POV Nico

– Fiquem por perto, vou dar uma passada no Banco e já volto - Su diz sem nos olhar e atravessa a rua

– Por quanto tempo ela vai ficar tratando a gente assim? - pergunto olhando-os

– Até que o causador disso se desculpe - Jhon responde olhando para o Michael

– Eu tentei falar com ela, mas ela quer ouvir - Michael se defende

– Dê um jeito - Jhon diz serio - Não vou pagar pela burrada que você fez

– Está bem - ele diz - Eu vou falar com ela

Michael vai em direção ao Banco onde a Susan estava e ficamos esperando eles do lado de fora, atentos a qualquer coisa suspeita. Depois de alguns minutos a Su sai do Banco de mãos dadas com o Michael e murmuro

– Parece que ele conseguiu - digo sem esboça emoção

– Tem coisa errada - Jhon fala e isso chamou a minha atenção

– Como assim? - pergunto intrigado

– Pelo que me disseram o Mike falou muita besteira - eu confirmei acenando com a cabeça - A Su já terminou um namoro por muito menos

– Tem alguma suspeita? - pergunto e ele nega com a cabeça, antes que eu falasse alguma coisa a Su diz

– Já são 11 horas e 40 minutos - ela diz após olhar o relógio - Conheço o caminho para o restaurante

Assentimos e fomos seguindo-a, ver a Su e Michael tão próximos estava me incomodando, o simples fato de estarem de mãos dadas estava me causando raiva. Não importava o que eu fizesse para me distrai, minha atenção voltava sempre para a raiva que eu estava sentindo do Michael, sou tirada dos meus pensamentos pela voz do Jhon ele fala baixo

– Nico? - eu o olho - Algum problema?

– Nenhum problema - respondo no mesmo tom não entendendo o porque da pergunta - Porque?

– Por causa disso - ele diz apontando para minha mão

Só então eu percebi que eu segurava o cabo da minha espada com tanta força, que os nós dos meus dedos estava brancos. Meus deuses, o que eu iria fazer se o Jhon não tivesse me despertado dos meus devaneios?

– Não foi nada - digo largando a cabo da espada e olho a Su que parecia bastante pensativa e não fui o único a perceber

– Su? - Jhon a chama e ela - Você está bem?

– Não acha que seria bom a tia Sam abrir uma sede do Buffet aqui? - ela diz olhando a rua, ignorando a pergunta e ele ri

– Serio que você estava pensando nisso? - Jhon diz rindo

– É serio - ela diz olhando-o - Andei bastante pela cidade e olhei alguns mapas, não há muitos Buffet's nessa região da cidade

– E como você vai convencer a Sam a fazer isso? - Jhon fala - E sem dizer a ela que você veio a Paris?

– Eu dou o meu jeito - ela diz convicta - Mas que eu vou convencer a tia Sam a abrir uma sede do Buffet aqui, eu vou

– Se você diz - Jhon fala dando de ombros

– O restaurante é do outro lado da rua - digo ao reconhecer a fachada dos desenhos do Jhon

– Vamos logo - Michael fala - Ela já deve está chegando

Nós atravessamos a rua e entramos no restaurante. Nos sentamos em uma mesa que nos dava a visão das mesas do lado de fora, a Su nos fez o favor de pedir nosso almoço quando garçom chegou

– Entrée une Bouillabaisse, plat du Pérou à la sauce au foie gras et dessert Clafoutis (De entrada um Bouillabaisse, prato principal Peru ao molho de foie gras e sobremesa Clafoutis) - ela diz sem ao menos olhar o cardápio e o garçom anota o pedido

– Et à boire mademoiselle? (E para beber senhorita?) - ele fala olhando-a, acho que foi uma pergunta

– Quatre eau à la table et de surveiller refroidissement (Quatro águas para mesa e para acompanhar um refrigerante) - ela responde olhando-o - Merci (Obrigada)

