Alvo Potter e o retorno das trevas escrita por Hermione Potter 112


Capítulo 20
Capítulo XIX


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Desculpem ter demorado tanto, mas esta semana foi realmente complicada e a inspiração não vinha.
Mas aqui está um novo capítulo para vocês, ideal para quem gosta do Jack.
Sem mais demoras, boa leitura!



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As semanas foram passando sem mais incidentes importantes. O professor de Transfiguração continuava a pedir-lhes feitiços cada vez mais difíceis e as crianças continuavam a não aprender nada nas aulas. Quando James estava a usar o mapa do maroto e Alvo estava por perto, o filho do meio dos Potter aproveitava para olhar disfarçadamente para verificar se o pontinho que representava o professor de Transfiguração continuava sem nome e, de facto, era o que acontecia.

Cansados de esperar por novas pistas, Alvo, Rose e Scorpius continuavam a tentar comunicar com quem quer que fosse que falava com eles através do livrinho branco, mas, por mais esforços que fizessem, nunca obtinham qualquer resposta.

– Ele disse que só podíamos falar com ele quando realmente precisássemos – lembrou Rose uma vez. – Será que isso quer dizer que só quando estivermos mesmo em perigo é que ele nos ajuda?

– Não sei – disse Scorpius. – Mas não custa nada continuarmos a tentar.

Os treinos na sala precisa continuavam, pois todos precisavam de aprender Transfiguração. Rose já tinha lido alguns dos livros que tinham aparecido na sala precisa e todos os outros não resistiram a pegar alguns também. Mesmo que, à exceção de Scorpius, não fossem muito fãs de leitura, aqueles livros eram bastante interessantes. Nas últimas sessões, depois de treinarem os feitiços que estavam nos seus livros escolares, todos se sentavam no chão, a ler aqueles livros tão interessantes. De vez em quando, alguém interrompia os outros para falar sobre algo útil que tinha lido e, assim, conseguiam aprender novos feitiços. É claro que os mais pequenos, até mesmo Rose, tinham dificuldade em muitos deles e até James e Fred sentiam dificuldade em alguns, pois muitos daqueles feitiços eram extremamente avançados para a sua idade. No entanto, não desistiam de tentar, praticando o mais possível para melhorar as suas habilidades.

O Natal aproximava-se rapidamente e com ele a euforia das férias. Alvo, Rose e até Scorpius iriam passar o Natal na Toca. A família Malfoy já era muito querida para Molly e Arthur e, com muita alegria, Draco tinha aceite o convite dos patriarcas da família Weasley para passar o Natal com eles. Para os Malfoy, normalmente, esta era uma época solitária, pois passavam-na sempre sozinhos na grande mansão onde moraram. Este ano, contudo, seria diferente, pois iriam passá-lo com muita gente que já começava a gostar deles. Até Ron, ainda que não quisesse admitir, começava a desenvolver uma espécie de amizade por Draco, mesmo que ainda existissem constantes brigas e provocações.

Scorpius era o mais radiante dos três Malfoy. Para ele, seria fantástico poder compartilhar esta época do ano com crianças da sua idade, ainda para mais se essas crianças fossem os seus melhores amigos. Finalmente, Scorpius tinha encontrado um grupo de pessoas que o aceitava de verdade, independentemente do passado da sua família.

Uma semana antes das férias de Natal, Rose voltava sozinha da biblioteca, pois tinha ido entregar uma pilha de livros que ela e os amigos tinham usado para fazer as suas tarefas. De repente, alguém se postou à sua frente, bloqueando-lhe a passagem?

– O que é que tu queres, Crabbe? – perguntou Rose, já irritada com a simples presença do menino.

– Quero ver se a ratinha de biblioteca é tão boa em duelos como a responder às perguntas dos professores – provocou Crabbe.- Que tal irmos lá para fora para ver quem duela melhor.

Rose pensou por uns momentos. Se os descobrissem, ela corria o risco de sofrer a sua primeira detenção, mas, por outro lado, não queria que Crabbe pensasse que ela não tinha coragem ou não sabia duelar.

– Vamos – concordou Rose por fim.

