Susan, a filha de um Vingador escrita por Lia Araujo


Capítulo 83
Luto


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE POR FAVOR NÃO ME MATEM, EU POSSO EXPLICAR MEU SUMIÇO.
Eu tinha postado os capitulos mas quando reli os rascunhos eu vi que tinha feito uma grande besteira

Então apaguei os capitulos e tive que re escreve-los e na semana passada minha net bugou... por isso estou postando agora

Espero que gostem!
Boa leitura



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POV Nico

A Susan disse que precisava ficar um pouco sozinha e respeitei esse momento dela, ela falou que eu parecia cansado e disse para que descansasse um pouco no quarto de hospedes. Assim que entrei no quarto fui ao banheiro abri a torneira e mandei uma mensagem de iris para o meu pai

— Oi Nico - meu pai falou assim que me viu

— Como estão as coisas por ai? - perguntei querendo ir direto ao assunto

— As coisas se acalmaram - ela respondeu e eu assenti - E a Susan?

— Sofrendo, mas temo o que pode acontecer se ela ficar sozinha - respondi baixando o olhar

— Então não a deixe - meu pai falou chamando minha atenção - Cuide dela, ela vai precisar de você mais do que nunca

— E quanto as coisas no submundo? - perguntei me referindo aos problemas que tivemos nas ultimas semanas

— Meu filho, antes de você vim pra cá eu cuidava disso tudo sozinho, acho que ainda sei fazer isso - ele disse co um olhar brincalhão e eu sorri de lado - Fica uns dias ai, até ela está melhor

— Obrigado pai - ele assentiu e encerrou a mensagem de iris

Fechei a torneira e sai do banheiro, vi uma nevoa se formando e quando se desfez minha mochila estava la com roupas e objetos pessoais, estava indo em direção a cama, quando senti uma energia negativa, muito comum no submundo

— Susan - falei baixo e corri para o quarto dela

Abri a porta o mais rápido que pude, mesmo ela dormindo estava um pouco agitada, agarrava as cobertas da cama com força, vi as nevoas densas de cor negra começando a subir na cama como se fossem garras. Isso acontece com as pessoas que tem o dom de Hades, quando os sentimentos ruins começam a nos dominar, todos os sentimentos ruins existentes nas sombras ganham forma e tentam consumir a pessoa e eu não posso permitir que isso aconteça com a Susan

— Não - fale alto, erguendo as mãos em direção as nevoas que simplesmente pararam antes de tocar a Susan.

Fiz um movimento com as mãos como se empurrasse a nevoa para longe da Su, fazendo-as voltarem para as sombras. Me aproximei sentando ao lado dela na cama, toquei a mão dela, mas mesmo dormindo ela se afastou do meu toque, elas estava muito agitada, seja lá o que ela estiver sonhando estava a perturbando muito.

— Susan, se acalma, sou eu. Me ouve por favor! - a respiração dela estava acelerada, lagrimas escorriam em seu rosto e isso estava me deixando aflito - Seja lá o que estiver sonhando, não é real. Acorda por favor, isso não é real.
Toquei a mão dela novamente, mas dessa vez ela não desfez do toque

— Acorda, Su! - falei e ela apertou minha mão com força, abriu os olhos e se sentou na cama assustada, ofegante e as lagrimas teimava em sair - Tá tudo bem, foi apenas um sonho ruim. Se acalma

Não importava as minhas palavras, ela ainda chorava, o corpo dela tremia enquanto soluçava, seja lá o que ela tenha sonhado a fez fica dessa forma, eu a abracei e ela não reagiu, continuou da mesma forma, provavelmente perdida entre as imagens dos pesadelo, depois de um tempo foi que ela retribuiu o abraço.

— Tá tudo bem, eu tô aqui - digo fazendo carinho no cabelo dela e ela foi se acalmando

— Como soube? - ela perguntou com a voz embargada se afastando do abraço - Como soube do meu pesadelo?

— Seus dons de Hades são controlados pelas emoções, elas estão tão sobrecarregadas de tristeza que atraíram as trevas para cá - respondi olhando-a - Se eu não chegasse a tempo, elas iriam de consumir, transformando-a apenas em uma sombra

— Como ia acontecer com você? - perguntou e eu assenti - Obrigada!

