Juntos por uma Horcrux - Fred & Hermione escrita por Isabelle Munhoz


Capítulo 17
Capítulo 17 - Marry me?


Notas iniciais do capítulo

Hey
Aqui esta a segunda parte do cap. anterior.
Disse que postava ainda essa semana, e esta enorme por isso dividi em dois.
Não sei quando volto a postar por que meus livros chegaram... Então....
Boa leitura.



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Pisquei varias vezes para tentar me acordar.

Assenti e coloquei minhas pantufas e um casaco já que estava frio. Vi Zabini aparecer na porta e ao me ver já me aprontando para ir assentiu e sumiu de minha vista. Isso tudo me fizera perceber como era forte a amizade entre esses dois Sonserinos.

Não falei nada para Gina apenas sai do quarto até que um pouco irritada. Se eles tivessem me ouvido não estaríamos aqui nessa situação agora, né? Eu estaria dormindo e sonhando na escolha que teria que fazer: minha família ou meus amigos.

Balancei a cabeça para esquecer aquele sonho.

Andei rapidamente até a porta do quarto dos Sonserino e vi Malfoy deitado na cama suando muito e o meu instinto que era cuidar das pessoas se aflorou. Corri até ele e coloquei a mão em sua testa. Estava muito quente.

– O que aconteceu? – perguntei para Blásio.

– Eu acordei no meio da noite e ele tava gemendo. – ele respondeu.

Tentei pensar no que fazer mas no final das contas eu não era medica! Por que todos ficavam me procurando para ajudar a doninha? Já disse que ele tinha que ir para a enfermaria.

– Tragam panos e um balde de água fria. – falei.

Blásio assentiu.

– Eu te ajudo, Blás. – uma Luna sonolenta falou e seguiu o moreno para fora.

Olhei ao redor e notei que Fred estava parado meio confuso na porta me olhando sorri.

– Fred, peça para Gina trazer minha mochila sim?

Ele assentiu e saiu também.

Coloquei as costas da minha mão novamente em sua testa e a temperatura parecia estar aumentando cada vez mais. Eu não sabia exatamente o que estava de errado com ele então o sacudi levemente para acordá-lo.

– Ahn...? Granger? – Malfoy piscou os olhos e olhou ao redor. – O que esta fazendo aqui?

– Você esta com febre.

Draco não respondeu nada.

Com isso Fred apareceu com minha mochila em suas mãos ao mesmo tempo que Zabini entrou com um balde com água e Luna vários panos em suas mãos. Peguei o pano e molhei na água torcendo-o em seguida.

– Deite a cabeça, Malfoy.

Ele fez sem argumentar o que me fez pensar como deveria estar mal para não me contrariar. Coloquei o pano em sua testa e peguei minha bolsa na mão de Fred. Todos me olhavam como se eu fosse alguma santa ou milagreira que iria tirar o Malfoy dessa situação.

Felizmente eu era prevenida e vivia com dor de cabeça então havia trago um analgésico trouxa em minha mochila. Mas a grande duvida era se isso faria efeito em Malfoy já que ele nunca tomara nada que fosse feito trouxamente.

– Hermione. – Fred me chamou. – E se dermos aquele treco horrível que você me deu quando passei mal na sua casa.

Ele fez uma careta e eu teria rido se fosse outra situação.

– Não tenho comigo. – respondi. – Mas trouxe um remédio trouxa na minha mochila só que eu não sei se faz efeito em Malfoy já que ele nunca tomou nada trouxa.

Ele tossiu.

– Não vou tomar nada trouxa.

– Prefere morrer? – perguntei.

– Esta exagerando...

– Você vai tomar Draco. – Zabini se intrometeu. – Se você visse o seu estado nem iria reclamar sobre esse remédio.

– Blás... é trouxa. – Draco resmungou.

Mas o Sonserinno só balançou a cabeça dizendo que a decisão já estava tomada. Por um minuto eu até que senti um respeito por ele. Bem apenas por um minuto.

– Tragam água para ele beber. – pedi.

Luna se voluntariou e saiu.

Suspirei.

Dar aquele remédio para ele era a única coisa que eu poderia fazer se não melhorasse... Eu estava muito preocupada com a pancada na cabeça que Malfoy havia levado.

– Malfoy, se vire. – pedi.

– Pra que?

– Pode por favor não ficar questionando tudo que eu peço? – falei. – Apenas para ver se seus machucados melhoraram mesmo.

