Juntos por uma Horcrux - Fred & Hermione escrita por Isabelle Munhoz


Capítulo 36
Capítulo 36 - Bad Dreams


Notas iniciais do capítulo

Olá gente.
Eu tenho uns recados.
1 - Morri escrevendo esse cap. Serio!
2- Sei que muitas pessoas eu ainda não respondi nos comentários, e foi safadeza minha pq eu li todos! Prometo que vou responder um por um assim que eu tiver tempo, pq eu vou ter um trabalhão.
Agradeço a todos que não tenham desistido da fic, sei como é chato as minhas demoras mas prometo que tem coisas muito legais vindo por ai!



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A mesa de doze lugares na sala de jantar da família Weasley estava lotada sem apenas um lugar sobrando. Meu coração batia de uma maneira irregular e o que eu mais queria era uma resposta. Já fazia uma semana desde o desastre que ocorreu em Hogwarts e agora tínhamos duas certezas: Snape era um traidor e Voldemort estava possuindo o corpo de Draco.

Toda a Ordem estava ali. Lupin e Tonks foram os primeiros a chegar contando a grande novidade que era o inicio de seu relacionamento. Eu quis ficar feliz por eles, eram pessoas ótimas, mas como conseguiria me alegrar quando não sabia se Malfoy ainda poderia ser salvo? Senhor Weasley estava sentando em uma ponta da mesa, com sua mulher ao seu lado, e Dumbledore na outra. Mantive meus olhos fixos no diretor enquanto conversava com Kingsley ao seu lado, ele estava serio. Todos na verdade estavam.

— Esta tudo bem? – Fred me pergunta depois de me dar um leve chute na canela chamando minha atenção.

Dei-lhe um olhar que fez logo se calar.

Claro que não estava tudo bem. E o que for decidido aqui mudaria vidas e não sei se eu estava pronta para saber se seria para o bem ou mal.

— Estão todas aqui? – Dumbledore se pronunciou e todos ficaram em silencio olhando ao redor.

— Ainda acho que o moleque não deveria estar aqui. – Olho Tonto resmungou apontando para Harry com a cabeça. – Nenhum deles na verdade.

— Somos maiores de idade. – Fred e George falaram juntos.

— Sou amigo do Harry. – fora a vez do Ron.

— Vão falar de mim. – o moreno disse em seguida.

— Sou a única que esta pensando em salvar Draco Malfoy de alguma maneira. – resmunguei em voz alta ainda magoada com a falta de iniciativa de todos ali em achar um plano para resgatar o loiro.

O diretor pigarreou.

— Você não é a única preocupada. – falou com aquela voz calma de sempre. – Iremos achar um jeito de salvar o menino Malfoy.

Ri sarcasticamente.

— Iremos? Já se passou uma semana? Agora ele já pode estar morto!

— Desde quando a inteligentíssima senhorita Granger prefere atirar antes de perguntar? – retrucou e eu me calei.

Sabia como estava sendo idiota naquele momento, mas era um amigo meu que estávamos falando. Um amigo querido que precisava de ajuda. E aquela semana que passei olhando para o teto do quarto de Gina não ajudou em nada.

— Pelo jeito não temos mais como salvar aquele garoto. – Olho Tonto resmungou. – Temos coisas mais importantes para nos preocupar.

— Como o que? – quase gritei para aquele homem petulante.

Idiota.

— Como Snape ser um traidor, por exemplo? – respondeu olhando diretamente para mim. – Agora temos certeza que Voldemort sabe que estávamos usando a antiga casa de Sirius como sede da Ordem, não podemos voltar lá.

Isso era mais importante que a vida de Draco?

Estava pronto para retrucar e gritar se fosse preciso, mas senti a mão de Fred me freiando. Olhei para seus olhos e vi o recado claramente: agora não é o momento. Suspirei tentando me acalmar. Mas se não era agora, quando seria?

