Conselheiro Amoroso escrita por Ellen Freitas


Capítulo 30
Epílogo || Volta


Notas iniciais do capítulo

Oi oi pessoas!!!

Então... O epílogo. Nossa jornada com CA durou quase um ano, mas finalizamos juntos e agora!!! Não poderia deixar de agradecer às minhas amadas leitoras que me presentearam essa semana com adoráveis recomendações. Muito obrigada mesmo!
* Panda
* Ludy Lerman
* Cherry Pie

Agora ao capítulo... Boa leitura e até as notas finais!!!



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― Um Dry Martini.

― Uma dose de whisky.

Uma explosão seguida de uma luz cegante fez com que o azul dos olhos dele se desprendesse do cinza dos olhos dela e ambos olhassem assustados na direção do barulho, para logo suspirar de alívio quando viram que se tratava apenas de uma espécie de apresentação circense com fumaça e pessoas em tecidos.

― Que susto! ― a jovem morena ainda estava com a mão no peito. ― Outra dessas e eu morro, acho que até minha pressão subiu.

― Você está bem? ― o loiro puxou o próprio banquinho para mais próximo do dela, a olhando preocupado. ― Posso ver sua pressão, se quiser.

― Estou bem senhor gentil. Katniss Everdeen. ― ela estendeu a mão se apresentando, e ele logo a tomou entre as suas.

― Peeta Mellark. ― e sorriu simpático.

― Então... Isso que você tem é cuidado crônico com a saúde das pessoas, ou essa preocupação é charme que você joga para todas as garotas? ― Peeta soltou uma gargalhada.

― Não consigo evitar. ― ele deu de ombros.

― Jogar charme? ― Katniss riu maliciosa.

― Cuidar das pessoas. Sou médico.

― Verdade?! Tá explicado esse comportamento e essa carinha. ― ela brincou com o copo entre os dedos, mas sem provar do líquido.

― Sou tão fácil assim de ler? ― Peeta soou falsamente ofendido, quando virou-se para ficar frente a frente com Katniss. ― Minha vez. Você é... Animadora de festa infantil? Ou líder de acampamentos de verão?

― Engraçadinho você, doutor Mellark.

― Sério, me conta.

O loiro colocou o braço em cima do balcão e começou a fazer carinhos delicados no antebraço dela com a ponta dos dedos. Katniss até tentou ignorar o formigamento que começou no local e se espalhou, mas acabou sendo pega avermelhando e olhando para o local da carícia. Peeta riu.

― Sou psicóloga.

― Então eu cuido do corpo e você da mente? Parece perfeito para mim.

― Você é sempre tão rápido e direto?

― Só quando eu realmente quero alguma coisa. Muito. ― Katniss mordeu o lábio, sorriu tímida e apoiou os cotovelos no balcão, desviando do intenso olhar dele para a quantidade de pessoas que dançavam ao ritmo animado da música.

― É a primeira vez que vem aqui na Panem’s Home?

― Na verdade não, mas já faz anos que eu não venho. Estava fora do país.

― Um lugar emocionante?

― Pode-se dizer que sim. Mas sobre seu número de telefone que você prometeu me dar?

― Eu não prometi nada loiro. ― ela riu e ele fez uma careta contrariada. ― Mas podemos dançar. ― Katniss saltou do banquinho e o olhou convidativa.

― Eu não danço.

― Qual é? O que vou precisar fazer pra você vir comigo? Me jogar desse balcão?

Dois tapinhas na madeira foram suficientes para Peeta cair na gargalhada com as mãos apoiadas nos joelhos, ao ponto de chamar a atenção das pessoas ao redor. Katniss também ria e começou logo em seguida uma dança da vitória ao redor do médico.

― Eu disse que ganhava de você!

― Golpe baixo Kat, apelar pro balcão de novo?

― Não posso fazer nada se você não consegue sustentar uma mentirinha por mais de dois minutos. E vamos combinar que “eu cuido do corpo e você da mente? Parece perfeito para mim” não foi sua melhor cantada. Você já foi mais, digamos, conquistador...

― Me dá uma folga, perdi a prática dessas coisas! E você reclama, mas ficou toda vermelhinha e arrepiada quando te toquei. ― Peeta alegou não se dando por vencido.