O loiro me jogou um olhar desconfiado mas fez o que eu pedi. Levantei sua blusa e vi suas costas e onde estava cortado e sangrando antes estava praticamente novo e agradeci a Merlin por isso, não teríamos que lidar com uma infecção. Passei a mão em suas costas e parecia normal cheguei até o começo do seu pescoço onde começou inchar.

Por causa do cabelo platinado de Malfoy eu não havia reparado antes mas estava inchado sua cabeça o que era muito preocupante. Levantei o rosto e vi Fred, Ginny, Blásio, e Luna me olharam. Céus era bom não terem acordado o resto.

– Os machucados parecem ter cicatrizados. – falei.

Zabini estava impaciente e eu até o entendia.

– Luna me de a água, sim? – pedi.

Ela assentiu e me entregou a garrafinha. Peguei o remédio e entreguei para Draco. Ele olhou para minha mão e pegou o comprimido meio contrariado e logo depois a água.

– O que eu faço?

– Só engula. – respondi obviamente.

Malfoy me jogou um olhar irritado mas fez o que eu pedi.

– E agora? – Zabini perguntou.

Levantei e rumei para a porta.

– Eu não tenho certeza. – respondi. – O remédio tem que abaixar a temperatura do corpo dele. A febre é tipo um aviso para mostrar que tem algo errado com nosso corpo então espero que ele sobreviva até a manhã e assim que todos acordarem levamos ele para a enfermaria.

– Sobreviva? Tem chances dele morrer? – Luna perguntou.

Draco se engasgou com a própria saliva e me olhou assustado.

– Acho que não. – falei. – Mas Zabini fique de olho nele essa noite e molhe o pano na testa dele de vez em quando. Mas como eu disse de manhã ele tem que falar com uma medica, eu estou mesmo preocupada com a pancada na cabeça que ele levou.

O melhor amigo do Sonserino assentiu.

– Melhor deixar Malfoy descansar. – eu disse.

Todos assentiram.

Luna se despediu de Blásio e deu um sorriso para Malfoy e saiu sendo seguida por Gina. Fred e eu saímos por ultimo mas logo fechei a porta atrás de mim.

– Vamos, Mione? – a ruiva chama.

Balancei a cabeça.

– Tenho que falar com Fred antes.

Gina mesmo nessa situação tensa deu um sorriso malicioso mas assentiu e foi. Já não via mais Luna e acho que Fred nem havia notado que eu o estava seguindo. Ele abriu a porta do seu quarto e quando foi fechar me viu parada atrás dele.

– Que foi, Hermione?

Mordi o lábio inferior.

– Eu estou falando serio de amanhã termo que levar Malfoy para a enfermaria. – respondi. – Eu não comentei pra todo mundo para não causar pânico achando que ele iria morrer durante a noite mas sua cabeça esta inchada e muito.

Fred assentiu.

– Não se preocupe, Mi. – ele falou tentando sorrir. – Se ele morrer é só jogar em alguma vala por ai. É só o Malfoy.

Ri.

– Sim, certo? Ninguém sentiria falta dele.

– Nosso único problema seria o Zabini. – Fred falou. – Ele estava preocupado demais para o meu gosto. Eu já deveria esperar um caso daqueles dois.

Neguei com a cabeça tentando parecer seria.

– Zabini esta com a Luna.

O ruivo fingiu uma cara de surpresa.

– Será que há um ménage nisso?

Soquei seu braço.

– Que mente poluída é essa, ruivo?

Ele riu.

– Estou voltando para meu quarto. – avisei. – Ver se eu consigo voltar para meus sonhos com o Brad Pitt.

Fred franziu a testa.

– Se esta tentando me fazer ciúmes, Hermione, melhor tentar mais.

Revirei os olhos divertida.

– Sonha, ruivo.

– Boa noite, morena.

***

Dizer que eu dormi mal o resto da noite era pouco. Quando voltei para meu quarto Gina já estava dormindo então apenas me joguei novamente na cama e fechei os olhos mas eu não conseguia não me remexer. Estava preocupada. E não era natural me preocupar com um Sonserino! Mas eu sentia que tinha algo errado e estava realmente com medo de como poderia estar a cabeça dele depois da pancada.