— Nunca esperei que Snape fosse fazer isso. – Molly Weasley comentara baixinho, mais para o seu marido do que para o resto, mas mesmo assim todos na mesa ouviram.

— Ele nunca gostou de mim.- Harry comentou. – Todo aquele ódio que sentia por meu pai. Eu deveria ter percebido.

— Se alguém errou aqui, esse alguém fui eu. – Dumbledore chama novamente a atenção para si. – Ele estava sempre ao meu lado e eu o defendi. Deveria ter percebido que as trevas não tinham sumido como eu quis acreditar.

— Você é uma pessoa boa, Dumbledore. – Lupin disse e em seu olhar estava claro que se lembrava de sua infância. – Você sempre prefere ver o melhor nas pessoas.

— Tudo bem, nós já sabemos que o diretor tem uma alma pura então podemos voltar... – comecei novamente impaciente, mas Fred me cortou.

— Saber o que vamos fazer para resolver o problema com Malfoy? – terminou meu pensamento.

Senti meu peito se aquecer.

Alguém pelo menos que estava me ouvindo.

— Não acho prudente fazermos nada por enquanto em relação ao menino Malfoy. – Kingsley disse e eu quis chutar sua cabeça.

— Como nada?

— Não sabemos com o que estamos lidando. – respondeu duramente. – Não podemos nos arriscar e ir resgatá-lo quando não sabemos nem se ele concordou com tudo isso.

— Ele não concordou. – afirmei. – Ele não queria isso.

— É a sua palavra pirralha, não sabemos se é verdade. – Olho Tonto novamente.

— Mas é verdade! Draco me contou.

— Desde quando o chama pelo nome, Mione? – Rony me perguntou.

— E por que ele te contaria algo assim? – foi Harry dessa vez.

E eu não tinha contado sobre a minha amizade com Malfoy. Meu deus. O dia só poderia ficar pior.

— Isso não importa agora. – Dumbledore repreendeu. – Concordo com Kingsley, não é o momento, mas prometo senhorita Granger, que assim que ver alguma brecha para ajudar o senhor Malfoy, eu mesmo irei até a mansão e o tirarei de lá, com sua alma intacta.

Afundei-me mais na cadeira.

— Claro, se ele ainda tiver alma. – George brincou e recebeu um olhar repreendedor de Fred e um mortal meu.

Lupin tossiu trazendo a atenção de todos para ele.

— Agora temos que ver um lugar seguro para Harry. – disse seriamente. – Com um novo corpo, Voldemort estará pronto para caçar Harry aonde quer que ele vá.

Olhei para o moreno que não parecia nada a vontade em ser o centro das atenções.

— Por enquanto Voldemort ainda está fraco por causa da transferência. – Dumbledore disse. – Então mandamos Harry para a casa dos tios já que é o lugar mais seguro para ele no momento.

— Meus tios? – Harry levanta a voz. – Mas por quê?

O professor da aquele olhar de sabe tudo e não vai contar nada.

— E assim que fizer 17 anos e o rastreador for desativado realocamos Harry para um lugar mais seguro. – completou.

Minha perna direita tremia involuntariamente e tentei me acalmar sem saber o que fazer. Olhei para o lado e logo consegui supor que todos estavam prontos para irem embora. Dumbledore não faria nada por Draco. Como eu não fiz.

— Os ataques comensais andam aumentando na comunidade trouxa. – o senhor Weasley lembra. – Esta sendo difícil para apenas os poucos membros conseguirem cuidar com o numero de seguidores aumentando.

Dumbledore levantou de surpresa e todos o encararam.

— Então temos que recrutar mais pessoas. – dito isso começou a andar até a porta para ir até o lado de fora e supondo eu, aparatar. – Tenho que ir agora, pois prometi a Horácio que iria com ele num bingo da terceira idade em Hartford.