― Eu te amo, não vale. ― um sorriso se alargou no rosto de Peeta, mas Katniss nem chegou a notar, pois já dançava ao ritmo da animada música local.

― Também te amo, minha maluquinha. ― ele a puxou para junto de si e a abraçou por trás sussurrando ao ouvido da morena.

Katniss olhou para Peeta e podia jurar que via na íris azul dele o mesmo brilho de felicidade estampado na dela. Os últimos anos tinham sido tão conturbados quanto felizes. Viver no meio de um país destruído pela guerra era complicado, mas estar com ele deixava tudo mais fácil. E agora, eles finalmente tinham entrado em acordo sobre voltar para casa.

Depois de anos evitando usar as palavras com “f” e com “a”, agora Peeta não cansava de dizer como estava feliz e como a amava. A ideia de recomeçar tudo como um “casal normal” foi dele, mas Katniss acabou concordando devido às circunstâncias e para se divertir um pouco com a brincadeira.

― Mas em uma coisa você tinha razão meu amor. ― Peeta continuou falando ainda abraçado a ela.

― O quê?

― Assim foi meio sem graça. Com a sua loucura, minha chatice, as aulas e tudo, foi uma história bem mais interessante. Tudo porque você não desistiu de mim.

― E você parou de resistir a mim. ― Katniss fez carinho no rosto de Peeta.

― Foi uma honra parar de resistir. Amo você.

― Amo você. ― para qualquer pessoa ao redor pareceria um jovem casal se pegando na balada, mas apenas eles sabiam como a jornada até ali tinha sido cheia de obstáculos e desvios.

― Vamos para casa? Essa música está me deixando com dor de cabeça. ― Katniss rolou olhos.

― Nerd. ― ela lhe deu um selinho, antes de o puxar pela mão para fora dali.

~

Já era a terceira vez em menos de meia hora que Peeta subia e descia as escadas de casa, conferindo detalhes mínimos de cada cômodo.

― Peeta, você está me deixando nervosa, dá pra sentar aqui um segundo? ― Katniss terminava de fazer uma trança lateral embutida no próprio cabelo. Ela também estava tensa com a súbita mudança de vida, mas nada perto do estado de Peeta. ― Vai, me conta, o que tá te deixando tão nervoso?

― Nada de análises pra cima de mim Kat, eu não vou relaxar até ver que está tudo certo. ― ele falou andando pela sala.

― Pois fique aí igual uma barata tonta e descascada, que eu vou comer.

Na teoria era ótimo. Peeta inda lembrava-se quando ele e Katniss decidiram que era hora de voltar, mas a adaptação é que são elas! Ainda mais quando sua filha de dez anos que você não vê pessoalmente há mais de quatro, vem morar com você.

― Peeta, você viu aquele meu iogurte de chocolate? ― Katniss tirou Peeta dos seus pensamentos quando berrou da cozinha.

― Você não ia comer aquilo, deixei no supermercado.

― Fala sério! O que eu vou comer agora? ― ele não pode evitar rir.

― A geladeira está cheia de frutas e sucos, Kat. Escolhe qualquer um.

― Mas eu queria meu... Ai! ― um barulho de pancada seguido por um grito fez Peeta correr até a cozinha.

― Você está bem? ― ele chegou a abraçando.

― Só bati minha cabeça na coisa da geladeira, não precisa ficar assim.

― Você tem que tomar mais cuidado, meu amor.

― Não estou morrendo Peeta, relaxe. ― ela deu um selinho no rosto contrariado dele. ― Vamos, arruma essa cara linda. ― outro selinho, que dessa vez escorregou para um beijo no pescoço dele.

― Você está me provocando?

― Estou? ― Katniss sorriu travessa antes de Peeta a levantar pela cintura e colocá-la sentada em cima da mesa da cozinha, lhe roubando um beijo intenso.

A casa que anos atrás foi palco de uma tragédia e várias brigas (inclusive uma deles dois!) agora seria o lar renovado da mais recente formada família Mellark. Graças ao incentivo de Katniss, Peeta acabou nunca vendendo a casa que fora dos seus pais, e que ele agora moraria com seus filhos.

O barulho característico da campainha fez ele se afastar e já sair a levando pela mão para a sala. Haymitch estava em uma viagem de negócios e ficaria difícil de Annie e Finnick deixarem a sua mini empresa de pescaria na Itália, mas todos os outros estariam ali. Os faltosos prometeram vir depois, assim como Clove, que estava em lua de mel com seu marido Cato.