Ele assentiu após anotar o pedido e saiu, olho-a tão confuso quanto os outros e ela sorri se divertindo da situação

– O que foi? - ela pergunta

– O que você pediu? - pergunto curioso

– Sopa de peixe, peru ao molho de foie gras e um doce de cereja - ela responde como se não fosse nada demais

– E porque pediu tudo isso? - pergunto surpreso pela quantidade de coisas que ela havia pedido

– A comida é servida em pequenas porções - ela diz dando de ombros e olha na direção da porta - Ela chegou

Discretamente nós olhamos em direção as mesas que estavam do lado de fora e uma garota linda parecia ter 19 anos, com aparência de modelo, loira de cabelos lisos e olhos que pareciam mudar de cor. Desvio minha atenção dela com a chegada do garçom, começamos a comer sempre dando uma olhada na garota do lado de fora terminamos o almoço. O garçom nos trouxe a sobremesa, a garota estava terminando o almoço e escuto a Susan falar

– Quem vai falar com ela? - Susan perguntou nos olhando

– Você - respondemos em uni som e ela fica surpresa

– Eu porque? - ela pergunta ainda surpresa

– Você é a mais cara de pau aqui - Jhon responde fazendo todos menos a Su rirem - Brincadeira! Mas você é boa com as palavras, vai saber o que fazer melhor que a gente

– Está bem, eu vou! - ela olha na direção da garota e murmura - Essa não

Olhamos na mesma direção, vimos a garota fazer uma cara de desgosto e em seguida um garoto se aproximando dela.

– Não me diz que é um monstro? - Michael fala

– Não, é pior - ela responde nos olhando com tédio - É um otário, mala sem alça

Ela responde e não consigo evitar uma breve risada de alivio

– E o que a gente faz? - pergunto olhando-a pegar a bolsa

– Usem a saída lateral, vou falar com ela e nos encontramos na rua ao lado - ela diz colocando o dinheiro na mesa

Nós assentimos e fizemos o que a Su havia pedido, só espero que a garota acredite.

POV Susan

Me levantei e fui em direção a mesa do lado de fora, a garota parecia está completamente entediada, mas o rapaz não cedia então decido ajuda-la e me aproximo da mesa dizendo

– Sabia que eu ia te encontrar aqui amiga - digo como se a conhecesse a muito tempo - A Laura e a Nicole já estão te esperando na minha casa

– Quem é ela Natalie? - o garoto pergunta com um sotaque francês e a garota estava tão confusa quanto ele

– Ah que falta de educação a minha! - exclamo comigo mesma em voz alta - Meu nome é Micaela sou amiga da Natalie, e você quem é?

– François - ele diz me cumprimentando - Prazer!

– O prazer é meu - digo sorrindo e desvio minha atenção para a garota - Acho melhor irmos andando, as meninas estão nos esperando

– Ah! Claro! - ela diz pegando as coisas ao perceber que estava ajudando-a a sair dali - Vamos?

– Vamos! - digo concordando - Tchau François

– Fiquem mais um pouco - ele tenta nos impedir mais Natalie diz

– Não dá, não podemos deixar as meninas esperando - ela diz ficando ao meu lado - Tchau

– Tchau! - ele se despedi a contra gosto

Nos afastamos deixando-o para trás, fomos saímos e fomos caminhando na direção a rua ao lado onde havia marcado de encontrar os outros. Com alguns metros de distancia a Natalie perguntou

– Porque fez aquilo? - ela perguntou intrigada

– Reconheço um idiota de longe - digo dando de ombros e ela ri

– Obrigada Micaela! - ela diz me olhando

– Na verdade meu nome é Susan - digo e ela me olha confusa

– Porque disse que se chamava Micaela? - ela pergunta curiosa

– Não vou dá o meu nome a um cara que nem conheço - respondo como se fosse obvio, dou um breve suspiro - Precisamos falar com você

– Precisamos? - ela perguntou confusa e os meninos se aparecem deixando-a um pouco tensa

– Não se preocupe nós não vamos te fazer mal - Michael diz se aproximando de mim

– O que vocês querem? - ela pergunta nervosa

– Fazer um convite e ter uma conversa - respondo calmamente

– Convite - ela repeti sem entender nada - Convite para quê?

