Conselheiro Amoroso escrita por Ellen Freitas


Capítulo 27
Calmaria || Katniss


Notas iniciais do capítulo

Olá Brasil, olha a Ellen aqui!!!
Desculpem a demora, minhas férias já se foram...

Tanta coisa para agradecer... pelo reviews que você me mandaram e ainda não tive como responder. Galera, passamos dos 52 mil acessos, dá pra acreditar? Conseguimos juntos, obrigada!!! E mais especial ainda:
* Raphilds
* Cupcake de Chocolate
As recomendações que vocês mandaram me fizeram muito feliz mesmo e bem inspirada a continuar a escrever. Minha primeira semana de volta ao trabalho ficou bem mais feliz, mesmo! Muito muito muito obrigada!!!

Sobre o título... Eu nunca naveguei, mas sei que quando o mar fica calmo demais, aí vem coisa... Gente, só em pensar que já está tão no finzinho, dá um aperto, vocês também sentem? Enfim... Boa leitura!!! Bjs*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/556919/chapter/27

“Querido senhor fazedor de pisos...

Gostaria de parabenizar pelo seu belíssimo trabalho Hospital no Exempla Saint Joseph. Estou tentando sem sucesso fazer um buraco nesse quarto enquanto ando de um lado para o outro, mas até agora a única coisa que consegui foi uma dor nas pernas e mais estresse. A propósito, mandarei a conta dos meus sapatos novos para sua empresa.

Atenciosamente, Katniss.”

Amassei o papel e joguei em direção ao lixeiro do quarto, soltando um xingamento em forma de resmungo por errar feio o alvo. Sim, eu era uma pessoa louca e muito estúpida, pois em meio a tanta coisa acontecendo e para fazer, eu estava escrevendo uma carta imaginária para uma empresa que eu não conhecia.

Observei Peeta ainda dormindo tranquilo, bem ao contrário do que ele estava há algumas horas atrás. Os remédios deviam mesmo estar mesmo fazendo efeito. Não contive um suspiro. É Katniss, você é uma pessoa estúpida.

Duas batidas na porta me fizeram levantar e atendê-la.

― Hey Finn. ― dei espaço para que ele entrasse e logo em seguida fechar a porta.

― Ainda dormindo? ― ele indicou com a cabeça para Peeta, antes de sentarmos no sofá.

― Madge disse que ele precisava, logo depois de usar alguns nomes bem feios para me xingar por tê-lo tirado do quarto em primeiro lugar.

― A Mad engana com aquela carinha de anjo, mas pode ser bem malvada. ― concordei soltando uma risada sem humor. ― Você está bem? Não me leve a mal Kat-Cat, mas você não parece bem. ― eu poderia dizer exatamente a mesma coisa do semblante dele, mas deixei isso para depois pois precisava mesmo conversar com alguém.

― Por que não estaria? ― ironizei. ― Passei toda a minha vida à procura de um príncipe encantando, alguém que fosse divertido, inteligente, bonito, que aceitasse minhas loucuras e que me desse muita comida. E quando eu digo a vida inteira, é a vida inteira mesmo! Minhas primeiras lembranças são de imaginar um casamento em um castelo, com um vestido de princesa como nos filmes da Barbie.

― Então?

― Então que eu achei essa pessoa e terminei com ela. ― ele arregalou um pouco os olhos com a surpresa.

― Você e Dan terminaram?

― Tá perguntando se eu e Danny terminamos e cinco minutos depois eu estava beijando Peeta no meio de um centro cirúrgico lotado? Imagina...

― Katniss...

― Eu sei, fui burra, estúpida, uma vaca! Eu sinto que estou brincando com os dois, mas juro que não é isso Finnick. E eu nem tinha terminado com Dan direito, ele me convenceu a só dar um tempo, mas sei lá. Eu sei que podem haver complicações em cirurgias, por mais simples que sejam, e não me segurei. E não foi como quando estávamos sozinhos, ou no dia do jogo ou na frente de um monte de adolescentes pervertidos... Eram os nossos colegas de trabalho! ― Finnick riu do meu desespero, mas não pude deixar de notar e estranhar quando esse sorriso não chegou aos olhos verdes dele. ― Você não parece muito bem também. ― atestei.

