Juntos por uma Horcrux - Fred & Hermione escrita por Isabelle Munhoz


Capítulo 29
Capítulo 29 - Occlumency


Notas iniciais do capítulo

Faz tempo não?
Eu já comecei esse cap há uns dias mas so tive tempo de terminar agora, então espero que me perdoem pela demora.
Espero que gostem.
Boa leitura



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No final de tudo Fred me convenceu a parar com aquela loucura que estava sendo minha vida na primeira semana de aula. Conversamos e depois de um tempo consegui entender que se eu morresse por causa do estresse não poderia ajuda nem Harry nem Draco e isso me fez acordar para tudo ao meu redor.

– Eu odeio Oclumência. – reclamei uma noite na semana seguinte enquanto Fred tentava me explicar como fechar minha mente.

– Você não gosta por que não sabe. – falou parado a minha frente. – Sempre odiamos o que não sabemos.

Revirei os olhos.

– Eis a questão. – eu disse. – Como justo eu não to conseguindo isso se você conseguiu?

Fred deu um sorriso torto.

– Quanta arrogância, senhorita Granger.

Dei de ombros.

– Você entendeu o que eu quis dizer. – suspirei e voltei a olhar dentro de seus olhos. – Se não gostamos do que não sabemos o que você não gosta?

– De nada. – respondeu pomposo. – Eu sou bom em tudo.

– E agora quem esta sendo arrogante?

Ele riu.

– Vamos tentar novamente. – o ruivo pediu apontando sua varinha para mim. - Legilimens.

E novamente eu tentava esvaziar minha mente e não pensar em nada para fazer uma barreira contra a invasão na minha mente. Estávamos treinando há alguns dias em qualquer momento que tínhamos os dois livres e eu juro que estava me esforçando para aprender essa...Cosia! Mas agora entendia por que Harry odiava tanto suas aulas e olha que quem esta me dando aula é meu namorado, se fosse Snape eu com certeza já teria desistido.

Em alguns segundos notei que havia conseguido resistir de primeiro momento. Nos primeiros dias eu nem havia conseguido formar essa barreira na minha mente e pelo menos agora conseguia segurá-la um pouco. Mas apenas segurá-la por um curto período de tempo não me ajudaria em nada, eu tinha que aprender para ajudar Harry. Estava cada vez interessada em livros sobre Oclumência e Legilimência e sempre que eu conseguia estava lendo um, na teoria eu sabia tudo agora precisava aprender na prática para começar a ensinar Harry.

Eu soube o exato momento que Fred conseguiu quebrar minhas barreiras e entrar em minhas memórias. Lembranças que eu não pensava há anos vieram para minha cabeça como meu primeiro dente de leite caindo, quando soube que era bruxa, quando entrei em Hogwarts e em seguida foi para uma briga minha com Rony. Porem o rumo das minhas memórias começaram a mudar e logo vi Fred e eu andando pelo vilarejo em busca da horcrux e como aos poucos fomos nos aproximando.

Eu sentia todas as emoções que tive naquele dia ampliados e era como um filme passando dentro da minha cabeça Vi outro Fred, não aquele que estava na minha frente, era o mesmo só que aquele o ruivo da minha cabeça ainda não era ainda meu namorado.

– E o que ta acontecendo? – insisti.

– Minha mãe esta surpresa sobre o namoro. Na verdade toda a família ta, qual é não sou tão solitário assim. – Fred resmungou e me deu vontade de rir.

E a cena mudou rapidamente e logo me vi sentada tremendo debaixo das cobertas sozinha em casa enquanto uma enorme tempestade jorrava do lado de fora da minha janela. Ouvi barulhos do lado de fora da minha casa e tentei ignorar até que reconheci uma voz gritando meu nome. Um alivio passou por mim naquele momento e corri até a porta.

– Fred?

– Não, sou um comensal. – ele falou. – Estou aqui para perguntar se você quer seguir a filosofia do Lorde das Trevas.

Depois a cena foi para a noite que passei praticamente em claro cuidado dele que estava com febre e como fiquei preocupada. Nesse momento percebi que tudo que eu via Fred também deveria estar vendo também, ele iria ficar tão metido depois disso tudo.

– O que esta fazendo aqui? – ralhei.

– Vou comer. – ele disse se sentando.

– Eu disse para ficar lá e não fazer esforço! – reclamei.

***

Eu estava beijando Fred Weasley.

