CARTAS AO TORDO - Fanfic Express escrita por Serena Bin


Capítulo 6
Distrito 10 - É proibido chorar!


Notas iniciais do capítulo

Tributos lindos, visto que está chegando a semana de provas da faculdade, não terei tempo de postar durante a próxima semana. Então, eis aqui uma carta antecipada.
Espero que gostem.
Boa Leitura.



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Distrito 10, 07 de setembro de 3115.

Caro Tordo,

Aqui quem escreve é Ewa Fostair, tenho onze anos e moro no distrito 10, ou no que restou dele após os bombardeios.

Estou escrevendo para lhe contar o que anda acontecendo por aqui. Sei que sua vida é tomada pela correria da guerra, mas eu precisava contar pra alguém que já sentiu o mesmo que eu.

Perdi meu pai a poucos dias no bombardeio enquanto tentava salvar a vida de meu irmãozinhos Klaus e Else. É como estar pisando no vazio. A ficha ainda não caiu, a ideia de que agora sou sozinha no mundo com dois irmãos pequenos não me permite fraquejar, porque agora eles dependem exclusivamente de mim.

Eu e meus irmãos estamos em um abrigo improvisado dentro de uma escola. Não restou quase nada de minha antiga casa, apenas algumas mudas de roupa e um retrato de meus pais, o resto virou um amontoado de ferro e concreto.

Há dias não como uma refeição completa, porque falta comida, agua e remédios, e o pouco que consigo distribuo entre meus irmãos, que com tão pouca idade já andam conhecendo a desgraça em que o mundo se tornou. Mas a fome e a sede não são nada perto da saudade e do medo.

Durante as noites frias, passo a madrugada em vigília porque temo que me separem de meus irmãos, que a Capital resolva manda-los para orfanatos longe de mim. E quando o medo passa, dá lugar a saudade, então os rostos de meus pais entram em minha mente e fazem com que as lagrimas molhem minha roupa esfarrapada, mas eu as limpo rapidamente, porque numa guerra é proibido chorar. A única maneira de suportar é tendo esperança de que tudo acabe bem. Preciso ser forte.

Ouvi boatos de que voce estaria querendo desistir da rebelião por causa das ameaças do presidente ao seu namorado. Não faça isso Tordo, eu imploro!

Não haveria ninguém que entrasse nessa em seu lugar. Precisamos de alguém que saiba como lutar, que conheça o inimigo, que saiba antecipar seus passos, que conheça as regras da Capital. E apesar dos outros vitoriosos que sairão vivos do massacre quaternário serem fortes, nenhum deles teria mais impacto do que voce.

É uma possibilidade remota, mas acredito que Snow não vá querer matar o Peeta, ele pode tortura-lo mas voce em todo caso sempre poderá resgata-lo. Voce não pode olhar para trás agora, nós não podemos olhar para trás. Seria suicídio.

Nunca vou esquecer da noite anterior a colheita do ano passado, quando minha mãe me chamou para aquela que seria nossa ultima conversa. Suas palavras ainda soam claras em minha mente:

" Ewa, não se esqueça de ter esperanças."

Eu não esqueci. Nem por um minuto até o momento em que o rosto dela apareceu no céu da arena. Depois disso, a minha esperança ficou fraca mas jamais perdida. Eu prometi naquele dia que eu teria esperança em quem quer que tivesse coragem para acabar com os Jogos, então voce apareceu.

Ouça Tordo, não sei exatamente o que passa por sua cabeça, mas lembre-se que há pessoas que esperam por dias melhores. Voce é a única chance de crianças como eu e meus irmãos.

Se quiser lembre-se das palavras de minha mãe: Nunca se esqueça de ter esperanças.

Atenciosamente;

Ewa Fostair.


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Notas finais do capítulo

Obrigadinha por ler. Se curtiu , deixe um comentario. Prometo que é de graça. :)