Crabbe hesitou. Não estava à espera que Rose aceitasse, pois achava que ela iria ter medo de pegar detenção. Ele só tinha feito aquela proposta por achar que Rose não ia aceitar, esse seria mais um pretexto para a humilhar. Crabbe sabia que a menina era excelente com feitiços e estava com medo de perder o duelo.

– O que foi, Crabbe, perdeste a coragem? – perguntou Rose, num tom falsamente doce.

– Não, é que eu… - começou Crabbe, sem saber o que dizer.

– Vens ou não? – provocou Rose.

– O que se passa aqui? –perguntou uma voz zangada atrás deles.

Quando se voltaram, Rose e Crabbe depararam-se com Jack Greg, o menino dos Slytherin a quem Rose tinha pedido a varinha emprestada algum tempo atrás. Ele tinha um distintivo de monitor pregado nas suas vestes.

– Não se passa nada, estávamos só a conversar – disse Rose sem se intimidar.

– Acho que vão ficar de detenção – começou Jack, rapidamente interrompido por Rose.

– Porquê? – perguntou a menina num tom petulante, olhando-o nos olhos. – Que eu saiba, não quebrámos nenhuma regra, não estávamos a usar feitiços nos corredores e ainda não passou da hora de recolher, por isso, não há motivo para nos castigar, ou será que agora também já é proibido conversar nos corredores?

Jack ficou estupefacto, pois nunca ninguém tinha falado assim com ele, muito menos uma criancinha irritante do primeiro ano. No entanto, foi obrigado a reconhecer que Rose tinha razão, pois, apesar dos olhares hostis, eles não estavam a fazer nada que justificasse um castigo.

– Para os vossos salões comunais, rápido, antes que eu mude de ideias – sentenciou Jack, tentando não perder a pose de monitor.

Cheio de medo, Crabbe correu o mais que podia para o seu salão comunal, mas Rose não se intimidou, muito pelo contrário. A menina não gostava muito de ser contrariada quando sabia que a razão estava do seu lado, por isso, decidiu provocar Jack.

– Ainda temos trinta e dois minutos até à hora de recolher, por isso, se me apetecer ir devagar, vou – disse Rose, andando o mais devagar que podia para o salão dos Gryffindor.

Jack ficou um pouco irritado, mas não pode evitar sorrir. Achava piada àquela menina corajosa, que não tinha medo de o enfrentar e fazia tudo o que podia para o contrariar. De repente, lembrou-se do seu primeiro ano, em que ele próprio também era assim, alegre como qualquer criança. Com o passar do tempo, verificou que as pessoas com quem andava só estavam com ele pelas suas notas brilhantes e sempre que ele estava triste ou precisava de ajuda deixavam-no sozinho. Com o tempo, foi-se afastando de toda a gente, andando sempre sozinho. De repente, uma grande tristeza o invadiu e foi extremamente difícil conter as lágrimas.

Rose, querendo saber qual tinha sido a reação do monitor à sua provocação, olhou para trás e, vendo Jack tão triste, aproximou-se sem hesitar.

– O que tens? – perguntou a menina, bastante preocupada.

– Nada, pirralha – respondeu Jack num tom arrogante, mas sorrindo, feliz por, finalmente, alguém se preocupar com ele. – Vai lá para a jaula dos leões e deixa-me sozinho.

– Não me vou embora até saber o que se passa – asseverou Rose, cruzando os braços em frente ao peito e olhando para ele com ar decidido.

Jack sorriu largamente. Como era possível uma menina do primeiro ano que ele mal conhecia importar-se tanto assim com ele? Realmente, Rose tinha um coração enorme e era bastante madura para a sua idade. O monitor pensou por um instante se valeria a pena confiar nela para lhe contar a sua história, mas que outra hipótese teria? De qualquer forma, estava mesmo a precisar de alguém com quem pudesse desabafar.

Sem nada dizer, pegou na mão de Rose e levou-a até uma sala vazia que ficava ali perto. Sentaram-se numas cadeiras e Jack começou a contar a Rose tudo o que tinha passado desde que entrara em Hogwarts.

