, quero-me despachar para podermos discutir isto!

Rapidamente, James e Fred dirigiram-se para o salão principal. Assim que terminaram de almoçar, dirigiram-se à sala precisa para esperar por Alvo e os amigos. Iria ser uma longa e interessante conversa!