― Acho que teremos que falar com a Madge que ela vai ter que sustentar a parte cômica sozinha, já que nós dois estamos bem fodidos.

― O que acontec... ― foi só agora que lembrei. ― Ah meu Deus, hoje saía a resultado lá do negócio com a Annie e família dela! O que deu?

― Você está olhando para o mais novo desempregado do mercado de trabalho.

― Coin te demitiu? ― falei alto demais, depois tapei minha boca olhando de relance se Peeta não tinha acordado com meu escândalo.

― Pior, fui suspenso. A família Cresta envolveu o Conselho de Medicina e perdi minha licença para exercer a profissão por dois anos. ― meu queixo caiu aberto.

― Finn, sinto muito.

― Não precisa fazer essa cara de pena Kat, eu não estou arrependido de nada. Faria tudo de novo para poder ficar com ela.

― Mas a medicina...

― É só uma profissão! Ela é o amor da minha vida. ― sorri sinceramente para ele e podia jurar que senti até um pouco de identificação. A sensação de ter feito algo não tão certo, como beijar Peeta, junto com a total falta de arrependimento.

― Desculpa por ter sido meio vaca com vocês também, no início. Só estava tentando...

― Protegê-la, eu sei.

― Mesmo assim. Acho que a convivência com Katherine tá me fazendo mal.

― Eu sinceramente não vejo qual essa coisa sua e do Peeta com a menina. Comigo ela sempre foi uma flor de pessoa.

― Acho melhor não discutirmos sobre o poder dela em manipular pessoas. Haymitch e Jo foram os únicos que não caíram.

― Falando em Johanna Mason... Ela ainda me odeia?

― Igualzinho a antes. O que rolou entre vocês dois, afinal? ― um sorrisinho nostálgico surgiu no rosto dele.

― A gente fez o último ano do colegial juntos, éramos melhores amigos até que eu decidi que queria ser mais que isso.

― Você fingiu que não a conhecia quando se reencontraram. ― Finn deu de ombros. ― Tá, mas o que aconteceu depois que decidiram ficar juntos?

― Um mês depois eu desdecidi.

― Como?

― Não sei, talvez tenha envolvido uma quantidade a mais de álcool e a melhor amiga dela. A noite da formatura ainda é um borrão. ― fechei minha cara para ele.

― Não me espanta ela te odiar. Você é um cafajeste.

― Ah não me olha com essa cara como se seu adorado Peeta não tivesse feito coisas parecidas ou piores. Pessoas com 18 anos fazem estupidez.

― Mas ainda era um cafajeste.

― Você pode até ter razão Kat-Cat, mas cafajestes também não merecem sofrer.

― Como assim?

― Peeta. Eu sei que o comportamento dele nem sempre foi legal com você, e que ele já ferrou com a relação de vocês muitas e muitas e muitas e muitas...

― Ok... ― tentei interromper.

― ...e muitas e muitas vezes, incluindo aquele encontro hipotético que eu disse claramente para ele me deixar ir no lugar dele. ― Finnick prosseguiu me ignorando, um sorriso brincando em seus lábios, para logo depois voltar a uma postura mais séria. ― Mas ele não merece ser enganado, enrolado ou feito de idiota. A essa altura todo mundo já sabe do que aconteceu na sala de cirurgia, mas vou te pedir uma coisa em nome do meu amigo: não o beije de novo até que a frase seguinte seja “eu te amo e vamos ficar juntos para sempre”. Ele te ama. ― disfarcei meu nervosismo com uma risada.

― Não sabia que você era tão protetor.

― Eu acabei de perder minha profissão e não consigo ver um meio de poder ficar junto do amor da minha vida, não quero isso pro meu melhor amigo.

― Você não é tão ruim quanto parece Finnick.

― Se isso foi um elogio, eu agradeço. ― ele gesticulou uma pequena reverência com a mão no peito.

― Foi um elogio. E vamos dar um jeito em você e Annie, que merecem muito serem felizes juntos e em paz. Talvez se falarmos com Gale, para ver algumas medidas legais.

― E ele ajudaria o cara que magoou a prima?

