Susan, a filha de um Vingador escrita por Lia Araujo


Capítulo 75
Nico di Ângelo


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei, estou atrasada de novo, mas parece que a merda do credito acaba justamente quando eu vou postar. Dá raiva veí!

Mas o que importa é que eu voltei com mais um capitulo para vocês

Espero que gostem e Boa Leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/555832/chapter/75

POV Susan

Tive uma longa conversa com a tia Marta, o que foi bom, pois consegui me acalmar um pouco. Não podia chegar em casa chorando, não quero que a tia Sam saiba do que está acontecendo comigo, dar a ela mais essa preocupação iria apenas deixa-la pior do que já está. Além de se preocupar com o tumor, ter que se preocupar com... meu câncer. Não, não posso permitir que isso aconteça. Andei até a minha casa e entrei, assim que coloquei minha bolsa no sofá ouvi passo vindo da escada, olhei e vi a Barbara e a tia Sam descendo

– Oi Su! - tia Sam me cumprimentou

– Oi tia! - falei sorrindo, tentando não demonstrar o impacto que a noticia havia me causado

– Vamos ao shopping - tia Sam falou com um brilhos nos olhos, ela quer aproveitar cada segundo - Quer ir com a gente?

– Obrigada tia, mas não - respondi praticamente desabando sobre o sofá - Meu dia foi cheio, mal chegamos de viagem e nem descansei ainda. Vou tentar dormir um pouco

– Tudo bem, então - ela falou me olhando - Qualquer coisa nos ligue, estamos com o celular

– Está bem - digo e vejo-as sair

Me levantei e fui ao meu quarto, deitei em minha cama tentando decidi o que faria. A quimioterapia está fora de cogitação, tenho que cuidar da minha tia e tenho um Buffet para administrar, a quimio iria me impossibilitar de trabalhar e vida de centenas de pessoas dependem do emprego delas no Buffet. Não posso ser egoísta ao ponto de pensar apenas em mim, é um conta fácil. Centenas de pessoas por um tratamento que não é 100% garantido em ter sucesso. Seria um tiro no escuro, não vou permitir que outros arquem por algo que aconteceu a mim. Com esses pensamentos acabei adormecendo.

Uma Hora e Meia Depois

Acordei do meu cochilo, minha mente estava a mil. Muita coisa em pouco tempo. Preciso de algo para me distrair, algo que me ajude a limpar a minha mente, pelo menos por um tempo. Fui ao banheiro, lavei meu rosto e fui para a sala, a casa estava silenciosa até que ouvi o toque me mensagem do meu celular, fui até minha bolsa e o peguei, abrindo a mensagem da tia Sam, logo em seguida.

"Su, decidimos passar a tarde inteira no shopping, mas chegaremos em casa a tempo do jantar. Beijos!"

Coloquei o celular sobre o sofá e me encostei olhando para o teto, respirei fundo e voltei a olhar para a sala. Meu olhar parou sobre o armário onde estava guardada as garrafas de vodka e whisky da casa. Me levantei e fui até o armário, peguei uma garrafa e abri, tomando o primeiro gole. Lá vamos nós de novo.

POV Jhon

Depois que soube da leucemia da Su, minha mãe foi falar com a doutora Ileana sobre os resultados exatos dos exames. Estava sozinho, sentado no sofá tentando desenhar alguma coisa, mas até isso estava se tornando algo difícil. Ouvi a campainha tocar, me levantei e fui abrir. Para minha surpresa era...

– Nico!? - eu não esperava vê-lo

– Oi Jhon! Posso entrar? - Nico perguntou e eu abri um pouco mais a porta para que ele entrasse

– Já estava começando a achar que você estava morto - digo e ele dá ar de riso, mas logo volta a ficar sério - O que o fez voltar?

– Soube que a Su está doente - ele respondeu me olhando

– Então foi isso - digo baixo e fui em direção a cozinha

– É leucemia mesmo? - ele perguntou me acompanhando

– Infelizmente sim - digo pegando um copo - A quanto tempo você sabe?

– Soube a menos de uma hora - ele falou se sentando em uma cadeira - Como ela está?

– Abalada, surpresa, triste - respondi servindo um copo d'água a ele

– Receber uma noticia dessa, com certeza trás grande tristeza - ele comentou tomando um gole de água

– A fonte da tristeza dela não é a doença - digo e ele me olha - Foi a sua ausência. Ela pode não falar, pode não aparentar, até mesmo evitar pensar nisso, mas ela sente sua falta, sei porque a conheço há anos.

– Muita coisa mudou nesse tempo, Jhon - ele comentou olhando o copo em suas mãos

– Como assim? - não gostei do tom de voz que ele usou

– Não sinto a mesma coisa coisa que sentia pela Su - ele disse me olhando - É como se todo aquele sentimento não existisse mais

– Me expli... - parei de falar ao ouvir um som extremamente alto - Está ouvindo?