– Viemos em nome do acampamento meio sangue, para que possa ser treinada - Nico responde normalmente - Lá é um dos poucos lugares seguros para pessoas como nós

– Como nós? - ela pergunta mais para si mesma do que para gente - E quanto a conversa?

– Queremos conversa sobre... - faço uma pausa sabendo melhor do que ninguém que esse tipo de assunto é delicado - A sua mãe

– A minha mãe? - ela pergunta surpresa - Como poderiam saber quem ela é, se nem eu mesma sei?

– É justamente por isso que estamos aqui - Jhon fala - Explicar o motivo de não conhece-la e quem realmente você é

– O que quer dizer com, quem realmente eu sou? - ela pergunta olhando-o

– Você já ouviu falar dos deuses gregos? - Michael pergunta e ela assentiu um pouco confusa com a pergunta - Eles são reais e as vezes eles se relacionam com humanos gerando semideuses, como você

Ela começa a rir, mas parou ao ver que não estávamos rindo

– Isso não é real - ela diz nos olhando - Isso são apenas mitos, histórias contadas nos tempos antigos

– Mas essa é a verdade - digo olhando-a

– Vocês são loucos - ela fala nos olhando com incredulidade - Eu vou embora

Ela dá as costas se afastando de nós, nos entre olhamos rapidamente sem saber o que fazer. Não podíamos deixa-la ir é perigoso demais e não podemos força-la então fiz a primeira coisa que veio a minha mente

– Você sempre consegue o que quer, não é? - falo ela para e me olha - Nunca recebeu um 'não' como resposta

– Como você...? - eu a interrompo antes que termine a frase

– Você tem deficit de atenção, hiperatividade e dislexia - digo e ela fica um pouco surpresa - Isso é um indicio de que eu falo a verdade

– É só um indicio de que você sabe das minhas doenças - ela diz se recusando a acreditar em mim

– A hiperatividade na verdade são seu reflexos de batalha - continuo a falar mesmo que ela não acredite - O deficit de atenção te deixa sempre atenta e a dislexia é porque seu cérebro está adaptado ao latim e grego antigo. Você é uma semideusa

– Isso é loucura - ela diz balançando a cabeça negativamente recuando alguns passos

– Se você não quer acreditar não irei insistir, mas sei que as vezes senti está sendo seguida - digo deixando-a mais assustada por eu saber tanto sobre ela - Quando sentir isso corra, para o lugar mais longe possível, sem olhar para trás. Sua vida dependerá disso

– Isso não pode ser real - ela disse e percebe que ela acreditava em minhas palavras apenas não conseguia acreditar

– Caso mude de ideia, nos procure - digo e me viro na direção dos meninos - Vamos embora

Andei em direção a um pequeno beco entre os prédios sendo seguida por eles. Assim que entramos parei e apoiei as costas na parede da esquerda do beco tendo o visão da entrada. Eles se entreolhavam confusos, Jhon ia pergunta algo, mas fiz sinal que ele ficasse e silêncio assim que ouvi passos em nossa direção. Segundos depois estava a Natalie surpresa em nos ver ali e perguntou

– Como sabia que iria vim atrás de vocês? - ela pergunta se aproximando

– Não sabia - digo normalmente - Mas esperava que fizesse

– Se tudo isso é verdade - ela fala receosa - Quem é a minha mãe?

– Afrodite - respondo calma e ela fica surpresa - Você tem o dom da manipulação, quando você quer algo de alguém você fala e ela simplesmente obedece, não é?