― Se eu pedir sim. Pode deixar que eu falo com ele.

― Ok, então vou aguardar ansioso pelo dia que eu e Annie seremos livres. ― ele se levantou. ― Acho que já vou, tenho que pegar minhas coisas e dar o fora, antes que algum Cresta esteja por aqui e faça pior que me suspender.

― Não vai esperar ele acordar? ― falei me referindo ao loiro que ainda dormia tranquilo.

― Peeta já tem problemas demais na cabeça, pode deixar que conto para ele depois. ― recebi um beijo no rosto. ― Até mais Love.

― Tchau Finn.

As palavras de Finnick ainda ecoaram em minha mente nos minutos seguintes, até que vi Peeta se mexer na cama. Prontamente, me aproximei olhando apreensiva para ele.

Seus claros olhos azuis me focalizaram para logo em seguida serem turvados pelas lágrimas que chegaram antes de qualquer palavra.

― Ei, ei. Calma. ― pedi. ― Mad disse que você não pode se estressar...

― Eu o perdi. ― sua voz não passava de murmúrios chorosos. ― Perdi outra pessoa.

― Haymitch está bem. ― quando Peeta me olhou assustado, tentei explicar melhor. ― Quer dizer, não bem bem, mas está vivo, estável. Depois que você desmaiou, a equipe conseguiu trazê-lo de volta. Você tinha razão quando dizia que a bruxa da Coin pode ser uma cobra, mas é a melhor no que... ― não pude terminar e já fui puxada para seus braços.

― Eu não acredito.

― As coisas só vão melhorar a partir de agora, eu já te disse. Você é Peeta Mellark, a pessoa mais altruísta que existe. Nem o Universo consegue ser tão injusto para deixar algo de tão ruim te acontecer. ― repeti as palavras que ele usou para mim quando Prim desapareceu uns meses atrás. Quando me afastei, ele tinha um esboço de sorriso nos lábios.

― Obrigado Katniss.

― Sempre Peeta. ― segurei firme sua mão.

Ainda ficamos no olhando por algum tempo, então ele pareceu que ia falar algo, e eu tinha quase certeza que seria algo que eu não estava disposta a conversar agora.

― Meu telefone está tocando, me dá licença dois segundos Peeta? ― ele me olhou desconfiado, mas não disse nada quando eu saí covardemente do quarto. Mas Finn tinha razão, ficar enrolando os dois era errado, e eu não ficaria com nenhum até poder escolher apenas um.

~

Os dois meses seguintes da recuperação de Peeta pareceram milagrosos. Superando todas as más expectativas e prognósticos ruins, Haymitch também melhorava a cada dia e isso fazia tudo ao redor parecer mais colorido, mais feliz.

Eu e Peeta viramos o assunto do hospital por alguns dias, mas não chegamos a falar sobre o beijo (apesar de ter certeza que ele começou o assunto algumas vezes) e se Daniel soube, também não comentou, até que a fofoca foi morrendo aos poucos e teve seu velório oficial quando escândalo de Finnick com Annie veio à tona.

Claro que ainda tínhamos a cruz da minha vida, calo nos meus pés, vadia com carteirinha profissional, que também atendia pelo nome de Katherine, mas com Peeta em recuperação no hospital e logo depois em casa, eles acabaram mantendo uma certa distância que achei excelente.

Ela não passou mais muito tempo na minha casa, mas sempre estava rondando. Peeta me disse depois que ela tinha alugado um apartamento perto do dele, mas que tinha barrado a entrada dela no prédio. Como eu disse, uma cruz em nossas vidas!

Eu sempre tentava passar o máximo de tempo no apartamento dele, levando Prim comigo, e isso estava irritando Dan, eu sabia, mas se ele tinha feito a chantagem emocional para me fazer voltar a namorá-lo por um “tempo-teste”, infelizmente teria que tolerar isso, já que Peeta não tinha ninguém além de mim e ocasionalmente Grease Sae para cuidar dele, pois Madge estava trabalhando dobrado pela ausência dele e de Finnick.

