Juntos por uma Horcrux - Fred & Hermione escrita por Isabelle Munhoz


Capítulo 4
Capitulo 4 - Last Day


Notas iniciais do capítulo

Hey votei ^^
Cara foi muito trabalhoso escrever esse cap. pq esta enorme!
Espero que gostem.
Boa leitura e vejo vocês nas notas finais.



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Olhei assustada para Fred.

Ele continuava com o dedo na minha boca tentando me manter calada. Ouvimos o ranger da porta se abrindo e passos entrando na pequena sala que estivemos minutos antes.

– O que vamos fazer? – sussurrei sem sair som da minha boca.

Peguei minha varinha mesmo sabendo que era melhor eu não usá-la por causa do ministério. Olhei para o rosto de Fred que estava um pouco vermelho e algo se acendeu em sua expressão. O ruivo foi até a janela e com todo o cuidado abriu-a tentando não fazer barulho algo que era difícil já que estava toda enferrujada.

– O que você esta fazendo?

Ele apenas me ignorou.

Eu queria sair dali o mais rápido possível mas para aparatarmos teríamos que sair da casa já que a maioria das casas bruxas tinham feitiço anti aparatação para não ter convidados indesejados.

Fred voltou para perto de mim e pegou sua mochila que ele havia jogando no chão minutos antes. Abriu o zíper e começou a bagunçar como se procurasse algo. Eu completamente confusa e me sentindo inútil. Tentei pensar em algo mas as cenas do ano anterior no ministério vinha em minha mente. Eu só sabia que não queria encontrar comensais cara a cara novamente.

Finalmente achando o que procurava Fred puxou e uma pequena engenhoca apareceu na minha vista. Parecia um daqueles projetos que os gêmeos faziam para a sua loja.

– Mas o que você acha sobre o plano do lorde para Hogwarts? – um dos comensais perguntou chamando minha atenção. – Acha que vai realmente conseguir?

Fred também parecia interessado e parou por uns segundos para prestar atenção no que eles falavam.

– Acho que sim. – a segunda voz respondeu. – Dumbledore que se cuide se não duvido que viva por mais um ano.

Meu coração se apertou com aquela frase.

O ruivo ao meu lado deve ter reparado os passos vindo em direção ao quarto que estávamos e foi até a janela jogando do lado de fora a engenhoca fazendo um barulho enorme e antes que Fred fechasse a janela novamente vi tinta colorida sendo jogada por todos os cantos.

Era um barulho irritante mas eu só estava prestando atenção nos comensais e logo ouvi eles correrem para fora procurando de onde vinha o som que ia cada vez mais se afastando.

– Vamos Hermione. – Fred disse pegando meu pulso. – Só temos alguns minutos até que eles voltem.

Apertei minha mão direita e senti o anel que eu observava momentos o segurei forte e corri com Fred para fora da pequena cabana. Nessa correria ainda consegui ver a grande bagunça que o objeto de Fred havia feito. A floresta estava colorida pelas tintas que foram ejetadas.

– Vamos pra onde? – Fred perguntou correndo.

– Londres. – respondi sem pensar e peguei sua mão.

Meu corpo se transformou em pequenos átomos e logo me materializei novamente no meio de uma avenida movimentada. Meu coração ainda estava acelerado mas tentei ver se alguém tinha reparado na nossa entrada abrupta ali.

– Estamos bem. – Fred disse parecendo surpreso. – Realmente bem e vivos.

– Graças a você. – respondi um pouco surpresa.

Aquele sentimento de inutilidade veio para mim. Eu sempre fui quem tirava as pessoas de problemas e deixei todo esse dever nas mãos de Fred. O que tinha de errado comigo?

Ficamos em silencio tentando recuperar-nos do susto que havíamos levado minutos antes. As pessoas andavam apressadas e nós dois parados no meio da calçada.

– Para onde vamos? – ele perguntou.

– Dartford. – respondi imediatamente.

Ele me olhou com uma interrogação.

– Minha avó mora lá e os comensais derrubaram uma ponte de Dartford. – falei com um sentimento ruim. – Quero ver se ela esta bem e aproveitamos e passamos a noite lá.

Fred assentiu.

– Ela não vai se importar?