– Como você sabe que ela tem esse dom? - Nico pergunta me olhando

– A aura magica dela é muito parecida com a da Piper - respondo olhando-o

– Eu vou ter que ficar trancada nesse acampamento? - ela pergunta

– Não, seria apenas três meses por ano - digo e ela pareceu considerar a proposta

– Só preciso arrumar minhas coisas - ela fala, eu dou um sorriso e assenti

– Acho melhor nós irmos com você - Michael fala

– Concordo, quando o semideus descobre quem realmente é, a essência divina fica mais forte - Jhon fala

– Então vamos - digo e eles me olham - Não sei se o meu cheiro irá acobertar o de vocês por muito tempo

Todos assentiram e acompanhamos a Natalie até o apartamento dela, quando chegamos os meninos ficaram na sala e eu fui ajuda-la a arrumar as coisas. Assim que terminamos, ela se senta na cama e solta um suspiro frustrado

– Está tudo bem? - eu pergunto olhando-a

– Você disse que tenho o dom da manipulação, não foi? - ela pergunta me olhando e eu assenti - Então eu não teria nada se não fosse esse meu poder?

– O efeito do seu poder, não dura para sempre - digo em tom compreensivo - O seu dom apenas abriu as portas, se você manteve tudo que conquistou por mérito seu

– Como pode ter tanta certeza - ele diz fitando o chão

– Meu sexto sentido nunca falha - digo sentando ao seu lado, ela me olha e me dá um abraço - Vai ficar tudo bem, confie em mim

– Eu confio - ela diz desfazendo o abraço - E é difícil eu confiar em estranhos

– Eu tenho esse talento - digo com um sorriso vitorioso e ela ri - Vamos?

– Sim - ela responde pegando as coisas e começamos a andar em direção a sala

Assim que saímos da casa dela, chamamos um táxi e fomos até a pensão buscar nossas coisas. Já eram quase 17 horas e nós subimos para pegar as coisas, como nossas mochilas já estavam arrumadas não demoramos muito. Paguei a dona do estabelecimento e saímos, andamos um pouco até encontrarmos um beco escuro o suficiente para viajar nas sombras, mas ainda havia muita luz. Por um momento pensei que a profecia estivesse errada e o Michael não fosse morrer ali, mas isso logo mudo quando nos aproximamos de um beco mais escondido da cidade. Quando estavam próximos a entrar eu senti como se ar se rasgasse e sinto o cheiro da magia novamente e por instinto os puxei gritando

– CUIDADO! - eles deram alguns passos atras confusos com a minha reação, mas entenderam quando de dentro do beco saíram doze harpias, ainda piores que as do acampamento

Todos nos pegamos nossas armas Nico, Jhon e Michael as atacavam chamando a atenção delas para eles. Eu desejei que minha espada reaparecesse e fiquei impedindo que elas atacassem a Natalie. Elas voavam em círculos sobre nós, mas quando atacavam eram certeiras, uma acertou as garras de águia nas costas no Nico que deu um grito ao sentir as garras causando cortes ainda mais profundos que a górgona que o atacou em Vermont, mesmo ferido ele virou rapidamente e acertou a espada na Harpia que se desfez em poeira automaticamente.

Jhon e Mike atirava as flechas, mas as harpias eram mais rápidas e desviavam das flechas. Então Mike tira de dentro da mochila uma adaga semelhante a que Jason usou para me ferir, a diferença é que essa é de bronze celestial, então quando a harpia o atacou ele acertou a perna (ou devo dizer pata?) fazendo-a se desfazer em poeira, Jhon também trocou as flechas pela espada. Natalie estava atrás de mim e de costas para a parede, então ela ser atacada era o menor dos meus problemas, mas uma harpia veio em nossa direção rapidamente

– Abaixa - ordeno e a Natalie obedece, levanto minha espada acertando-a bem no centro da cabeça transformando-a em pó