Ele me dava segurança mesmo eu não sabendo o por que e naquele momento quando senti sua mão indo para minha cintura me puxando para mais perto dele eu deixei sua língua entrar e correspondi entusiasticamente ao seu beijo.

Cara, eu estava mesmo beijando Fred.

Tentava fazer meu cérebro captar isso mas era um pouco difícil na situação que ele me deixava apenas com um beijo. Minha mente não queria raciocinar só apenas me deixava ali beijando-o, querendo-o cada vez mais.

Não. As coisas não poderiam continuar desse jeito. Arranjei forças no meu subconsciente para reconstruir o muro dentro da minha mente e como se uma lâmpada se acendesse comecei a entender como a Oclumência funcionava. Rapidamente consegui reconstruir o muro que Fred havia destruído há poucos momentos.

– O que? - ele me perguntou meio confuso piscando diversas vezes. – Como fez isso?

– Eu descobri como consigo fechar a mente. – eu falava rapidamente entusiasmada. – Isso não tem nada de tão sobrenatural e sem lógica como eu estava imaginando. Estava com... Receio, digamos assim, por que sempre achei que não mexia com a lógica, o que obviamente é o meu ponto forte, então fiquei apavorada e isso me impedia de tentar mas no final eu apenas tinha que relaxar e controlar todas as minhas emoções.

Fred deu um sorriso sacana.

– Mesmo vendo tudo que eu vi você ainda conseguiu controlar suas emoções? – disse. – Pelo jeito eu estou em boa parte da sua cabeça.

Revirei os olhos.

– Não seja convencido. – resmunguei. – Na verdade foi você ver essas lembranças que eu ajudou, eu estava com tanta vergonha de alguma hora você ver algum pensamento ou algo que tentei me controlar. – parei de falar enquanto ele absorvia tudo que eu dizia e em seguida continuei: - Quando eu controlei a vergonha não tinha mais nenhuma emoção se sobressaindo e assim consegui entender que não precisa apenas não pensar em nada, também não deve sentir nada. – e pensar em você, conclui apenas em minha mente.

Mas algo que eu não falara pra Fred não sei por que era que pensar nele me ajudara bastante em descobrir isso. O Weasley era como um calmante pra mim e pensar nele ajudava a construir o muro novamente, claro ainda evitando as emoções.

O ruivo se encostou na cômoda logo atrás de si e sorriu.

– Nunca vai ter algo que Hermione Granger não consiga fazer, né?

Neguei com a cabeça.

– Isso é possível. - sorri e logo voltei com a expressão seria. – E agora me explica o por que você não me explicou antes como fechar a mente? Teria sido fácil se tivesse me explicado em vez de apenas ler o que estava nos livros!

– Cada um tem um jeito de fechar a mente. – Fred comentou. – Por isso é tão difícil de ser ensinado e aprendido, não tem uma formula igual para todos, eu sempre tive sorte que para mim foi fácil mas pra bruxos realmente brilhantes não foi então só podia esperar que você desse sorte.

– Agora podemos mudar de assunto um minuto? – ele pediu.

– Que foi?

– Sabe, foi realmente interessante me ver pela sua perspectiva. – disse com o tom brincalhão. – Eu devo realmente ser o máximo pelo seus olhos.

– Pare de se achar, ruivo. – empurrei-o fracamente. – Vamos continuar.

Fred pegou a minha mão que antes eu empurrei seu ombro e me puxou para mais perto. Levantei o rosto e olhei dentro dos seus olhos que brilhavam.

– Acho que já fizemos um grande progresso por hoje, tenho idéias mais interessante para fazer agora. – sussurrou em meu ouvido.

Senti meu corpo se arrepiar todo.

– Sempre me levando pro mal caminho.

– Minhas intenções sempre foram as melhores.

E devo dizer que boas intenções Fred sempre teve. Depois desse dia continuei treinar com ele e logo comecei a entender como tudo funcionava e meu ego foi as alturas. Sempre ouvi falar como era difícil e poucos bruxos conseguiam e agora estava ali aprendendo e cada vez melhorando mais.

O mês passou tão rápido e eu não conseguia entender onde estava arranjando tanto tempo para fazer tudo que precisava. Já era noite de quinta feira e eu estava na mesa da Grifinória esperando Harry terminar de comer para sairmos. Rony e Gina brigavam ao meu lado e eu fingia não ouvir enquanto estava com os pensamentos o mais longe possível.

– Você é muito ciumento, Rony, caramba. – Gina disse desistindo de comer. – Sempre é assim, se eu falo com um garoto você enche o saco, se olho pro lado também, pensei que ficaria feliz em saber que estou com Harry mas não! Agora esta reclamando, como sempre.