— Não precisar agradecer - digo secando as lagrimas dela - Descansa um pouco

— Não quero - o medo em seus olhos mostravam que o sonho havia sido pior do que eu imaginava

— O que foi que você sonhou, Su? - sussurrei a pergunta olhando-a nos olhos

— Não quero falar disso - ela falou abaixando o olhar

— Tudo bem! Não vou te forçar - digo, ela assentiu e em seguida o celular dela tocou

Ela pegou o aparelho, olhou o visor e suspirou atendendo

— Oi Tals!... É verdade... Eu também sinto... Não vai ter enterro, ela pediu para ser cremada - me machucava sentir toda a tristeza dela no tom da sua voz - Me faz um favor?... Remarca todos os meus compromisso para daqui a duas semanas?... Está bem Tals! Obrigada por tudo... tchau

Ela colocou o celular no criado mudo, passou a mão no rosto e a subiu passando pelos cabelos. Ela fechou os olhos e respirou fundo. Ela estava se esforçando para se manter forte, isso era visível a qualquer um. E para que isso aconteça ela vai precisar de apoio

— Quando foi a ultima vez que você comeu? - perguntei e ela me olhou

— No almoço - sussurrou a resposta

— Vou prepara alguma coisa para você comer - digo fazendo menção de levantar

— Não estou com fome - ela disse se encostando na cabeceira da cama

— Você precisa comer alguma coisa - insisto olhando-a e ela nega com a cabeça - Su, você se alimentar

Ela ficou em silêncio, olhando para um ponto qualquer sobre a cama me ignorando, sei que ela está sofrendo, mas também sei que ela está doente e que se não se cuidar terá sérias consequências. Desviei o olhar, eu simplesmente me levantei e fui até a cozinha. Peguei um copo e coloquei o suco de manga que estava guardado na geladeira, peguei um pacote de biscoito salgado, coloquei sobre a bandeja e levei para o quarto da Susan. Ela estava sentada com as costas na cabeceira e abraçando os joelhos, os olhos dela estavam inchados devido ao choro, coloquei a bandeja a sua frente e me sentei ao seu lado.

— Come alguma coisa - peço, mas ela não reage - Susan, por favor!

— Eu já disse que não estou com fome - ela falou sem me olhar

— E eu não vou ceder até você se alimentar - falei e ela me olhou - Coma alguma coisa, Su!

Ela suspirou derrotada, pegou alguns biscoitos com a mão direita, enquanto o braço esquerdo ainda abraçava os olhos. Ela dividiu a quantidade de biscoitos que pegou nas mãos, apoiou os cotovelos nos joelhos e começou a comer os biscoitos devagar.

— Feliz? - ela perguntou comendo o segundo biscoito

— Ainda não, mas dá pro gasto - digo, ela sorri levemente e continuou a comer

Ficamos em silêncio até ela terminar de comer os biscoitos, quando terminou tocou metade do suco e deixou sobre a bandeja. Tirei a bandeja da cama e coloquei sobre o criado mudo.

— Você precisa descansar, foi um dia cheio pra você - digo olhando-a e ela negou com a cabeça - Por que?

— Não quero ter pesadelos novamente - ela respondeu encostando a cabeça na cabeceira e olhou para cima

— E se eu ficar aqui? - perguntei e ela me olhou - Você fica agitada quando tem pesadelos, se eu ficar aqui posso acorda-la quando o pesadelo começar

— Tudo bem - ela sussurrou e eu ajeitei os travesseiros, me encostei e a puxei para que deitasse sobre o meu peito, como fez há alguns dias e da mesma forma ela passou o braço me abraçando pela cintura

— Tenta descansar - digo, brincando levemente com o cabelo ondulado dela

— Você precisa fazer o mesmo - ela diz e paro por um momento o que estava fazendo

— O que quer dizer? - me fiz de desentendido

— Acha mesmo que não percebi - ela sussurrou e me olhou - Você perdeu peso, está pálido e seu rosto mostra que você não dorme direito a dias. O que aconteceu?