– Estou, é Next Go Round do NickelBack - eu o olhei intrigado - O que? Essa musica tem no MP3 que a Su me deu

– Esse som só pode está vindo da casa dela - digo me aproximando da janela, ficando preocupado

– Não duvido que seja - ele terminou de tomar agua e viu que eu estava preocupado - O que você tem?

– Da ultima vez que ouvi o som tão alto na casa dela foi no dia que ela estava bebendo e caiu da escada - respondi um pouco apreensivo

– Ela não bebe mais da mesma forma - ele falou tentando me acalmar - Ela sabe se controlar

– A tia com poucos meses de vida, ela com câncer, um buffet para administrar, uma pai que não conhece, seus melhores amigos são semideuses, descobriu que existe ET's - comecei a enumerar ficando preocupado

– Muita coisa em pouco tempo - Nico concordou - Ela vai fazer besteira

Ele se levantou e corremos para a casa da Su, subimos os degraus da entrada, girei a maçaneta da porta e a empurrei pois vi que ela estava aberta. Entramos quase correndo e só parei quando eu tropecei em alguma coisa. Olhei e vi uma caixa de papelão. Olhei a sala e vi que tudo estava fora do lugar, objetos, moveis, tinha varias caixas espalhadas pelo comodo, andei até o som e o desliguei em seguida

– O QUE FOI QUE TE DEU PARA DESLIGAR O MEU SOM? - a Su veio de um outro comodo gritando, não parecia está bêbada

– Você está bem? - perguntei estranhando ela não estar com uma garrafa de whisky ou vodka

– O que você acha? - ela perguntou ironicamente, esqueci que da doença dela

– Porque o som estava tão alto? - perguntei tentando não entrar no assunto da doença

– Porque eu ia beber tudo e mais um pouco, mas decidir fazer algo mais perigoso - ela disse indicando a sala - Vou mudar tudo de lugar sem avisar a tia Sam

– Porque? - quando foi que ela começou a usar o juízo?

– Porque ela vai surtar quando ver as coisas em lugares diferentes - falou como se fosse obvio e se virou para pegar uma caixa, só então ela notou que o Nico estava ali - Nico?

– Oi Su! - ele falou olhando e ela foi dar um abraço apertando nele

– Quando tempo você não aparece - ela comentou desfazendo o abraço

– Pois é, as coisas estavam um pouco... complicadas - ele disse um pouco nervoso

– Su!? - eu a chamei e ela me olhou - Já comeu algumas coisa desde que chegamos

– Comi - vi que ela estava mentindo

– Não mente para mim - digo sério e ela revirou os olhos

– Não, eu não comi - ela respondeu cruzando os braços

– Prepara alguma coisa, nem que seja um sanduíche, mas coma alguma coisa - digo e ela bateu continência e foi para a cozinha

Me aproximei de Nico que seguiu a Susan com um olhar, percebi que não era um olhar de amigo, antes que eu comentasse algo ele falou me olhando

– Lembra o que eu disse sobre o que eu sentia? - assenti - Eles realmente mudaram, mas ao contrario do que pensava, eles ficaram mais fortes

– Como dizem, a distancia faz o amor aumentar - digo aliviado por saber que ele ainda corresponde os sentimentos da Su - E como você está?

– Me controlando, você não imagina o esforço que fiz para não beija-la agora - ele diz passando as mãos pelo cabelo de forma nervosa e eu ri - É bom rir da desgraça alheia, não é?

– Você não faz ideia do quanto - digo controlando o riso

– Aproveitando que vou prepara algo para mim, vão querer um sanduíche também? - Su perguntou parada no batente da porta da cozinha

– Eu vou aceitar - Nico falou olhando-a

– Eu também, mas vai ser um sanduíche comum ou bem caprichado? - perguntei, ela simplesmente ficou me olhando e já sabia a resposta - Bem caprichado

Ela riu e foi para a cozinha. Nico e eu fomos nos sentar no sofá

POV Nico

Meus deuses, como consegui ficar tanto tempo longe dela? Eu lembrava do rosto, dos olhos, mas ver era ainda mais surpreendente. Quando ela entrou na sala, esqueci de tudo a minha volta. Uma regata branca fina, um short curto amarelo, o que deixava as pernas a vista, o cabelo em rabo de cavalo e quando ela me abraçou o cheiro dela quase fez com que eu perdesse o controle do meu corpo, por alguns segundos pensei em beija-la e mante-la em meus braços para o resto da minha vida. O sofá que estava em um lugar diferente, dava a vista da cozinha, vi a Su andar de um lado para o outro pegando as coisas para fazer os sanduíches, ela abriu a geladeira e se abaixou para pegar uma vasilha, essa simples ação dela fez com que meu olhar percorresse o corpo, desviei o olhar praticamente me joguei no lado vago do sofá com o rosto na almofada

