Conselheiro Amoroso escrita por Ellen Freitas


Capítulo 13
Valentine Day || Katniss


Notas iniciais do capítulo

Oi! Oi! Oi!
Olá pessoas lindas e queridas do meu coração!

Eu tinha um plano tão bonitinho pra esses últimos dias, vou contar pra vocês...
*Trabalhar a semana passada enquanto li "A Seleção".
*Escrever esse capítulo no final de semana, então ler "A Elite".
*Escrever o próximo e finalmente terminar com "A Escolha".
O que realmente aconteceu:
*Trabalhei a semana toda sem tempo pra ler.
*Adoeci (de novo Ellen?!) no fim de semana e acabei lendo a saga toda em três dias.
*Tive que voltar a trabalhar.
Resultado... Capítulo atrasado!

Mas enfim, sobrevivemos e estou aqui!
Mas falando sobre os livros: vocês tinham razão, eu realmente gostei muito. O que não gostei foi de ver umas e outras interessadinhas demais no MEU PRÍNCIPE!!! Entendam uma coisa: MAXON É MEU!!! Por favor, com licença? Obrigada.

Agora ao capítulo. No último quase pude ouvir o som dos queixos de vocês caindo, e nesse veremos as repercussões dessas revelações, principalmente sobre nosso casal lindo.
Enjoy! Até as notas finais! Bjs*



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― Espera, deixa eu mesma repetir pra ver se estou acompanhando. ― Clove que não era surpreendida há muito tempo por mim e ainda estava meio boquiaberta, retirou os óculos da face. ― Seu namorado agora é pai da sua afilhada, que não é mais filha da sua colega de quarto e sim de uma garota aleatória totalmente desconhecida e desaparecida?

― Exato! Quer dizer, menos a parte do Peeta ser meu namorado, nessa você meio que deu uma pirada. ― joguei minha cabeça para trás a apoiando no encosto do sofá da nossa sala no hospital, que no momento estava sem nenhum paciente.

― Katniss isso parece uma novela muito mexicana! Como todos estão depois dessa descoberta?

― Johanna está deprimida, apesar de Peeta jurar na hora que nunca tiraria a guarda de Prim. Eu, Gale e Madge estamos totalmente chocados e Prim não faz ideia. Vamos contar quando ela tiver idade suficiente para entender, mas acho que não vai ser problema, já que ela adora o loiro.

― Por falar em loiro... ― ela me incentivou a continuar.

― Peeta Mellark é um caso à parte Clo. O cara tá em choque, desde que soube a notícia, mal fala comigo ou com qualquer outra pessoa. Não sei nem como ele está conseguindo trabalhar, e justo agora que a gente... ― parei instantaneamente de falar no momento em que percebi o que estava para escapar dos meus lábios.

― Opa, que vocês...

― Que nós nada! Nós nada!

― Ah Kat, fala sério, te conheço! Você tá afim desse cara e não é de hoje. ― senti meu rosto enrubescer, mas eu não podia me deixar abalar por aquelas palavras. Principalmente pelo fato delas não serem verdade.

― Sem propósito esse seu comentário Clove, eu e Peeta? Já passamos dessa fase, agora ele é meu irmaozão. Além do mais, ele não está para relacionamentos de jeito nenhum, principalmente depois desse último baque.

― Mas você tá afim, né?! Eu apostei com a Dra. Paylor que vocês dão uns amassos escondidos de todo mundo. Ela acha que vocês já foram bem além disso.

― Bom saber que minha vida sexual anda na boca do povo nesse hospital.

― Sabe o que você precisa? Tirar a cabeça desse relacionamento complicado e voltar a ser a Katniss doidinha de sempre, à procura do príncipe encantado. O dia dos namorados está chegando e você aí sozinha e carente. Peeta pode se virar pra lidar com problemas sem você.

― Que insensível Clove! Eu tenho que ajudá-lo!

― Por que você ainda me pede conselhos se nem ao menos planeja escutá-los?