Quando acordei vi que era uma das ultimas ainda dormindo falei para Gina que deveriam ter me acordado mas todos concordavam que eu havia trabalhado demais então merecia dormir. Fiquei agradecida mas tínhamos que levar Malfoy para a enfermaria! O que estavam pensando?

Levar aquele loiro de farmácia fora difícil. Nunca vi alguém reclamar tanto em um curto espaço de tempo. Eu já estava pensando mesmo em uma vala para jogar seu corpo depois que eu o cortasse em varias partes. Mas enfim conseguimos convencer – vulgo Blásio – Draco que ele estava mal e tinha que ser levado para um medico averiguar já que eu só conseguir ganhar tempo.

– O que aconteceu com ele? – a enfermeira perguntou quando entramos no cômodo.

– Caiu da vassoura. – respondi. – Quebrou o braço mas usei um feitiço que melhorou isso, vários cortes nas costas mas também dei um jeito. O que estou preocupada é com a cabeça esta muito inchada.

Blásio olhou confuso.

– Estou bem. – Malfoy resmungou.

– E teve febre. – ignorei-o.

– Quando fora isso? – ela perguntou.

Meu cérebro raciocinou rapidamente. Como Malfoy havia dito no dia anterior eu imagino que estaríamos encrencados se os superiores – vulfo Arthur- descobrissem que estávamos disputando no meio da noite.

– De manhã. – respondi e todos olharam para mim. – Estavam treinando e ele caiu da vassoura.

A enfermeira assentiu.

Ela era bem diferente da madame Pomfrey. Parecia mais jovem mas a vida parecia ter sido mais dura para ela já que seus olhos tinham um brilho triste. Seus cabelos castanhos quase um mel caiam até os ombros. Ela assentiu.

– Podem tomar café. – falou. – Eu cuido desse garoto.

Uma sensação ruim se passou por mim. Depois de tudo acabei ficando muito desconfiada já que eu não queria deixar Malfoy sozinho com aquela mulher. A escola já me passava uma sensação estranha e desde que entramos aqui parece que ninguém gosta da gente.

– Podem ir. – falei para os outros. – Eu fico com ele.

– Eu não quero você aqui, Granger. – Malfoy rebateu.

– Alguém tem que ficar com você, doninha!

– O Blás fica. – respondeu. – Não você.

Revirei os olhos.

– Pare de ser criança. – eu disse. – Ele já deve ter passado a noite toda com você preocupado, deixa o coitado descansar.

– Mas...

Blásio riu.

– Draco, não se preocupe só vou comer e já volto.

– Mas Hermione, você tem certeza que quer ficar aqui? – Harry perguntou e olhou para o loiro. – Com o Malfoy?

Balancei a cabeça.

– Querer eu não quero. – sussurrei. – Mas eu não confio muito nas pessoas daqui.

Harry assentiu.

– Vamos comer e já voltamos. – Gina falou e passou a mão nos meus cachos.

Todos começaram a sair e Draco ficou resmungando.

– Pare de falar antes que eu corte a sua língua. – falei.

– Só esta com coragem por que estou invalido nessa cama. – Malfoy respondeu. – Não deveria estar tão calma ficando do meu lado, sangue ruim.

– Blá, Blá, Blá. – falei irritada.

Nessa hora a enfermeira voltou com um pote em suas mãos e entregou para Malfoy. Notei que Fred ainda estava parado olhando para nós.

– Hermione, tem certeza que não quer que eu fique? Eu sou o professor afinal.

Neguei com a cabeça.

– Aposto que esta morrendo de fome.

Ele sorriu.

– Me conhece tão bem.

– Só mastigue a comida antes de engolir. – alertei-o.

– Vou tentar. – Fred respondeu e saiu da enfermaria.

Sentei na cadeira ao lado da cama que Draco estava deitado. A enfermeira que eu ainda não havia descoberto o nome dava algo para ele beber.

– Não sei o que a senhorita fez mas cuidou muito bem dele. – a mulher falou e eu sorri. – Fora muito inteligente, mas sim a cabeça esta fraturada. Dei uma poção para melhorar e isso deve fazer ele dormir por um tempo.

Assenti.

– Obrigada.

Ela deu um sorriso bondoso e saiu deixando Malfoy e eu a sós.

– Que gosto horrível. – o sonserino resmungou.

Eu ri por que me lembrei de quando Fred estava com febre em minha casa e como fez um escândalo para tomar aquele xarope. Fora naquele dia que acabamos tendo nosso primeiro beijo.