– Há anos que é assim, ando sempre sozinho – finalizou Jack com os olhos húmidos. Com Rose, não tinha vergonha de mostrar as suas fragilidades pois sabia que ela nunca o iria julgar.

– Não fiques assim, ganhaste uma amiga agora, se quiseres, claro!

Jack pegou Rose no colo, rodopiando com ela.

– Obrigado – agradeceu o monitor. – Nem sabes o que isso significa para mim!

– Onde vais passar o Natal? – quis saber Rose.

– Aqui em Hogwarts, não me apetece ir para casa – respondeu Jack. – A minha casa está cheia de comems… de pessoas que eu não gosto – corrigiu-se, não querendo que Rose se afastasse dele por os seus pais serem comensais.

No entanto, Rose tinha percebido perfeitamente. Apetecia-lhe encher Jack de perguntas, mas não queria que ele percebesse que a menina e os seus amigos andavam a investigar sobre o assunto. Afinal, ela conhecia-o muito mal. Apesar de ter começado a gostar dele, ainda não sabia se poderia confiar plenamente nele e, mesmo que pudesse, os comensais poderiam ler a sua mente e ficar a par de tudo. Assim, fingiu que não tinha percebido nada e continuou a conversa.

– Não queres vir passar o Natal comigo e com a minha família? – convidou Rose. – Tenho a certeza que ninguém se vai importar.

– Agradeço-te, mas não é preciso!

– Oh, vá lá, não vais ficar aqui sozinho!

– É complicado, Rose?

– Porquê?

– Os meus pais não iam aprovar e a tua família sempre apoiou o lado da luz. Toda a minha família era grande apoiante de Voldemort.

– Scorpius Malfoy e a família vão!

– Mas o Malfoy arrependeu-se, os meus pais não.

– Está bem, mas se mudares de ideias já sabes – disse Rose, compreendendo perfeitamente a situação em que o amigo se encontrava e não querendo tornar aquele momento mais difícil para ele.

– Está bem, agora vou levar-te ao salão dos leões, porque se alguém te apanhar sozinha a esta hora vais meter-te em problemas. Caso a senhora sabe tudo não tenha reparado, já passa meia hora do horário de recolher.

Rose sorriu, sabendo que aquele apelido não tinha sido dito com malícia mas sim em tom de brincadeira. Conversando e rindo, Rose e Jack foram até ao salão comunal dos Gryffindor, despedindo-se com um abraço carinhoso na entrada. Quando lá chegou, Alvo e Scorpius estavam prestes a sair pelo buraco do retrato.

– Onde estavas? – perguntou Alvo.

– Já estávamos a ficar preocupados! – disse por sua vez Scorpius.

– Calma, meninos, vamos sentar-nos e eu conto-vos tudo.

Todos se sentaram e Rose contou aos amigos o que se tinha passado, omitindo, claro, os segredos de Jack, dizendo apenas que ele tinha sofrido muito durante estes anos.

– Tens a certeza que ele é de confiança? – perguntou Alvo.

–Sim, tenho a certeza absoluta!

– Nós confiamos no teu julgamento – disse Scorpius e Alvo concordou prontamente.

– O mais interessante – continuou Rose -, é que no meio da conversa, ele quase deixou escapar que a casa dele estava cheia de comensais. Na altura eu não fiz perguntas, porque não queria que ele soubesse da nossa investigação, mas podemos tentar fazê-lo falar!

– Sim, é uma hipótese, já começamos a ficar sem pistas e se, de facto, eles estão a reerguer-se, o tempo está a esgotar-se – disse Scorpius.

– Vamos tentar aproximar-nos mais dele, depois do que nos contaste, também me custa que ele esteja sempre sozinho – afirmou Alvo. – Se, no meio da conversa, conseguirmos pistas, melhor, se não, vale a pena na mesma porque fizemos mais um amigo.

Depois da decisão tomada, os três amigos foram descansar, preparando-se para um novo dia.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Eles ainda não confiam totalmente no Jack, é difícil confiar assim de uma hora para a outra. E vocês, confiam nele ou acham que ele está a fingir ser o que não é só para os enganar?