– Ele é meu melhor amigo, Gina, esperava que eu fizesse o que? – o ruivo resmungou. – Por que tinha que ser meu melhor amigo?

– Por que só reclama comigo? Deveria ir atrás de Fred também, mas nããão, só enche o meu saco.

Assim que ouvi o nome do meu namorado levantei o rosto.

– Realmente essa briga esta sendo boba. – falei. – Rony aceite que seus melhores amigos são bons demais e seus irmãos quiseram eles pra si e encerramos o assunto.

Harry que até agora estava em silencio, riu.

– Mas... – Rony começou mas o interrompi.

– Harry e eu temos mais o que fazer, veremos vocês mais tarde. – e falando isso me levantei.

– O que nós... – o moreno pareceu confuso mas assim que olhou dentro dos meus olhos entendeu e se levantou também.

Despedimo-nos rapidamente de nossos amigos e antes de virar para sair olhei rapidamente para a mesa dos professores procurando Fred mas não o encontrei. Comecei a andar mas Harry deve ter notado meu olhar já que assim que nos distanciamos da mesa em direção a saída ele perguntou:

– Onde esta Fred?

Balancei a cabeça.

– Não respondi. – e franzi o cenho, não havia tido noticias dele o dia todo e como a semana estava passando tão rápido nem tivemos tempo para conversar sobre o passeio que teria para Hogsmeade nesse fim de semana.

Enquanto os alunos estavam entrando no Salão Comunal para jantar Harry e eu já saiamos para a aula que ele teria sobre Oclumência comigo agora a noite. Começamos a andar pelos corredores já pouco iluminados e silenciosos sem a movimentação que estávamos antes.

– Sala precisa? – Harry perguntou.

Assenti.

Viramos o corredor chegando quase as escadarias num silencio desconfortável. Estava preocupada por não ter visto pelo castelo hoje mas tentei colocar na minha cabeça que eu estava ficando paranóica. Balancei a cabeça e vi mais adiante as escadas se mexendo. Eu teria ido direto para elas se não visse do outro lado algo que me fez parar de imediato.

Por que diabos Fred estava conversando com aquela loira aguada da Madisson?

Harry parou também e logo se virou para ver no que eu tanto olhava. Ao ver Fred quase encostado na parede e Madisson a sua frente jogando aquele charme de cretina sobre o MEU namorado, Harry se virou para me olhar parecendo preocupado.

Observei enquanto ela prendia o cabelo loiro atrás da orelha e mordia o lábio enquanto conversava com Fred. Senti uma raiva subir por minha garganta e a vontade que eu tinha era ir até lá e arrancar aquela tinta do cabelo dela. E o que mais me estava deixando irritada era o por que diabos aquela cenoura ambulante estava fazendo ali? Praticamente isolado do mundo apenas com aquela garota que há meses estava dando em cima dele? Eu sabia que Madisson tinha um interesse mas Fred jurou que ela havia parado de correr atrás dele.

– Mas Freddie... – ouvi aquela voz melosa chamar.

Freddie? Quem ela pensa que é pra ter tal intimidade com ele?

– Hermione? – Harry me chamou.

Droga Harry, não chame atenção pra gente.

Como eu já esperava o meu melhor amigo ter me chamado acabou trazendo a atenção daqueles dois para nós. Merlin, que merda, eu queria saber como continuaria aquela pouca vergonha, ah, Fred iria me ouvir tanto depois. Falando naquela cabeça ruiva idiota ele virou os olhos e me viu parada praticamente no final do corredor com os olhos cheio de raiva para cima dele. Ah, agora ele sabia como eu estava puta da vida aqui.

– Vamos Harry. – falei me virando depois de fuzilei Fred com o olhar por um tempo. – Tenho uma aula pra te dar.

Vi a confusão passar pelos olhos do meu amigo mas ele fez o que eu pedi e começou a me acompanhar para longe dali. Suspirei e andei rapidamente tentando controlar a minha raiva. Qual é Hermione, você nunca foi ciumenta ao ponto de fazer uma besteira sem pensar, então continue andando.

– Hermione. – ouvi aquela voz que seria cozida me chamando mas não virei.

Apenas continuei andando até sentir uma mão no meu braço me fazendo parar e olhar para aquele ruivo retardado que estava com uma cara sofrida.

– Que foi? – perguntei sendo grossa e eu sabia disso.

– Não é nada do que você esta pensando. – ele falou.