― Chegaram. Você abre a porta que eu fico aqui agindo naturalmente. ― Peeta sentou-se um modo esquisito no sofá, pegou o celular e ficou passando o menu várias vezes. Katniss riu contemplando aquela cena. Em todo esse tempo ele tinha mudado tanto, estava mais sorridente, mais brincalhão. Mais genuinamente feliz.

― Relaxe. ― ela sussurrou antes de abrir a porta e ser abraçada pela menina loirinha de tranças. ― Patinha!

― Tia Katniss!

A garotinha que tinha apenas seis anos de idade quando eles viajaram, agora já estava acima do ombro de Katniss, mas o olhar de inocência e o sorriso sincero ainda eram os mesmos. Madge começou a bater palminhas, com Gale e Johanna do seu lado.

― Vocês voltaram! Nossa Kat, como você conseguiu ficar mais bonita? Que raiva de você, sua vaca. ― as duas se abraçaram entre sorrisos, mas logo desviaram a atenção para Peeta e Prim.

O motivo da insegurança de Peeta era que Prim não o reconhecesse como pai ou não quisesse morar com eles. Desde a emocionante despedida, eles sempre se falavam pelo webcam, mas pessoalmente era a primeira vez que se encontravam. E com a notícia que Johanna estaria finalmente continuando a faculdade do outro lado do país, a solução de Katniss foi óbvia e facilmente aceita pelos adultos.

― Pai?

Prim testou o cumprimento, o que fez Peeta desmanchar-se em um sorriso, ajoelhar-se e abrir os braços para recebê-la. Ouviu-se um suspiro coletivo e Katniss voltou a cumprimentar a todos com abraços e sorrisos, até que alguém que estava se mantendo fora da casa o tempo todo, entrou tímido.

― Danny?

― Ei Kat. Com licença. ― ele entrou e Katniss finalmente fechou a porta. ― Peeta, como vai? ― Peeta, que estava sendo esmurrado por Madge por não ter vindo para o casamento dela e Gale, que tinha acontecido um ano antes, trocou um olhar de estranheza com Katniss e finalmente apertou a mão do fisioterapeuta.

― Eu explico ele aqui. ― Johanna se manifestou. ― Na verdade, Dan...

― Tio Danny tá namorando a mamãe. Quando vamos ver meu quarto, pai?

― Nossa Primrose, obrigada. ― Jo ironizou quando Peeta já era arrastado para cima por Prim. ― Katniss, foi meio de repente.

― Está tudo bem Jo, porque você achou que eu me importaria? Você e Danny merecem a felicidade que eu e Peeta temos aqui. ― Johanna e Daniel riram um pro outro aliviados.

― Tem certeza que não tem problema Prim ficar?

― Ah qual é Jo?! Desde quando você fica tão cheia de frescura para me pedir as coisas? Dan tá te fazendo ficar chata?

― Não.

― Sim, ele está. ― Mad e Gale falaram ao mesmo tempo, ele recebendo um olhar fulminante da prima. Katniss riu admitindo para si mesma que assim como ela, Johanna também precisava de um sossego na vida.

― Aí podemos colocar uns adesivos na parede atrás da cama. ― Prim falava animada enquanto descia as escadas.

― E umas grades nas janelas, que tal?! Você está ficando linda demais e acho que vai me dar trabalho, filha. ― Peeta falou a contragosto fazendo a linha do pai ciumento. Katniss rolou olhos e Prim pareceu que não entendeu ou simplesmente não ligou.

― Bobão. ― Kat acariciou o rosto de Peeta.

― Ah, já ia esquecendo, isso é seu. ― Gale jogou um molho de chaves que Peeta segurou agilmente. ― Carros novos para ambos, com os cumprimentos de Haymitch Abernathy.

― Aquele velho rabugento... Eu disse que não precisava. ― Peeta pareceu ofendido com o presente.

― A gente conta da clínica de psicologia e do cargo de chefe de cirurgia agora, ou espera essa raivinha do Mellark passar? ― Jo cochichou para Daniel.

― O quê? ― Peeta e Katniss praticamente gritaram ao mesmo tempo.

