Sobreviver escrita por Nadii


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bom Dia pessoas!


Eu voltei! o/
Por motivos pessoais, acabei excluindo a fic e a minha conta!
Agora tudo resolvido, estou postando ela novamente.
Peço um milhão de desculpas aqueles que leram, comentaram e favoritaram antes, mas eu precisei realmente fazer isso!
Uma novidade? Noivei no último domingo! o/
Lindo né? Estou boba ainda! hauhauhua
Bom amores, é isso.

Boa Leitura!

PS: Lembrando que essa é minha primeira fic, mesmo estando postando de novo, é a mesma história, então a opinião de vocês é muito importante!

Beijões!



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“Estava em frente a mansão do presidente Snow quando a vejo. Seu cabelo loiro dividido em duas longas tranças. Seus olhos, tão diferentes dos meus, de um azul iguais aos de minha mãe. Usava uma roupa branca, sim, estavam treinando-a para ser médica. Ela amava ajudar as pessoas, entendia de ervas e curativos tão bem quanto qualquer enfermeiro adulto. Em suas mãos vejo uma bolsa, acredito que tenha coisas para primeiros socorros. Correu até uma criança a fim de ajudá-la a sair Dalí.

- Prim! – Grito o mais alto que consigo. Já não me importo se me avistarem aqui.

- Katniss – ela sorri pra mim.

Tento correr até ela, preciso tirá-la de lá. Está tudo uma confusão. Crianças chorando assustadas, outras machucadas e muitas já caídas, sem vida. Vejo um aerodeslizador se aproximando e não consigo, de imediato, entender o que está havendo. Então acontece. Bombas caindo começam a explodir onde as pessoas estavam. Olho desesperada e chamo por Prim, mas é tarde demais. Sinto apenas o calor e o vazio.

Perdida na escuridão e no desespero me dou conta de tudo: minha patinha, minha doce irmã tinha morrido e eu não consegui salvá-la.”

Acordo me debatendo, ouvindo meu próprio grito, respiração ofegante, coração acelerado e totalmente suada. Um pesadelo. Apenas mais uma noite em que eles vem me atormentas. Lembranças do que vivi. Os mortos, eles sempre vem me acusar, dizendo que era pra eu estar no lugar deles. E quantas vezes eu quis. Eu quero. Não suporto viver e carregar essa culpa. Mas sou uma covarde mesmo. Não tenho coragem nem pra acabar com isso que chamam de vida.

Meu nome é Katniss Everdeen. Tenho 17 anos. Me voluntariei no 74° Jogos Vorazes. Eu venci. Peeta venceu também. Viramos os amantes desavortunados. Fomos para o Massacre Quaternário. Os rebeldes me tiraram da arena. A capital capturou Peeta. Fui o Tordo. Peeta foi telessequestrado. Prim morreu. Snow morreu. Eu matei Coin. Meu lar é o Distrito 12. Peeta me odeia.”

- Ele me odeia... - sussurro pra mim mesma e choro. Choro toda a dor que carrego comigo.

Fazem três meses que tudo acabou. Não tem mais Capital, não era como antes pelo menos. Não há mais Jogos Vorazes. Paylor é a presidente agora. Eu deveria estar feliz, afinal ajudei muitas pessoas. Matei outras tantas também. Pais de família, irmãos, amigos, maridos, esposas, filhos. Quanta gente poderia estar viva e feliz agora. É tudo minha culpa. Eu e minha rebeldia. Aquelas malditas amoras. Deveria ter comido elas e morrido. Teria evitado a guerra e as mortes. Prim estaria viva. Peeta estaria bem, com seus pais e irmãos. Talvez conhecido outra garota e construído sua sua própria família. Paro. Peeta com outra pessoa? Imaginar isso dói de uma forma diferente. De um jeito que não entendo.