– Por que esta com esse sorriso idiota nos lábios, Granger?

Olhei para o loiro oxigenado.

– Não é da sua conta, Malfoy. – respondi mal humorada. – Deveria pelo menos agradecer por eu não ter deixado você morrer, sabia?

Draco bufou.

– Obrigado? – ele falou irritado.

– De nada. – respondi com uma careta. – Sabe Malfoy, Ron estava falando sobre Jenks e que tem que se vingar por ter feito você cair da vassoura.

O loiro riu.

– E desde quando o Weasley se preocupa comigo?

– Não esta preocupado com você, mas ainda vão jogar certo? – falei.

– Eles não tem que fazer nada. – Malfoy falou serio.

O olhei surpresa.

– Não quer se vingar? – perguntei.

– E vou. – respondeu sombriamente. – Mas isso não é da conta de vocês.

– Tem alguma idéia por que ele foi direto em você? – tentei descobrir alguma cosia.

– Digamos que meu pai e o dele... Tiveram um problema. – Malfoy respondeu. – Mas não foi culpa minha se ele se matou e agora Jenks culpa a minha família.

Fiquei quieta.

– Vou resolver isso depois. – Malfoy falava mais para si mesmo do que para mim. – Alias, eu não tenho que contar nada disso para você Granger.

Resolvi não contestar.

***

Como a enfermeira havia dito logo Malfoy acabou dormindo. Fiquei sentada ao seu lado sem fazer absolutamente nada e imaginava quando Blásio iria voltar para que eu pudesse finalmente sair dali e ler algum livro. Esse ultimo dia fora a base de cuidar daquele idiota! Eu deveria ganhar um premio por tal feito.

Mas acho que todos esqueceram da gente já que o tempo foi passando e ninguém voltou para a enfermaria. Muitas vezes cogitei na idéia de ir embora e deixá-lo sozinho mas ficava imaginado alguém vindo e o matando enquanto dormia e acho que me sentiria culpada se isso acontecesse.

Não... – o ouvi sussurrar.

Achei que ele havia acordado então já ia dar alguma resposta grossa mas quando o olhei vi que Malfoy ainda dormia. Estava se remexendo na cama. A primeira coisa que pensei foi que sua febre voltara mas quando coloquei minha mão em sua testa vi que estava tudo normal.

Por favor... Eu não agüento mais. – ele pedia.

Franzi a testa confusa.

– Malfoy? – chamei.

Mas ele não me respondeu.

Deveria estar em algum sonho. Será que era efeito colateral da poção?

Eu não quero. – sua voz parecia agoniada. – Por favor, não.

Ele parecia tão desesperado que cheguei até sentir dó do Sonserino. Então resolvi acordá-lo. O cutuquei mas ele não parecia que iria acordar.

– Malfoy, acorda.

Depois de muitas tentativas o vi piscar abrindo os olhos e olhar ao redor parecendo confuso. Seus olhos pararam em mim e vi muito sofrimento ali dentro.

– Gr-Granger?

– Algum problema? – perguntei. – Acho que estava tendo um pesadelo por isso o acordei.

– Eu... – mas ele não terminou a frase.

Tinha algo errado.

– Malfoy... Me fala, o que esta acontecendo?

– Pesadelos. – ele respondeu o que me surpreendeu.

– Só pesadelos? – insisti.

Ele me olhou assustado.

– Só? Você não me entende. Esses não são pesadelos normais. – Draco falou e vi que estava tremendo. – São muito vividos, as vezes eu sonho que me cortei e quando acordo onde estava cortado tem uma linha, como se fosse uma cicatriz de corte...

Arregalei os olhos.

– Mas isso é impossível. – falei.

Ele balançou a cabeça.

– Eu sei. – respondeu. – E isso que me assusta. Praticamente toda noite eu tenho pesadelos assim, nem dormir direito eu estou conseguindo.

– Desde quando esta tendo esses sonhos? – perguntei.

Era muito estranho estar tendo uma conversa com Draco Malfoy seria. Sem insultos, nem tapas. Ele parecia estar serio sobre o que me contava. E estava assustado o que era mais desesperador ainda.

– Desde as férias. – falou. – Eu... Não sei mais o que fazer.

E um pouco de compaixão veio para mim.

– Não se preocupe, vou achar um jeito desses pesadelos pararem. – prometi.

Seus olhos cinzentos encararam os meus.

