A Equação das Flores escrita por Capitã Sparrow


Capítulo 2
Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaaaaaaaa pudinzinhos da Capitã!! o/
Finalmente consegui terminar esse cap, depois de quase quebrar a cabeça de tanto pensar hahaha
Fiquei o dia inteiro pensando em rimas e tentando essa história não estragar. MEU DEUS CHEGA DE RIMAR! kkkkkk
Espero que gostem *w*



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"— É pecado sonhar?
— Não, Capitu. Nunca foi.
— Então por que essa divindade nos dá golpes tão fortes de realidade e parte nossos sonhos?
— Divindade não destrói sonhos, Capitu. Somos nós que ficamos esperando, ao invés de fazer acontecer.”

Dom Casmurro – Machado de Assis

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Naquele momento muitos pensamentos passaram pela cabeça do jovem professor, quase optou por ser arrogante com a jovem um tanto petulante. Depois que a ira se dissipou e a desaprovação passou, percebeu que da jovem não houve má intenção.

Por fim o Sr. Riso apareceu, contagiando os dois com a mais pura diversão, gargalhadas no ar e o cheiro de uma nova... Paixão?

Isso só o tempo seria capaz de dizer.

As semanas se passaram e a primavera se foi, dando lugar a uma nova estação, a uma diferente equação. As aulas começaram e cada um foi para um lado. Ele para a lousa recheada com números, logaritmos e uma ou outra fração. E ela para a sala fedorenta, cheia de formol e corpos em decomposição.

Cada um mergulhado em seus afazeres e preocupações, mas na cabeça as lembranças vinham perturbar, com os momentos daqueles dias repletos de amizade, música, diversão e sonhar.

A jovem olhava pela janela das diversas salas, procurando um rosto específico em meio às multidões de faces rígidas e mal-humoradas. Encontrava uma ou outra pessoa conhecida, às vezes uma grande amiga, mas nunca o jovem que lhe deixava entorpecida e até mesmo levemente ensandecida.

O professor tentava se concentrar no que mais amava: a matemática, razão do seu pensar. Mas se pegava imaginando onde ela poderia estar.

Quando o dever terminava e ao seu lar retornava, o matemático em sua cama se deitava, esperando o sono que tardava a chegar e dava espaço a pensamentos e sentimentos que ele não sabia controlar. Sonhava com olhos densos e tão profundos, que mal conseguia respirar, mergulhava neles sem saber se à superfície conseguiria voltar. Delirava com os cabelos levemente encaracolados brilhando sob o sol ensolarado de uma tarde primaveril. Isso o fazia questionar toda sua crença na ciência fria e calculista e imaginar se talvez estivesse um pouco febril.

Semanas se passaram e a saudade começou a apertar, o matemático sabia que era errado, mas sem a doce aluna não conseguiria ficar. Sabia como encontrá-la, sabia em que sala a turma de medicina ficava, conhecia um dos professores, um colega que do mesmo ceticismo compartilhava. Se ele descobrisse o advertiria e o delataria, não podia correr tal risco, mas também não conseguiria ficar longe daquele olhar arisco.

Estava pensando com seus botões, sob uma árvore que ficava no meio do campus, em uma forma de abordá-la, quando foi pego se surpresa ao vê-la por ali andando. Ela sorriu e começou a conversar, e ele respondia com um meio sorriso e evitava seu olhar, como quem não está acostumado a socializar. Ela apenas tentava manter a calma e não corar, ouvindo seu coração rapidamente pulsar.

Os dois continuaram se encontrando sempre que possível, mas com as provas chegando e o tempo encurtando, as conversas foram acabando.

O outono reinava, mas o professor nem ligava, parecia ter outro interesse que a sua mente ocupava. Não agia como se fosse sua estação favorita, apenas aguardava pelo inverno que traria as férias e sua senhorita.

Quando as provas acabaram e as salas se esvaziaram, o silêncio voltou a reinar, até que uma doce melodia no piano começou a ecoar. O matemático sorriu e os sons seguiu, encontrando a garota com um vestido amarelo que combinava com seu jeito meigo e singelo. Os seus olhos ainda eram a maior atração, mas sempre o intrigavam com sua profunda e misteriosa escuridão.

Ela sorria para ele de canto a canto, imaginando quando teria coragem de contar o que se passava em seu pensar. Os dois se divertiam juntos, eram uma dupla estranha e completamente oposta, afinal ele era um homem cético e racional e ela uma doce menina que pela música transmitia suas emoções de forma excepcional.

O tempo passou rapidamente e logo as aulas iriam voltar, consequentemente.

Então marcaram de em um lugar diferente da faculdade se encontrar, e o circo resolveram visitar.

Ela revirou o quarto, provando todas as roupas e sapatos, mas quando olhou o relógio e viu que estava atrasada quase teve um infarto.

Enquanto isso o professor terminou de se arrumar e passou em frente a uma florida loja pensando a ela presentear. Ela iria de fato adorar.

Quando começou a rua cruzar, um carro sem aviso o sinal vermelho resolveu avançar. O barulho foi alto e o homem no chão caiu, perdeu muito sangue e sua consciência se esvaiu.

A ambulância chegou e o homem para o hospital levou, deixando na rua a flor que ele comprou.

Quando a garota chegou ao local do encontro, soube o que aconteceu. Vendo a flor no chão, a pegou gentilmente e até o hospital correu. Chegando lá lhe contaram que ele não estava bem e tentaram a acalmar, pois a menina começou a soluçar.

Depois de muito esperar, os médicos vieram lhe falar que ele não mais iria despertar. Chorou muito e deprimida ficou, mas todos os dias o visitava e uma flor no quarto deixava.

Dois anos se passaram e uma médica se tornou, ela foi fazer sua residência no hospital onde o matemático se internou. Todo esse tempo não conseguiu namorar ninguém, pois dele lembrava sempre e não conseguia se ver com outro alguém.

Mais um tempo se passou e a primavera novamente chegou. Com uma flor de plástico em mãos foi visitá-lo e um susto levou, quando o professor abriu os olhos e do coma despertou. Era um milagre!

Foi tanta a alegria que ela correu lhe abraçar, chorando sem conseguir raciocinar. Ele apenas sorriu, pois de seus lábios as palavras pareciam faltar.

Ela o ajudou na recuperação e esteve com ele todos os dias na fisioterapia dando total atenção. Agora ele sabia o que naquela época sentiu, era um pulsar forte no peito todas as vezes que a viu. Aquele sentimento continuava crescendo entre os dois e tudo que eles enxergavam eram flores em todos os lugares, de todas as cores.

Ele estava a amar, mas era orgulhoso demais para as três palavras falar. Deixou a timidez de lado e profundamente inspirou, quando tomou coragem à ela falou:

“As flores de plástico não morrem, assim como o que sinto por você.”

Ela se emocionou e a ele beijou.

Muitas coisas os dois viveram desde então. Mas essas são histórias para outra ocasião.

Aqui termino meu relato de uma história de amor perpétua e sincera tal qual a equação das flores que morrem no outono, mas renascem na primavera!


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Notas finais do capítulo

E ai? Como foi a experiência dessa nova ciência? ~ tá agora viajei, só para rimar kkkk
Comentem o que acharam, eu aceito críticas *-*
Espero que não tenha muitos erros... Se acharem algum, por favor me falem :)
Bjinhos