— Não vale a pena contar - digo desviando o olhar dela

— Nico me conta, ou isso vai ficar me incomodando e não vou conseguir descansar - ela falou me olhando e suspirei derrotado

— Nas ultimas semanas estávamos tendo problemas com as coisas no submundo, mas tudo já se acalmou - digo normalmente - Agora descansa

— Que tipo de problemas? - ela insistiu no assunto e ela percebeu que fiquei tenso, porque ela sentou me encarando - Nico o que está ou estava acontecendo?

— Não quero falar disso agora - digo frustrado, não posso contar isso a ela, pelo meno não agora - Precisamos...

— Nico, não muda de assunto - ela insistiu e estava decidida - Me fala

— Era a morte. Estávamos com problemas com a morte - respondi direto - Agora...

— Que tipo de problemas? - ela perguntou, eu não quero responder essas perguntas - Di Ângelo, me fala...

— A morte estava disposta a cumpri o trabalho dela, mesmo sem a autorização do meu pai ou a minha - suspiro frustrado e vejo os olhos da Su lacrimejarem, agora que comecei, preciso terminar - As parcas cortaram a linha da vida de uma pessoa, mas nem meu pai e nem eu permitimos que a morte fosse busca-la, passamos varias horas em reuniões do conselho para impedi-lo, mas ele estava decidido que faria o trabalho dele com ou sem autorização

— Vocês intercederam pela minha tia? - ela sussurrou a resposta e eu assenti - Me desculpa

— Desculpar pelo quê? - perguntei me sentando na cama confuso

— Fui tão egoísta, pensei apenas em mim e não prestei atenção ao mal que eu fazia a tia Sam e os problemas que causei a vocês - ela fala e algumas lagrimas escorrem - Eu que deveria ter morrido, não a tia Sam

— Ei, não repete isso - repreendo, fazendo-a me olhar - Foi um decisão minha e do meu pai, nós também queríamos que a Sam vivesse mais. Não se culpe por isso.

Ela se deitou encolhida na cama, chorando silenciosamente, decidi deixa-la nesse momento dela. Ela precisa por os pensamentos em ordem, então me deitei ao seu lado zelando para que as sombras não tentassem consumi-la novamente, em algum momento o cansaço me dominou e acabei dormindo.

POV Autora

A cada dia que se passava, a Susan se afundava ainda mais em tristeza, Jhon e Nico ficavam ao lado dela, confortando-a, mas a unica coisa que a garota conseguia fazer era ficar deitada, com o olhar perdido e com lagrimas que escorriam, ela não se mexia, se não a olhássemos de perto, não era possível saber que estava chorando. Os meninos tentavam de todas as formas faze-la se alimentar, mas a unica coisa que ela fazia era tomar líquidos, mas apenas depois de muita insistência. Durante uma semana a garota se trancou em sua própria mente, afundando-se em tristeza a cada dia que se passava, ela não falava, apenas tinha pensamentos aleatórios. Se pudessem ver o que se passava na cabeça da Susan, todos ficariam como ela.

Todos os pesadelos, todas as perdas, todos os problemas, as lutas, absolutamente tudo consumia a sua mente, sem que ela soubesse, Jhon e Nico colocavam a medicação dela nos sucos, para que ela prosseguisse com o tratamento da LPA, com medo do que pudesse acontecer pediram para a Marta receita um anti depressivo, para tentar ajudar a amiga, mas parecia não surtir efeito. Tudo que eles poderiam fazer era esperar para que tudo desse certo e que ela saísse do buraco no qual havia entrado

POV Susan

Uma semana. Faz exatamente uma semana que a tia Sam morreu. Uma semana que perdi a unica família que eu tinha. Uma semana que eu não saia do meu quarto, que não falava com ninguém. Os meninos insistem que eu como, mas não sinto fome, bebo apenas liquido para que eles me deixem em paz, mas sempre fico sonolenta depois, eles devem estar me dopando, colocando algum calmante, ou sei lá o que, para tentar me ajudar. Tenho tido mais alguns pesadelos com o Stark, mas eles são como flashs das outras vezes que ele quase morreu, sinto um vazio tão grande que nem ligo mais para os pesadelos. Jhon saiu do quarto há cinco minutos, ele me deu um copo de suco e agora estou sonolenta, sem forças para lutar me entrego ao cansaço e acabo dormindo