– Por que faria isso? – perguntou. – Depois de tudo que já fiz para você... Por que esta me ajudando?

Sorri.

– Por que Malfoy? Nem eu sei. – respondi. – Mas sinto que você merece ser ajudado.

E acho que nesse momento algo mudou.

Vi Draco Malfoy dar um sorriso. Não de ironia ou escárnio. Um sorriso sincero. E direcionado a mim.

***

Logo depois ele voltou a dormir o que me deixou muito pensativa sobre esses pesadelos que ele dizia estar tendo. Pelo jeito deveriam ser muito assustadores mesmo para o fazer ficar tão aterrorizada daquela forma.

Já comecei a pensar em todos os livros que teria que pesquisar mais a fundo sobre nosso subconsciente onde são formados os sonhos. Eu sabia que talvez ele não merecesse tanto minha preocupação mas eu sentia que tinha que fazer isso. E as lembranças de varias vezes que eu o vi andando pelo castelo esse ano sempre Malfoy estava com o rosto deprimido e dizendo coisas sem nexos.

– Hermione? – levantei o rosto.

Fred estava parado me olhando.

– Zabini não deveria estar aqui? – ele perguntou.

Assenti fazendo careta.

– Sim, mas acho que esqueceu o melhor amigo.

Fred riu e puxou uma cadeira sentando ao meu lado.

– Esta com fome? – perguntou. – Pode ir comer, fico aqui enquanto espero Zabini chegar.

Nessa hora sinto meu estomago roncar e sei que não é a hora para recusar. Não como nada desde ontem e passei boa parte do tempo cuidado do loiro ali, então tinha que recuperar as minhas energias.

– Obrigada, Fred.

Ele sorriu e com um pulo sai da cadeira e fui para fora da enfermaria. Comecei a andar distraidamente pelos corredores com meus pensamentos em muitos lugares menos aqui.

Meu estomago continuava a roncar e eu só pensava em chegar na cozinha do nosso salão comunal para pegar alguma coisa para comer.

– Hermione?

Olho mais a frente e vejo Viktor com seu sobretudo preto andando até mim com um sorriso um pouco afetado no rosto.

– Sim?

– Eu queria pedir desculpas. – ele falou.

Franzi a testa.

– Pelo que?

– Eu soube sobre o que aconteceu com o Malfoy.

Assenti nervosa.

– Sim, ele caiu da vassoura enquanto praticavam... – comecei a contar mentira que eu havia bolado.

Krum pegou meu braço fazendo-me calar a boca.

– Eu sei que não foi isso. – ele disse olhando dentro dos meus olhos. – Jenks são dos limites, mas sinto muito não posso tirar ele do time sem contar o que realmente aconteceu e não acho que vai acabar bem se descobrirem.

Sorri surpresa.

– Como você sabe? – perguntei.

– Nesse colégio eu sei de muitas coisas. – ele respondeu.

Assenti sorrindo.

Meu estomago voltou a roncar e pensei em ir comer. Já estava pronta para me despedir de Viktor quando ele perguntou uma coisa que me deixou surpresa.

– Você e o professor Weasley estão namorando?

Senti meu rosto ficar vermelho.

– Er... Não, Viktor. – respondi.

Ele deu um sorriso bonito.

– Que bom. – falou. – Não vou me sentir culpado.

Franzi a testa.

– Culpado pelo que?

– Por isso.

Respondeu isso e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e sem mais nem menos se aproximou e me beijou. Fora tudo muito rápido e logo me deparei que estava beijando Viktor Krum.

Um flashback feio até a minha mente de dois anos atrás enquanto estávamos em Hogwarts e nos beijamos. Naquela época eu estava começando a gostar de Ron mas mesmo assim fora maravilhoso beijar Krum, era o sonho de todas as adolescentes mas agora... eu gostava de Fred.

Fred.

Fora só pensar nesse nome que achei forças para empurrar Viktor longe de mim. Ele me olhou confuso e eu estava prestes a arranjar uma desculpa quando ouvi alguém pigarrear perto de nós. E me virei para ver quem era já vermelha de vergonha.

E Merlin nunca esta ao meu favor já que era claro que Fred estaria ali me vendo beijando outro cara. Valeu ai, viu Merlin.

– Hermione. – a voz do ruivo era dura. – Precisamos conversar.

