Juntos por uma Horcrux - Fred & Hermione escrita por Isabelle Munhoz


Capítulo 12
Capitulo 12 - Every Man For Himself


Notas iniciais do capítulo

Hey gente. Inicio POV DO FRED



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Joguei novamente o pomo de ouro na minha mão para o alto pegando-o logo em seguida. Esse era o do primeiro jogo que eu joguei quando fiz teste para ser apanhador do time da Grifinória. Fora há muito tempo atrás e logo depois percebi que o meu sonho era mesmo ser artilheiro e logo mudei de posição.

Estou deitado na minha cama, no meu quarto, no meu próprio salão comunal. Em Hogwarts. Como um professor. É nesses momentos que eu concordo com boatos que falam que Dumbledore esta enlouquecendo com a idade. Ninguém com a cabeça boa me deixaria como professor.

Na verdade eu nem entendo por que eu me candidatei. Bem... No começo eu não entendia.

Depois que Harry, Ron, Gina e Hermione embarcaram de volta para a escola eu só me via no automático. Fazia tudo que eu tinha que fazer mas aquele animo que antes sempre estava presente se fora. Todos haviam notado menos eu mesmo então quando George viera falar comigo na hora eu me surpreendi com suas palavras.

– Mano, esta tudo bem? – meu gêmeo perguntou um dia enquanto eu arrumava as estantes da loja.

– Claro, George. – respondi sem olhar para ele.

– Fred seja sincero. – ele pediu me obrigando a olhá-lo. – Você gosta da Mione?

Na hora a pergunta me pareceu absurda.

– Claro que não George. – respondi rapidamente. – Somos apenas amigos.

Ele levantou a sobrancelha.

– Lembro de você ter me dito que havia beijado ela.

Dei de ombros.

– Foi um erro. – falei. – Conversamos depois e tudo ficou bem.

Virei-me novamente para terminar a fileira que tinha começado.

– Tem certeza? – ele insistiu.

Mas na hora eu apenas assenti.

Depois dessa conversa que tive com meu gêmeo eu não parei de pensar nisso. Eu não gostava da Hermione. Ela é apenas uma boa amiga e melhor amiga dos meus irmãos mais novos. Sim eu tinha que admitir que ela é gostosa pra caralho e que as vezes eu ficava imaginando como ela seria debaixo de todas aquelas roupas que usava mas era apenas amizade certo?

Para provar para todos – e até para mim mesmo – no começo eu não escrevia muito para ela. Mesmo com aquela vontade enorme rasgando meu peito eu tentei me controlar mas não durou mais de uma semana quando a chamei para dar uma voltar por Hogsmeade e tenho que admitir que enquanto esperava ela lá eu estava nervoso demais e eu tinha quase certeza que ela me daria bolo. Hermione sempre fora a mais certinha de Hogwarts então por que diabos iria transgredir a regra mais alta só para me ver?

Dizer que fora uma surpresa vê-la passar pela passagem toda constrangida e dizendo que iria voltar para o castelo seria pouco. Eu estava satisfeito. Pensar que eu era importante o suficiente para fazê-la vir até aqui me deixara realmente contente. E posso resumir nossa noite em apenas uma palavra: Mágico.

Eu a conhecia há anos e sabia poucas coisas sobre ela até que fizemos aquela missão juntos para Dumbledore. Fora ai que notei que Hermione tinha algo diferente em si e eu precisava saber mais. Tornei-me curioso e tive que entrar em sua vida. Fui para sua casa sempre e logo vê-la e falar com Hermione virou parte do meu dia.

Quando ela voltou para Hogwarts e nossa convivência fora interrompida abruptamente pensei que seria o momento para cortar essa pequena dependência que eu havia ganhado por ela. Mas não consegui e fomos no encontro mágico que eu estava falando. Como disse nesse meio tempo eu já havia ganhado uma imagem dela com nossa convivência mas depois de Hogsmeade consegui ver coisas ainda mais maravilhosas naquela garota. Seu sorriso sempre discreto mas que iluminava seu rosto. Quando ela olhava para mim pensando que eu não estava vendo.