– Eu não estou pensando em nada. – respondi soltando o meu braço de seu aperto e virei para Harry. – Vamos, Harry, temos que terminar o que íamos fazer.

Meu amigo pareceu um pouco incerto se deveria andar comigo ou ajudar Fred e me fazer ouvi-lo.

– Harry pode indo, a Hermione já encontra você. – o ruivo disse e vi o alivio entrar nos olhos de Harry.

– Não, Harry, fique. – ordenei. O moreno tencionou os músculos do ombro. – Não tem nada que não possa falar na frente do meu melhor amigo, Freddie.

Oh, ele sabia como eu estava irritada.

– Eu não acho...

Não deixei terminar.

– Vamos Harry, converso com Fred outra hora.

E sem esperar uma resposta dos dois apenas peguei o braço do moreno e o puxei em direção as escadarias logo subindo em direção a sala Precisa.

***

Assim que entramos na Sala Precisa consegui suspirar aliviada e parar pra tentar me acalmar um pouco. No fundo acabei ficando um pouco decepcionada por Fred não ter vindo atrás de mim mesmo eu tendo dito que não queria conversar com ele agora, mas qual é? Todas as mulheres dizem isso.

– Hermione...

Balancei a cabeça lembrando que ele estava comigo.

– Vamos começar, Harry. – não dei oportunidade para que ele prosseguisse.

Vi-o me olhar estranho mas não insistiu e agradeci a Merlin por isso. Tentei relembrar tudo que eu tinha explicado para ele até agora mas entendo por que Snape odiava dar as aulas para Harry, ele se distrai muito fácil alem de muito lento na hora de pegar as informações.

– Apenas ache algo no qual possa se prender. – informei novamente. – Algo ou alguém não vai fazer suas emoções saírem de controle.

Harry assentiu.

Peguei minha varinha e apontei para ele tentando me lembrar do que Fred havia me explicado para entrar na mente de uma outra pessoa e eu soube desde a primeira vez que tentei que era bem mais fácil do que Oclumência.

Legilimens.

Senti uma certa resistência pela parte de Harry por não querer que eu entrasse em sua mente e fiquei feliz por isso. Ele estava tentando e aos poucos conseguiria. Insisti para ver por quanto tempo mais ele conseguiria agüentar e logo vi seu muro sendo abaixado e mesmo que eu não quisesse fui sugada para dentro da sua mente.

Foi uma sensação muito estranha estar ali, ver tudo e todos pela visão de Harry. Não era a primeira vez que eu acabava lá dentro mas essa parecia diferente... Antes as memórias que tive acesso eram tão banais que nem mereciam ser procuradas mas agora eu sabia onde estava e isso me assustava já que tudo que eu tinha acesso era por que Harry sabia a verdade.

Estávamos em sua casa em Godric’s Hallow e pelo jeito na noite que Voldemort entrou e matou toda a sua família. Entrei em desespero e tentei prestar atenção a procura de algum modo de sair daquele lugar mas a memória de Harry era tão ruim que tudo estava em meio a vultos me deixando mais confusa ainda. Acabei me assustando com o grito feminino que ouvi e queria correr mas eu era apenas uma expectadora ali então não poderia fazer mais nada. Quando veio para minha cabeça de quem era o grito sofri por saber que Harry ainda se lembrava de sua mãe gritando antes de morrer.

Antes que eu pudesse fazer alguma coisa fui sugada novamente para outra memória do moreno mas agora bem mais calma. Bem, era o que eu achava no começo. Estava ele e Gina num sofá que eu não reconheci o lugar então logo presumi que era a sala precisa só que redecorada. Os dois conversavam e riam e isso fez meu coração se esquentar feliz começando a esquecer a cena que vi anteriormente. Eu não conseguia ouvi-los falar apenas via e logo Ginny com seus braços passou pelo pescoço do namorado e o beijou. Comecei a sentir vergonha alheia por estar vendo aquela cena e logo vi o beijo se aprofundar cada vez mais e Gina subir no colo do namorado e eu já estava começando a ter medo de realmente vê-los transando mas Harry me surpreendeu e soltou-se dela. Vi o olhar transtornado da minha amiga e logo soube que não fora a primeira vez que ele parava quando as coisas começavam a ficar quente entre os dois.

Fiz de tudo para focar minha concentração e voltar para a Sala Precisa. Eu já sabia como a cabeça de Harry era confusa, não precisava de uma viagem em primeira mão lá dentro. E felizmente logo consegui sair de sua cabeça e fiquei um pouco tonta por estar de volta.