Os dias da formatura no mês seguinte às cirurgia foram com certeza os mais cansativos da minha vida, tendo que me virar em trinta para dar conta de todas as minhas responsabilidades. A parte boa de tudo isso? Não ter tempo para perder pensando em o que fazer sobre minha vida amorosa e em como eu estava completamente ferrada.

~

As batidas insistentes me fizeram sair às pressas ainda abotoando a blusa para atender a porta. Eu estava terrivelmente atrasada. Acabei dormindo mal da noite anterior e acordei na correria, sem tempo nem para o café. Peeta tinha combinado de passar aqui para irmos juntos depois de deixar Prim na escola, e a essa altura eu não sabia nem por onde andava minha afilhada.

― Preparada para meu primeir... ― o loiro parou no meio da frase, e nem cheguei a entender o porquê. ― Katniss, por que faz isso comigo? ― o tom dele saiu brincalhão, foi quando notei que o olhar dele estava no meu decote por fechar.

― Droga Peeta, entra logo! ― corei ao fechar o último botão e o puxei para dentro. ― Acordei tarde e se você já chegou aqui, significa que estamos muito atrasados!

― Nem tanto, eu que me adiantei. E a Prim? ― ele se acomodou no sofá.

― Vê o quarto dela que eu vou pegar minhas coisas! ― gritei indo em direção ao meu próprio quarto.

O que você está fazendo aqui? ― quando já estava terminando de colocar tudo na bolsa, ouvi o grito de Peeta. Quando cheguei à porta de Prim entendi o motivo do estresse dele.

― O que você está fazendo aqui? ― minha voz também saiu raivosa para Katherine. Ainda não eram nem oito da manhã e ela já estava em minha casa.

― Repetitivos vocês dois, não?! ― ela riu, mas logo continuou quando viu que nós ainda nos mantivemos sérios. ― Vim dar uma produzida na Prim.

Foi quando a notei. As ondas nos cabelos da minha loirinha estavam transformadas em uma cortina lisa e fina de cabelos, e em seu rosto tinha sido feita uma maquiagem pesada demais para uma criança de seis anos. O que mais se destacava era o batom vermelho, igual ao que Katherine sempre usava.

― Linda, não é Peeta? Sabe o que ela me disse? Que queria ser assim como eu, e se depender de mim, ela será. ― ela provocou e Peeta apertou as mãos em punho e puxou o ar com força para os pulmões.

― Vem aqui comigo. ― ele parecia usar o máximo de autocontrole para não a arrastar dali pelos cabelos.

Quando ambos saíram, peguei um tecido removedor de maquiagem de Johanna e me agachei ao lado de Prim tirando toda aquela palhaçada que foi feita com o único propósito de nos enraivecer.

― Você disse mesmo que queria ser igual a ela Prim?

― Ela perguntou e eu disse sim, tia Katniss. Katherine é tão bonita.

― Você é mais do que ela e não precisa disso tudo. É linda ao natural.

― Sério?

― Seríssimo. ― comecei a fazer duas tranças nos cabelos dela.

― O tio Peeta ficou zangado comigo? Ele saiu zangado.

― O tio Peeta pode ser nervoso, mas ele não está zangado com você, não se preocupe. Mas nunca mais deixe ela ficar sozinha com você de novo, viu?!

― A mamãe tinha que sair, aí Katherine chegou e disse que te acordaria para me arrumar para a escola. Só que ela perguntou se eu queria ficar diferente e mais bonita, aí eu disse sim.

― Tudo bem princesa, mas da próxima vez, você mesmo me acorde, tá bom?

― Tá bom. ― ela deu um beijinho no meu rosto e pegou a mochila. Peeta entrou no apartamento quando Prim tinha ido à cozinha buscar o lanche que Jo deixou pronto em cima da mesa.

― A vac... A Katherine já foi? ― me corrigi evitando o risco de Prim nos ouvir.

― Você viu isso Katniss? Essa mulher é impossível!

― Quando termina essas malditas sessões de fisioterapia?

― Semana que vem, graças aos céus. Depois disso, nem seja preciso pedir uma ordem de restrição, ela vai ter que se afastar.

― Duvido...

― Ela ainda teve a coragem de dizer que nunca vai desistir de mim e tal... Mas usar minha filha para me atingir? Passou dos limites...