― Sabe, agora que temos os dois morando na civilização de novo, que tal fazermos seu casamento dos sonhos Kat? Peet não tem mais motivos para te enrolar. ― Madge soou animada cortando o assunto dos presentes de boas vindas de Haymitch.

― Na verdade...

― Na verdade, a gente meio que já casou.

― O quê? ― um coro ecoou pela sala.

― Quando?

― Faz o que amor, uns quatro anos e seis meses?

― Quatro anos e cinco meses, na verdade. Só podemos contar oficialmente a partir cerimônia no civil. ― Peeta a corrigiu, e como todos ainda os encaravam perplexos, ele resolveu explicar. ― Foi no meio que numa igrejinha ainda cheia de escombros, feito com um juiz de paz que não tinha uma perna. O convite não chegou aqui? ― Peeta brincou e apenas ele e Katniss riram.

― Não é engraçado! ― Madge falou frustrada. ― Custava pelo menos contar pra gente quando nos falamos?

― Eu sabia. ― Prim se manifestou. ― Mas o papai e a tia Prim pediram que eu não contasse nada, ou vocês ficariam com raiva.

― Os segredos dela você guarda, não é dona Primrose? ― Jo falou.

― E você Catnip, agora Katniss Mellark... Desistiu do casamento de princesa com toda o luxo que sonhou a vida toda?

― Dá um tempo galera, sem mais cobranças. Contamos tudo com detalhes se quiserem.

― Só não conseguíamos ficar longe um do outro. Oficialmente.

― Isso é lindo, mas eu tenho uma dúvida. ― Dan se manifestou pela primeira vez desde que entrou. ― Jo me disse que vocês voltaram para casar e construir uma família depois que Mike morreu ano passado, mas se não foi por isso, então por quê?

― Lá não era mais um ambiente muito adequado para Katniss.

― E quando foi adequado? ― Madge ainda estava chateada com os braços cruzados como uma criança birrenta que tinha sido excluída de um plano. ― O que mudou? Espera... ― um brilho de entendimento chegou aos olhos verdes dela. ― Você vai ter outro filho e não me contou Peeta Mellark?! ― ela voltou a esmurrá-lo e todos caíram na risada.

― Alguém controla essa criatura, por favor?! ― Peeta pediu o que fez todo mundo rir mais.

― E sim, é verdade. Estou com oito semanas.

― Nove semanas. ― Peeta corrigiu. ― Ela não é boa com datas. ― ele justificou rindo.

― Ah porque sou eu que não sei quando é o Natal ou o dia dos namorados. ― Katniss ironizou lembrando-se o ano que eles ainda estavam em Denver.

― Eu sei essas datas, apenas não comemoro.

― Você não faz o quê, Peeta Mellark?

― Comemorava. ― ele se corrigiu. ― Eu não comemorava.

― Vejo que muita coisa entre os dois não mudou. ― Gale atestou confidencialmente para Madge.

― Mas então... E a comida?

― É pra já Jo, estou morrendo de fome, já que vocês demoraram e meu maridinho aqui sumiu com todas as minhas guloseimas que eu sentia tanta falta.

― Não cortei tudo, apenas o café, chocolate, refrigerante, fritura e condimentos. Ah, e essas coisas industrializadas.

― Me leva pra sua casa Mad! ― Katniss implorou com as mãos em forma de prece.

― Mas eu li que isso tudo pode dar problema de pressão e estrias, tia Katniss.

― Oh meu Deus, tem dois deles!

― Você não me merece Katniss. ― Madge estendeu a mão e Gale lhe entregou sacolas que carregava. ― Já conhecendo bem meu amigo chato e sabendo que ainda devia estar chato, trouxe um monte de coisinhas deliciosas pra gente comer hoje.

― Não Katniss! ― Peeta até tentou pará-las, mas as meninas foram mais rápidas, já correndo para a cozinha e espalhando na mesa uma variedade de guloseimas.

Desistindo de ir contra elas, o médico loiro encostou o ombro na entrada da porta rindo para a balbúrdia que estava sua cozinha. Katniss comandava a bagunça gritando ordens para Gale e Danny e rindo com as meninas.

― Você parece contente pai. ― Peeta sentiu os braços de Prim o envolverem pela cintura e sua cabeça descansar em seu peito.

― Porque estou. E você?

