Susan, a filha de um Vingador escrita por Lia Araujo


Capítulo 64
Enterro do August


Notas iniciais do capítulo

Oi galera, não sei se perceberam, mas a deixarei de usar a conta Natália Romanova, porque já recebi 4 advertências naquela conta e como não quero ser bloqueada e nem perder as fic, recomendações (feitas e recebidas) e favoritos (feitos e recebidos), vou manter aquela conta mas usarei apenas essa.
Bom, vou parar de enrolar e deixar que leiam agora o capitulo
Boa leitura!



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POV Susan

Na manhã seguinte acordei cedo, fui até meu closet e fui procurar o vestido preto discreto, o único na verdade. Comecei a colocar alguns poucos vestidos na cama, um vinho, um roxo, um rosa e os deixei sobre a cama. Apesar do funeral começar daqui a algumas horas, eu estava procurando o vestido quando escuto a porta do meu quarto ser aberta

– Su? - tia Sam me chamou da porta - Você está aqui?

– Estou aqui, estou procurando um vestido - disse de dentro do closet

– Você não vai usar nenhum desses vestidos - ela disse decidida provavelmente estava perto da cama e decidi brincar, peguei um vestido vermelho vivo

– Claro que não, eu vou com esse - disse colocando o vestido em frente ao corpo

– Su vamos para um enterro, não uma festa - ela diz se sentando na cama - Vai pegar o vestido preto

– Está bem, mas se eu fizer vou poder dançar em cima do caixão? - perguntei inocentemente

– Porque você odeia tanto o August? - ela pergunta me olhando

– Por que ele era um infeliz, grosso, machista, alcoólatra, agressor, abusado, irritante, folgado e preguiçoso, deixava tudo nas costas do tia Marta - respondo tranquilamente - E eu também sei que você odiava o August

– Isso é verdade - ela confirma normalmente

– Vou poder dança sobre o caixão? - provoco a tia Sam

– Não sei, pergunte a viúva. Se ela deixar, pode até sapatear no caixão - ela respondeu séria

– Sem graça - digo retornando ao closet, depois de muita procura encontrei o vestido solitário no canto mais escondido do closet - Achei o infeliz do vestido

Sai do closet, e tia Sam olhou tristemente para o meu vestido

– O que foi tia Sam? - ela desviou o olhar

– Não o deixe tão escondido - ela falou ignorando a minha pergunta - Terá que usa-lo novamente em breve

– Tia Sam para de falar assim, por favor - peço sentindo uma pontada de tristeza

– Sabe que isso irá acontecer - ela diz me olhando

– Infelizmente sei - falo baixo - Mas quando usar esse vestido novamente, tudo que vou sentir é tristeza e vazio. Minha alma vai estar igual a cor que o vestido representa, um nada, um vazio.

Me aproximei e dei um beijo em sua testa, uma lagrima escorreu pelo rosto dela e eu a sequei.

– Não chora - peço carinhosamente

– Desculpa - ela disse me olhando - Vou me arrumar

– Qualquer coisa peça ajuda a Barbara, ok? - digo olhando-a se levantar

– Su, por enquanto o único efeito é... - ela parou tentando encontrar as palavras

– Dificuldade de encontrar palavras simples - digo com um sorriso triste

– Isso - ela se aproximou - Por isso posso me vestir sozinha

Assenti e ela saiu do meu quarto. Fui ao banheiro, tomei um banho demorado, ao terminar coloquei meu vestido e calcei uma sapatilha. Prendi meu cabelo em um coque simples, desci a escada e encontrei a tia Sam me esperando na sala.

– Pela demora, pensei que tivesse ido trocar esse vestido pelo vermelho - ela comenta

– Vontade eu tive, mas em respeito a tia Marta vou com esse mesmo - digo pegando as chaves do carro - Vamos?

Ela se levantaram e me seguiram até a garagem, nos direcionamos á BMW X1 prata da tia Sam

– Su acho melhor irmos no seu carro - tai Sam falou me olhando

– Não dá, tenho que trocar a bateria e dar um jeito no motor - respondo abrindo a porta - Ambos estão apresentando falha, mas porque isso tia?