― Eu não te pedi conselhos.

― Vou relembrar como essa conversa começou meia hora atrás: você interrompeu meu horário livre, me encarou com esses olhinhos cinza de cachorrinho pidão e falou “Clo, preciso de um conselho.”

― Eu só acho sinceramente que você é a que precisa de um namorado.

― Eu? Nem venha voltar isso pra mim, você que está toda coisada.

― Eu não estou coisada, só estou preocupada. E confusa.

― Pois deixe de ficar e vamos voltar ao trabalho. ― ela ficou em pé voltando à concentração de sempre. ― Temos que encontrar a Dra. Paylor na sala dela em cinco minutos.

― Pode ir, te alcanço já.

Depois que minha amiga saiu, ainda encarei por um tempo três arranjos esféricos, de tamanhos diferentes e de porcelana que ficavam em cima da mesinha de centro. Uma família.

O maior, Peeta, o pai. O menor, Prim, a filha. Mas e o do meio?

Johanna disse que não tinha mais notícias nem da tal Ashley nem da família dela, mas considerando os últimos acontecimentos, eu estava realmente propensa a considerar isso uma inverdade. Isso, se aquilo de Peeta ser o pai fosse mesmo real. Ele era o único em posição de questioná-la, mas ele parecia chocado demais pra isso.

A minha única certeza em tudo isso é que eu não poderia ficar no meio. Claro que sempre seria amiga deles, mas aquilo era algo que precisava ser resolvido entre eles e eu não tinha como contribuir muito. Mas apoiar não custava, certo?

Peguei meu celular e liguei para Peeta.

Katniss. ― ele atendeu formal demais pro meu gosto.

― Ei, eu queria saber se você queria sair depois do plantão, espairecer, sei lá. Conversar pode ajudar.

Desculpe Katniss, mas já estou em casa. Não estava muito focado, resolvi voltar mais cedo hoje.

― Posso ir aí?

Er... Acho que vou voltar pro trabalho à noite, então...

― Tudo bem, eu só... Estou aqui com você, ok?!

Eu sei. Até mais Katniss. ― e desligou.

Não sei se ficava mais irritada por esse cara sempre me isolar fora dos problemas deles, mesmo com nossa proximidade, ou mais triste por ter sido claramente dispensada. Clove poderia ter usado as palavras erradas, mas ela tinha razão. Peeta tinha me mudado muito e isso não tinha me incomodado até o ponto que notei estar perdendo um pouco da minha essência. E minha essência envolvia gritaria, vergonha alheia e caras lindos.

Quando entrei na sala da sala da Dra. Paylor, e sentei ao lado de Clove, eu estava decidida. E mais do que isso, estava determinada.

― Vou conseguir um namorado antes do Dia dos Namorados. Com ou sem Peeta.

~

― Você não disse isso! ― soltei uma gargalhada enquanto me aproximava ainda mais do policial que estava na entrada do hospital. A piada sobre como Arthur tinha se confundido e feito uma pergunta idiota no seu primeiro dia de treinamento não era tão engraçada quanto o coitado achava, mas não podia negar que o loiro alto era divertido.

― Sim, eu disse. E o melhor foi ver todo o quartel tentando segurar uma risada ainda em posição de sentido. Acabei levando uma bela punição por isso.

― Não foi culpa sua.

― As coisas são bem rígidas por lá.

― Eu viraria o lugar de pernas por ar.

― Não duvido disso Katniss. Então... ― ele pigarreou e eu ri o incentivando a continuar. ― Eu já te vi aqui pelo hospital.

― Deve ser porque eu trabalho aqui bobinho. ― cutuquei a barriga dele com o dedo indicador e pude notar como ele fisicamente preparado, também conhecido como gostoso pra caralho. Mordi o lábio.

― Eu quis dizer, que vi vi. Tipo, prestei atenção.

― Sim?

― E acho que sei lá... Um dia, se você puder...