Depois desse dia eu percebi que não poderia afastá-la de minha vida. Ai que as cartas ficaram freqüentes. Se eu não pudesse passar meus dias com ela pelo menos queria saber cada detalhe de sua vida. Quando Hermione mencionou o passeio a Hogsmeade que eles fariam eu nem pensei em outra coisa. Estava decidido que eu tinha que ir vê-la. Fingi que não era nada demais apenas para ver se ela queria que eu fosse, mas Hermione não comentara mais nada e isso me desmotivou um pouco mas não ao ponto de me fazer desistir.

Quando Gina apareceu naquele dia e disse que eu estava perseguindo Hermione eu parei para pensar e percebi que era realmente isso que eu estava fazendo. Merda... Eu estava enlouquecendo. Não conseguia pensar em nada que não fosse ela e George já estava irritado de me ver com aquelas cartas.

– Fred, essa obsessão que você pegou pela Mione já ficou doentio. – ele me disse uma vez.

Eu não quis ouvir isso.

Era errado eu me preocupar com uma amiga?

Só fui perceber que a minha situação estava realmente critica quando começaram os sonhos. Pelo menos duas vezes por semana acontecia, e sempre era o mesmo sonho. Hermione sorrindo para mim e depois nos beijávamos e eu a levava para cama e a fazia minha com todas as minhas forças. Eu sempre acordava suando com o pênis duro e com uma puta de uma saudade dela.

Quando Dumbledore apareceu falando sobre a professora Hooch e como ela tivera que se ausentar devido sua irmã ter sofrido um acidente grave eu nem ao menos pensei e logo me candidatei ao cargo.

– Você esta pirando, Fred. – George disse.

Sim eu estava realmente pirando por ela. Mas sabia que não podia fazer nada. Porra ela é a melhor amiga dos meus irmãos! Eu tenho um ótimo histórico de partir corações e era meio obvio que não podia fazer isso com aquela garota. Por isso aceitei que tê-la apenas como amiga bastaria para mim.

Então com esse objetivo fui para Hogwarts.

Hermione seria apenas uma amiga. Claro que parecia que eu a estava perseguindo mas tentei ignorar esse detalhe. Pensei que indo para lá iria fazer que voltasse a ser como antes porem apenas nos afastou. Eu sempre tinha aula para fazer e nos momentos de folga ela estava estudando como louca.

Tentei me convencer que era melhor assim. Amigos tem tempos separados eu não podia viver apenas para ela. E foi isso que fiz. Comecei a me distrair e conversar com outros alunos e até professores. Então apareceu a Madisson. Ela era da Lufa Lufa e muito bonita loira com seus cabelos até o meio das costas e se insinuava descaradamente para mim. Se eu quisesse já teria transado com ela. Mas isso apenas não aconteceu por que no primeiro dia quando Madisson apareceu para falar comigo Hermione estava lá e eu vira como ela ficara irritada. E isso acendeu algo dentro de mim.

Hermione estava com ciúmes.

Pelo menos era o que eu queria acreditar.

Fora ai que eu percebi que já estava perdido. Eu tinha me apaixonado por Hermione Granger. No começo eu fiquei perdido então fingi que nada mudara. Que eu ainda a via apenas como a garota nerd que tanto me criticara antes. Mas ver ela conversar com outros garotos... ver o jeito carinhoso que tratava Rony me deixava maluco.

Mas eu não podia fazer nada. Bancar o namorado ciumento nunca fora a minha praia então apenas continuei sorrindo e fingindo que tudo estava bem. Eu só queria estar perto de Hermione e conversar com ela.

Até que comecei a perceber o olhar que ela dava as vezes para mim. Eu sempre soube que ela me achava bonito. O jeito que me olhava em diversas ocasiões deixara claro isso. Então eu cada vez mais quis deixar ela mais admirada por mim para ver se ela conseguia sentir por mim pelo menos 5% do que eu sentia por ela.

E com todo esse turbilhão de sentimentos novos que eu sentia por ela tentei me acostumar. Era tudo muito diferente para mim do que qualquer outro relacionamento que eu tivera antes. Eu queria vê-la sorrir para mim. Eu queria ouvir sua voz dizer o meu nome. Queria sentir seu corpo pequeno agarrada a mim.

Fora assim que eu percebi que precisava conquistar Hermione Granger.

***

Pov. Hermione Granger.

***

Eu estava novamente na biblioteca.

