Quando o taxi me deixou na porta de casa vi que a tia Sam, já havia chegado. Paguei ao taxista e subi os degraus da entrada da minha casa, abri a porta, entrei e bati a porta com uma força totalmente desnecessária

– Não precisa bater a porta com essa força - tia Sam bronqueou enquanto jogava a mochila no sofá

– Não enche tia - digo indo em direção a geladeira

– Nossa que mau humor - ela reclamou enquanto eu bebia água - Está de TPM?

– Qual foi a primeira pista? - pergunto com ironia colocando o copo na pia

– Isso explica muita coisa - ela disse, olhei-a seriamente, e ela levanta as mãos em sinal de rendição - Não falo mais nada

Simplesmente vou até a sala, pego a mochila e subo a escada indo em direção ao meu quarto. Coloquei a mochila na cadeira e me joguei na cama querendo apenas descansar um pouco, em poucos minutos apaguei. Acordei algumas horas depois acordei com um pouco de cólica, fui até o banheiro tomei um banho demorado e em seguida desci a escada querendo ir em direção a cozinha.

Cheguei a sala vi Jhon sentado no sofá assistindo um filme, comendo pipoca, ao ver a cena revirei os olhos e segui o meu caminho até a cozinha. Abri a geladeira e em seguida peguei a barra de chocolate que estava na grade, comecei a comer um pedaço da barra enquanto eu colocava uma pequena porção de comida no prato e levava ao micro-ondas. Quando o almoço esquentou, comi e fui lavei a louça.

Peguei o resto da barra e fui comendo até a sala, me sentei na poltrona e vi o caderno de desenho do Jhon na mesinha de centro, peguei e comecei a olhar os últimos desenhos, muitos deles eram do... Hulk? Os desenhos mostravam o Hulk batendo na barreira, o Hulk de costas para nós, mas desenho que mais me impressionou foi um onde metade o rosto era do Banner e a outra metade do Hulk.

– Você tem memoria fotográfica - digo sem desviar o olhar dos desenhos

– O que você disse? - ele falou me olhando

– Você tem memoria fotográfica - digo olhando-o rapidamente

– Porque você está dizendo isso? - ele perguntou me olhando

– Tudo que você desenha tem a riqueza de detalhes da cena que viu - digo olhando os desenhos - Eu não havia percebido, mas agora prestando atenção as cenas são exatamente iguais a que vimos na barreira

– Deve ser por isso que meus desenhos são bem detalhistas - ele disse voltando a assistir o filme

– Deve ser - digo colocando o caderno dele na mesinha de centro

Ficamos ali assistindo e quando minha barra de chocolate terminou fui até a cozinha atrás de mais, quando voltei a sala já estava comendo a barra e Jhon falou

– Você vai acabar passando mal por comer tanto doce - ele falou e tirou um pedaço da barra

– Não enche, por que estou com abstinência de doce - digo comendo outro pedaço

– Abstinência? Toda vez que você tem abstinência de doce é quando você está... - ele nem terminou de falar e eu assenti - Então para minha integridade física, sei que não devo te provocar

– Até que você é esperto Sr. Schuster - digo com um ponta de sarcasmos e ele balança a cabeça negativamente voltando a olhar a TV

Passamos a tarde zoando com as cenas da saga crepúsculo (nada contra a quem assiste, ok?), a tarde passou rápido. A tia Sam chegou, em casa e foi se arrumar para o jantar com o pessoal do Buffet. Jhon viu o horário e disse que teria que ir para casa jantar com a mãe, ele saiu e eu comecei a mexer no notebook. Vi que tinha um e-mail da Ale, então eu o abri

Oi, Su! Já cheguei em Nova Iorque e me instalei no apartamento que me mostrou, ele é perfeito está tudo certo e começarei na próxima segunda feira nas Industrias Stark. Manterei contato, qualquer mudança ou problema eu aviso.

Beijos

Fiquei aliviada em saber que ela estava bem, querendo ou não indiretamente ela está sobe minha responsabilidade. Se alguma coisa acontecer com a ela a culpa será minha, já que fui a responsável pela mudança dela para Nova Iorque e rapidamente respondi o e-mail

Oi Ale! Que bom que você gostou do apartamento, espero que o sindico não seja chato rsrsrs! Quando tiver um novo projeto para ser aprovado pelo conselho das Industrias Stark, por favor, me informe.

Beijos

Depois que respondi o e-mail, fechei o notebook e comecei a mexer no celular. Depois de alguns minutos ouvi passos vindos da direção da escada, olhei para a escada e vi a tia Sam toda arrumada. Ela usava um vestido vermelho em decote "V" que ia até os joelhos, ela usava um salto preto com tiras

– Está linda tia Sam - digo olhando-a se aproximar

– Obrigada meu amor - ela disse se sentando ao meu lado - Você não quer ir comigo?