Neguei com a cabeça.

– Só não comente que é um bruxo. – falei arrumando minha roupa e levantando o braço para aparatarmos novamente. – Ela não sabe desse lado da minha vida.

Fred sorriu e logo aparatamos.

***

Toc Toc

Aqui estávamos Fred e eu batendo na porta da minha avó absolutamente cansados e provavelmente com cara de quem tinha saído de uma guerra.

– Hermione? – minha vó perguntou surpresa ao me ver no seu hall. – Aconteceu alguma coisa? Você esta com uma cara péssima.

Obrigada vovó eu adoro ouvir isso.

– Só estava por aqui fazendo trabalho pra escola e quis ver se a senhora estava bem. – falei. Teoricamente eu não estava mentindo.

Minha avó era bem jovial para sua idade. Tinha o cabelos castanhos que sempre estava pintando por que se recusava a deixar branco. Depois da morte do meu avô ela ficara um tempo triste mas não se abalou por muito tempo e voltou com sua personalidade marcante.

– Que neta mais preocupada eu fui arranjar. – ela disse ma abraçando.

Acho que foi nesse momento que ela reparou Fred atrás de mim por que vi em seu rosto um sorriso arteiro vir ao seus lábios.

– E você quem seria?

– Fred senhora... – o ruivo ia continuar mas resolvi que com a minha vó era melhor eu lidar já que ela era muito rápida em achar uma mentira.

– Ele é meu par no trabalho que viemos fazer por aqui. – respondi. – Vovó tudo bem dormirmos aqui hoje?

Vovó me deu espaço para entrar e estendeu a mão para Fred.

– Sou a Fernanda. – Fred apertou a mão de minha avó. – Sou a segunda mãe dessa pirralha aqui.

– Prazer senhora. – o ruivo deu um sorriso que fez Fernanda se derreter como toda as mulher que viam ele.

Entramos e vovó nos conduziu até a cozinha.

– Estava preparando biscoitos quando vocês chegaram. Podem se sentar. – ela disse indo até a pia e mexeu na massa do biscoito dela.

O biscoito caseiro de minha avó era a coisa mais gostosa do mundo. Desde pequena eu amava aquele pequeno paraíso com gotas de chocolate. Enquanto Fred se sentava na mesa no meio da cozinha fui até a pia.

– É o que eu gosto? – perguntei indo colocar o dedo para pegar um pouco da massa.

Mas fui impedida com minha vó batendo na minha mão.

– Nada disso senhorita. – fiz bico. – O que seu convidado vai pensar? Eu tentei dar educação para ela, não sei o que deu errado. – ela concluiu olhando para o irmão do meu melhor amigo.

Fred riu atrás de nós.

– Você fala como se eu fosse um caso perdido. – reclamei sentando na cadeira ao lado do ruivo.

Minha vó jogou um olhar como se dissesse que eu sou mesmo um caso perdido e colocou a massa do biscoito em potes e logo colocou no forno para assar.

– Então como vocês se conheceram? – Fernanda perguntou assim que sentou a nossa frente.

– Fred é irmão do Ron, vovó. – respondi.

No verão do ano passado Harry e Ron passaram uns dias em casa e com isso tiveram a oportunidade de conhecer minha avó. Depois desses dias eles acabaram virando fã de carteirinha da mulher a minha frente.

– Bem que eu vi uma semelhança. – ela disse olhando para Fred. – E como vai Ronald? Ainda gosta dele?

Senti meu rosto ficar vermelho.

Eu nunca tinha contado isso para ela.

– Vovó eu nunca gostei do Ron! – exclamei tentado soar indignada. Tentei evitar o olhar de Fred que me questionava. – A senhora esta errada.

Fernanda deu aquele sorriso de seu de tudo.

– Então já esqueceu. E se eu tivesse um cara como você eu também esqueceria Ron rapidinho . – e terminando essa frase ela olhou para Fred.

– Vovó! – exclamei. – Fred e eu não temos nada.

Ela olhou por cima dos seus óculos como se não acreditasse.

– Sei.

Senti meu rosto esquentar mais ainda e olhei para Fred que estava rindo.

– Vovó a senhora esta impossível, cada vez pior. – falei levantando da cadeira.