Depois de tanto tempo aquele lugar acabou virando realmente como um segundo quarto para mim. Com grandes e pesados livros em meu braço arrastei-me até o balcão da Madame Pince.

– Vim entregar esses livros. – falei colocando-os em cima da mesa.

A mulher de idade olhou por cima de seus óculos mas nada disse. Apenas começou a registrar em seu caderno. Virei-me e fui olhar os títulos de alguns livros. Queria estudar Runas por um tempo hoje.

– Hermione. – ouço alguém me chamar.

Viro-me e vejo Fred vindo em minha direção. Seu rosto estava um pouco vermelho.

– Fred? Algum problema? – pergunto.

Ele negou com a cabeça.

– Você tem que me ajudar, Mi. – o ruivo implorou. – Eu estou enlouquecendo em relação a essa festa, preciso de ajuda.

Olhei para a estante e passei os olhos procurando o titulo do livro que queria.

– Eu disse que não vou ajudar com isso, Fred. – falei. – Não acho uma boa idéia.

– Mas Mi. Eu preciso mesmo da sua ajuda.

Neguei com a cabeça.

– Não.

Vi o livro que queria e com um pouco de força puxei-o.

– Mas Mi...

– Nada de mas Mi...

Virei-me e fui de volta para a mesa da Madame Pince e entreguei-a o livro para que anotasse que eu estava-o levando. Fred veio até o meu lado.

– Mas não é nada de contra as regras. – ele disse. – Slughorn faz, Dumbledore faz. Por que nós dois não podemos fazer também?

Ele falou um pouco alto atraindo atenção para nós dois.

– Eu não vou fazer isso.

– Eu vou ter que fazer isso. – Fred disse olhando dentro de meus olhos. – Qual é o problema de fazer comigo? Nós podemos fazer isso juntos, Mi.

Vi uma garota mais nova olhar para nós dois espantada e percebi como a frase de Fred estava saindo errada para pessoas que não sabiam do que estávamos falando.

– Preciso que faça isso comigo.

– Cala boca Fred. – pedi tentando tirar a atenção de todos de nós.

Há essa hora todos ali deveriam achar que eu era a pessoa mais safada de toda Hogwarts. Merda Fred não poderia ser um pouco mais discreto e parar de falar besteira não?

– Mas Mi... Faremos isso juntos.

Olhei-o nervosa e senti meu rosto ficar vermelho.

Ele não estava mesmo vendo o duplo sentindo naquilo tudo?

– Pervertidos. – ouvi Madame Pince murmurar.

Nessa hora eu só queria abrir um buraco no chão e me esconder. Fred a olhou confuso e depois voltou para mim perguntando silenciosamente se eu tinha ouvido o mesmo que ele. Peguei seu pulso e puxei-o para fora da biblioteca indo para o corredor que era bem vazio normalmente.

– Ela acabou de nos chamar de pervertidos?

– Frederich. – briguei. – Você esperava o que? Ficar falando sobre fazermos isso juntos. Frederich!

Ele me olhou confuso.

– Do que você esta falando?

– O que você estava falando lá dentro? – perguntei.

– De você me ajudar a preparar a festa... – ele falou inocentemente.

Suspirei irritada.

– Esqueceu de dizer que era uma festa. – gritei. – Agora todos lá vão achar que vamos participar de alguma orgia maluca por ai.

E sem esperar uma resposta dele virei-me e sai. Deixando um Fred confuso logo atrás e eu completamente vermelha pelo pequeno show que demos na biblioteca.

***

Irritada e com muita vergonha voltou para o salão comunal da Grifinória. Sentei-me no sofá e comecei a estudar o livro de Runas que peguei na biblioteca um tempo antes. O salão estava praticamente vazio já que como estava um lindo dia de sol a maioria preferia passar o tempo ao ar livre.

Passei mais uma folha e agora já estava mais calma com tudo que aconteceu até ouvir o quadro se abrir e ver uma ruiva entrar com o rosto vermelho. A me ver ela veio até mim parou em minha frente batendo o pé nervosa.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntei para Gina.

– Aquele idiota do Dino Thomas. – ela ruge. – Estou de saco cheio, você não imagina o que ele me disse! Retardado. Não queria que eu ajudasse o meu irmão! Falou que sobraria para mim e não queria me ver em encrenca.

Mordi o lábio.

Gina deveria estar realmente puta da vida já que ela nunca deixou ser mandada por ninguém.