― Vou sentir falta da mamãe, mas tenho você e a tia Kat agora. E meu irmãozinho ou irmãzinha. ― os dois pares de olhos azuis se encontraram. ― Amo você pai.

― Também te amo princesa.

Ele depositou um beijo no topo da cabeça dela, antes de ambos irem para onde os outros estavam, logo sendo recebidos pelos dedos de Katniss sujos de chocolate em seus rostos, apenas por provocação. Peeta abraçou a esposa, tocando a barriga ainda plana. Depois de anos, ele estava genuinamente feliz.


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Notas finais do capítulo

*suspiro*
Aliás, estou suspirando há horas... Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Esse é fim de mais uma estória, obrigada a todos que permaneceram comigo durante todo esse trajeto. Obrigada também aos que chegaram na metade e acompanharam ou aos que irão ler, favoritar e recomendar depois de finalizada...
Para aqueles que ainda tem disposição e amam as loucuras que a Ellen aqui escreve, preparei um capítulo bônus muito especial, com detalhes de como foi a criação e escrita dessa estória que todos aprendemos a amar. É como se fosse os bastidores de uma fanfic... Mas deu um problema e terei que postar aqui nas notas. No final nos despediremos...

Bônus: Origem e criação de Conselheiro Amoroso

Olá pessoas!
Esse não é um capítulo normal e não faz parte da estória. Alguns podem dizer que é apenas um capricho meu, mas como telespectadora e leitora, amo saber como as coisas que me fizeram gastar alguns bons minutos foram criadas, por isso esse capítulo.
Também tem aqueles que sempre me mandam mensagens ou algo do tipo pedindo dicas de como começar a própria estória. E nem vamos falar da minha tagarelice literária, que todos já conhecem bem. Enfim... Vamos lá!

* Antes de CA
Conselheiro Amoroso é minha terceira fic no site, mas não a terceira história. Desde o fim do ensino médio, tenho enchido meu computador, e os ouvidos do meu primo com o que escrevo. Então a saga Jogos Vorazes surgiu em minha vida. Após o fim dos livros e pensei, “cara, como eu queria saber mais, queria continuação, queria Peeta e Katniss em um universo paralelo”. Aí entra o Nyah!
O Broche foi a primeira, uma visão paralela dos livros, dando voz à Madge Undersee, a filha do prefeito e amiga de Katniss no distrito 12 antes de tudo. Concomitante a ela, decidi deixar minha imaginação mais solta e começar uma de universo paralelo, sem jogos e mortes (hehehe) apenas a vida comum de dois adolescentes do ensino médio. Assim nasceu Como me (des)apaixonei por Peeta Mellark.
CMDPPM teve uma aceitação tão boa que quando estava chegando ao final me deixou com os dedinhos coçando por escrever mais, mas dessa vez, prometi que seria mais criteriosa com detalhes, roteiros e esse tipo de coisa. Então uma bela noite, em meio à enormes trocas de áudios no WhatsApp com minha amiga Tamires Simões, que vocês provavelmente conhecem como ThamyLomiel, surgiu a ideia.

* A ideia
Se apaixonar um Peeta doce, gentil e divertido era até fácil, agora ter que lidar com um fechado, ressentido e calado, esse era o desafio. Então contrastando a isso, teríamos uma Katniss totalmente fora da casinha, que se grudaria a esse cara em busca de conselhos amorosos. O filme “Qualquer Gato Vira Lata” serviu como uma pálida referência, pois tudo mudou quando fomos colocados no ambiente hospitalar.
Falando com a Thamy, eu disse que Katniss seria mais menos como a personagem da Cléo Pires, mas ao contrário do “professor” do filme, Peeta seria meio saio-com-várias-não-me-comprometo-com-nenhuma e teria uma profissão séria que contrastasse totalmente com esse lado. Junte isso ao fato da minha profissão ser Enfermagem e do meu vício em séries médicas, logo surgiu a ideia da residência em cirurgia.