– Não queria que tivesse visto isso, Mione, desculpe. – Harry disse parecendo transtornado.

Segurei-me em algo enquanto a tontura não passava.

– Tudo bem. – respondi. – Harry tem algo errado entre você e a Gina? – só reparei o que tinha perguntando quando terminei de dizer. As vezes falar demais era um problema.

Juro que acho que Harry ficou um pouco mais pálido.

– Não é nada, Mione.

Cruzei os braços sobre o peito.

– Acha mesmo que vai me enganar com esse nada não?

Harry suspirou derrotado.

– É que a Gina... Ela quer... Sabe... – olhei prestando o máximo de atenção para ver se entendia o que ele estava tentando insinuar. – Ela quer... Você sabe...

Devo ter corado.

Por que eu fui me meter nisso, Merlin?

– Entendi. – respondi rapidamente. – E qual é o problema? Você não quer?

Okay, será que aqueles boatos no quarto ano sobre Harry ser gay eram realmente verdade e eu que nunca percebi isso?

– Não, eu quero mas...

– Mas...

– Rony. – Harry finalmente concluiu. – Se ele descobrir ele me mata.

Suspirei pegando uma cadeira para me sentar e logo meu amigo fez o mesmo.

– Harry não precisa esperar que Ron aceite tudo que acontece no seu namoro, ele não tem por que se intrometer. – comecei. – E sim ele se intromete demais só que assim que você disser que realmente gosta de Gina e não quer magoar ela e dar um basta nisso, Rony para.

– Você acha?

Assenti.

– Ele só não quer ver a irmã sofrer. – respondi. – Então se você quer... Você entendeu, bem, vá em frente, acredite Gina concorda plenamente com a idéia.

Ele sorriu.

– Ela comentou alguma coisa?

Neguei com a cabeça.

– Ela esta um pouco revoltada por ser a única... – não terminei a frase.

Harry me olhou desconfiado. Putz, tinha algo que eu não tinha falado pra ele.

– Você e o Fred já transaram?

Corei.

– Não é pergunta que se faça! – eu disse envergonhada.

– Vou levar isso como um sim. – respondeu com um sorriso no rosto. – Então quando vai falar com ele?

Droga Harry, eu tinha até esquecido do que aconteceu há algumas horas.

– Agora não. – respondi irritada. – Só quero saber o que diabos ele estava fazendo num corredor escuro com aquela vadia da Madisson Parker, Poker, seja lá qual seja o nome daquela galinha.

– Você sabe que eles não estavam fazendo nada demais.

Bufei.

– Não me importo, ele não deveria estar com ela. – Não quando nem me viu o dia todo, completei em minha mente.

Vi-o rir.

– Nunca pensei que veria Hermione Granger com ciúmes.

Franzi o cenho.

– Não estou com ciúmes. – eu disse.

– Imagine se estivesse. – ele respondeu com um sorriso brincalhão no rosto.

Balancei a cabeça e apenas sorri de volta.

***

Já era sexta e meu objetivo era evitar Fred Weasley.

Depois que voltei para meu dormitório ontem a noite e conversei um pouco com Gina sobre Harry e logo dei a entender que talvez o namorado dela tenha uma mudança de atitude nos próximos dias, agora era com meu amigo. Fui dormir em seguida mas não consegui de imediato. As palavra de Harry não saia da minha cabeça.

Eu não estava com ciúmes daquela cenoura.

Era impossível isso. Eu não sentia ciúmes dele, não quando eu sabia que Fred me amava. Mas saber disso não ajudava em nada quando a imagem dos dois perto um do outro vinha na minha mente, eu sem querer acabei quebrando um copo que fez Ron e Gina se assustarem. Durante a tarde Ginny veio falar comigo então imagino que Harry tinha contado o que aconteceu mas a cortei em seguida, não queria ouvi-lá.

Por que afinal eu não estava com ciúmes.

Claro que Fred começou a me perseguir para podermos conversar. Mas eu não queria falar com ele ainda, pela primeira vez duvidei se era mesmo da Grifinória já que não estava com a coragem tão característica nossa. Com isso eu comecei a fugir e me esconder para que ele não me encontrasse o que acabou por dando certo.

Quando já estava na ultima aula do dia que era História da Magia eu estava emocionalmente esgotada e feliz por amanhã já ser o passeio a Hogsmeade, estava louca pra comer uns doces da Dedos de Mel. A aula era com a Sonserina então eu tentava a todo momento não olhar em direção a Malfoy por que sabia que não conseguiria mais exalar aquele desprezo que antes tinha já que eu não via ele como o mesmo de antes.