– Ele queria mandar em mim, Mione!

– E o que você fez? – perguntei.

Ginny deu de ombros.

– Não é obvio? Terminei com ele.

Arregalei os olhos.

– Tem certeza disso Gina...

A ruiva assentiu.

– Muita. Aquele idiota.

Gina já parecia um pouco mais calma. Suspirou e olhou novamente para o quadro da mulher gorda e se arrastou indo para fora.

– Estou indo ajudar, Fred. – ela falou e quando estava prestes a passar pelo quadro parou e me encarou. – Você não vem, Mione?

Neguei com a cabeça.

– Não vou participar dessa besteira.

Ela pareceu que iria discutir mas percebeu que era melhor ficar no canto dela. Sorriu para mim e saiu pelo quadro ao mesmo tempo que eu via Lino entrando. Voltei minha atenção para o livro mas não tive nem meio segundo de paz que Lino veio praticamente gritando.

– Hermione. – olhei para cima assustada. – Venha nos ajudar. Fred esta enlouquecendo por essa bendita festa!

Revirei os olhos.

Já estava irritada de todo mundo estar falando sobre isso.

– Vou continuar aqui, Lino. – falei mau humorada. – E você vai pra lá e todos saem inteiros disso.

Lino – aquele cara que era bem maior do que eu – se jogou no chão e pegou minhas pernas começando a implorar logo em seguida:

– Mione por favor... Fred esta enlouquecendo... Me usando como elfo doméstico... Não era você que criou a F.A.L.E? Então me liberte desse trabalho de escravidão...

Me soltei dele dando um pulo para me levantar.

– Estou fora disso Lino. – reclamei indo para o quadro da mulher gorda. – E como vocês não param de me irritar aqui vou arranjar outro lugar para ter minha leitura em paz.

Muito irritada sai da Grifinória.

***

Fiquei perambulando pelo castelo de inicio. Meu coração batia rapidamente já que eu estava nervosa. Isso tudo era completamente errado e eu “deixei” Fred fazer essa festa... Mas por que diabos todos achavam que eu tinha que ajudar nisso? Eu não queria participar disso tudo.

Parei e pensei onde estaria vazio agora e lembrei-me que hoje não tinha adivinhação. Então mesmo odiando a matéria rumei para sua sala tentando me acalmar no processo.

Quando cheguei na porta da sala meu sexto sentido me falou para ficar entrar em silencio. E eu sempre confiei no meu sexto sentido então com cuidado para não fazer barulho entrei e me surpreendi com quem estava do lado de dentro.

Draco Malfoy.

Irritei-me mais ainda. Sai da minha casa para ter uma leitura calma e logo encontrei junto aquele Sonserino nojento. Mas minha curiosidade fora maior que a raiva e observei-o. Ele estava sentado em uma das mesas com uma xícara de chá e uma bola de cristal a sua frente.

– Mostre-me o futuro. – ouvi a voz dele dizer.

Senti vontade de rir mas me controlei. Olhei novamente para ver se eu estava entendendo certo. Draco Malfoy... Estava tentando mesmo ver seu futuro naquela bola e xícara?

– Malfoy? – chamei.

Ele levantou o rosto como se fosse pego fazendo algo errado.

– O que esta fazendo aqui? – indago.

– Pergunto o mesmo sangue ruim. – ele falou com sua voz nojenta de sempre. – Não deveria estar lá com o Weasley? Soube que vão fazer uma festa clandestina hoje à noite.

Como ele sabia isso?

– Vai se ferrar, Malfoy. – falei irritada. – Não vou perder meu tempo com você e seu preconceito.

Virei-me para sair mas antes falei:

– Alias ta fazendo isso errado. – e fui em direção a porta pronta para sair daquele lugar quando ouço:

– Granger. – Malfoy me chamou.

Olhei-o esperando o que ele tinha para dizer.

– Como que se faz?

Sorri triunfante e voltei até ele.

Era a primeira vez que Draco Malfoy, a doninha quicante filhinho de papai sangue puro pedia para que eu o ajudasse com algo. Era realmente gratificante saber mais que ele.

– Primeiro a bola de cristal ta do lado errado. – falei como se fosse obvio. Como ele podia errar isso? – Agora coloque essas velas em cada ponto cardial.