Olho ao redor e sei que estou no sofá da sala da minha casa na Vila dos Vitoriosos. É aqui que passo a maior parte do meu tempo. Não entrei mais no escritório, aquele lugar tem cheiro das rosas, as rosas do Snow e me lembrar a vez que esteve aqui, antes do Massacre Quaternário, me ameaçar. Não entrei no quarto de Prim, é muito doloroso pensar que não a verei mais lá, que não arrumarei mais sua blusa que insistia em ficar para fora da calça e fazia parecer que tinha um rabo de pato. No meu quarto só entro pra tomar banho e trocar de roupa, algo que não acontece há dias.

A essa altura já perdi o sono. Tenho medo de dormir e os pesadelos voltarem. Eles sempre vem. Não sei dizer quando foi a última noite sem que eles viessem me acordar. Mentira, lembro sim, mas pensar nisso machuca. Peeta conseguia fazer os pesadelos irem embora. Sinto falta do seu abraço pra dormir. Queria que ele estivesse aqui, mas ele não está e nem deve voltar. Todos me abandonaram, até mesmo Gale. Meu melhor amigo também se foi. Mas quem iria querer ficar com uma mentalmente desorientada como eu? Ninguém. Apenas Haymitch e Greasy Sae vem me ver. Greasy cozinha e organiza a casa pra mim, ela bem que tenta me animar pra sair olhar o distrito, ou mesmo caçar, mas sempre recuso. Não quero viver, então pra que tentar? Meu ex-mentor continua bebendo. Aparece na hora do almoço, pontualmente, todos os dias. Deve saber pelo cheiro que a comida está pronta. Nos primeiros dias depois que voltamos ao doze ele tentou conversar comigo, mas vendo que não queria falar ele desistiu. As vezes percebo que ele para, me olha e suspira com tristeza.

Sou despertada de meus pensamentos por um barulho na porta dos fundos. Ainda é madrugada e Sae entra pela frente. Meus instintos de caçadora ainda estão aguçados. Levanto e vou ver do que se trata. Quase não acredito no que vejo. Buttercup, aquele velho gato peludo da minha irmã. Mas como? Ele tinha ficado no treze antes do fim da revolução. Ele me encara e mia, olha pela casa. Já sei o que procura.

- Ela não está aqui, seu gato estúpido! Prim morreu! Ela não vai voltar! - Grito.

Caio sobre meus joelhos e choro novamente . Pensei que minhas lágrimas tinham acabado, mas não, parece que tenho um estoque infinito delas.

Buttercup parece entender o que digo, pois se aproxima de mim mesmo com certo receio. Paro para observá-lo, está ferido com espinhos cravados nas patas, algumas arranhões e visivelmente mais magro. Nunca pensei que fosse fazer isso, mas pego ele no colo e vou em busca de algo para ajudá-lo. Cuido de seus arranhões passando alguma pomada. Tiro os espinhos de suas patas e ele reclama, deve doer. Depois arrumo uma sobra de janta, um pouco de água e dou pra ele. Estava faminto, pois devora tudo em questão de segundos.

Volto para o sofá, que tem sido minha cama nos últimos meses e fico olhando pela janela Ainda é escuro lá fora. Vejo a casa da frente tão silenciosa quanto esteve desde que voltei ao distrito. “Será que um dia o verei novamente?” “Será que ele ainda me ama?” Provavelmente não. Ele deve me ver como uma bestante. Hoje ele me enxerga como realmente sou: uma assassina. Uma pessoa horrível, que deve viver pra se culpar por todos os erros que cometeu, pra sentir a dor que causou aos outros.

Meu mais novo visitante sobe no sofá comigo. Meio desconfiado chega perto e mia pra mim. Eu sempre o odiei. Por vezes pensei em colocá-lo na panela com água quente. Sei que ele também não me suportava. Mas agora, é diferente, esse gato feio e irritante foi tudo o que restou dela. Passo a mão em seu pelo e ele parece gostar do carinho, já que chega ainda mais perto e deita ao meu lado. Então choramos, por Prim, por saudade, por dor. Cada um com a sua e ao seu modo. Não sei exatamente quando, nem como, mas acabo pegando no sono novamente.