– Não estou muito afim de sair de casa - disse começando a fitar o chão

– Tem certeza? - ela perguntou me olhando

– Tenho - disse com um pequeno sorriso, então uma coisa me vem a mente - Tia Sam, a filha da dona Julia deu noticias?

– A Leticia? - ela perguntou e eu assenti - Nenhum sinal de vida, a Julia está muito preocupada com esse sumiço

– Espero que ela esteja bem - digo mudando o canal da TV

– Eu também - a tia Sam dá um suspiro - Eu já vou, antes que eu me atrase
– Está bem tia Sam - diga dando um beijo nela - Divirta-se!

– Obrigada - ela diz se levantando - Tchau Su

– Tchau tia - digo vendo-a se aproximar da porta

Ela deu um breve aceno com a mão e fechou a porta, depois de alguns segundos ouvi o motor do carro da tia Sam ser ligado e depois de o som foi se afastando até sumir.

POV Autora

Em uma clinica clandestina em Portland, a Leticia estava sendo levada a força por dois homens para uma sala cirúrgica. Ela se debatia tentando a todo custo soltar-se dos capangas do Robert Lancaster, com esforço conseguiu soltar-se e correr um pouco, mas foi capturada novamente e dessa vez um dos homens deu um forte soco em seu rosto fazendo-a cair e bater fortemente a cabeça na parede, causando um corte em sua testa. Eles a levantaram ainda atordoada e levaram-na a sala com muito mais facilidade. Quando chegaram, eles colocaram a garota sobre a maca

– A garota está pronta para a cirurgia - um dos capangas falou

– Ótimo - o medico disse se aproximando da maca e viu o ferimento na cabeça da menina - O que aconteceu?

– A garota não facilitou as coisas - o segundo capanga disse

– SEUS IDIOTAS, QUANTAS VEZES FALEI PARA QUE CONTROLEM A AGRESSIVIDADE DE VOCÊS - o medico gritou com os capangas - PRECISAMOS DA GAROTA ILESA E PARA O BEM DE VOCÊ ESPERO QUE NÃO TENHA ATINGIDO OS ÓRGÃOS DELA

– Foi apenas uma pancada na cabeça, não foi nada demais - o primeiro capanga assegurou

– Assim espero - o medico falou voltando-se as suas ferramentas - Somos conhecidos pelas qualidades dos nossos produtos, o que iriam pensar de nós se chegássemos com órgãos danificados aos compradores

– Não deixaríamos isso acontecer - o segundo capanga falou - Não é porque trabalhamos com venda de órgãos no mercado negro que devemos ser desleixados

– Além do mais, com os órgãos danificados receberemos menos do que eles valem - o primeiro capanga completou

– Ótimo, então não terei que repetir - o medico falou com certo desdem - Agora saiam para que eu possa fazer o meu trabalho

– Estaremos no tereo e os nossos comunicadores estão ligados - o primeiro capanga falou - Qualquer coisa pode nos chamar

– Vocês sabem fazer uma cirurgia? - o medico pergunta limpando um bisturi

– Não - eles responderam

– Então não terei porque chama-los - o medico falou firmemente enquanto os olhava

. Leticia já havia voltado ao normal, mas ficou quieta fingindo ainda está atordoada. Os capangas saíram da sala e o medico estava terminando de organizar as coisas. O medico se aproximou dela com um algodão

– Não precisa se preocupar, você não sentirá nada - ele disse limpando o sangue do rosto dela - Vou aplicar uma anestesia e espera a enfermeira, você irá dormir e não irá acordar

O medico se afastou indo pegar a seringa com o anestésico, rapidamente Leticia se levantou e pegou uma bandeja metálica e acertou com força na cabeça do medico. Com o impacto o medico caiu e bateu a nuca na quina na mesa. Leticia rapidamente correu até ele, mexendo nos bolsos a procura do celular do medico. Enquanto procurava, percebeu que o medico não respirava mais. Assim que achou, pegou e saiu correndo pelos corredores vazios.

Ela sabia que não teria muito tempo, pois quando a enfermeira chegasse e visse o medico chamaria os capangas. Ela encontrou um porta aberta e entrou, a sala era quase um deposito. Havia diversas prateleiras, uma mesa, um cesto retangular gigante para por roupas sujas dos médicos e enfermeiros. Ela empurrou a mesa para de tras da porta, e olhou o celular e viu horário

– Essa hora o Buffet já está fechado - a garota falou consigo mesma

Ela ligou para casa e ninguém atendeu, ligou para o celular da mãe e deu caixa postal, e sem mais alternativas apenas um numero lhe veio a mente. Discou rapidamente e no segundo toque a ligação foi atendida

– Alô– disse a jovem do outro lada da linha

– Alô, é da casa da Samatha Agostini? - Leticia pergunta rápido

– É sim, quem está falando?– a Susan perguntou

– Leticia, a filha da Julia - Leticia responde

– Oi Leticia! É a Susan, o que aconteceu? Você está bem?– Susan perguntou

– Não, eu não estou bem - Leticia fala começando a chorar - Eu preciso de ajuda Su

Em Vermont

Susan que estava sentada confortavelmente no sofá, mudou de posição assumindo uma postura tensa e ereta

– O que está acontecendo? - Susan perguntou seria

– A história do grupo de dança é tudo mentira, o Robert Lancaster iludi jovens entre 17 e 24 anos para trafico– Leticia respondeu chorando - Alguns para servirem de mulas, outros ele vende para clube ilegais para a prostituição e outros...