E eu fui explicando para ele que logo arrumava tudo que eu dizia estar errado. Minutos depois ele já estava pronto para fazer. Eu sei que deveria estar indo embora mas lembrei-me que prometi ficar de olho nele para ver se algo estava errado. Acho que isso deveria ser importante.

– Não vai embora não? – ele resmungou.

Neguei.

– Eu te ajudei tenho o direito de saber o que você esta fazendo.

Draco iria retrucar mas viu que era melhor não. Deu de ombro e tomou o chá que estava na xícara logo depois olhou para a bola de cristal. Olhei também.

Tinha algo errado ali.

Tudo estava escuro e do nada eu conseguia ver uma luz. Eu vi Draco... Bem deveria ser o reflexo dele por que eu não acredito em tudo isso de adivinhar o futuro. Mas aquela versão de Malfoy parecia estar sofrendo muita dor. Olhei para o loiro ao meu lado que parecia estar mais branco que o normal – se é que isso era possível.

Ele pegou sua xícara e olhou arregalando os olhos logo em seguida. Peguei-a de sua mão e vi um sinistro ali. Não um sinistro como a professora sempre previa para seus alunos. Aquele era o sinistro mais visível que já acontecera.

Olhei para Malfoy que parecia ter saído de um enterro.

– Você não acredita nisso, certo? – falei.

Ele se levantou e jogou-me um olhar de desprezo.

– Você não sabe o que esta acontecendo na minha vida para saber que esse é realmente o meu futuro.

E sem dizer mais nada Draco Malfoy se foi me deixando completamente confusa e assustada.

***

Já era noite e eu estava deitada na minha cama lendo um livro.

A maioria dos alunos da Grifinória deveria estar na festa que Fred tinha planejado e eu aqui deitada. Talvez estava um pouco por orgulho. Não poderia ir já que era contra as regras... Mas ficava pensando se Fred estava sentindo minha falta.

Balancei a cabeça tentando espantar esses pensamentos.

Virei a pagina do livro lendo em seguida mas minha mente não conseguia se concentrar. Piorou quando ouvi passos vindo em direção ao meu quarto o que me deixou confusa já que como eu dissera não tinha quase ninguém por aqui.

– Mi, vim te buscar. – Fred apareceu me dando um susto.

– Fred? O que diabos esta fazendo aqui? – perguntei. – Alias como conseguiu subir no dormitório feminino?

Ele deu um sorriso maroto.

– Um bom mágico nunca releva seus segredos.

Sorri olhando-o atentamente.

Ele estava com um terno preto e um chapéu também da mesma cor. Seus cabelos ruivos caiam sobre a testa e eu via uma alegria em seus olhos que era contagiante.

– O que ta fazendo aqui?

Seu sorriso aumentou.

– A senhorita esta sendo intimada a participar da festa.

Cruzei os braços sobre o peito.

– Não obrigada. – falei.

Ele veio para mais perto.

– Não é uma opção.

– Mas Fred, nem tenho roupa para usar.

Seu sorriso pareceu um pouco macabro.

– Sorte sua ter uma fada madrinha chamada Gina né? – ele disse.

Olhei-o confusa.

O ruivo foi até nosso guarda roupa e abriu a parte da Gina – como ele sabia que aquela era a parte da irmão eu não fazia idéia – e pegou aquelas sacolas onde guardam roupas.

– Não estou entendendo. – admiti.

Fred voltou com aquela sacola em mãos.

– Gina sabia que usaria isso como desculpa por isso pegou um vestido para você usar na festa. – Fred disse colocando em cima da minha cama. – Agora vai se trocar, Mi, tenho que voltar e você vai comigo.

Ele pegou meu pulso puxando-me para levantar.

– Mas Fred...

– Vamos, Hermione.

***

Fred ganhou.

Eu não estava com vontade alguma de ir naquela festa mas tenho que admitir que a curiosidade estava me matando. Coloquei o vestido preto que Gina me emprestara que na minha opinião era curto demais e encontrei Fred me esperando no salão comunal. A me ver ele me analisou de corpo inteiro e tenho que admitir gostei do jeito que o ruivo me olhara.

– Esta muito linda. – ele disse estendendo o braço que eu logo peguei.