Em seguida vejo uma harpia acertar o braço do Mike fazendo-o largar a adaga e o arremessar com força contra a parede, deixando-o inconsciente, mas eu jogo minha espada em sua direção acertando a criatura antes que matasse o Michael. Assim que a criatura se transformou em poeira minha espada desapareceu. Vejo de canto de olho outra harpia vim em nossa direção, desejo que minha espada reapareça e assim acontece, mas antes que eu acerte o monstro ele vira poeira e vejo o Jhon posicionado atrás dela e resmungo

– Eu tinha tudo sobre controle - digo olhando-o

– Disponha - rebateu com ironia, mas uma harpia o derrubou acertando-o com a asa, fazendo-o cair em meio as latas de lixo

Abaixo rapidamente pegando a flecha que caiu quando a criatura se transformou em poeira e arremesso na direção da harpia antes que ela acertasse as garras no Jhon, quando a flecha atingiu o monstro transformou-o em pó. Os resíduos caiu por cima dele, que fez uma cara de nojo na hora

– Que droga Su - ele reclama se levantando tirando a poeira de cima dele e cospe o pouco de pó que caiu na boca dele - Eca! Resto de monstro

– Disponha - respondo rindo e me viro para Natalie - Você está bem?

– Estou - ela sussurra e grita totalmente assustada olhando para tras de mim - CUIDADO!

Me viro e vejo o Nico lutando contra três. Nico já estava suado, cansado, seus reflexos lentos e com cortes nos braços, o corte das costas sangravam muito vendo aquela cena um medo tomou conta de mim, eu não estava preparada para a morte do Michael, muito menos a do Nico. Ainda olhando aquela cena falei

– Jhon fica com a Natalie - digo indo ajudar o Nico

Me aproximo, acertando a harpia que já estava pronta para ataca-lo novamente. A outra se afasta do Nico e vem em minha direção, tento me esquivar do seu ataque, mas ela acerta o meu ombro com a garra, dou um alto gemido de dor ao sentir aquela dor latejante e corto a barriga dela fazendo soltar um grito irritante e se transformou em poeira. Nico mata a outra harpia com a qual ele estava lutando, outra estava descendo em uma velocidade impressionante e vindo na nossa direção, mas um flecha acerta a cabeça dela antes que pudesse nos atingir

– Valeu Jhon - digo sem olha-lo, mas pela direção da flecha havia sido ele, olho para o Nico e pergunto - E como você está?

– Já estive melhor - ele diz e me olha com preocupação - E o seu ombro?

– Apenas um arranhão - minto como se não fosse nada e antes que eu dissesse algo Nico fala

– Vocês precisam sair daqui agora - ele fala me olhando

– Como assim "vocês"? - pergunto incrédula

– Minha essência divina já é mais forte do que a dos outros por eu ser filho de um dos três grandes - ele explica enquanto Jhon e Natalie ajudavam o Michael que estava atordoado - O cheiro do meu sangue vai atrair muito mais monstros

– Não vou te deixar aqui - afirmo olhando-o e me viro - Jhon dá uma mãozinha aqui?

– Só informando que eu sirvo para outras coisas - ele diz se aproximando fingindo está magoado - Não sou apenas uma ferramenta cicatrizante

– Mas no momento precisamos disso - rebato o comentário e ele toca o ombro do Nico e vejo todos os ferimentos dele cicatrizarem, enquanto o Michael e a Natalie se aproximavam da gente

– Precisamos sair logo daqui antes que mais monstros apareçam - Michael fala e vejo um corte pouco acima da sobrancelha esquerda

– Você está bem? - pergunto olhando-o

– Com uma baita dor de cabeça, mas estou bem - ele responde e sinto novamente o cheiro da magia, devo ter ficado muito seria. Porque o todos me olharam confusos

Olho rapidamente na direção atrás deles ficando um pouco assustada, eles se viram e ficam da mesma forma, pois havia uma harpia maior que as outras e está segurava a adaga do Michael. O que surpreendeu é que essa parecia mais humana do que ave, ela possuía braços que seria normais se não fossem pelas penas. Ela se aproximava de nós a passos lentos e ouço-a dizer

– Vocês mataram minhas irmãs - ela fala com a voz irritante, que pareciam metais se chocando - Nada mais justos que eu faça o mesmo por vocês

Eu estava parada olhando atentamente cada movimento, o Jhon estava cuidando da segurança da Natalie, eu estava entre Nico e Michael que estava com suas armas em mãos da mesma forma que eu

– E acho que irei começar com você - disse me olhando com puro ódio, em um movimento rápido ela arremessa a adaga em minha direção.