– Senhor Weasley não sei se viu mas estavam num assunto aqui... – Viktor começou mas fora interrompido.

– Senhor Krum eu e você conversamos depois.

Fred veio até mim e pegou meu pulso me puxando enquanto ele caminhava para longe de Viktor. Enquanto o ruivo me puxava pelos corredores eu não fazia idéia do que dizer e sinto dizer que me sentia culpada. Não que eu estivesse o traindo já que não tínhamos nada, mas mesmo assim eu sentia culpada.

Logo chegamos na porta do nosso dormitório e Fred abriu e me puxou para dentro. Assim que viu que não tinha ninguém na sala virou e vi suas orelhas já vermelhas que nem a de Ron quando esta bravo.

– Fred...

– Hermione! – ele ralhou. – Eu vi mesmo aquilo? Você estava beijando Viktor Krum?

Abri a boca mas não consegui dizer nada.

– Realmente eu não esperava isso de você Hermione. – ele falou e eu me sentia culpada. – Pensei que fosse minha namorada.

Pisquei diversas vezes e raciocinei para ver se havia ouvido errado.

Com isso a culpa se dissipou entrando no lugar raiva.

– Namorada, Frederich? – perguntei. – Não me lembro de você ter perguntando se eu queria! E enquanto não fizer isso eu sou livre pra beijar quem eu quiser.

Virei-me irritada para sair mas ele segurou a minha mão.

– Que foi? – perguntei brava.

– Desculpa. – ele pediu. – Não deveria ter ficado tão bravo mas ver você beijando aquele idiota me deixou louco! Eu gosto de você, porra. Mas não faço idéia do que você sente, as vezes esta tão de boa comigo mas tem outras que eu realmente acho que vai me matar.

Abri a boca surpresa pela declaração.

Todo mundo já havia reparado que eu gostava de Fred! Como o retardado ainda não tinha visto isso?

– É obvio que gosto de você Fred. – falei tomando coragem. – Como acha que não? Não fico beijando qualquer um por ai, caso não me conheça. Mas você que nunca diz nada.

– Por que sempre que nos beijamos você foge. – ele rebateu.

Abri um pequeno sorriso.

– Você espera que eu faça o que? – perguntei. – Fique olhando para você que nem uma idiota? E principalmente depois daquela loira oxigenada ficar atrás de você que nem um cachorrinho...

Ele riu.

– Sabia que estava com ciúmes da Madison.

Cruzei meus braços sobre o peito.

– Não estou não!

Mas ele ria mais ainda.

– Deixa para lá, Frederich. – falei. – Melhor eu ir comer alguma coisa.

Mas ele não deixou eu dar um passo.

– Não espera, como você disse eu não pedi então não quero cometer o mesmo erro duas vezes. – ele ia falando e se ajoelhou a minha frente. Meu coração parecia que ia sair do peito. – Hermione, quer se casar comigo?

Arregalei os olhos.

Ele perguntou o que?

– Casar? – repeti. – Esta maluco Fred! Só tenho dezesseis anos.

Ele riu.

– Na antiguidade as mulheres casavam com essa idade. – respondeu.

– Não vou me casar com você! – respondi.

Fred revirou os olhos divertido.

– Okay, então por enquanto pode ser apenas namorar. – falou. – Então, quer namorar comigo?

Meu coração parecia que não iria ficar quieto dentro do peito. Eu queria aceitar, desesperadamente. Mas um medo irracional veio para mim e pensei num futuro onde terminássemos de um jeito terrível e eu nunca mais podendo ir para a toca por que eu não queria mais vê-lo na minha frente. E eu não queria um futuro assim...

– Fred, você é meu professor. – falei.

– Não teoricamente. – respondeu se levantando. – Você não tem aulas comigo, então apenas dou aulas na sua escola e sabe não vai ser por muito mais tempo.

– Você é mais velho que eu. – eu disse.

– Não exagera, Mi, não é como se eu tivesse trinta anos. – ele disse. – Pode dar argumentos contras que eu vou mostrar como fomos feitos um para o outro.

Sorri.

– Você é muito convencido.

– Pessoas bonitas inteligentes e perfeitas tem o dever de serem convencidas. – ele respondeu.

– Como quer que eu agüente isso todos os dias? – perguntei mesmo sabendo que a cada palavra dele eu estava mais perto de aceitar.