– Não se preocupe querido, ela é ruim assim mas depois de um tempo Hermione melhora. – Fernanda disse me ignorando.

– Chega. – falei puxando Fred para levantar também. O ruivo já estava vermelho de tanto rir. – Vamos Fred, vou mostrar onde você vai dormir.

O puxei para fora da cozinha.

– Sua avó é legal. – ele disse enquanto subíamos as escadas. – E me conte sobre esse seu amor por Rony.

Revirei os olhos.

– Não existe amor. Vovó esta enlouquecendo aos poucos.

Chegamos em frente a porta do meu quarto e do de hospedes.

– Você fica aqui.

***

O resto da noite fora algo que eu preferiria esquecer. Minha avó era completamente diferente de minha mãe e eu, era extrovertida e falava de tudo parecendo que não tinha aquilo que filtrava suas palavras. Então era claro que Fred iria amá-la.

– A Hermione era uma peste quando criança. – vovó comentou uma hora. – Não acreditava em nada que dizíamos se não tivesse uma pesquisa comprovando isso. Deus, era horrível contar contos de fadas para ela.

– Típico da Hermione. – Fred disse rindo.

Depois de já ter dito umas cem vezes que eu e Fred não estávamos namorando minha avó ainda insistia nisso e para piorar tudo o ruivo falou brincando que era por que eu não dava chance para ele! E claro que minha avó foi para o lado dele. Dois traidores esses ai.

– Melhor dormirmos. – falei olhando o relógio que marcava onze horas. – Amanhã temos que sair cedo.

A expressão de Fred endureceu um pouco.

Eu também estava com medo do que veríamos amanhã já que nosso dia tinha sido bem movimentado. Parecia que estávamos nessa missão já a dias enquanto começamos apenas hoje de manhã.

– Sim, melhor mesmo. – vovó disse indo lavar a louça. – Hermione espera um pouco?

Fiz sinal para Fred ir na frente e esperei para ver o que Fernanda tinha para me dizer.

– Gostei do seu “amigo” querida. – ela fez aspas no ar. – Espero realmente que estejam usando camisinha.

O que?

– Vovó.

Ela deu um sorriso travesso e fez sinal para que eu fosse.

Realmente ela não era do mesmo sangue que eu. Não tínhamos nada de parecidas.

Sai da cozinha revirando os olhos e assim que cheguei no é da escada me deparo com Fred sorrindo para mim.

– Concordou que usamos camisinhas né? – Fred perguntou rindo.

– Cala boca, Weasley. – resmunguei subindo as escadas.

– Não quero que ela se preocupe.

– Ela nem tem por que se preocupar. – resmunguei assim que chegamos em frente a minha porta.

Fred riu.

O quarto que eu ficaria era meu desde que nasci. Assim que vovô descobriu que teria uma neta ele mandara montar um quarto só para mim na casa.

Fui fechar a porta em sua cara mas Fred não deixou segurou-a e ficou me encarando rindo.

– Até que você é mais legal do que eu imaginava, Granger. – ele disse.

Sorri.

– Você também, Weasley. – falei. – Agora me deixe dormir.

E fechei a porta.

***

Ouvi um barulho e acordei.

Novamente o mesmo pesadelo do ministério. Passei a mão por minha testa e notei que eu suava. Suspirei fundo e fui até o banheiro do quarto lavando meu rosto.

O barulho que me acordara era um trovão.

Droga estava chovendo. E muito.

Fui até a janela e reparei em como a tempestade estava forte. Deu um relâmpago e tremi. O som da chuva me deixava nervosa e uma coisa que eu nunca havia admitido para ninguém nem para Harry e Ron era que eu tinha pavor de tempestades.

Voltei para a cama tentando me acalmar como eu fazia durante o tempo que estava em Hogwarts. Mas como no castelo era muito grande era difícil ouvir que estava chovendo mesmo.

Depois de um tempo sem conseguir dormir com as penas bambas fui até a cozinha e enchi o copo de água tomando tudo de uma vez. O barulho do trovão soou novamente forte no céu que quase me fez deixar o copo cair por causa do susto.