* Peeta e Katniss
Bom, esse Peeta e essa Katniss não foram escritos para namorarem. Durante o decorrer da estória, recebi algumas críticas, declarações dramáticas e muitos avisos de morte para colocá-los logo juntos e parar de enrolar essa porra! (não foram palavras minhas, juro!)
Mas mesmo sem algum relacionamento oficial, eles passariam por vários estágios na relação deles. Começando com a óbvia atração física, que logo foi para as aulas, evoluindo para uma amizade bem estranha, a temida brotherzone, então sim o apaixonamento e em seguida o amor.
Peeta estava quebrado e Katniss merecia para ser o amor da sua vida algo melhor do que alguém tão traumatizado. Então, mesmo as aulas sendo para a Kat gastamos ainda alguns capítulos consertando Peeta, até vê-lo se transformar no home do epílogo. Katniss também teve sua cota de mudanças, sem perder sua costumeira loucura, mas se tornando mais crescida.
Com os dois mudados, agora sim eles puderam evoluir para um relacionamento oficial e pulando várias etapas, já foram direto ao casamento. Yey!

* Prim
Chocaria muito se eu dissesse que o sobrenome de Primrose não seria Mellark, mas sim Odair? Exatamente, a loirinha seria filha de Finnick e Johanna, e o mistério duraria até o capítulo 27.
No início soltei várias dicas sobre essa paternidade, passando por quase todos os personagens masculinos regulares. Já tinha decidido por Finn, mas queria deixar essa ponta em aberto para qualquer mudança, caso o desenrolar da estória pedisse.
E pediu.
Peeta pediu para ter sua barreira quebrada e não apenas por uma paixão, mas por lago maior, um filho, no caso uma filha. Prim veio para tirar parte do trauma envolvendo a família dele e acabou sendo essencial em todo o desenrolar, tanto é que a “revelação” acabou acontecendo bem antes do previsto, e ainda serviu para mostrar para Katniss, que Peeta teve sim um passado complicado que ele era inconsequente e um tantinho irresponsável, bem como ela é (ou era).
E sem contar que as cenas de um cara forte e de semblante sério brincando de tomar chazinho e de colorir não cansam, certo?

* Personagens secundários
Não é segredo nenhum que os personagens secundários são os que realmente seguram o leitor. Ah não Ellen que absurdo! Se não tivesse Peeta e Katniss eu não leria essa fic! Concordo. Mas você leria se tivesse apenas os dois no tal lenga-lenga por mais de cem mil palavras e sem nenhuma intervenção de Madge, brutalidade de Johanna, os comentários safados e bem perspicazes de Finnick e Haymitch, ou as vergonhas sofridas por Gale? Acho que não.
E quando nossos protagonistas tinham suas fases chatinhas que a gente chegava a dizer “tomara que nem fiquem juntos mesmo!”, eram os romances deles que nos mantinham entretidos e torcendo.
Tenho que admitir que alguns poderiam ter sido melhores trabalhados, mais de suas vidas contadas (como Johanna e Haymitch), mas a quantidade limitada de capítulos e minha incurável falta de tempo acabaram prejudicando nesse ponto. Uma versão estendida, quem sabe?

* Os vilões
Mike Willis e Katherine Adams: os dois acabaram sendo os grandes antagonistas no final e tiveram seu final.
Kath teve que pagar judicialmente por suas atitudes que ela ainda alegava serem movidas por um amor doentio a Peeta. Ela o amava? Na cabeça dela, sim e muito. Fez todos os absurdos em nome disso. Katherine se arrependeu de suas atitudes aos 18 anos e viu que nunca encontrou ninguém que a amasse tanto quanto Peeta. O modo errado foi como ela lidou com esse amor e obsessão pelo loiro.
Já Mike não tinha causa alguma para suas atitudes, além de seus distúrbios mentais e ódio gratuito. O pior dele é que o que tinha para se fazer, a condenação já tinha sido dada e ele ainda era ameaça. No fim, a morte lhe alcançou quando durante uma recaída de seus problemas pulmonares, a equipe que o atendeu no presídio não tinha a ética de Peeta Mellark e apenas o deixou para morrer. Não houve dinheiro que comprasse mais um dia de vida, o que deu a liberdade para nosso casal amado ter sua vidinha feliz na pacata Louisville.
Mas fora esses dois gigantes de ações enormes e absurdamente doentias, o objetivo foi mostrar que todos nós temos “vilões” em nosso dia-a-dia. Quer seja nosso chefe ranzinza e exigente, o cara lindo e simpático que no fim se mostra um imbecil, o cliente mal humorado, a família que se mete demais. O que vai mudar, é o modo como aprendemos com as situações e podemos transformá-las em degraus que construirão nosso caráter e nos farão pessoas melhores e mais crescidas.
#EllenFilósofa #SeTivesseUmMicrofoneAkiJogariaNoChãoBemAgora

