O Juramento: Depois do Fim escrita por Samuel Alves


Capítulo 1
Ajuda dos deuses... Ou melhor, de Hefesto


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Cara, como eu amo Caleo! Espero que vocês também gostem. Enfim, aproveitem o primeiro capítulo.



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Leo já estava começando a ficar irritado, mas Calipso o acalmava. Eles estavam voando sobre um quilômetro de nuvens sem conseguir ver o que estava lá em baixo e Festus começara a ranger. Haviam se perdido? Ogígia continuara encantada? Calipso começava a ficar incomodada também. Ela começara a perder as esperanças de que, um dia, poderia sair daquela ilha...

— Como eu odeio os deuses! — Leo disse, cheio de raiva em sua voz.

— Ei, calma aí, sr. Ferreiro. Eles não têm culpa...

— Não têm culpa? Eles me jogaram naquela missão estúpida — Festus rangeu de baixo dos dois, o que, para Leo, pareceu uma falha no motor. — Vamos lá, amigão, só mais um pouco, não fale agora igual em Detroit. Lembra daquele dia? — Festus fez um ruído que parecia um som de afirmação, carregado com um pouco de tristeza — Não fique assim, você acabou virando um navio! Olha que demais. "FESTUS! O MELHOR DRAGÃO-NAVIO DE GUERRA" — Leo fez a sua melhor voz de locutor. Atrás dele, Calipso deu risadas.

— E então? Missão... Dragão-Navio... O que você esqueceu de me contar?

— Já te explico, eu só preciso sair daqui e chegar no Acampamento Meio-Sangue.

— Leo, estamos voando sobre essas nuvens há trinta minutos...

— Trinta minutos? Mas não foi a senhorita mesmo quem disse que "O tempo em Ogígia não faz sentido"?

— Enfim, por que não vemos o que tem debaixo delas? — Essa pergunta deixara Leo curioso.

— É mesmo, não é? — Festus rangeu outra vez, o que indicou outra falha no motor que Leo logo reconheceu. — Ok, amigão, pode descer. — Leo estava quase se arrependendo do juramento que havia feito, e Calipso começara a perceber isso também. Ela se sentia culpada por tudo, embora aquele sentimento não fizesse sentido dentro dela.

— Leo... — Calipso começou a falar, mas foi interrompida com um solavanco de Festus para baixo, o que a fez segurar bem para não ser chegada do dragão — Olha aquilo lá em baixo! — Uma lágrima de felicidade escorreu do olho de Calipso. Ela nunca havia ficado tão feliz por ter visto a civilização moderna, até porque ela, realmente, nunca havia visto.

***

Foi um pouso conturbado, Festus havia dado o seu suspiro em pleno ar, ou último rugido de dragão, como queiram. Por sorte, as malas de Calipso estavam bem presas no dragão (Como Leo conseguira prendê-las? Só Hefesto sabe). Eles cairam em uma área isolada de uma cidade que parecia ser pacífica, bondes passavam pelas ruas, avistavam-se montanas no horizonte e tinha uma ponte vermelha enorme passando sobre um estreito.

Embora Leo continuasse com a mesma cara de travesso, Calipso sabia que ele deveria estar pensando algo do tipo: "Mensagem de Íris! Acampamento Meio-Sangue! Cara, como a Calipso é gata!", mas primeiro precisava descobrir onde estavam. Calipso só consegui pensar em como Leo era incrível e como estava feliz por ter saído de Ogígia, mas grande parte da mente dela se perguntava: "Mas e agora?" Calipso, por mais que tenha gostado das contruções modernas e daquela ponte vermelha enorme, estava perdida, não sabia onde estava, e não sabia o que ia acontecer. Estava, no mínimo, muito desconfiada de tudo estar dando certo entre Leo e ela. O que a deixava menos tensa era olhar para o rosto de Leo e ver aquele sorriso e as orelhas de elfo que ele tinha.

Quando desceram do dragão, conturbados pela aterrisagem, Leo começou a mexer nas afiações do painel da parte de trás da cabeça de Festus, ainda com aquele sorriso doido no rosto.