Subi novamente as escadas correndo e parei em frente a porta de Fred. Aquela vontade de entrar veio até mim como uma avalanche e coloquei a mão direita na maçaneta. Eu sabia que deveria voltar para meu quarto e tentar dormir mas mesmo assim bati na porta e a abri.

– Fred? Esta acordado? – chamei mesmo sabendo que ele não estaria. – Estou entrando.

Entrei no quarto escuro e liguei a luz. Fred estava esparramado na cama em cima das cobertas com a boca aberta parecendo estar em seu décimo sono.

– Fred? – chamei mais uma vez.

Outro trovão soou pelo quarto e eu exclamei de susto.

Talvez tenha sido isso que acordou Fred mas logo ele estava levantando apontando o dedo para mim como se fosse a varinha. Era uma cena engraçada já que ele dormira apenas de short e parecia mais um bêbado do que uma pessoa com sono.

– Hermione? – Fred perguntou sonolento. - O que esta fazendo aqui?

Eu não havia pensado no que diria a isso.

– Bem... Barata! – falei a primeira coisa que pensei. – tem uma barata no meu quarto e não quero ficar lá.

Olhei para Fred tentando não demonstrar que estava mentindo. Ele parecia mais acordado então coçou a cabeça e deu um sorrisinho.

– Quer dormir comigo? – ele perguntou.

Sorri ainda envergonhada.

– Vamos deite logo estou com sono. – Fred disse dando espaço para que eu passasse.

Fechei a porta e pulei em cima da cama de casal onde Fred estava dormindo e fui para o lado oposto que ele me aconchegando debaixo das cobertas. Virei para olhá-lo e vi ele se ajeitando na cama.

– Tudo bem eu ficar aqui? – perguntei.

Eu estava muito envergonhada mas eu sabia que não conseguiria dormir sozinha com uma tempestade do lado de fora.

– Tudo bem, Mione. – Fred disse se virando ainda deitado e me olhando nos olhos. Estávamos apenas alguns centímetros de distancia. – Mas uma barata? Desde quando você tem medo e baratas?

Eu ia responder alguma besteira mas outro trovão soou e eu estremeci. Realmente Zeus parecia completamente irritado.

– Você tem medo de trovão? – Fred perguntou sorrindo.

– Não. – respondi automaticamente.

Eu não sabia quando peguei esse medo mas quando notei ele já estava lá. Todas as tempestades me faziam tremer de medo e muitas vezes tive que dormir na cama dos meus pais por isso.

– Tem certeza?

– Claro que tenho. – falei tentando soar convicta. – Só não gosto de baratas. Só isso.

Fred agora sonolento novamente balançou a cabeça mas era claro que ele não acreditara. O ruivo levantou o braço direito e estendeu até mim começando a fazer carinho na minha cabeça. O vi fechar os olhos mas continuou com a mão.

– Okay Mione, só dorme agora. – ele disse passando os dedos no meu cabelo. – A chuva ta do lado de fora e eu estou aqui.

E com sua mão em meu cabelo adormeci.

...

Pov. Fred Weasley

...

Acordei por causa de uma sensação dolorida no braço direito. Assim que abri os olhos me deparo com Hermione deitada dormindo calmamente. Sorri ao lembrar de como ela parecia nervosa por causa da chuva na noite passada e como não quis admitir isso.

Puxei meu braço que estava do lado do rosto dela.

Só estávamos nessa missão há um dia e eu havia me acostumado muito rápido com a presença da morena. Ela já descobrira coisas sobre mim que a não ser George – que era meu gêmeo então tinha a obrigação de saber – sabia.

Senti um incomodo entre as pernas.

Droga. Essa era uma hora horrível para ter uma ereção matutina. Poderia ter em qualquer outra manhã não na que eu estava dormindo na mesma coisa que a melhor amiga do meu irmão mais novo!

Tentei levantar se fazer barulho para não acordá-la e comecei a me movimentar indo em direção ao banheiro.

– Fred? – ouvi sua voz fraca vindo de trás de mim.

Virei somente o rosto.

– Aonde esta indo? – seus olhos piscavam.

– Vou só tomar banho. – falei e corri para o banheiro antes que ela percebesse o meu estado.

Liguei o chuveiro e entrei debaixo da água gelada para acalmar meu corpo e comecei a pensar.

