Adeus, Leonard Peacock escrita por Mags


Capítulo 1
Last...


Notas iniciais do capítulo

É, eu sei que o Nyah ta cheio de carta suicida porque o bonde do Tumblr invadiu essa porra com self-harm e tudo mais, mas eu vou escrever mais uma sim e se reclamar, escrevo hentai de Crepúsculo :3
bjos de luz
Se quiserem algo pra ouvir enquanto leem, aqui está, pode escolher:
(The Doors - The End)
https://www.youtube.com/watch?v=JSUIQgEVDM4ou
(Simon and Garfunkel - Sound of Silence)
https://www.youtube.com/watch?v=4zLfCnGVeL4



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13 de Agosto de 2014

Eu não vou começar isto aqui me desculpando.

Corro o risco de soar arrogante com a afirmação acima, dito que, como manda o clichê, todas as cartas de despedida devem ter arrependimentos.

É, talvez eu tenha, mas não devo perdão a nenhum de vocês a não ser a mim mesmo. Então lá vai: perdão, Leonard Peacock.

Perdão por todas as coisas estúpidas que lhe fiz, perdão principalmente por ter jogado a P-38 no lago.

A cada 30 segundos, alguém se suicida. Até você terminar de ler isso, vários imbecis já terão puxado o gatilho, amarrado a corda ou saltado da ponte. Eu particularmente detesto estatísticas e gráficos. Elas deixam as coisas mais frias, distantes e de certo modo, banais.

Odeio também ter de fazer parte delas, mas assim como o encontro com a célebre ceifadora, as estatísticas, dados, gráficos e números são inevitáveis. Odeio fazer parte das, sei lá, 600000 pessoas que comeram Cheerios sem leite no café da manhã e fazer parte dos milhares de idiotas que morrerão virgens¹ só nesse mês. Odeio mais ainda o fato de ter que me juntar aos 720 suicidas de hoje, mas a descrença em meu futuro feliz como faroleiro na Estação 37 e um presente devastador excluem completamente a possibilidade de sobrevivência.

Dessa vez resolvi não deixar presentes ou coisas assim, apenas essa singela carta.

Não que eu ache que exista alguém além de Walt que irá sentir minha falta todos os dias pelor resto da vida², mas se agarrar a objetos de um defunto³ não é algo que se possa chamar de saudável e, como seria ainda mais egoísta e estúpido de minha parte sair por aí recolhendo os presentes que distribuí ao meu seleto grupo de amigos há exatos 8 meses, decidi por deixar as coisas como estão, só não resisti ao sentimentalismo cômico de uma carta de despedida.

Perdão se estou agravando sua dor. Eu só queria que vocês tivessem uma lembrança concreta do verdadeiro Leonard. Bem, esse sou eu. Esse é o Leo que vocês deveriam lembrar, não do idiota com algodão enfiado no nariz de amanhã.

Acho que estou divagando demais. Talvez seja só meu subconsciente tentando me atrasar, mas não serei tão ingenuo a ponto de achar que as coisas realmente melhorariam como achei antes. As coisas não melhoram para pessoas como eu.

Bem... é isso. Eu amo cada um de vocês e sou eternamente grato por todos os gestos que me levam a crer que também fui amado, é só que estava muito difícil, pessoal.

E Linda, eu sei que você será a primeira a ler essa coisa, então se possível, faça mais 3 cópias e entregue também para nosso vizinho Walt, para meu professor de história Herr Silverman e para uma garota loira bem parecida com a Lauren Baccal que entrega folhetos cristãos na estação de trem. Obrigado.

Adeus,

Leonard Peacock

¹ E com virgem eu quero dizer virgem de sexo com consentimento e feliz, só pra constar.

² Herr Silverman, em uma das suas incontáveis aulas sobre a segunda guerra, disse uma frase de Anne Frank que parece extremamente apropriada para a atual situação: "O amor não é coisa que se possa pedir a alguém".

Isso talvez seja a verdade absoluta mais dolorosa de todas.

³ Soa meio assustador, não?


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Notas finais do capítulo

É, eu sei que a edição ficou meio confusa, mas eu quis que ficasse parecida com a do livro, então... Espero que tenham gostado



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