– E outros o que, Leticia - Susan pergunta assustada

– E outros ele mata para que os órgãos sejam vendidos no mercado negro ­Leticia responde em meio a soluços

– Onde você está? - Susan pergunta abrindo o notebook

– Eu não sei a localização, mas o lugar é uma clinica clandestina– a Leticia falou começando a controlar o choro - Eu estava na sala de cirurgia, mas consegui fugir, eu preciso de ajuda Su

– Eu estou rastreando a ligação - Susan disse mexendo no notebook - Fica calma

– ­Eu estou com medo– Leticia falou com um medo palpavel na voz

– Eu sei - Susan sussurra, no mesmo momento sentiu aquele maldito mau pressentimento

– Susan, eu estou começando a ouvir passo no corredor– Leticia sussurrou

– Eu ainda não consegui a localização exata - Susan falou um pouco aflita - Preciso que você faça uma coisa por mim

– O que?– Leticia fala sussurrando de volta

– Coloca o celular em um lugar escondido, sem desligar a chamada - Susan falou firme - E se afaste do local e não olhe para o esconderijo do aparelho

– Porque?– Leticia perguntou

– Se eles encontrarem o celular, vão desligar e não vou ter a localização - Susan explicou

– Susan?– Leticia falou sussurrando

– Pode falar - Susan disse sem desviar o olhar da tela do notebook

– Fala para minha mãe que eu a amo e que sinto muito– a Leticia sentia que iria morrer

– Eu aviso - Susan não conseguiu conter que uma lagrima escorresse

A Susan ouviu algumas caixas sendo empurradas sobre uma base metálica, mas logo depois parou. No monitor do notebook, já estava se aproximando da localização exata, quando a Susan ouviu uma porta sendo arrombada. O coração da Susan acelerou, o mau pressentimento se tornou mais forte e começou a ouvir os gritos da Leticia

– ­Me solta, me deixei ir, me larguem– a garota gritava implorando pela liberdade

– ­CALA A BOCA– um dos capangas falou, a Susan ouviu o som de um tapa, um forte impacto no chão e a Leticia se calou

– Sinto muito - a Susan sussurou, a localização exata apareceu na tela e a Susan pegou o celular e ligou para a policia, quando atenderam ela falou - Tenho uma denuncia sobre trafico de pessoas

– Pode falar esto...– a Susan estranhou o fato da ligação ter ficado muda, mas logo uma outra mulher falou, mas essa era mais durona - Prossiga com a sua denuncia senhorita

– Um homem chamado Robert Lancaster iludi jovens com propostas de emprego, mas na verdade ele, os traficam para venda de órgãos, prostituição ou mula para transportar drogas - Susan explica e diz

– Estamos atrás desse homem, há alguns meses– a mulher afirma com uma fieza impressionante - Sabe o localização dele?

– Não teria ligado se não soubesse - Susan fala com firmeza e passou a localização para a mulher - E antes que eu esqueça, sejam rápidos. Uma garota está sendo levada para uma sala cirúrgica para a remoção dos órgãos

– Como você pode saber tanto sobre isso?– a mulher perguntou com curiosidade sem deixar frieza de lado

– Eu tenho os meus meio - Susan responde encerra a ligação

Susan ficou olhando a tela do notebook a movimentação nos arredores da clinica clandestina e ficou pensando no que estaria acontecendo lá dentro. As piores coisas passaram pela mente da garota, depois de um tempo a conexão com o satélite foi interrompida e ela perdeu as imagens do rua. Ela fechou o notebook com raiva e o jogou sobre o sofá. Ela apoiou os cotovelos nos joelhos e e levou as mãos aos cabelos e soltou um pesado suspiro.

– Sinto muito Leticia - ela sussurra e pega o celular ligando para a Sam, despois de alguns toque ela atendeu - Oi tia Sam

– Oi Su! Sua voz parece está preocupada o que aconteceu?– Sam falou ao telefone

– É que... é que a Leticia deu noticias - Susan fala um pouco nervosa

– Ela ligou? Meu Deus, que bom!– ela fala intusiasmada, mas essa animação quando lembrou que a Su estava nervosa - Mas porque está nervosa?

– É que as noticias... não são boas - a garota começou a explicar a tia o que havia acontecido, deixando a tia sem reação do outro lado da linha