― Passa na minha casa no sábado às nove. ― dobrei um papel e coloquei no bolso da sua camisa de uniforme. ― Meu endereço e telefone. ― sussurrei junto ao seu ouvido e meu esforço de ficar na ponta dos pés para isso valeu a pena quando o vi arrepiar um pouco.

Meu riso vitorioso se desfez lentamente quando virei de costas para voltar à minha sala e dei de cara com Peeta parado me encarando com uma prancheta na mão. Era a primeira vez que eu o via na semana e considerando que já estávamos na quinta feira, era muito. Forcei meu sorriso a voltar a meus lábios.

― Peeta. ― o cumprimentei tentando parecer natural e passando direto.

Eu não sabia se torcia para que ele me seguisse ou não. Precisávamos conversar, ele precisava conversar, mas eu não estava no clima de ficar dando explicações ou ouvindo sermões sobre o que ele tinha acabado de ver. Sim, esse era meu nível de confusão depois da minha ajuda e presença ser dispensada pela quarta vez em poucos dias.

Avistei um elevador aberto e vazio à minha frente e quase corri até ele, entrando logo em seguida e já apertando o botão para que as portas se fechassem. Acabei dando dois passos para trás e batendo minhas costas na parede fria de metal quando Peeta se espremeu com o mínimo espaço restante antes de ouvirmos o clique característico da caixa se fechando. De repente minhas unhas pareceram precisar urgentemente de uma conferida.

― Katniss... ― ele começou.

Eu não sabia como sentia falta da voz dele chamando meu nome até ouvir aquela palavra novamente. Era alguma coisa com o jeito que ele pronunciava o “t”, não sei, só sabia da sensação gostosa de saudade que me invadiu. Tive vontade de abraçá-lo, mas estava respeitando o isolamento e o tempo que ele precisava para processar as coisas.

― O que foi aquilo? ― ele cobrou. Sem desabafo, só bronca. Ótimo.

― Aquilo o quê? ― me fiz de desentendida e olhei ansiosa para o visor que mostrava o andar que estávamos, ansiando que aquele bendito hospital só tivesse dois deles. Peeta pareceu ler minha mente e apertou o botão parando o elevador.

― Você se oferecendo pro guarda.

― “O guarda” tem nome e é Arthur. Ele é uma ótima pessoa, vamos sair no sábado e você está sendo arrogante.

― Eu não ligo se ele é o diretor desse lugar! Você estava se oferecendo. Agarre o primeiro cara que passar, é isso que você pensa agora?

― Agora você está me ofendendo. ― cruzei os braços e ele apertou os olhos parecendo se arrepender e pensar no que falar. Apertei o botão fazendo o elevador voltar a se mover.

― Desculpe, não foi a intenção.

― Nunca é.

― Olha... ― ele parou o elevador de novo. ― Eu sei que eu não tenho sido o melhor amigo nos últimos dias, sei que tenho te evitado, mas não é sobre você, juro. Você não tem ideia como minha cabeça está nesses últimos dias.

― Como eu ou qualquer outra pessoa pode saber disso se você se isola Peeta Mellark? Essa paternidade repentina pode ser assustadora, mas tenta ver o lado bom nisso tudo. Tenho certeza que pode ser a melhor coisa que já te aconteceu.

― Como você pode ter tanta fé? ― ri de lado. Era tão óbvio na minha cabeça.

― Porque conheço Prim. E conheço você. ― fiz carinho em seus braços e vi seus ombros relaxarem um pouco. Seu olhar se prendeu ao meu.

― Obrigado.

― Sempre que precisar Professor. Essa e outras pérolas de sabedoria é o que você está perdendo quando me evita.

― Você está sendo arrogante. ― ele me imitou. ― Ah, e sobre aquele cara: não acho que deva sair com ele.

― Argh! ― soltei seus braços e me virei de costas para Peeta. ― Pare de se meter, ok?! Sei o que estou fazendo.

― Desde quando?