Eu estava viajando em minha própria mente quando vi um papelzinho voando até parar em cima do meu caderno. Olhei ao redor para ver se alguém tinha notado isso mas pelo jeito ninguém. A única pessoa que me olhava era Malfoy e com isso franzi a testa e fui ler o bilhete que estava escrito assim:

“ Me encontra na sala Precisa as sete?

Preciso conversar.

– DM”

Assenti disfarçadamente para ninguém notar e guardei a folha dentro do meu material para que Harry nem Rony notassem e esperei as aulas acabaram o que pareceu demorar uma eternidade. Quando finalmente aconteceu fui direto para a torre da Grifinória e tomei banho trocando de roupa e logo já era quase seis e meia então me apressei para sair.

Agradeci silenciosamente por quase todo mundo já esta no jantar então provavelmente ninguém notaria eu indo para o sétimo andar. Subi as escadas cansada e sentindo uma falta enorme de Fred e prometi a mim mesma que amanhã deixaria ele falar e veria o que aconteceu. Eu estava sendo boba em ignorá-lo.

Quando cheguei lá acabei me surpreendendo por Draco já ter chegado antes que eu. Assim que entrei soube que tinha algo errado com ele. O loiro estava sentado em uma cadeira dentro da sala e seus braços estava apoiados em suas pernas e sua cabeça em sua mão.

– Draco? – chamei. – O que foi?

– Granger? – ele levantou o olhar. – Chegou cedo.

Tentei sorrir.

– Não tinha nada pra fazer mesmo.

– Então veio cuidar da minha mais nova mente perturbada.

– Não sei se você já tinha reparado. – falei me aproximando. – Mas sua mente já era perturbada há anos.

Vi-o revirar os olhos.

– Não entraremos nesses méritos.

Assenti.

– Qual é o problema? – perguntei já ficando impaciente.

Malfoy abaixou seu olhar para seus braços e levantou a manga do braço direito mostrando um grande corte avermelhado que ia do inicio do pulso até o meio do braço. Arregalei os olhos.

– O que aconteceu?

– Não sei. – ele respondeu. – Eu dormi e quando acordei tava assim.

Peguei seu braço com curiosidade.

– Isso é loucura. – falei. – Algo mais aconteceu?

– Eu tenho perdido espaços de tempo. – Ao ver minha expressão confusa Draco continuou: - Não sei se minha memória esta ruim ou se é algo a mais só que as vezes eu tomo consciência em um lugar que eu juro que não fui até lá.

Isso era tão maluco.

– Malfoy, não acha melhor falarmos com Dumbledore? – perguntei. – Eu não estou conseguindo te ajudar com nada e acho que isso esta ficando perigoso.

Ele levantou parecendo desesperado.

– Não, você não pode, não podemos falar com Dumbledore. – Draco veio até mim e me segurou pelos ombros apertando suas mãos. – Por favor prometa que não atrás do diretor.

– Tudo bem. – respondi para que ele me soltasse. – Eu não vou.

Dizendo isso ele pareceu mais calmo e se afastou de mim.

– Mas por que Malfoy? – perguntei. – Talvez ele pudesse te ajudar.

O loiro balançou a cabeça numa negativa.

– Ele não pode. – respondeu. – Só iria me prender em Askaban.

Arregalei os olhos.

– Askaban? Malfoy? O que você fez?

Acho que só agora que ele notou o que estava me dizendo. Seus olhos pareceram estar sofrendo muito e eu senti vontade de abraçá-lo de tudo e todos.

– Draco?

Vi-o inconscientemente colocar a mão sobre o braço direito e meu coração quase parou. Rapidamente corri até ele e puxei seu braço e antes que pudesse tentar alguma coisa arregacei sua manga e vi ali brilhante de um jeito maligno a marca negra. Levantei o olhar e vi algo em sua expressão que me fez ficar triste por ele.

Automaticamente dei um passo para trás.

– Não precisa ficar com medo de mim, Granger. – ele falou.

– Desde quando? – perguntei confusa.

Eu sabia que agora deveria odiá-lo, entregá-lo para Dumbledore e conseguirmos respostas sobre os comensais e o próprio Voldemort mas eu não conseguia. Ele era meu amigo apesar de tudo.

– Antes do inicio das aulas. – respondeu cabisbaixo.

– Por... Por que?