Como o líder estava se despedindo deu a brecha para os outros. Eu não estava a fim, então apenas dei um abraço apertado em Tonks e desejei felicidades para os pombinhos e sem que ninguém percebesse subi as escadas correndo até o quarto de Gina. Abri a porta com uma brutalidade desnecessária e a vi se levantar toda nervosa de sua cama e chegar até mais perto.

— O que aconteceu? – perguntou impaciente. – Odeio como não me deixam participar dessas reuniões, minha família toda esta lá menos eu.

— Eles não vão ajudar Draco, Gina. – disse num lamento e tentando segurar o choro. – Nem pensaram em nada para fazer.

Ela viu o meu estado e logo me abraçou.

Como eu amava Gina. A coitada não fazia idéia do por que de eu estar tão mal por Malfoy, mas mesmo assim não fazia perguntas, apenas me abraçou forte e começou a sussurrar que tudo ficaria bem.

— Hermione. – ouço me chamar e vejo Harry entrando no pequeno quarto junto com Rony. – Você tem que explicar esse lanche com o Malfoy.

Soltei-me de Gina e suspirei.

— Éramos amigos, okay? – despejei tudo rapidamente. – Depois que eu o ajudei começamos a conversar e por mais idiota que ele fosse a maior parte do tempo, eu vi a bondade em Draco e eu não posso deixar isso morrer. Ele precisa de mim.

Pela primeira vez na vida aqueles dois viram que não era hora de insistir. Se eu continuasse com aquele assunto provavelmente iria enlouquecer e os levar junto comigo.

— Por que diabos ele escolheu Malfoy? – Rony perguntou enquanto se sentava na cama. – Ele nem deve ser a melhor opção, pálido daquele jeito, sempre com cara de doente.

— Eu tive motivo para escolher Draco Malfoy. – uma voz totalmente aleatória apareceu vindo da porta e vejo os gêmeos Weasley parados nos olhando. – Aquela pele que parece de bebê. Já estou vivo há tanto tempo quanto Dumbledore, mereço uma pele de bebê novamente.

— Eu disse para ele não escolher Draco, garoto inútil, só pensa em besteiras. – arregalei os olhos com George afinando sua voz parecendo a de uma mulher.

— O que vocês estão fazendo? – Rony perguntou olhando para os irmãos de uma maneira estranha.

— Eu sou Lorde Voldemort. Não tenho que dar explicações a vocês, impuros. – Fred fala alto e aponta o dedo indicador para nós.

Gina logo entendeu o que os dois estavam fazendo e riu batendo palmas.

— E você é quem? – perguntou para George.

— Bellatrix Lestrange. – respondeu. – A amante e grande amor de Milorde.

Sorri pela posição afeminada que George fez.

— Pensei que Voldemort não tivesse um grande amor. – Rony disse sorrindo. – E muito menos que era Bellatrix.

— Ele tem. – George respondeu ainda com voz fina. – Ou tinha, até aquela piranha entrar na história. – e apontou para mim.

Levantei as mãos.

— Eu? O que foi que eu fiz? – perguntei.

— Roubou o coração do MiLorde. – acusou-me a falsa Bellatrix. – Antes ele só pensava em mim, mas agora? Fica ai te rondando e tentando te transformar numa comensal.

Ri pela idéia absurda.

— O que posso fazer? – Fred perguntou vindo até mim, pegando minha mão e me puxando para mais perto. – Se ela é tão mais bonita que você?

George voltou para a posição normal e disse:

— Bro, agora você apelou, ninguém é mais bonito que eu.

E todos nós rimos.

Logo o alvoroço começou e todos começaram a conversar ao mesmo tempo. Sorri por um tempo enquanto via todos tão animados, mas quando Harry começou a falar sobre voltar para a casa dos tios a tristeza retornou para meu peito. Tudo estava bem aqui, com meus amigos, mas eu sei que não conseguiria achar paz enquanto não tentasse de tudo para ajudar Draco não importa como.