― Ei, respira. ― peguei sua mão. ― Prim acha que você está com raiva dela, então conserta isso e esquece essa vadia.

Depois de uma conversa bem fofa dos dois, a deixamos na escola e fomos direto para o hospital, encontrando Madge logo na entrada.

― Tem certeza que já está bem pra voltar Peet? Fazem poucos meses, você sabe...

― Eu vou ficar doente se passar mais um dia em casa sem fazer nada.

― Desculpe minha imensa incompetência em cuidar de você Mellark. ― me fiz de ofendida.

― Você sabe que não é isso Kat, por mim ficaria com você ao meu lado cada segundo do meu dia. ― o modo completamente sincero, natural e sem nenhuma intenção de flerte como as palavras foram pronunciadas foi o que mais me fez corar.

― Que evolução do cara que dizia “você fala mais do que eu consigo ouvir”! ― fiz sinal de aspas com dedos tentando disfarçar minha vergonha com a piada e o sorriso.

― Ok, acho que fiquei de vela aqui. ― Mad falou nada discreta alternando o olhar de um para outro. Dei uma cotovelada em seu braço e a segurei para não me deixar ali sozinha com Peeta.

― Mas é sério, estou feliz por estar de volta. ― Peeta continuou a falar, percebendo meu desconforto. ― Eu tinha certeza que Snow iria barrar minha volta depois que o desafiei.

― O coração dele foi acalmado pelos milhões no cheque que Haymitch assinou. ― Madge atestou. ― Falando em milhões, a família Cresta está surtando com o processo que Gale está movendo contra eles em busca da autonomia da Annie. Quem tem o namorado mais fodão do mundo? ― ela apontou os indicadores para si mesma exibindo um sorriso orgulhoso.

― Ah Peeta, Gale disse que vai buscar Prim na escola hoje e depois levá-la para passear com ele e a Mad. ― avisei.

― Mas hoje era minha noite de ficar com ela. ― ele reclamou. Nas semanas antes do transplante, Peeta parecia estar à beira de um ataque de nervos quando dizia respeito à segurança de Prim, mas aos poucos ele foi relaxando e usando grande parte dos seus dias de folga para estar com ela.

― Deixa de ser possessivo Peeta, hoje a loirinha é nossa!

― Você já comprou ingressos para a peça infantil preferida de Prim? Não? Então ela vai hoje comigo e depois sai com vocês. ― ele falou autoritário. ― Vocês podem passear qualquer dia.

― Vou mandar o Gale te processar por ser tão chato! ― Madge saiu pisando firme. Não me contive e comecei a rir das transição de Gale e Madge. Para nossa sorte agora eles estavam na fase “namoro a pessoa mais foda do mundo.” Para ele, não tinha melhor médica, e para ela, não havia melhor advogado no mundo inteiro.

― Quer vir com a gente?

― Sei lá Peeta, não vou atrapalhar?

― Desde quando você se importa se atrapalha? Vamos, é sério!

― Ok, Peeta você está muito fofinho e felizinho ultimamente. Quase não reconheço mais o loiro amargurado e chato de sempre.

― Você tinha razão sobre uma coisa Katniss, as coisas estão melhorando, sabe? Minha residência está no fim e já recebi um monte de propostas de emprego, algumas para continuar aqui e outras bem loucas, tenho que admitir. Katherine finalmente termina as sessões de fisioterapia e a gente vai dar um jeito de se ver livre dela aqui em Denver, e Haymitch está cada vez melhor. Não é como se eu tivesse grandes motivos para ficar lamentando.

― Fico feliz em ouvir isso.

― Só falta um único detalhe para completar minha alegria, mas esse já não depende de mim. ― seu olhar se prendeu ao meu e minha respiração resolveu dar uma falhada bem nessa hora. Respiração estúpida!

― Vamos trabalhar! ― saí o empurrando para dentro do hospital.

A manhã passou rapidamente, apenas porque decidi que até o final do dia teria que terminar de vez com Dan. No máximo havíamos trocado alguns selinhos em nosso namoro meio torto, mas não estava mais dando certo. O problema era que eu não queria magoá-lo e com certeza faria isso ao dizer que não dava mais. Não terminar meses atrás foi um erro. Provavelmente começar a namorá-lo foi o maior erro de todos.