– Isso já é sacanagem Afrodite - minha voz saiu abafada por causa da almofada

– O que? - Jhon perguntou baixo e depois de alguns segundos riu - Você está ferrado Di Ângelo

– Acha que eu não sei - sussurrei olhando-o ele ri baixo

Depois de alguns minutos senti o cheiro de carne de hamburguer, manteiga derretida e queijo, ouvi passos se aproximando e me sentei

– Tudo bem? - a Su perguntou ao me ver

– Está, só estou um pouco cansado - respondi olhando-a por bandeja sobre a mesinha de centro

– Susan espero que o gosto esteja tão bom quanto o cheiro - Jhon disse pegando um prato e um copo de suco

– Não está - ela falou e ele a olhou - Está melhor

– Convencida - Jhon resmungou e mordeu um pedaço do sanduíche

– Não é isso, apenas confio nos meus dotes culinários - ela disse tomando um gole de suco

Peguei o outro sanduíche e comecei a comer, a Susan tinha razão, o gosto estava melhor que o cheiro. Susan, comia o lanche mais devagar como se estivesse forçando tal ato, estávamos em silêncio até que o Jhon o quebrou

– Su, eu preciso perguntar - ele começou olhando-a - Se for confirmado a LPA, o que você vai fazer?

– Continuar vivendo, Jhon - ela respodeu querendo desviar do assunto - Como fiz até agora

– Su, você precisará seguir cuidados especiais principamente com o tratamento da quimio - Jhon falou calmo

– E quem disse que farei a quimio - ela comentou e mordeu o sanduíche, enquanto eu engasguei

– Acho que eu não entendi - Jhon falou parando de comer

– Como assim você não vai fazer o tratamento Susan? - perguntei ficando apavorado

– Eu sei os efeitos que a quimio faria em mim - ela responde nos olhando - Ficarei impossibilitada de fazer tudo. Praticamente ficarei em cima de uma cama definhando até a morte

– Susan, você preci... - Jhon tentou argumentar, mas ela estava irredutível

– Eu não vou fazer a quimio e ninguém vai me fazer mudar de ideia - ela disse nos olhando séria - Muito abrigada, com essa conversa perdi o pouco de fome que eu tinha

– Susan, por favor - tentei convence-la a comer, mas ela se irritou ainda mais

– Já chega - ela disse quase gritando - Esse assunto morre aqui

Ela se levantou, pegou o prato e retornou a cozinha, nos deixando sozinhos na sala

– Ela não pode está falando sério - falei para o Jhon

– Infelizmente, ela está - Jhon fala preocupado - E o que você vai fazer?

– Eu não posso deixar a Su de novo, principalmente agora - falo e solto um suspiro pesado

– Ela vai precisar de todo apoio possível - Jhon comentou

– Eu sei - cobri o rosto com as mãos - Pelos deuses, porque ela precisa ser tão teimosa?

– Se ela não fosse teimosa, não seria a Susan - Jhon comentou e eu dei ar de riso, pois é verdade

Nenhum de nós dois conseguiu continuar comendo, ficamos em silêncio. A Su não é uma pessoa que se rende a um problema, ela não é de baixar a cabeça, então porque ela se recusa a tentar se curar? Porque ela simplesmente vai aceitar que a doença a consuma? Já não basta a tia dela com... É isso.

– Ela não quer que as pessoas a sua volta passem pelo mesmo que ela está passando - digo quebrando o silêncio

– Como assim? - Jhon perguntou me olhando

– A tia está ficando a cada dia mais impossibilitada, se a Su fizer o tratamento ficará assim também - digo e ele pareceu entender

– Ela não quer que a gente, fique como ela ao cuidar da Sam - ele conclui e eu assenti concordando - Mas ela precisa pensar um pouco mais nela, é a saúde, a vida dela que está em jogo

– Já parou para pensar como ela se sente ao ver a tia nessas condições - ele parou e pensou um pouco

– Péssima, com certeza - ele disse olhando para baixo

– Acho que ela não quer que a gente se sinta assim - digo e ele concordou

– Mas não quero perder a minha irmã - Jhon disse com tristeza na voz

– Não podemos obriga-la a fazer o tratamento

– Não vou desistir de tentar convence-la - Jhon falou decidido

– Pode contar comigo - disse e ele assentiu - Precisamos encontrar alguma forma dela fazer o tratamento


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não me matem, eu sei o que estou fazendo, ok? Mais e aí? Gostaram? Odiaram? O que preciso alterar?

Comentem, acompanhem, favorite e recomendem (sinto falta de recomendações :'( )

Nos vemos nos reviews!