Esperei a atenção de todos estarem no moreno e sai de silencio poucos metros apenas para chegar até a escada. Olhei para baixo e pensei em descer, talvez ir para casa e falar com meus pais. Mas o que poderia dizer a eles sem que os preocupassem e tentassem me mandar para o outro lado do mundo tentando me proteger?

— Hermione? – ouço a voz de Fred e levanto o rosto para sentir seus lábios em minha testa. – Esta tudo bem?

Balancei a cabeça negativamente sabendo que com ele eu não poderia mentir.

— Eu não consigo ficar no meio de todos e fingir que esta tudo bem quando só consigo pensar em como salvar Draco. – desabei por um segundo.

— Tem que fazer alguma coisa, Mi, se continuar assim, vai enlouquecer. – Fred disse me puxando para um abraço.

Suspirei.

— Eu não consigo ficar no meio de todos.

Fred me solta e afasta para conseguir me olhar nos olhos.

— Lembra que há uns dias você falou que sua família tem uma casa no lago onde seus pais te levavam todos os feriados? – assenti tentando entender seu raciocínio. – Podemos ir lá não? Um lugar afastado, onde pode pensar, vamos dormir lá e passar o sábado sem ter que nos preocupar em nada.

Mordi o lábio preocupada.

— Não sei se é o momento certo...

— Não é. – o ruivo afirmou. – E nunca será, mas se não formos agora... Teremos oportunidade para ir depois?

Mexeu com o medo de morrermos daqui a pouco.

Fred é um bom chantageador.

— Tudo bem. – cedi. – Só avisa a todos que vamos embora.

E como pedi tudo foi feito.

Meia hora depois eu já estava pronta para aparatar até a minha casa com minha mala feita e todos avisados. Senhora Weasley relutou um pouco, mas acabou cedendo, acho que ficou com medo de acabarmos dando netinhos para ela. Penso nisso e sei que quando descobrir sobre Rony e Lilá, nossas escapadas irão acabar.

Aparatamos para minha casa e avisei meus pais sobre a saída e peguei a chave da casa que um dia fora do meu bisavô. Era uma grande construção estilo renascentista onde o avô do meu pai comprou quando sua mulher estava grávida do meu avô e desde então ninguém tem coragem de se livrar da casa. Varias gerações cresceram naquela casa e se for por mim muitas ainda irão crescer.

Chegamos na casa já era tarde da noite. Tudo estava escuro então a primeira coisa que fiz foi acender as luzes e agradecer por meus pais mandarem uma vez por semana alguém para limpar aquela casa nas férias. Fred e eu concordamos que estávamos cansados depois naquela noite para darmos uma escapada para o lago então com minha pouca habilidade na cozinha fui preparar algo para comermos. O que no final resultou apenas num miojo que acabou estando menos cozinhado do que deveria.

— Estava ótimo. – Fred disse pela quinta vez. – Eu juro!

Sei que ele estava mentindo, mas mesmo assim me sinto feliz. Puxo-o para um beijo de agradecimento por ser uma pessoa tão maravilhosa em minha vida.

— O que faremos agora? – ele me pergunta.

Levanto do sofá e penso em algo. Não tínhamos nada para fazer! Olho ao redor para ver se tinha algum jogo ou algo parecido e logo uma idéia me vem a mente. Não era o melhor dos passa tempos, mas iria servir. Corro até o escritório onde acabou por também virar uma biblioteca no decorrer dos anos e chego até uma escrivaninha. Pego as cartas de Uno que guardo lá desde criança e volto para a sala entregando a Fred.

— Serio? – perguntou-me incrédulo. – Uno?

Sorrio meio envergonhada.

— Você não quer jogar por que sabe que vou ganhar de lavada!

Ele ri e seu lado competitivo aflora.