– Seu carro é mais discreto para esse tipo de situação - ela falou ao se sentar no banco do carona

– Claro, porque um Audi R8 Spyder não chama atenção alguma - digo com certa ironia enquanto ligo o carro para sair da garagem

– Me referia a cor do carro, Su - ela falou revirando os olhos e eu ri baixo
Ficamos em silêncio até chegarmos ao local do funeral a poucas ruas de distancia de casa, estacionamos e andamos até a entrada, quando cheguei a tia Marta estava na porta ainda muito abalada com o ocorrido, mas logo iria passar quando eu tirasse o efeito da nevoa sobre ela. Olhei dentro do salão e vi Jhon perto do bebedouro com um copo d'agua na mão e ele estava usando uma roupa social preta, me aproximei e disse

– Meus pêsames pela morte do seu padrasto - digo e vejo-o sorrir disfarçadamente e tomou outro gole de água

– Sabe que eu não dou a minima para isso, não é? - ele fala baixo para que as outras pessoas não ouvissem

– Lógico que eu sei - digo pegando um copo d'água, ele dá uma risada abafada e me olha de cima a baixo - O que foi?

– Pensei que fosse vim de vermelho e dançar em cima do caixão - eu quase não contive a risada baixa. Realmente ele me conhece

– Vontade eu tive, mas em respeito a dor da perda da tia Marta vou me comportar - digo tomando um gole de água

– Dor essa causada por você, porque ela sequer gostava dele - Jhon falou olhando a mãe na entrada - Só estava casada com ele para que o cheiro daquele porco infeliz camuflasse o meu

– Eu sei, mas ela não sabe disso - digo olhando-a receber os familiares e amigos de trabalho dele - Pelo menos até ele ser enterrado

– Você sabia que ele iria morrer antes de entrar na minha casa, não foi? - ele perguntou e sentou em uma das cadeiras espalhadas no salão

– Eu sabia que alguém iria morrer, mas não sabia quem - digo me sentando ao seu lado - Só tive certeza de que seria ele quando sua mãe passou por mim e não sentir nada

– Graças aos deuses foi ele que morrer - Jhon fala dando de ombros e se encostou na cadeira

Toda aquela cerimonia fúnebre estava me dando sono, fiquei conversando com o Jhon para me manter acordada e depois de quase quatro horas sentada deu o horário do enterro. Um padre começou a falar enquanto algumas pessoas choravam baixo

– De duas uma. Ou foram pagos para chorar ou estão chorando de felicidade - Jhon sussurrou e eu cobri a boca para abafar a risada e abaixei a cabeça

Meus ombros tremeram, algumas lagrimas rolaram com o esforço e funguei para recupera o folego, olhei para Jhon ele estava da mesma forma. Quem nos visse diriam que estávamos chorando

– Confirmado a segunda opção - ele sussurou em tom brincalhão

Depois de quase trinta minutos desceram o caixão do Algust, em seguida fomos embora, tia Sam, tia Marta, Barbara, Jhon e eu andamos até os nossos carros

– Porque vocês não jantam lá em casa conosco? - tia Sam convidou

– Está bem - tia Marta falou ainda triste

– Su, ist es Zeit (Su, está na hora) - Jhon falou em alemão e eu assenti

– De quê? - tia Marta perguntou confusa e desfiz a ilusão da nevoa.

Por um momento ela ficou confusa, mas logo voltou ao normal. Ela olhou para mim, seu olhar transmitia uma pergunta clara "Foi você que mexeu com a minha mente?" eu simplesmente assenti

– Vamos embora - digo indo até o carro da tia Sam

Tia Marta e Jhon foram para a ferrari dele e voltaram para casa, a mudança na tia marta era visível, ela estava cabisbaixa, mas não triste e vazia como antes. Liguei o carro assim que a Tia Sam e Barbara entraram, dirigi de volta para casa. Tia Sam disse que estava cansada e foi para o quarto sendo acompanhada pela Barbara que não era apenas a enfermeira, mas também uma amiga da tia Sam. Elas subiram e comecei a prepara um lanche para nós, depois que comecemos poderia começa a fazer o jantar.

Assim que eu coloquei os pratos sobre a mesa, senti uma forte tontura e se não fosse o balcão atrás de mim eu teria caído. Respirei fundo algumas vezes, fechei os meus olhos torcendo para que aquela maldita sensação passasse logo. Quando o mal estar passou, me recompus, e comecei a separar as coisas para o jantar. A fome que eu sentia há alguns minutos não existia mais, então decidi adiantar o jantar. Quando terminei tomei um bom e demorado banho e me deitei um pouco até o horário do jantar.