Acordo com o sol batendo no meu rosto. Deve ser tarde já. Buttercup não está mais ao meu lado. “Esse gato não muda mesmo”, penso. Pelo barulho que vem da cozinha, sei que Greasy já chegou. Vou até lá.

- Bom dia, Greasy – digo nada animada e me sentando à mesa.

- Oh! Menina, nem vi você levantar. Estava num sono tão bom, desculpe se te acordei e me dá um leve sorriso.

- De qualquer forma já estava na hora de acordar – falo dando de ombros.

- Bom, então enquanto termino o café, o que acha de subir, tomar um banho e trocar essas roupas? Desculpe, Katniss, mas está precisando. - ela faz uma careta.

Deve estar realmente horrível, mas não ligo. Não tenho por que me importar. Vendo que não houve reação da minha parte ela apenas suspira e balança a cabeça negativamente.

- Pegue, tome seu café e coma alguma coisa. Sei que quase não se alimenta. Você precisa reagir! Não pode ficar o resto de sua vida aqui, trancada em casa, sentada naquele sofá se culpando. Ou você pensa que não te vejo chorar dia-após-dia?

Respiro fundo, sem saber exatamente o que dizer. Olho pra ela, sua expressão não é de raiva ou tristeza, mas sim algo como... Carinho? Isso me deixa confusa. Não era pra ela gostar de mim, sou a pior pessoa desse mundo.

- Por que está fazendo isso? - Ela me olha e sei que não entendeu a pergunta – É, por que está cuidando de mim?

- Eu gosto de você, me preocupo com sua saúde e bem estar, por isso estou aqui. - ela está sendo sincera. Não há um único brilho de dúvida no seu olhar e isso me quebra ainda mais.

- Mas não deveria – respondo tristemente – Você devera me odiar, me deixar sozinha como todos os outros. Sei que todos me culpam e eu, mais do que ninguém.

- Não diga bobagens. Te culpar por quê? Por liderar uma revolução? Por livrar Panem das mãos do Presidente Snow? Por não haver mais Jogos Vorazes? Por não ter mais pacificadores nos agredindo? Por nossas crianças não precisarem mais enfrentar a colheita todos os anos? Por não morrermos mais de fome? - Nesse momento ela já está sentada ao meu lado segurando minhas mãos - Minha querida, se tem algo de que você é culpada é por nos dar esperança, por nos fazer acreditar que as coisas poderiam mudar, e mudaram! Não sinta uma dor que não é sua. - As lágrimas insistem em descer pelo meu rosto. A dor é enorme.

- Não Greasy, se é assim como diz, por que minha mãe foi embora? É claro que ela acha que a Prim morreu por mim e esqueceu que tem outra filha. Me deixou aqui, nem voltou pra saber se estou viva.

- Mas liga e você não quer falar com ela – rebate.

- E basta ligar? Eu também sinto falta da minha irmã. Eu também perdi, não só ela. E Gale? Dizia ser apaixonado por mim, era o meu melhor amigo e agora? Nem mesmo telefonou pra mim. Peeta? Perdeu toda a família. Ele é o único que tem motivos pra não voltar. Eu sou um monstro. Por isso eles se foram! - agora já choro alto, mas antes que Graesy se aproxime eu me levanto e vou para a sala.

Depois disso não falei mais nada. Sae até tentou me fazer comer, mas foi em vão. Não queria estar ali. Não queria viver. Haymitch chegou para o almoço, só que hoje não o acompanhei. Ouvi eles conversando e ela deve ter contado sobre o acontecimento de mais cedo, porque meu ex-mentor vem falar comigo.


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Notas finais do capítulo

Espero os comentrios.

Beijos! ;)



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