SONHO ON

Tudo está escuro, mas sinto uma leve brisa passar por mim, ouço o leve farfalhar dos folhas das arvores, um cheiro delicados de flores, sinto que estou deitada e há uma mão acariciando meu cabelo com movimentos leves e repetitivos, exatamente da mesma forma que a minha tia fazia. Devagar abro os olhos e pisco algumas vezes me acostumando com a claridade, olhei o céu e pelo que vi deveria ser um 17:20, olhei em volta e estava deitada em no meio de um campo, me sentei devagar olhando a paisagem

— Finalmente acordou, meu amor - congelo ao ouvir isso, olho para trás e vejo a tia Sam

Ela esta bem novamente, a cor havia retornado a sua pele, seu cabelos loiros estavam sedosos novamente, havia recuperado peso, fazendo seu corpo voltar a ser como era antes do tumor.

— Tia Sam - digo com meus olhos cheios de lagrimas, tudo que eu faço é abraça-la com força, como se isso fosse impedir que ela sumisse novamente

— Me desculpa, minha pequena - tia Sam sussurra e eu desfaço o abraço

— O que? - perguntei confusa enquanto ela secava minhas lagrimas

— Não queria te ver sofrendo desse jeito. Sempre vi você tão determinada, confiante que esqueci que você é apenas uma adolescente - ela disse me olhando - Você não sabe o quanto me machuca ver você dessa forma. Não imagina o sofrimento dos meninos por te verem praticamente vegetando naquela cama

— Porque eu tenho que ser assim, tia? - perguntei me deitando e pondo a cabeça no colo dela

— Assim como, meu amor? - ela perguntou calma enquanto acariciava meu cabelo

— Egoísta - respondo enquanto brinco com a grama - Penso apenas em mim. Te fiz sofrer presa naquele quarto porque não queria deixar que partisse, estou fazendo os meninos sofrerem porque estou ocupada demais com minhas tristezas

— Su, você abriu mão do seu tempo de brincar quando era pequena para ajudar o Jhon na escola, você assumiu do Buffet pra impedir que o negocio parasse e as famílias que dependem do Buffet passassem dificuldades, você dedica seu tempo livre para ajudar na ONG, não apenas em doações mas passando um tempo com aquelas crianças e acha que isso é egoismo? - tia Sam falou e eu fiquei quieta - Você pode ser qualquer coisa, menos egoísta. Eu tenho muito orgulho de você.

— Obrigada tia! - digo olhando-a

— O nosso tempo já está acabando - ela fala e eu me senti triste - Mas antes preciso te falar uma coisa

— O que? - perguntei me sentando

— No fundo do meu closet, tem uma caixa grande de papelão lacrada, eu quero que você abra essa caixa - ela disse me olhando com um sorriso

— O que tem nessa caixa? - perguntei curiosa

— Você vai descobrir quando abrir - ela fala rindo e eu sorri, minha tia está bem, é o que importa - Tem um nome escrito e vai ser familiar a você

— Que nome? - perguntei curiosa

— Você vai ler quando pegar a caixa  - ela diz sem ceder as minhas insistências 

— Está bem! - digo e ela me abraça

— Preciso ir, se cuida minha pequena Agostini - ela diz e eu ri baixo

Tudo escurece novamente e sinto como se tivesse sendo puxada levemente de volta a realidade

SONHO OFF


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Notas finais do capítulo

Foi revelado o que o nosso querido Nico escondia da Susan. A Su entrou em uma grande deprê, né? Será que depois desse ultimo encontro ela sai desse buraco? Vamos ver nos próximos capitulos

Acompanhem, favoritem, recomendem e principalmente comentem

PS: Irei responder todos os reviews ainda hoje, ok?

Vejo vocês nos reviews!