A velocidade foi tamanha que não conseguiria desvia ou segura-la, apenas fechei os olhos esperando a minha morte, mas tudo que escuto é a voz do Michael

– NÃÃÃÃÃO - abro meus olhos e vejo-o a minha frente com a adaga cravada no peito

Ele perde o equilíbrio e eu seguro-o, a harpia tenta atacar-nos mas eu a impeço usando magia

– RESTRINGUNT VOS (paralize) - ordeno olhando a criatura e ela simplesmente "congela", olho o Michael colocando-o deitado com a ajuda dos meninos, apoiando parte do tronco dele no meu colo - Vamos dá um jeito nisso, ok?

– Precisamos tirar a adaga - Jhon fala ficando ao lado do irmão, eu seguro o cabo, respiro fundo e puxo-a de uma só vez vendo-o arquear o corpo para frente devido a dor.

Ao fazer isso notei que do ferimento sai uma especie de fumaça, coisa que eu sei que não é normal, Jhon estava prestes a cura-lo quando o Michael sussurra

– Não - ele disse me olhando - Essa é a profecia

– Michael, ainda podemos... - mas sou interrompida, dessa vez pelo Nico

– Não tem como Su - ele diz e eu olho-o - Bronze celestial não fere só o corpo de um semideus, mas também a alma, sugando toda a essência até a morte

– Tem que ter uma forma de... - sinto as lagrimas se formarem em meus olhos e o Mike fala

– Está tudo bem - Mike fala com a voz fraca o olho, podia vê-lo ficar mais fraco e pálido a cada segundo - Se as pacas decidiram, que seja

– Não fala assim Mike - digo deixando as lagrimas rolarem ele levanta a mão ao meu rosto secando as lagrimas com o polegar

– Eu te amo Su - ele fala, então vejo seus olhos ficarem sem foco e a mão dele tombar

Choro ainda mais, me inclino e dou um selinho no Michael que já estava sem vida, fecho os seus olhos e abraço o seu corpo. Depois de alguns segundos lembro-me da harpia que estava imóvel devido a magia, olho-a de relance e um ódio toma conta de mim. Pego a adaga do Michael e me levanto andando em direção a harpia

– A mesma lamina que trouxe a morte do semideus - digo com o mais puro ódio - Trará a sua

Ao terminar de dizer isso, cravei a adaga na barriga de harpia direcionando-a até a cabeça. Vendo o incor descer, mesmo sendo bronze celestial ela estava demorando a se transformar em poeira, quando a adaga cortou a cabeça dela ao meio desfiz o feitiço e a harpia caiu no chão e se transformou em poeira, exceto a maior pena que ela possuía que era de um azul turquesa lindo e digo

– Pensei que com a morte de um monstro ele se transformasse totalmente em poeira - digo secando o rosto com as costas das minhas mãos

– As vezes sobra um pedaço deles, é uma prenda de guerra - Nico explica ao meu lado pegando a pena me entregando em seguida - Ela é sua

– O que vamos fazer agora? - Natalie pergunta chorando ainda olhando o corpo do Michael

– Eu não sei - Jhon responde sinceramente

– Nico, leve o corpo do Michael para o acampamento - digo após um suspiro cansado

– O que? - Nico pergunta sem entender

– Leve o corpo do Michael para o acampamento, para que possa ser velado com as honras de um herói - digo pegando minha mochila colocando a pena e a adaga do Mike, tentando evitar o choro

– E como você pretende voltar? - Nico pergunta

– Eu dou um jeito, não se preocupe - digo de costas procurando o meu celular na mochila