— Ninguém ganha nada de mim, minha flor. – diz começando a embaralhar as cartas. – Mas sabe, vamos deixar as coisas mais interessantes. – vi a malicia se instalar em seus olhos. – Cada partida que um perder, vai ter que tirar uma peça de roupa.

Sorrio meio incrédula.

— Não estamos jogando poker. – avisei.

— Esse é a nossa versão de poker, striper Uno.

Ri e por mais doido que fosse a idéia concordei.

Horas mais tarde percebi que não foi uma boa idéia. O maldito era bom em Uno! Isso por que ele só havia jogado uma vez na vida quando num natal Harry levou para Toca. Amaldiçoei o ruivo com tantos nomes que se palavrão mandar para o inferno eu já tenho um apartamento lá com meu nome. Na primeira vez só tive que tirar os tênis, depois as meias, cachecol, quando finalmente consegui tirar a camisa dele eu só estava de calcinha e sutiã.

— Eu já disse como você é bonita? – ele me perguntou com um sorriso cafajeste no rosto.

— Idiota. – rosnei. – Eu só estava deixando por que você não jogou tanto na vida. Mas agora você vai ver, vai perder.

E começamos outra rodada.

Merlin foi generoso e acabou me ajudando a ganhar umas partidas e mostrando para aquela cenoura ambulante que não era tão fácil assim ganhar de Hermione Granger. Meia hora depois ele também só estava de cueca e meu interesse estava totalmente longe das cartas.

— Uno. – ele disse quando faltava só uma carta em sua mão.

Olhei para baixo e eu tinha um dois amarelo e quatro vermelho. A carta na mesa era nove verde. Comprei e para meu azar saiu um oito azul. Merlin tinha mudado de lado novamente. Vi o sorriso triunfante no rosto do meu namorado que jogou seu dois verde. Maldito!

— Pode ir tirando meu amor. – disse com um sorriso maior que o rosto.

Mordi o lábio tentando provocar.

Levantei e afastei a mesa um pouco ficando na frente de Fred e com uma das pernas no meio das suas. Ele olhou meu corpo quase todo desnudo e sorriu maliciosamente enquanto eu passava a mão por meu corpo.

— Tiro o que? – perguntei com uma voz sensual. – A calcinha? – passei a mão na minha cintura e puxei o lado do tecido fino. – Ou o sutiã? – perguntei levantando a mão devagar pelo corpo até a alça do sutiã e joguei para baixo como se estivesse tentando tirar.

— Que tal os dois? – ele perguntou levantando suas mãos até minhas coxas.

Suspirei.

— Mas estou tão cansada. – dei ênfase no tão.

— Deixa que eu tiro pra você. – ele se prontificou.

Sorri e me abaixei para sussurrar em seu ouvido:

— Então primeiro... Venha me pegar.

E antes que ele conseguisse raciocinar o que eu tinha acabado de falar corri para as escadas, subindo até chegar no quarto em que passaríamos a noite.

***

Passamos o dia seguinte quase todo na água. Acordamos já era mais de dez horas, depois de comer qualquer besteira que Fred havia traficado de sua casa resolvemos que o melhor a se fazer era nadar. A água como normalmente quando entramos estava um gelo. Pensei seriamente em dar meia volta e entrar em casa, mas a animação de Fred me conteve.

— Vamos, está maravilhoso. – disse animado.

Eu o olhava como se fosse de outro planeta.

Aquilo com certeza não era a definição de maravilhoso.

Vendo minha hesitação Fred abaixou e pegou minhas pernas como se eu fosse uma pluma de tão leve e logo me jogou na água fria. Comecei a tremer toda e jurei vingança com todo meu ser. Minutos depois estávamos fazendo guerra de água que nem duas crianças.

— Venha cá. – ele pediu me puxando para mais perto.

Entrelacei minhas pernas em sua cintura enquanto ele me segurava pela bunda, não me deixando cair. Encaixei meu rosto em sua clavícula e sussurrei:

— Eu te amo tanto.