Descemos as escadas em silencio tomando cuidado para Filch não nos pegar. E devo admitir que quando abrimos a sala dele e eu vi como estava tudo fiquei impressionada.

A sala não era muito grande mas acomodava bem os diversos alunos que estavam. Na pista de dança havia fumaça que saia de um das bugigangas que Fred fabricava e percebi como ele estava testando os produtos ali. As paredes parecia sangrar deixando todo o ambiente de um jeito bem macabro.

– Como vocês fizeram isso? – perguntei admirada olhando para as paredes.

– Idéia do George. – ele respondeu. – Agora podemos por para vender.

Pensei quem compraria uma coisa para fazer as paredes sangrarem mas resolvi que era melhor ficar calada. Olhei para toda a sala e vi Gina dançando feliz com Luna e Ron e Harry parados do lado da mesa bebendo alguma coisa.

– Harry. – chamei-o sorrindo.

– Conseguiu trazer a Mione, Fred? – Ron fala sorrindo.

Fred sorriu.

– Ela não consegue resistir ao meu charme.

Empurrei-o rindo.

Conversei um pouco com meus amigos mas era uma missão um pouco difícil com a musica alta tocando de fundo o que me fizera imaginar como Fred estava abafando o som. Deveria ter colocado muitos feitiços aqui.

– Vamos dançar Mi. – Fred me puxa em direção a pista que tinha varias pessoas dançando.

– Eu não sei dançar Fred. – reclamei.

Ele continuou me puxando e paramos lá ele começou a dançar ao meu redor e eu fiquei parada apenas olhando-o.

– Finge que esta apenas eu e você aqui. – ele sussurra no meu ouvido.

Fred pegou minhas mãos e comecei a imaginar que éramos apenas nós dois. No começo ainda estava nervosa não conseguindo me mexer direito mas olhei para os olhos do ruivo e uma familiaridade veio até mim.

Era mesmo como se estivesse apenas nós dois e eu fui me soltando. Fred acabou me rodopiando e eu ria com a tentativa frustrada dele de fazer uma dança sexy. Era tudo tão divertido.

Porem algo chamou minha atenção.

Olhei por cima do ombro de Fred e vi Blás indo em nossa direção contraria. Não me lembro de terem falado que haviam convidado Sonserinos.

– Já volto. – falei no ouvido de Fred.

Ele assentiu.

Dei meia volta e fui em direção que havia visto Blás. Logo o encontrei mais a frente. Continuei andando tomando cuidado para não esbarrar nas outras pessoas mas ai vi Luna mais a frente do Sonserino entrando no banheiro. Blás entrou logo atrás.

Uma sensação ruim passou por mim.

Ele vai matar Luna no banheiro.

Meu corpo reagiu no automático e corri até a porta abrindo logo sem seguida mas me surpreendi com a cena que eu vi.

Blás espremia Luna contra a parede do banheiro num beijo selvagem. Ao ver os dois naquela situação eu parei chocada apenas olhando para eles. Acho que repararam minha entrada abrupta e viraram me olhando. Blásio olhou para baixo e deu um sorriso constrangido mas Luna apenas sorriu para mim como se ela não tivesse fazendo nada demais.

– Hermione. – ela me chamou feliz.

– É... Luna... – eu não conseguia completar uma frase.

– Tudo bem? – Luna perguntou confusa.

– O que o Blásio ta fazendo? – perguntei quando consegui formular uma frase.

O Sonserino deu um sorriso malicioso.

– Você não faz idéia? – ele perguntou. – Mas se você e o Weasley precisarem do banheiro não se preocupe que Luna e eu podemos achar outro lugar para nos divertirmos.

Senti meu rosto ferver.

– Não faço idéia do que você ta falando.

Zabini me jogou um olhar como se visse minha alma.

– Eu vi vocês dançando agora pouco. – ele virou-se para Luna e beijou sua bochecha. – Acho melhor voltar para minha casa, Draco deve estar me procurando.

A loira sorri para ele e toca seu braço carinhosamente . Em seguida o morena se afasta de nós e me deixa confusa. Viro-me para Luna a procura de respostas mas a garota apenas me olha suspirando.

– Luna... Blásio? Tipo não era melhor ir logo no Malfoy? – perguntei.

Ela olhou dentro de meus olhos.

– Mione, você não conhece ele como eu. – Luna coloca sua mão direita em meu ombro. – Quando conhecer vai entender por que gosto tanto dele.