– Eu não vou deixar você aqui - ele diz decidido e eu me viro para olha-lo

– Nico por favor! - digo quase implorando - Eu preciso que faça isso

– Mas e quanto a vocês? - Nico insisti - Eu não posso deixa-los aqui

– Confie em mim - peço deixando algumas lagrimas descerem - Estaremos no máximo amanha no acampamento

– Su eu não acho que... - ele começa, mas eu interrompo

– Por favor! - digo olhando com suplica

– Está bem! - ele cede

– Obrigada! - digo e ele se aproxima do corpo de Michael

Ele põe a mochila nas costas, pega a do Michael e passa o braço pela alça. Nico se agacha e toca no braço dele e fala

– Se cuida Su - apenas assenti, vendo-os sumir nas sombras

– Como vamos voltar Su? - Jhon pergunta e eu pego o meu celular

– Transporte aéreo - digo fazendo uma ligação

Depois de alguns minutos encerro a chamada e olhando a Natalie e o Jhon

– Vamos sair daqui logo - falo e escuto

– Espera - Jhon fala e eu parei

– Deixa eu ver isso - ele fala olhando o corte que a harpia havia feito no meu ombro - Isso está feio

Logo sinto o ferimento cicatrizar

– Obrigado - falo saindo do beco sendo seguida por eles

Andamos um pouco até encontrarmos um ponto de táxi, entramos em um e pedi que nos levasse diretamente para o aeroporto pelo caminho mais rápido e assim ele fez em quarenta minutos chegamos ao aeroporto, descemos e quando estávamos na porta Jhon fala

– Su? - eu o olho e ele prossegue - Como vou nesse voo sem passaporte?

– E como conseguiu passagens de ultima hora? - Natalie fala

– Eu invento alguma coisa sobre o passaporte - digo olhando-o - E a resposta a sua pergunta Natalie é que eu não consegui

– Então como...? - ela fala surpresa

– Você vai entender - digo entrando no aeroporto juntamente com eles

Andamos até a lanchonete onde encontramos um homem de aproximadamente quarenta anos tomando café eu digo

– Como vai comandante? - digo parando em frente a mesa que ele estava

– Muito bem - ele põe o jornal sobre a mesa - Você deve ser a Srta Agostini

– Sim e esses são meus amigos - digo olhando - Essa é a Natalie e esse é o Jhon

– Estava aguardando a chegada de vocês - ele fala se levantando

– Mas há um problema - digo e ele me olha curioso

– Que tipo de problema? - ele pergunta nos olhando

– Em um passeio pela cidade, Jhon foi assaltado e perdeu o passaporte - falo normalmente - O que fazemos?

– Ele tem algum documento com foto? - o comandante pergunta

– Estou com a identidade - Jhon responde

– Podemos dar um jeito com isso - o comandante diz nos olhando - Sigam-me

– Sie sind zu einem groben Lügner (Você está se tornando uma excelente mentirosa) - Jhon fala em alemão e sinto um leve tom de reprovação

– Beginnt nicht liegen, nur weil es notwendig war (Não começa, menti apenas porque foi necessário) - respondo no mesmo idioma

– Wie oft habdn Sie die Menschen denken, dass es notwendig ist gelogen? (Quantas vezes você já mentiu para gente achando ser necessário?) - eu não esperava essa pergunta

– Es war mehr, was ich ausgelassen (Foi mais o que eu omiti) - respondo receosa

– Worüber? (Sobre o que?) - ele continua

– Dies ist der Ort, um darüber zu sprechen (Aqui não é o lugar para falar sobre isso) - digo querendo para aquela conversa - Als wir ins Lager bekommen Beantworten Sie alle Frangen, die Sie tun (Quando chegarmos ao acampamento, respondo todas as perguntas que você fizer)

– OK (Está bem) - ele responde e ficamos em silêncio até chegarmos ao jato particular que eu havia alugado