Mesmo não vendo sei que ele sorriu.

— Eu te amo mais.

***

Fred acabou sendo o primeiro a sair. Depois que me acostumei com a água congelante tudo ficou mais fácil. Eu amava nadar. Minha mãe me chamava de Nemo por que eu sempre amei ficar nadando de um lado para o outro. Mas quando percebi que minha pele já estava enrugada demais e logo eu pareceria a minha avó resolvi sair. Peguei a toalha que Fred deixou na beirada do lado em cima das raízes de uma arvore e entrei na casa encontrando o meu ruivo sentando perto do telefone com o mesmo posicionado no seu ouvido.

— Serio? Eu não imaginava! – ele respondeu para alguém no telefone. – Sim, não, não, sim, pode confiar, claro que sim! Tudo bem... Ah claro, okay, avisarei, nos vemos mais tarde.

E ele desligou.

— O que você estava fazendo? – pergunto.

— Isso estava fazendo um barulho infernal, não parava aquilo! – resmungou passando a mão no cabelo e vindo até mim. – Lembrei de meu pai ter me falando que era para se comunicar, e pensei: não pode ser tão difícil assim, certo?

Sorri.

— Certo.

— Errado. – ele me cortou. – Coloquei no ouvido e não ouvi nada, só depois que percebi que estava do lado contrario, a conversa já deveria ter mudado o rumo umas três vezes antes de eu saber quem era!

Ri.

— E quem era? – perguntei.

— Ah, sua avó. – respondeu.

— E o que ela queria?

— Chamar a gente para jantar hoje com ela.

— E o que você disse? – insisti.

— Que sim é claro! Não iria negar algo aquela pobre mulher. – Fred começou a subir as escadas e eu o segui. – Ela mandou avisar que dona Filomena apareceu lá outra vez.

— Não! – surpreendi-me. – E o que ela disse?

— Que não havia inventado nada para o clube do bingo. – continuou Fred como se estivesse entendendo tudo que estava me contando. – Que foi o mau caráter do Rogério que começou o motim contra a sua avó.

Balancei a cabeça negativamente enquanto entravamos no quarto em que passamos a noite.

— Falsa.

Fred riu.

— Sua avó concorda na falsidade.

Joguei-me na cama enquanto via ele trocar de roupa.

— Que horas vamos? – perguntei.

— Agora. – ele disse.

— Agora?

— Agora!

— Mas agora, Fred?

— Eu disse que agora.

Dou um pulo para fora da cama.

— Deveria ter avisado antes.

E corro para me arrumar.

***

Olhei para aquele patrono e eu tinha certeza que era de Harry, aqueles cifres, muito reconhecível. Ri enquanto olhava o cervo que era idêntico, segundo o moreno, a de James Potter e ouvi a mensagem do meu amigo falando que tinha uma conversa urgente para ter comigo.

Expectro Patronum. – conjuro pensando no meu momento mais feliz. – Harry, estou na casa da minha avó, você já veio aqui, se precisar, venha que iremos jantar.

Vejo meu patrono dar uma volta pela frente da casa da minha avó e logo sumir indo provavelmente atrás do meu amigo.

— O que será que ele quer? – Fred pergunta.

Dou de ombros sem saber e bato na porta.

Poucos segundos depois a porta aberta e um cara asiático esta ali nos olhando com muita malicia.

— Espero que não esteja grávida, cara Mione.

— Kevin!

— Vocês sabem meu nome. – ele comemorou. – Eu jurava que depois de tanto me ignoravam já haviam até esquecido que eu existo.

Senti-me um pouco culpada.

— Não te ignoramos. – afirmei.

— Só estamos tentando prosseguir com o gene Weasley. – Fred diz batendo a mão no ombro do amigo e abrindo passagem para entrarmos. – Não queremos que genes tão bons sumam certo?

Senti meu rosto se esquentar.

— Frederich! – e entramos.