– Eu não tive escolha. – ele respondeu. – Meu pai falhou com o Lorde, eles pegaram a minha mãe e esse era nossa ultima chance, eu não posso perder a minha mãe.

Ele passou a mão pelos fios loiros e eu fui até Draco e o abracei. Sim eu sei que é uma coisa idiota de se fazer. Ele é um Comensal! Mas Draco... Sempre se fingiu de forte que nada o afetava e agora estava desmoronando por sua mãe esta em perigo.

– Hermione você não pode contar para ninguém. – ouvi-o implorar.

Afirmei com a cabeça.

– Não se preocupe com isso.

Ficamos mais algum tempo tentando formar hipóteses para o que poderia estar acontecendo com ele e não achamos nada de razoável a não ser ele comentou que tudo isso tinha começado logo depois de ter feito a marca e disse que ouviu Bellatrix comentar com Narcisa que sua iniciação foi diferente do que para outros comensais.

Isso acabou me deixando muito intrigada. Por que Voldemort faria uma iniciação diferente para Draco? Ele era apenas um adolescente não deveria ser de muita serventia para o guarde senhor das Trevas. Mas não pude continuar com a minha linha de raciocínio já que vi o horário e eu tinha que terminar um trabalho de poções ainda hoje.

– Eu já fiz o trabalho. – Malfoy falou assim que saíram da sala Precisa e olharam pelo corredor para ver se tinha alguém vindo. – Esta um pouco atrasada.

– Se você tivesse a minha vida também estaria. – reclamei.

– O cenoura anda ocupando muito seu tempo, é? – provocou.

– Malfoy vai comer alguém, vai, e não enche o saco. – respondi sorrindo.

Draco deu um sorriso arrogante.

– Acho que vou mesmo. – ele respondeu. – Um de nós tem que estar relaxado. – riu consigo mesmo e começou a se distanciar de mim. – Bem Granger, vejo você outro dia pra nossa sessão.

Revirei os olhos com um sorriso no rosto.

– Vá até a enfermaria e pegue poções pra dormir sem sonhos. – gritei antes que ele pudesse estar longe e não me ouvisse.

Vi-o fazer sinal positivo com a mão e sumir e parei de andar. Minha cabeça parecia que ia explodir e agora sabia que Malfoy era um comensal. Sabia que todos deveriam saber mas sentia como se tivesse traindo o loiro e isso eu não poderia fazer mas se um dia isso for descoberto e Harry junto com todos soubessem que eu já sabia nunca me perdoariam.

Resolvi deixar esse assunto de lado por um tempo, veria o que fazer depois.

Estava prestes a voltar a andar e ir pro meu quarto quando ouço uma voz:

– Mas que porra você estava fazendo com o Malfoy por aqui, Hermione?

Merlin hoje você resolveu me pregar uma grande peça. Obrigada por mandar Fred aqui bem quando estou com Malfoy. Obrigada!

– Fred? O que esta fazendo aqui? – perguntei.

– Eu perguntei primeiro. – a expressão dele era seria.

Mordi o lábio.

– Não era nada demais. – respondi. – Estávamos conversando, apenas isso.

– Com o Malfoy? Hermione, o Malfoy? – ele estava sendo muito grosso comigo.

Suspirei.

– Ele precisa da minha ajuda, Fred, não tem nada demais.

– Desde quando você anda se encontrando com ele? – ele me perguntou.

– Isso não interessa...

– Hermione me fale.

– Começou depois que voltamos de Durmstrang. – fui honesta. – Fred eu posso explicar.

– Mas que merda, Hermione. – ele gritou. – Você me ignorou um dia inteiro só por que me viu conversando com a Madisson mas agora quer que eu te ouça quando te encontro numa parte praticamente inabitada do castelo com Draco Malfoy?

Comecei a ficar nervosa com o rumo da conversa.

– Fred, ele precisava da minha ajuda e pediu para não contar a ninguém. – eu disse.

– E isso é motivo pra mentir pra mim?

– Eu não menti...

– Claro que não, só não falava realmente onde ia e com quem ia.

Dei um passo para frente tentando chegar mais perto dele mas Fred se afastou.

– Fred...

– Mas que Merda Hermione.- ele falou passando a mão no cabelo. – Eu te procurei o dia todo, fiz o Harry procurar o mapa e quando vi que não aparecia deduzi que estava aqui, vim para explicar que você ficou brava comigo por nada e ainda te encontro com Malfoy.

– Fred, se acalme e vamos conversar.