* Bloqueio Criativo
Se você é escritor (seja de fics, livros ou redações do colégio!), vai me entender quando eu digo que é uma das piores coisas que pode acontecer no meio de uma estória!
Você não sabe de onde veio, nem quando vai embora, é tipo aquele parente chato, sabe? Você tem um prazo, várias ideias, daí senta na frente do computador e o máximo que sai é uma musiquinha estúpida.
*insira a voz de Jennifer Lawrence aqui*
“Sai bloqueio chato, de perto de mim.
Sai bloqueio chato, não te quero aqui.
Sai bloqueio chato, de perto de mim.
Esse agora é o seu fim.”
*desculpem por isso*
O fato é que situações de estresse podem gerar isso. Problemas pessoais ou apenas uma TPM. E para ir embora, queridos... Oh sofrência! Durante a escrita de CA, tive dois grandes bloqueios, que corresponderam às duas maiores pausas nas postagens, o mais recente antes do capítulo final. É um saco, mas não posso fazer nada. Nessa época, aproveito para ler bastante, que geralmente me dá ideias e volto a escrever. Mensagens carinhosas, preocupadas, recomendações, favoritos também são de grande valia, mas esse é o próximo tópico.

* Os leitores
O que seria de mim sem vocês leitores? Pra começo de conversa, CA sequer existiria, pois como disse no início, essa fanfic foi movida pelo desejo de dar uma estória legal para meus leitores que já estavam sentindo falta de CMDPPM.
E cara... Sem vocês jamais eu seguiria adiante com a escrita. Sou enfermeira, escrever é hobbie, e na minha cabeça era algo que eu nem fazia direito. Vocês toleraram meus atrasos, me deram auto confiança, me deram seu tempo, suas palavras, seu apoio. Me fizeram abraçar esse mundo novo e louco da escrita que já habitava minha mente, mas que eu mantinha quietinho ali no canto, enquanto escrevia trabalhos científicos e monografias.
E como sempre costumo dizer, a cada nova história conheço novas pessoas do país e inteiro (e de fora!) e faço amizades que não teria se não fosse por isso. Essas mesmas pessoas brigam por mim e comigo, coisa de amigo mesmo. Então, meu muito obrigada a cada pessoa que leu, que comentou, que favoritou e recomendou. Vocês mudaram minha vida.

* Conselheiro Amoroso, um livro?
Como já falei, a escrita é um passatempo que adoro, mas nunca tive essas pretensões literárias de estar lançando livros, com filas para autógrafos ou pessoas que me conhecem e amo o que escrevo sem eu nunca ter as visto na vida. Sou tímida demais para isso.
Mas como diz o meu avô, o futuro a Deus pertence. Pretendo sim (quando me desafogar das minhas muitas atividades atuais) fazer correções e uma versão estendida de CA e postá-la em algum lugar por aí. Vai que cola, não é? Mas por enquanto não. Não estou pronta para que tantas pessoas vejam isso, mas sei que quando estiver, já tenho pessoas para me apoiarem.
E para aqueles que tem muitas ideias ou até mesmo estórias iniciadas ou finalizadas no computador, respire fundo crie coragem e mostre para o mundo, nem que sejam nas nossas queridas postagens do Nyah. Você não sabe como seu mundo e sua mente se abre e se expande a cada vez que trabalhamos novas ideias.

Espero que tenham gostado desse capítulo bônus. Se leu até o fim, me abraça.
Se a aceitação for boa, posso até fazer mais em fics futuras. Por falar nisso, já estão acompanhando minha nova fic, que vai substituir CA nas postagens semanais?
Chama Como me (des)apaixonei por Oliver Mellark, e é a continuação de CMDPPM. Aqui estão os links das duas:
CMDPPM: https://fanfiction.com.br/historia/459401/Como_me_desapaixonei_por_Peeta_Mellark/
CMDPOM: https://fanfiction.com.br/historia/646905/ComomedesapaixoneiporOliverMellark/

Se ainda não faz parte do nosso grupo no WhatsApp e quer conversar mais comigo e outras pessoas incríveis, mande seu número por MP que adiciono lá...
Muito obrigada novamente e até mais!!! Até os reviews...
Bjs*