― Desde sempre. Peeta, sei que isso não importa pra você, já que faz o tipo “lobo solitário”, mas isso é importante pra mim. Sabe que dia é sábado que vem? ― me virei para vê-lo olhar para o teto pensativo.

― 14 de fevereiro?

― Exato! Que por acaso também é o dia... ― fiz um gesto com a mão incentivando-o a pensar.

― ...da sua folga? Não sei Katniss, sinceramente.

― Dia dos Namorados Peeta, pelo amor de Deus! ― falei irritada.

― Ah, isso?

― Não desdenha, ok? Sabe quantos dias desses eu passei sozinha desde os 15 anos? ― ele balançou a cabeça negando. ― Nenhum!

― E daí?

― Sai da minha frente. ― dei um empurrão nele, o tirando do meu caminho e fazendo o elevador voltar a subir. ― E mais uma coisa Peeta: por mais importante que você seja pra mim, nada me impede de gritar e te dar uns bons tapas e chutes se você me atrapalhar. Eu preciso disso, preciso mesmo. E se você não pode ajudar, não atrapalha!

As portas se abriram e não pude ver sua expressão, já que saí apressada enquanto outras pessoas entravam, já pensando nos dois lances de escada que teria que subir apenas por meu capricho de não querer encará-lo naquele momento. Alguma coisa me dizia que se eu ficasse mais um minuto naquele elevador, acabaria jogando meu encontro pro alto.

~

Finalizei uma intrincada trança na parte posterior do meu cabelo, deixando os cachos soltos sobre meu ombro e minhas costas livres para valorizar o enorme decote naquela região do meu vestido vermelho-sangue. Finalizei com o batom quase no mesmo tom da roupa e calcei meus escarpins nude. Arthur ficaria impressionado. A campainha tocou e andei rapidamente para atender.

Adiantado senhor soldado? Ou ansioso?

Eu ainda estava rindo com o pensamento quando abri a porta e Peeta estava parado no corredor. Ele me encarou de cima a baixo, abriu a boca para falar, mas desistiu, a mantendo ainda um pouco aberta.

― Tio! ― Prim veio correndo e se agarrou nas pernas de Peeta o fazendo pender um pouco para trás. Ele balançou a cabeça rapidamente parecendo afastar algum pensamento quando se ajoelhou no chão e a abraçou forte.

Senti meus olhos pinicarem ao ver aquela cena, mas inspirei fundo para não chorar. Antes de toda a revelação os dois já pareciam ter uma ligação, e agora que Peeta sabia, ele se agarrava à menina como se ela fosse o mais precioso tipo de tesouro.

― O que foi tio? O senhor tá tão carinhoso hoje.

― Ele se afastou fungando um pouco, mas com um sorriso em seu rosto.

― Eu sou carinhoso sempre.

― Não é não. Quando você não tá ouvindo, tia Katniss te chama de coração de pedra e invisível!

― Insensível Prim. ― a corrigi e ri dando de ombros com o olhar crítico que Peeta me lançou.

― A senhora tá tão bonita hoje tia. Tá muito uau! ― a loirinha arregalou os olhos, gesticulando. ― Ela não está “uau” tio?!

― Uau é a exata palavra Prim. ― senti minhas bochechas esquentarem, não apenas pelas palavras, mas pelo jeito profundo como Peeta me olhava. Essa paternidade estava deixando meu professor doido, só pode. ― Katniss, preciso falar com você.

― Ei, Katniss, aí está você! ― Arthur chegou com o sorriso de sempre no rosto. ― Dr. Mellark, o que faz aqui?

― Chegando, enquanto estamos saindo. Tchau Prim. ― fechei a porta atrás de mim antes que aquilo se tornasse ainda mais constrangedor.

A noite estava agradável e com a estação fria se afastando, era um alívio poder sair de casa sem parecer estar indo fazer uma expedição na neve.