E Peeta também poderia facilitar e parar com charminhos. Tudo bem que estávamos todos numa fase de calmaria, até para Finn e Annie tudo parecia estar se encaixando, mas só acho desnecessário ele ser tão lindo e ficar dando em cima de mim tão constantemente.

Eu só precisava estar pronta para falar a decisão que meu coração já tinha tomado há tempos.

― Pronta? ― saltei da cadeira com o susto.

― Pra quê? ― questionei alarmada. Ele lia pensamentos agora?

― Para ir buscar a Prim. ― Peeta respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. ― Por onde essa cabecinha tem viajado?

― Deixa de ser chato, vamos logo. ― peguei minha bolsa e já saí o puxando em direção ao estacionamento.

Durante o percurso, agradeci aos céus por Peeta estar disposto a contar como foi seu dia de volta, ou então eu acabaria falando demais sobre meus planos da noite com Dan, para quem eu já havia até mandado mensagem marcando um encontro para mais tarde.

Quando descemos na escola, a maioria dos alunos já tinha saído por causa do pequeno congestionamento que pegamos no percurso.

― Oi, viemos buscar Primrose. ― Peeta falou à mulher que ficava no portão.

― Primrose?

― Sim, a Prim. ― expliquei. Ela parecia ser nova na função. ― Loirinha, sala três, professora Sara.

― Ah, sei quem é. Ela já foi. ― um aperto instantâneo atingiu meu peito.

― Como assim já foi? ― Peeta também estava alarmado de repente.

― Um rapaz moreno veio buscá-la, disse que é amigo dos pais. ― a expressão de tensão no rosto de Peeta transformou-se em algo como irritação.

― Madge! Ela deve ter vindo com Gale. Aquela baixinha me paga...

― Ele tinha uma autorização assinada por Peeta Mellark. ― a mulher explicou.

― Aí Peeta, você também assina esse negócio... Me desculpe senhora, foi apenas uma mal entendido, eu vou ligar para nossos amigos e resolver. ― já ia saindo quando senti meu braço sendo segurado me mantendo no lugar. Olhei para Peeta e seu rosto tinha uma verdadeira face de terror que não compreendi.

― Eu... Eu posso ver essa autorização? ― ele pediu, mas eu podia notar que ele estava à beira de um surto.

― Claro. ― quando o papel lhe foi entregue, ele desabou no chão com as mãos no rosto. Uma sensação de dejavù me atingiu, pois essa tinha sido a exata reação dele ao reencontrar o túmulo dos pais. Peguei o papel das mãos dele.

A assinatura não era de Peeta, mas essa não era a parte que me fez começar a chorar imediatamente. À olhos normais, poderia parecer uma autorização comum, mas para quem entendia, era um bilhete de sequestro. Eu não sabia como, mas Mike Willis agora tinha Prim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agora vocês: "Como assim Ellen, eu falei que você mexesse com todo mundo, menos com Prim e é justo a menininha que você atinge? Salva Haymitch pra ferrar com Finnick e logo em seguida com Prim? E o amor no coração?"
Calma calma jovens, aguardem as emoções dos capítulos seguintes!!!

O próximo será o último capítulo narrado pelo Peeta, então segurem os corações e já reservem uma caixinha de lenços!!! Até lá, recomendem, comentem, contem para os amigos, favoritem!!! Vejo vocês nos reviews... Bjs*

Personagem de CMDPOM:
*Miranda Mellark: com quase 16 anos, é carismática, simpática, de bem com a vida e tem ótimas relações com todos na escola, desde alunos a professores. É muito boa quando o assunto é moda e atualidades, protagoniza um vlog bem acessado e movimentado no Youtube. Pratica e se destaca em esportes, leva uma vida saudável e tem uma relação próxima a Oliver, a quem ela considera uma ótima companhia por ser divertido e espontâneo.
Bom, ela será... *rufem os tambores* ...Danielle Campbell!!! http://www.allaccessphotoagency.com/albums/CBS%20CW%20And%20Showtime%20TCA%20Party%20RED%20CARPET/Danielle-Campbell_071614-052.JPG