Ele não me olhava nos olhos.

– Agora quem não quer conversar sou eu.

Fred se virou e foi embora e eu fiquei parada apenas observando-o ir.

***

Eu fiquei parada lá por quase meia hora esperando que o ruivo voltasse e fizéssemos as pazes mas isso não aconteceu e meu coração pareceu se quebrar. De imediato senti raiva, quem ele pensa que era pra me julgar se estávamos estranhos um com o outro no inicio foi culpa dele, mas depois me senti culpada já que sabia que eu estava errada em ter escondido tudo isso dele. Mas o que poderia fazer, chegar e contar tudo que eu havia descoberto sobre Malfoy?

Voltei para a Grifinória com a cabeça doendo de tanto cansaço e tristeza. Senti vontade de chorar, o que já não acontecia a muito tempo mas segurei, não deixaria que alguém me visse chorar e espalhasse pelo castelo todo e começasse boatos que Fred e eu tínhamos terminado, por que não havíamos.

Surpreendi-me quando voltei para a torre e descobri que muitos alunos ainda estavam fora e já era quase o toque de recolher. Subi as escadas em silencio tentando não chamar atenção para mim e quando estava prestes a abrir a porta do meu quarto comecei a ouvir uma espécie de choro vindo de dentro do quarto. Franzi o cenho confusa e quase dei meia volta e fui embora mas eu realmente queria a minha cama agora e quem sabe chorar também.

Abri a porta e me deparei com Lilá sentada perto da porta do nosso banheiro chorando abraçando seu próprio corpo. Ao ouvir a porta se abrir ela levantou o olhar e me viu o que a fez chorar mais ainda. Tinha algo tão desesperador nela ali sozinha que me deixou mais mal do que eu estava antes. Fui até ela e me ajoelhei ao seu lado.

– Lilá? – chamei colocando a mão no seu ombro. – O que aconteceu? No que posso te ajudar?

Ela piscou os olhos e começou a chorar mais.

– Minha vida esta acabada. – ela disse gaguejando. – Eu quero morrer.

– Aconteceu algo com Ron? Se quiser eu vou lá puxar a orelha dele. – ofereci.

Ela balançou a cabeça negativamente.

– Rony vai me odiar se for verdade. – Lilá falou. – Não posso.... Não...

– Qual é o problema? – insisti.

Lilá passou a mão no rosto para limpar um pouco o rastro das lagrimas.

– Acho que estou grávida. – ela foi direta e eu quase cai.

O que?

– Como assim acha? – perguntei.

– Não tive coragem de pedir uma poção pra comprovar. – ela me confidenciou. – Se eu pedir pra Madame Pomfrey todos vão ficar sabendo...

– E Rony sabe disso? – perguntei.

Ela negou com a cabeça.

– Eu estou com medo de falar com ele.

– Você tem que falar. – eu disse. – Mas primeiro tem que ter certeza se ta ou não.

– Mas não posso pedir a poção...

– Eu peço. – ofereci.

– Hermione, não. – ela disse. – É perigoso, se você pegar vão achar que você e Fred vão ser pais e acredite vai ser um grande problema pra ele por aqui.

Suspirei pela menção a Fred.

Ele nem estava querendo falar comigo agora.

– Sim, você esta certa. – concordei. – Mas você tem que descobrir de algum jeito. – nós duas ficamos em silencio enquanto eu pensava em um jeito de fazermos isso sem que ninguém mais descobrisse. – Teste de gravidez trouxa. – pensei alto.

– O que? – ela me olhou surpresa.

– Amanhã a gente vai pra Hogsmeade deve ser fácil conseguir. – eu disse. – E com isso ninguém vai saber que você comprou um.

– Mas eu nem sei onde e o que é pra comprar.

– Eu compro. – eu falei. – Peço pra Fred me levar numa farmácia e compro e trago amanhã.

Pelo menos assim ele teria que olhar pra mim.

– Fred não pode saber!

Concordei com a cabeça.

– Vou dizer que irei comprar outra coisa. – respondi.

Lilá assentiu.

– Parece um bom plano. – disse. – Mas e se eu...

Balancei a cabeça.

– Não pense nisso agora. Vamos primeiro ver se é verdade ou não, se for veremos o que faremos.

Lilá me olhou agradecida.

– Muito obrigada, Hermione.

Sorri.

– Vai dormir. – respondi. – Por que se realmente estiver grávida tem que começar a cuidar melhor da sua saúde.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Gostaram?
Review?
Recomendação?