E com essas palavras saiu.

Fiquei parada por um tempo completamente confusa. Eu havia pegado Luna Lovegood pegando Blásio Zabini. Nem em um milhão de anos eu teria imaginado isso.

Balancei a cabeça e virei-me voltando para onde Fred estava.

– O que foi? – perguntei vendo ele um pouco atrapalhado.

– O ponche acabou. – ele disse mostrando a garrafa vazia. – Vou na cozinha pegar mais. Quer vir comigo?

Assenti.

Ele pegou meu pulso e me puxou para sairmos de sua sala. Assim que o barulho da musica ficou para trás senti um pouco mais calma. A lembrança de Blás e Luna não saia de minha cabeça.

– Algum problema, Mi? – Fred perguntou quando nos colocamos para andar.

– Você não imagina no que eu vi... – eu ia contar a cena mas fomos interrompidos.

Lino apareceu correndo e parou em nossa frente respirando muito rápido. Ele tentava falar mas apenas saia coisas desconexas.

– Acalme-se Lino. – Fred disse ajudando o moreno a ficar de pé. – O que aconteceu?

Lino levantou o mapa do maroto.

– Snape. Esta vindo para essa parte do castelo.

Fred virou-se rapidamente e trocamos um olhar.

– Precisamos tirar todos de lá.

Nós três assentimos e corremos de volta para a sala de Fred. Abrimos a porta com tudo e Fred levantou a varinha fazendo com que a musica parasse. Todos olharam para nós confusos.

– Snape esta vindo. – Fred gritou. – A festa acabou, saiam sem serem pegos.

E com isso a bagunça começou.

Eu sabia que daria nisso.

Fred balançou novamente sua varinha e um feitiço ilusório foi posto por toda a sala. Todos os enfeites ainda estavam ali mas para qualquer um que não sabia o que tinha não conseguiria ver.

– Temos que achar Ginny, Harry... Ron. – falei para Fred.

Ele apenas balançou a cabeça pegou meu pulso e começou a me puxar para fora mas antes disse:

– Cada um por si agora, baby.

Ele me puxava pelos corredores até que eu não conseguia ver mais nenhum aluno que estava naquela festa. Fred tinha um bom condicionamento físico mas eu para esportes era uma piada então logo estava casada e implorando para parar.

– Suas pernas são maiores que a minha. – reclamei quando já estávamos fora do castelo no jardim. – Não consigo correr tão rápido.

Ele riu mas continuou me puxando.

Um tempo depois paramos e eu estava exausta. Ofegante e conseguia ouvir meu coração batendo a um km de distancia.

– Como será que ta todo mundo? – perguntei olhando para ele.

Fred bagunçou seus cabelos.

– Devem estar bem.

Nessa hora um trovão passou pelo céu e me deu um susto enorme.

– Acalme-se Mi. – o ruivo disse.

E acho que tudo estava contra mim já que nessa mesma hora começou a pingar em nós dois logo aumentando nos encharcando.

– Maravilhoso isso. – reclamei.

Fred ria.

– Hoje esta sendo divertido.

Levantei a sobrancelha.

– Divertido? – falei ironicamente mas sorri em seguida olhando para um Fred todo encharcado. – Não falta mais nada para acontecer.

O ruivo olhou em meus olhos e disse:

– Sim, falta uma coisa.

E sem esperar um segundo a mais Fred se aproximou puxando-me para mais perto me beijando logo em seguida. Correspondi imediatamente e joguei meus braços para seu pescoço, por ele ser mais alto que eu teve que me puxar um pouco para cima.

Meu coração martelava contra meu peito.

Nos últimos dias eu sentia algo faltando e não conseguia entender o que era. Até agora. Era Fred. Eu sentia falta dele mesmo o vendo todo dia. Sentia falta de seus abraços e inconscientemente eu queria seu beijo.

Só nos soltamos quando finalmente notamos que precisávamos de oxigênio. Ao abrir os olhos e olhar para Fred eu senti uma vergonha entrando por mim eu não queria encará-lo.

Abaixei o rosto.

Mas com a mão direita ele colocou em meu queixo puxando para nos olharmos nos olhos. Fred sorria para mim.

Sorri de volta.


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Notas finais do capítulo

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