– Por que eu sou demais e você esta completamente apaixonada por mim. – Fred disse. – Posso dar muitas razões que eu sou a pessoa perfeita para você, alem de ser bonito, inteligente, perfeito...

– Se eu aceitar você fica quieto? – o interrompi.

Fred deu um sorriso largo.

– Posso arranjar alguma coisa para fazer com a minha boca. – ele disse. – Então aceita?

Sorrio e assenti.

Fred não responde nada apenas me puxa para mais perto e me da um beijo mais apaixonado do que os anteriores e eu não sabia que isso era possível. Meu coração pulava descontroladamente. Eu estava namorando Fred Weasley.

Fred agora era meu.

Sem conter eu sorrio entre o beijo e sinto ele sorrindo comigo.



Pov. Gina Weasley



Eu estava realmente com pena da Hermione.

Sabia como ela detestava aquela doninha que achava que era gente mas todo mundo achava que era dever dela ter que cuidar dele então lá estava ela com Malfoy na enfermaria.

– Ginny, você vem comigo? – Harry perguntou.

Balancei a cabeça tentando voltar meus pensamentos para cá.

– Aonde?

Ron bufa.

– Estava pensando no que?

– Não é da sua conta. – respondi e virei para Harry. – Aonde nós vamos?

Harry sorriu e meu coração pulou.

– Ver o campo, será mais fácil para jogarmos se conhecermos todo o campo de quadribol. – respondeu. – Enquanto estávamos lá noite passada estava tão escuro que não vi muita coisa.

Assenti.

– Eu vou continuar comendo. – meu irmão falou. – Encontro vocês no quarto.

Com isso Harry e eu nos levantamos e rumamos para fora do castelo. Mesmo estando ali a muito pouco tempo eu já havia aprendido a andar muito bem por ali e não me perdia tanto. Fomos em silencio até o campo de quadribol e um clima estranho ficou entre nós.

Depois do beijo em que tivemos na festa de Fred nada mais havia acontecido e seria mentira eu dizer que não fiquei decepcionada. Não conseguia entender como meu coração batia tanto por Harry mas eu acho que nunca conseguiria gostar de alguém como gostava dele.

– Pegue a vassoura e sobrevoe o campo. – Harry pediu me entregando sua vassoura. – Me diz o que você acha lá de cima.

Assenti e logo já estava no ar.

Era uma sensação tão libertadora estar voando. Olhei de cima e vi que o campo até que era muito parecido com o de Hogwarts o que fez com que meus temores para com o jogo diminuíssem, com Malfoy naquele estado já era uma grande desvantagem.

Quando já vi tudo que tinha que ver aqui em cima desci com a vassoura e sobrevoei na altura do Harry.

– Como é? – perguntou.

– Bem parecido com o de Hogwarts. – respondi. - Com 150 metros de comprimento por 55 de largura, por ai então não vai ser muito difícil de nos acostumarmos...

Mas fui interrompida pelos lábios de Harry.

Senti sua boca contra a minha e me assustei de inicio o que me fez perder a concentração da vassoura fazendo ela perder a força fazendo-me cair. Harry fora mais rápido e me segurou deixando apenas sua vassoura se estatelar no chão. Olhe-o surpresa mas ele sorria.

Meu rosto ainda estava bem próxima ao dele então sorri de volta e não perdi a chance. Beijei-o novamente.

***

Depois do beijo Harry e eu resolvemos que era melhor voltarmos para contar sobre o campo para os outros e começarmos a fazer estratégias para o jogo. No caminho acabamos encontrando Ron que também estava voltando.

– Realmente acho que a gente deveria fazer algo em relação a Jenks. – Ron tagarelou. – Ele deixou um de nós quase incapacitado, claro que é o Malfoy, mas mesmo assim é um de nós.

– Ronald. – falei já irritada com o jeito de valentão que estava tendo. – Se Malfoy disse que via resolver isso sozinho vamos deixar ele se fuder sozinho.

Meu irmão me jogou um olhar zangado e virou para Harry buscando apoio.

– Concordo com a Ginny, Ron.

Sorri triunfante.

Chegamos a porta do nosso dormitório e Harry foi abrir. Assim que abriu entramos e nos deparamos com uma cena que eu não estava esperando, pelo menos não agora. Olhei par Harry e Ron que estavam perplexos olhando Fred e Hermione se beijando. Isso seria tão engraçando.

Pigarreei chamando a atenção do casal.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Gostaram?
Review?
Recomendação?