— Minha neta! – vejo vovó perto da mesa de jantar com uma mulher japonesa baixinha ao seu lado. – Pensei que nunca mais voltaria para ver essa velha.

— Não é como se eu não viesse há oito anos. – resmunguei e a abracei.

— Sinto como se fosse. – disse me soltando, olhei para a mulher ao lado. – Essa aqui é a avó de Kevin, minha velha amiga.

Sorri tentando parecer simpática.

— Sua avó fala tanto de você que imagino já ser a próxima ministra da magia.

Ri.

— Vovó esta exagerando!

— Olá vó! – ouço Fred cumprimentar a minha avó. MINHA.

Volto minha atenção para a mulher a minha frente.

— E o seu nome é...? – tento descobrir.

— Não precise saber meu nome, só me chame também de vó. – ela disse me puxando para um abraço.

— Esta bem, vó. – sorrio.

Do nada a minha avó aparece do meu lado.

— Esta tentando roubar a minha neta sua velha?

— Do mesmo jeito que você tentou roubar o meu quando o apresentei. – a asiática diz emburrada.

Viro para Kevin.

— Minha avó tentou te roubar?

— Não tentou, Mione, conseguiu!

Todos rimos e fomos para a mesa de jantar.

O jantar foi muito bom. Era muito bonitinho a amizade que a minha avó e a de Kevin tinham. Pelo jeito se conheceram há muitos anos e logo a oba-chan contou o pequeno segredo dela e foi assim que minha avó descobriu sobre bruxos. Pela lei você não pode contar isso para alguém que não é da sua família, mas vendo as duas interagir, eu realmente acredito que elas fazem sim parte da família uma da outra.

Quando estava prestes a ir para a cozinha mexer os pauzinhos para a louça ser lavada ouço alguém bater brutalmente na porta e logo lembro do convite que fiz para Harry me encontrar aqui. Digo que vou atender e corro até a porta, quando abro acabo me assustando um pouco com o estado do moreno e de Rony ao seu lado. Pareciam que tinham corrido uma maratona, não aparatado.

— Algo errado? – perguntou.

Os dois correm para dentro sem me dar uma explicação e fecham a porta e se encostam nela.

— Ron? Harry? – Fred chama.

— Tem algo errado? – Kevin pergunta.

Rony é o primeiro que conseguiu falar algo.

— Comensais. – disse entre um fôlego e outro. – Eles estão aqui.

***

Abro os olhos e vejo o quarto da casa do lago onde Fred e eu no hospedamos. Olha ao redor meio tonta. Sento tentando entender o que tinha acontecido. Eu não estava na casa da minha avó? Como estava aqui um segundo depois?

Logo percebi.

Foi tudo um sonho.

Eu estava bem. Meus amigos também. Meu namorado. Minhas avós.

— Mi? – ouço a voz de Fred me chamar e olho para a porta. – O jantar esta pronto.

Sorri para o meu namorado.

— Estou indo. – prometo.

Jantar estava pronto? Mas quem tinha feito o jantar?

Deixo isso de lado. Esse detalhe não parece importante no momento.

Tiro a roupa do pijama e desço a escadaria encontrando Fred sentado no sofá com um prato de macarrão em suas mãos.

— Por que não esta na mesa? – pergunto. – Pensei que gostasse da sensação que comer na mesa dava de sempre estar em casa.

Fred da de ombros e volta a olhar a TV que passava um programa qualquer. Que estranho. Não me lembro de ter mostrado como conectava a TV. O senhor Weasley deve ter ensinado aos filhos, é claro. Vou até a cozinha e pego um pouco para mim e me sento ao seu lado tentando prestar atenção no que ele esta assistindo.

Mas tudo começa a me parecer muito estranho foi quando a luz acabou e o gerador não fez tudo voltar a funcionar. Olho ao redor esperando a luz voltar mas não acontece. Fred continua parado olhando para o lugar onde deveria estar a TV como se ainda estivesse funcionando.