— Onde estamos? É muito longe do Acampamento Meio-Sangue? — Calipso perguntou. Leo notou a pitada de preocupação na voz dela.

— Se eu estiver com a impressão certa, e eu sempre estou, estamos em São Francisco. — Leo respondeu como se fosse muito óbvio.

— E isso é muito longe de onde temos de chegar?

— É... Mais ou menos — os olhos do Festus brilharam, o que indicava que ele voltara à vida — Yeah! Quem é o melhor mecânico de dragões do mundo mesmo? — Leo disse com entusiasmo.

— Eu! — Quando Leo e Calipso viraram-se pra ver quem havia dito aquilo, assustaram-se, pois viram um senhor de meia idade, cabelo curto mal cortado, barbas longas com alguns fios grisalhos e músculos de jogador de futebol, usava uma camisa suja de graxa e calças largas sustentandas com suspensórios. Ele não era o homem mais bonito que já haviam visto, mas Calipso percebera que Leo e ele compartilhavam algumas semelhanças. — Eu sou o melhor mecânico, e você já devia saber disso, Leo Valdez. — O homem acenou para Calipso, o que a deixou meio desconfortável, mas ela conseguiu acenar de volta.

— Papa... Quero dizer, Hefesto. — Disse Leo com desconfiança.

— Esse é Hefesto? É impressão minha ou o ele mudou muito nos últimos milênios? — Calipso perguntou, demonstrando estar mais relaxada.

— Os deuses se adaptam de acordo com a civilização. — Hefesto disse com o orgulho de um deus. — E a senhorita é Calipso, filha de Atlas. Leo me falou muito sobre você nas preces dele. — Leo e Calipso coraram ao mesmo tempo.

— Tá bom, já entendemos. O que devemos à honra da sua visita?

— Que bom que perguntou! Seu amigo, Nico, filho de Hades, está à sua procura, ele não acredita que você tenha morrido. Ele quer te encontrar e acabar com a tristeza dos seus outros dois amigos, Piper e Jason.

— Ah, então a rainha da beleza e o Superman acham que eu morri? Eles vão ter uma bela surpresa. — Leo estava pronto para soltar uma risada maligna, quando foi interrompido por Calipso:

— "Rainha da beleza"? O que tem a dizer a dizer à sua defesa, Valdez? — Calipso falou completamente enciumada.

— Você tem dez segundos.

— Bem... É... "Rainha da beleza" porque...

— Piper McLean é filha de Afrodite. Minha esposa — Hefesto interveio, salvando a pele morena de Leo — Eu estou aqui para oferecer ajuda. Seu dragão não vai durar muito tempo, dá para escutar o ruído lá do Olimpo. E Apolo precisa da sua ajuda, ele está com problemas com Zeus.

— Apolo... — Calipso deixou escapar, seus olhos brilharam. Leo a encarou com uma cara séria. — O que foi? Acha que eu já esqueci da "Rainha da Beleza"?

— Tudo bem! Então o cara da música precisa de mim. Isso vai ser divertido. Aceita a ajuda.

— Obrigado. — Hefesto disse e começou a trabalhar no dragão. Leo ficara surpreso com o quanto Hefesto demonstrou ser útil, e também admirou o favoritismo. — Podem descansar um pouco aqui, a Névoa irá nos esconder.

— Leo e Calipso se afastaram e sentaram na grama do parque isolado.

— Rainha da beleza, hein... — disse Calipso, ainda enciumada.

— Apolo, hein... — retrucou Leo.

— Cale a boca, Valdez!

— Vem ca... — Leo não precisou terminar. Calipso o puxou e o beijou, um beijo melhor do que o de Ogígia. Calipso amava aquele garoto magro que parecia um elfo.

— Pronto, calei. — Calipso completou, realmente, Leo se calara. Nossa, como aquela garota era incrível! E assim os dois passaram o começo de tarde, trocando olhares enquanto um deus consertava a dragão, como um verdadeiro casal apaixonado. Eles realmente se amavam.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do primeiro capítulo, obrigado mesmo! Fiquem ligados para os próximos.