Como combinado, meu acompanhante me conduziu a um restaurante italiano, que foi escolhido por ser meu preferido. Cumprimentei o garçom que nos recebeu com um beijo no rosto. Eu e ele nos conhecíamos desde o colégio, quando saímos por um mês, e ele tinha sido a pessoa a me presentar o local.

― Nossa melhor mesa pra minha cliente preferida e mais linda. ― ele falou galanteador nos levando até um local discreto, mas aconchegante e puxando a cadeira para mim.

― Por favor, pare. Assim você vai deixar as outras pessoas aqui com inveja. ― rimos juntos, mas por minha visão periférica pude ver que Arthur não tinha gostado tanto assim dos comentários.

Depois de nos sentar e fazer o pedido, conversamos e apesar dele ter comentado sobre a falta de tecido em minhas costas e minhas risadas altas, acabei tomando aquilo como piadas. Foi quando eu mesma escolhi o vinho que as coisas começaram a desandar.

― Não, o branco, por favor. ― ele me corrigiu.

― Eu não gosto do branco. Vamos ficar com o tinto, até combina melhor com o prato. ― justifiquei.

― O prato que você escolheu, no restaurante que você escolheu. ― franzi minhas sobrancelhas para aquela reação inesperada.

― Eu vou dar um minuto a vocês. ― o garçom saiu discretamente.

― O que eu fiz?

― Tudo, aparentemente.

― Como? ― eu estava genuinamente confusa.

― Você, Katniss. Não posso negar que é linda e divertida, mas não é pra mim. ― as palavras caíram pesadas sobre mim. Fiquei sem fala, então ele continuou. ― Sou tradicional sabe? Gosto de convidar para sair, organizar os encontros e tudo, mas você fez cada uma dessas coisas hoje.

― Deve ser porque não estamos mais no século XIX. Que pensamento ridículo!

― Ridículo é você nem esperar eu perguntar e já colocar seu endereço e telefone no meu bolso. ― ao ouvir aquilo, lembrei das palavras de Peeta, mas resolvi afastar.

― Você travou, estava te ajudando! ― rebati.

― Eu não queria sua ajuda! E esse vestido, meu Deus! Metade das pessoas aqui estão te cobiçando e a outra metade está brigando com seus pares por te cobiçarem.

― Pensei que você ia ficar feliz por eu me arrumar pra você.

― Se fosse só pra mim, mas todo mundo está vendo. E essa intimidade com o garçom? E com o médico na sua casa? Eu não consigo, sério. Tentei, mas não dá. ― ele inspirou fundo. ― Deixa eu tentar dizer isso do modo mais gentil que conseguir: você tem que encontrar alguém que tolere isso. E no caso, não sou eu. ― senti o gosto salgado das lágrimas.

― Você... Você tá terminando comigo no dia dos namorados?

― Nós não somos namorados. ― Arthur disse simplesmente.

― Tudo bem. ― fiquei em pé engolindo o choro e elevando a voz. ― Você quer ser um idiota quadrado, ok. Então paga a porra da conta! ― joguei o guardanapo em seu rosto, agarrando minha bolsa e correndo em direção ao banheiro.

Então era isso, eu chorando sozinha, com minha maquiagem borrada, debruçada sobre a pia do banheiro e envergonhada por ter feito uma cena no meio de um restaurante lotado.

Eu oficialmente desisto!

Desisto de tentar deixar os caras decidirem e ser chamada de dependente. Desisto de tomar a frente e ser chamada de ridícula. Se isso acontecesse uma ou duas vezes eu até poderia colocar a culpa neles, mas o padrão aqui estava claro. O problema era eu. Cato, Thresh, Arthur e todos que vieram antes. Eles estavam certos e eu errada.

Peeta estava certo.

Katniss. Katniss. ― não acreditei quando ouvi a voz de Peeta me chamar do lado de fora. ― Katniss, sai daí, por favor.

― Vai embora Peeta, não quero mais ninguém me passando lição de moral, já entendi.

Katniss, se você não sair, eu vou entrar.

― Peeta, dá um tempo! Vai embora.