— Fred? – chamo, mas ele não se mexe.

E um trovão atravessa o céu e eu me encolho.

Vai começar uma tempestade.

Como meu namorado resolve que é a hora de não se mexer, sozinha levanto e vou fechar todas as janelas abertas da casa com apenas a pouca iluminação da lanterninha que achei numa gaveta na sala. Depois de ter certeza que tudo esta fechado ouço outro trovão que veio acompanhado de um raio e chamo Fred apavorada com a tempestade que esta vindo, mas não o encontro. O sofá onde ele estava sentado até minutos atrás esta vazio.

Viro ao redor procurando aonde ele poderia estar.

A porta da frente está aberta.

Ele não poderia estar lá fora? Poderia?

Vou até o hall procurando meu namorado e o medo começa a me dominar. Aonde será que ele estava?

Mas não tive muito tempo para pensar nisso já que um vulto mais escuro que tudo ao redor passou por mim rapidamente vindo da floresta ao lado da casa. Dei um passo para trás já com todos meus instintos gritando: Corra. Aquele vulto foi se materializando e eu vi. Tinha a mesma mascara de um comensal da morte. Arregalo os olhos, mas não me mexo, era como se eu não tivesse controle do meu próprio corpo.

— Senhorita Granger, que bom revê-la. – o comensal diz e logo reconheço sua voz.

— Draco? – pergunto incerta.

— Errou. – e ele tira a mascara mostrando o rosto de Draco Malfoy... Mas errei? – Voldemort.

Meu olhos estão ainda mais arregalados e não sei o que fazer. Me preocupo com Fred mas naquele momento o que preciso é fugir dali. Bato a porta com força como se aquilo fosse segurar o grande vilão do lado de fora, mas não vai. Corro escada acima esperando encontrar o ruivo e conseguirmos fugir dali. Olho cada quarto, mas não tem ninguém. Ouço passos no andar de baixo e logo na escada.

Meu coração se acelera cada vez mais.

Vou para o ultimo quarto do corredor e fecho a porta. Não tem jeito se eu quiser sair tenho que forçar a minha saída. Já começo a tremer, que idéia mais insana. Eu, Hermione Granger, lutar contra o Lorde das Trevas. Balanço a cabeça tentando me incentivar. Era isso ou morrer ali.

Os passos vão se aproximando e meu desespero aumenta.

Pego minha varinha e aperto entre meus dedos. Era agora. Quando ele abrisse a porta eu jogaria um feitiço. Tento lembrar de todos os feitiços que já vi em minha vida mas minha mente parece estar totalmente vazia.

A porta finalmente se abre e Voldemort esta parado apenas olhando para mim.

— Hermione. – ele me chama. – Eu te amo. Volta pra mim.

Ignorei tudo. Voldemort não podia estar se declarando para mim. Aponto minha varinha e grito.

— Bombarda.

E o feitiço vai direto para o peito do Lorde das Trevas. Seu corpo é arremessado longe e eu sei que se ele não estivesse morto, logo estaria. Aproximo-me com cautela mas minha cabeça começa a doer. Algo esta me faltando e começo a me desesperar.

Quando chego perto do corpo caído no chão lagrimas começam a sair do meu rosto.

Ali não era Voldemort.

Olho ao redor e vejo que estou na casa da minha avó. Então eu não tinha tido um sonho antes, estava tendo uma alucinação agora. Algum feitiço ilusório. Forcei a memória lembrando de jantar com ela, de Harry e Rony aparecendo, e... Comensais! Eles estavam na casa da minha avó.

E o pior era que quem eu tinha acertado com o feitiço não era Voldemort.

Era Fred.

Seu corpo estava caído inconsciente cheio de aberturas no peito e soube na hora que ele estava prestes a morrer.

Eu havia matado Fred Weasley.

 


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Notas finais do capítulo

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