No começo eu não gostara nada de ter que ficar com Hermione por dois dias sem George mas depois que o tempo passou eu acabara gostando de companhia dela e vi que ela era muito mais do que a melhor amiga do meu irmão mais novo.

...

Pov. Hermione Granger.

...

Depois da cena estranha do Fred correndo pro banheiro quanto acordou levantei da cama e fui para o meu quarto. Estava começando a achar que fora uma péssima idéia ter ido até o ruivo no meio da noite por causa do meu medo.

Tomei banho e arrumei tudo para estar pronta pra partir assim que tomarmos o café. Penteei meus cachos e peguei minha mochila logo saindo do quarto e descendo as escadas. Deixei minha bolsa no sofá e fui para a cozinha.

Encontrei Fred rindo sentado na mesa com vovó servindo café.

– Bom dia, vovó. – falei beijando o rosto dela sorrindo.

– Pelo jeito alguém teve a noite boa. – Fernanda brincou.

Não olhei para Fred por vergonha de ter lembrado que dormi com ele.

– O que estavam conversando? – perguntei enquanto colocava leite no meu copo.

– Sua avó estava me contando coisas sobre sua infância. – Weasley respondeu.

Arregalei os olhos.

– Não acredite em nada que ela diga!

Os dois riram do meu desespero.

Comemos conversando e eu realmente me senti novamente em casa. Fazia tempo que eu não via minha avó e estava com saudades e por mais que eu não fosse muito próxima de Fred antes dessa missão mas agora ele não parecia algum intruso ali.

– Temos que ir. – falei cortando a felicidade dos dois que não paravam de conversar. – Realmente vovó quem deveria ser seu neto é Fred e não eu.

O ruivo riu e levou o prato até a pia e foi para o segundo andar pegar sua mochila.

– E logo ele vai ser, querida.

Revirei os olhos.

– Vovó eu já disse que não temos nada. – eu disse.

Ela me jogou aquele olhar de: eu sei de tudo.

– Então amigos vão no quarto um do outro de madrugada? – Fernanda ironizou e eu fiquei vermelha. – Acha que eu não vi?

– Vó... – comecei para falar que não era nada quando Fred voltou com sua mochila nas costas.

– Vamos?

– Melhor irem. – ela disse me dando um abraço e indo dar outro em Fred. – Volte sempre que quiser.

Vi que discutir sobre meu relacionamento com Fred para minha avó não daria certo já que não poderia contar o que realmente estávamos fazendo juntos então nos despedimos e fomos para um beco.

– Aonde é nossa ultima parada? – Fred perguntou.

Fucei na minha mochila e achei a propaganda do orfanato que Dumbledore tinha nos deixado.

– Aqui. – dei para ele.

Ele sorriu e estendeu a mão. Logo aparatamos.

***

Quando chegamos em frente ao orfanato eu senti que talvez ali seria mais fácil do que os últimos dois lugares.

– Como vamos entrar? – Fred perguntou.

Sorri.

– Fred, quer ter um filho comigo? – perguntei.

Ele levantou a sobrancelha e me encarou perplexo.

– Pare de ser pervertido, ruivo! – falei rindo. – Estava falando sobre adotarmos não para ser natural.

Fred riu.

– Não tem como não ser pervertido quando alguém pergunta uma coisa dessas, morena. – Fred disse olhando novamente para a grande construção a nossa frente. – Acha mesmo que eles vão acreditar que nós dois que nem fizemos vinte anos ainda estamos pensando em adotar?

Ele tinha um ponto.

– E se tivermos aqui para deixar um bebê? – Frd perguntou.

– O que?

– Apenas finja que esta grávida e deixe o resto comigo. – ele disse sorrindo.

Peguei minha mochila e achei um batom vermelho que eu havia pegado antes de sair de casa e passei na boca. Era quase comprovado que aquele batom me envelhecia no mínimo uns dois anos. Olhei para frente e vi sua blusa azul com os últimos botões abertos me aproximei dele e fechei.

– Estamos com uma cara um pouco mais velha. – falei.

Ele assentiu e fomos em silencio para dentro. Logo que passamos pela porta o ar mudou e logo estremeci por causa do ar condicionado. Tinha uma mulher atrás de uma mesa com óculos fundo de garrafa e seus cabelos castanhos nos olhando.