― Não. ― ele falou firme, abrindo a porta e entrando. Virei de costas escondendo meu rosto entre as mãos. ― Eu não fiz chantagem emocional pra Johanna me contar onde você tinha ido, te segui, espiei seu encontro, pra no final te deixar chorando sozinha.

― O quê? ― o encarei perplexa.

― Eu tinha medo que algo não desse certo. Eu precisava estar do seu lado se precisasse. ― ele colocou a mão em meu ombro.

― E pra variar, você acertou. ― tirei sua mão sem me preocupar em ser delicada e entrei em um dos boxes, fechando a porta em sua cara e escorregando até o chão. ― Vai embora!

Já disse não. ― pude ver pelo espaço embaixo da porta que ele também sentou-se ali no chão, ao meu lado, nós dois separados apenas pela fina porta de madeira. ― Eu ouvi parte da briga e sei o que você deve estar pensando, mas não é culpa sua. Esse cara é idiota.

― Claro que é culpa minha. Eu sou péssima, não tenho controle, falo demais, ajo por impulso.

E daí, você é autêntica!

― Você me disse essas coisas Peeta antes. ― atestei e ele se calou.

O silêncio reinou nos minutos seguintes.

Eu também estava sendo idiota. ― ele começou, falando mais baixo. ― Claro que você não é perfeita e pode melhorar, todos podemos, mas foi errado tentar impor a você um padrão. Suas loucuras é o que te fazem única. ― ouvi um riso dele abafado pela porta e quando percebi já estava rindo também. ― Abre a porta, vai?!

Levantei limpando um pouco a sujeira que devia estar em meu vestido e passando os dedos abaixo dos meus olhos. Abri a porta e Peeta estava recostado na pia com os braços estendidos em minha direção. Corri para eles como se minha vida dependesse disso.

― Me desculpa. ― ele sussurrou em meus cabelos, seus braços envolvendo meus ombros. ― Tenho sido tão inconstante e estúpido com você sempre. Eu te entendo. Entendo sua necessidade de companhia, de falar muito, de expressar suas opiniões em voz alta e com sorrisos exagerados.

― Você diz isso porque é meu amigo. ― falei quando ele me soltou do abraço e começou a limpar meu rosto com papel toalha, delicado e atendo em cada detalhe como quando fazia uma cirurgia.

Com o espelho à minha frente, pude contemplar a tristeza que era minha imagem. o delineador presto estava muito borrado e até o batom parecia não querer permanecer no local, e manchava parte do meu queixo. Voltei a olhar para o cara na minha frente que parecia não dar a mínima pra isso e continuava seu trabalho minucioso.

― Não, eu digo isso porque é verdade. Nós caras temos essa tendência a tentar culpar vocês mulheres por nossos fracassos. Às vezes até temos razão, mas não é o caso hoje, e eu posso provar.

― Provar o que Peeta? ― falei sem a mínima animação.

― O caso aqui é que você ainda não saiu com alguém que realmente te valorize. Não somente por sua beleza, ou sua inteligência, ou sua espontaneidade. Por tudo junto.

― Desculpa Professor, não sei se estou te entendendo. ― Peeta parou repentinamente seu trabalho em minha face e me olhou profundamente.

― Katniss, você quer sair comigo?

.

.

.

Valentine Day (Dia de São Valentim), ou Dia dos Namorados, é comemorado nos EUA no dia 14 de fevereiro e é uma data especial e comemorativa na qual se celebra a união amorosa entre casais, namorados e em alguns lugares até com amigos. Então a Ellen não ficou louca e mudou a data, apenas adaptamos ao país onde ocorre a estória!


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Notas finais do capítulo

Será que agora vai?! Ou não?! #AnsiosaPraPostar
Próximo capítulo promete! O que acham sobre isso?
Recomendem, favoritem e comentem!!!
Bjs*

p.s.: Ainda não tive como responder os reviews, mas vocês tem sido incríveis me mandando cada comentário lindo! Muito obrigada!