Horas Depois

Acordei ao ouvir meu celular tocar, me sentei e desliguei o alarme do aparelho, fui ao banheiro fiz minha higiene pessoal, ajeitei o cabelo, desci a escada e fui em direção a cozinha. Esquentei o jantar e comecei a arrumar a mesa, estava quase terminando quando a porta da sala se abriu e Jhon entrou acompanhado da mãe, ela ainda estava cabisbaixa, mas não abalada com o que havia acontecido. Terminei de por mesa e me aproximei deles

– Como a senhora está tia Marta? - perguntei olhando-a

– Bem, só estou triste por eu não ter conseguido fazer nada para salva-lo - ela disse e entendi que o que ela estava sentindo era desapontamento profissional

– Não poderia ter feito nada tia, esse tipo de coisa está além do nosso controle, as pacas decidiram que ele morreria e foi o que aconteceu - digo normalmente - Ele quebrou o pescoço assim que caiu

– O Jhon me falou algo semelhante - ela falou após um suspiro e sorriu - Eu vou ficar bem

– Sei que vai - digo sorrindo e abraço-a

– Oi Marta - tia Sam disse descendo a escada sendo seguida pela Barbara

– Oi Sam, como você está? - ela disse assim que desfizemos o abraço

– Bem, na maior parte do tempo - ela responde sinceramente - E você?

– Indo na medida do possível - responde da mesma forma

– Ela não está tão bem quanto aparenta - Jhon sussurrou ao meu lado

– Como assim? - sussurrei de volta

– Não posso falar aqui, ela pode ouvir - ele falou baixo

– Então vamos para a cozinha - sussurrei para ele e falei para a tia Sam e a tia Marta - Se sentem, vou por o jantar na mesa

Elas se sentam no sofá e ficaram conversando, enquanto Jhon e eu fomos para a cozinha. Quando entramos olhei rapidamente para as mulheres sentadas no sofá, elas estavam tão distraídas que eu não prestariam atenção na nossa conversa

– Pode me explicar o que você quis dizer com aquilo? - perguntei olhando-o

– Ela pode não está muito abalada, mas está traumatizada com o que viu - ela responde se encostando na pia - Ela fica na sala olhando fixamente para a mancha de sangue que ficou no carpete, perdida em pensamentos

– O que podemos fazer? - perguntei olhando-o

– Eu não sei - ele respondeu sinceramente

– Não se preocupe irei pensar em alguma coisa - digo decidida - E já que está aqui me ajuda a levar isso para a mesa

Ele não discutiu e me ajudou a por a mesa, quando tudo estava arrumado chamei a Barbara, a tia Sam e a tia Marta. Começamos a jantar em silêncio, depois de alguns minutos uma ideia me veio a mente

– Vamos fazer uma viagem? - eles me olharam - Todos nós?

– Como é? - a Barbara falou surpresa

– Uma viagem - respondo normalmente

– Qual o motivo de uma viagem? - tia Marta perguntou confusa com a minha proposta

– Uma mudança de ares, aqui o clima está um pouco tenso em relação o que aconteceu ontem - digo normalmente e ela lança um rápido olhar para o filho

– Acho uma boa ideia - tia Sam falou e sei que ela concordou por que sabemos que ela pode não ter muito tempo

– Então tia Sam? Qual seria o nosso destino? - perguntou e tomo um gole de suco

– Que tal... Novo México? - ela perguntou

– Por mim, tudo bem - falo e olho os outros sentados a mesa - Vocês concordam?

– Eu não sei... - tia Marta começa a falar

– Por causa do cano que estourou na minha escola, ficarei sem aula por um mês e a senhora pode pegar suas ferias mais cedo esse semestre - Jhon fala tranquilo - Pode ser legal uma mudança de ares

– Está bem - ela disse depois de pensar um pouco

– Novo México, ai vamos nós - digo animada e eles riram - Amanhã providencio as passagens e hospedagens

– Amanhã? - tia Marta perguntou

– Sim, quanto mais cedo providenciarmos tudo, mais cedo poderemos ir viajar - respondo voltando a comer.

Continuamos a jantar, conversamos, rimos e logo aquele clima de velório havia se dissipado. Depois que eles foram embora e fui arrumar a cozinha. Estava pegando um copo para por na pia, quando uma fraqueza me atingiu e sem querer soltei o copo para me segurar. Pensei que estivesse livre da minha anemia, pensei que não teria que ficar a base de medicamentos novamente, mas pelo visto me enganei. Esperei o mal estar passar e voltei a limpar a cozinha, em seguida voltei para o quarto e peguei a caixa do meu remédio que já estava vazia

– Parece que seremos parceiros de novo - digo olhando a caixa e me sentando na cama


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Notas finais do capítulo

E ai galera! Gostaram? Odiaram? Amaram? Por favor deem sinal de vida
Acompanhem, favoritem (se gostarem da fic), recomendem (se acharem que a fic merece e principalmente comentem isso me incentiva a continuar
Nos vemos nos reviews