– Com licença. – falei indo até ela. – Viemos aqui pra ver as instalações.

A mulher sorriu.

– E vocês são...?

– Andressa, prazer. – falei dando a mão. – E esse aqui é meu...

– Sou o namorado dela, John.

A mulher nos analisou por um segundo e pegou minha mão.

– Sou Catarina.A nova governanta daqui.

Sorri.

– Vocês estão aqui para deixar uma criança para a adoção? – ela perguntou e olhou para minha barriga que logo coloquei a mão e tentei fazer uma expressão triste.

Assenti.

– Eu realmente amaria continuar com o meu filho mas... – olhei para o outro lado tentando fingir que não queria que ela visse as lagrimas.

– Entendo. – Catarina nos olhou com seus olhos piedosos. – Venha, vou mostrá-los tudo.

Ela fez sinal para que a seguíssemos e logo subimos as longas escadarias de pedra. O prédio quadrado e sinistro cercado por altas grades mas pelo que pude perceber era extremamente limpo.

– O que é isso? – perguntei ao ver um mural com foto de crianças.

– Por aqui temos o costume de guardar uma foto de recordação daqueles que são adotados antes dos seus 18 anos. – Ela disse.

Passei os olhos maravilhada com tudo isso e vejo uma foto do emburrado Tom Riddle.

– Quem é esse? – perguntei apontando para ele.

– Tom Riddle, é meio que uma lenda por aqui. – Catarina respondeu. – Foi a muito tempo atrás mas ele sempre fora um menino prodígio por aqui. A senhora Cole que era a administradora na época até pouco antes de morrer vivia falando nesse garoto.

Sorri.

– Tem algo a mais sobre ele por aqui? – perguntei.

Catarina pareceu que iria dizer algo mas sua língua enrolou e ela pensou de novo.

– Não. – ela mentia.

Assenti.

– Aonde é o banheiro? – perguntei tentando achar um pretexto para sair de perto dela. – Você sabe engravida e a bexiga parece que engravidou junto.

Ela sorriu e demonstrou o caminho.

– Já volto. – falei colocando a mão no braço de Fred. Olhei-o tentando demonstrar que iria procurar alguma coisa.

Virei e fui para o ultimo andar que era onde eu tinha uma sensação forte. Andei pelos corredores escuros e aquela sensação de solidão me dominou. Realmente crescer nesse lugar deve ter sido triste mas isso não era desculpa para virar quem Voldemort acabara virando.

Olhei sala por sala e nada. Estranhei não ter crianças mas pelo que Catarina dissera elas estavam em uma excursão. Quando cheguei a ultima porta do corredor tentei abri-la mas não consegui resmunguei e peguei a minha varinha rezando para que o ministério não ligasse para um simples feitiço para abrir a porta.

Alorromora.

A porta destravou e eu abri.

Choque percorreu por toda a minha face.

Era praticamente um santuário para você sabe quem! Por que alguém em seu juízo perfeito faria um santuário para Voldemort? Tinha uma foto grande ai e varias velas ao redor.

Peguei meu celular – que rara as vezes eu usava por que não mundo bruxo não pegava bem – e comecei a tirar fotos. Vi que estava em um tipo de escritório com grande gavetas com documentos arquivados.

Corri até as gavetas e procurei Tom Riddle e demorei muito com isso. Já estava com medo da Catarina vir atrás de mim quando achei o arquivo. A pasta estava meio amarelada por causa do tempo mas não me importei, apenas coloquei dentro da minha bolsa e fechei tudo para não mostrar que eu estivera ali.

Desci até o primeiro andar correndo e assim que avistei Fred e Catarina conversando me aproximei tentando parecer calma.

– Desculpe, mas querido meu pai acabou de ligar e precisa da gente. – falei pegando a mão de Fred.

– Voltem quando quiserem. – Catarina falou e nos acompanhou para fora.

Assim que saímos dos prédios suspirei e Fred perguntou:

– O que você achou?

Sorri.

– Vamos até Dumbledore que eu conto tudo de uma vez.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Vejo vocês nos comentarios e até o proximo cap.