Quando as trevas se desfizeram, olhei em volta e vi que estávamos no central park, no ponto exato de equilíbrio entre as luzes da cidade e a natureza a nossa volta. Nico se sentou em um banco e eu me sento mo meio do gramado, ele me olha

– Porque sentou ai? - perguntou sem entender

– Porque eu gosto - fecho os olhos e continuo - Sentir a grama sob mim, o vento sobrando de leve o meu rosto trazendo com ele o cheiro das flores, ouvir o som das folhas se movimentando

– Não sabia que gostava da natureza - diz e se senta ao meu lado

– E tem como não gostar? - digo ainda de olhos fechados - Da beleza, dos benefícios, é algo que se perdermos não poderá ser substituído

– Eu sei, a Bianca vivia repetindo isso pra mim quando era pequeno - ele disse e senti tristeza em sua voz

Abri os olhos para olha-lo, quando ia falar, ouvimos um barulho vindo dos arbustos, nos levantamos rapidamente e Nico desembainhou a espada, mas essa não era de bronze celestial como a do dia que nos conhecemos, era de um metal frio e de tom cinza escuro e ficou esperando um ataque. Mas tudo que vimos foi três pit bulls correndo atrás de um pastor alemão que tinha um pedaço enorme de carne mal passada na boca, provavelmente alguém deve ter se distraído em alguma churrascaria e ele dever ter pego. Nessa correria eles derrubaram alguns vasos com mudas de arvores que provavelmente seriam plantadas na manha seguinte, eles continuaram correndo até que sumiram em meio as arvores

– E isso é um acontecimento normal em mais uma noite tranquila em Nova York - Nico ironiza

– Merda - digo indo em direção as plantas derrubadas e Nico me acompanha

– O que foi Su?

– Me empresta sua espada - digo ignorando a pergunta e ele me entrega.

Olho o gramado com um lugar demarcado onde as plantas deveriam ficar, começo a fazer buracos com a espada em seguida começo a colocar as plantas nos buracos com a ajuda de Nico. Quando as colocamos noto que havia partes das plantas que estavam quebradas, decido resolver isso depois, começo a colocar a terra para cobrir a raiz das plantas então percebo que após o meu toque o que era apenas terra estava se transformando em grama, me afastei um pouco assustada e percebi que Nico me olhava. Olho para as minhas mãos e vejo um especie de áurea laranja clara em torno de mim e ele disse

– A benção de Deméter - em seguida tenho flashes de memorias, de uma pessoa cuidando de plantas com magia e tive certeza que essa pessoa era Deméter e tive a impressão de que sabia o que fazer

Toco as partes quebras e elas são imediatamente reparadas. Quando terminei parecia que as plantas estavam ali a bem mais de um mês, me sento e fico olhando as arvores que pareciam bem mais vivas do que na hora em que chagamos e Nico me diz

– Como você consegui? - olho e entendi o que ele queria dizer

– Mas não fui eu, foi Deméter - digo me levantando

– Os deuses realmente gostam de você - ele diz me olhando

– Isso não podemos afirmar - digo dando de ombros e começo a caminha pelo central park acompanhada por Nico - Antes que eu esqueça, onde conseguiu essa espada?

– Essa é a minha verdadeira espada, uso a de bronze celestial quando estou em missão - explica dando de ombros

– Nunca vi uma espada com um matéria como esse - digo olhando a espada - De que é feita?

– Ferro estígio - responde guardando a espada

– Ferro estígio? - ele assentiu - Nunca ouvi falar

– É um metal qualquer, mas a espada foi forjada no rio Estige no submundo e ele meio que absorveu o conteúdo do rio ficando assim - ele explica e continuamos a caminhada

Durante toda a caminhada conversamos e depois de algumas horas o cansaço estava me vencendo e Nico percebeu então voltamos ao acampamento, eu fui direto pro meu quarto. Tomei um banho rápido, me deito e logo durmo. Na manhã seguinte acordo e sinto meu rosto molhado, devido a mais um pesadelo, mas dessa vez senti apenas medo e tristeza. Porque eu to tendo esses sonho? E quem é esse homem?

Sou tirada de meus pensamentos ao ouvir a sirene do pavilhão, vou ao banheiro faço minha higiene matinal, me arrumo e vou ao pavilhão. Chego pego meu prato, faço minha oferenda aos deuses e vou me sentar na mesa de Hades, começo a comer e quando Nico se senta a minha frente percebo que ele me olhava

– Bom dia! - falo sem olha-lo

– Bom dia, o que houve dessa vez? - pergunta e sinto preocupação em sua voz

– Nada com que devemos nos preocupar - digo levantando o meu olhar para ele e digo - O que temos hoje?

– Aula de hipismo daqui a uma hora e meia - ele responde

– Montaria? - pergunto me interessando e ele assenti - Gostei!

– Mas para a maioria não é a tradicional

– Como assim? - pergunto curiosa

– É em pégaso - responde simplesmente

– Cavalos alados? - afirmo mais que pergunto

– Sim, mas como você é iniciante começara com cavalos normais

– Ainda bem! - ele me olha meio confuso - Não estava afim de despencar das alturas

– Duvido que isso aconteceria - ele diz dando de ombros

– Porque diz isso? - pergunto sem entender o comentário

– Você aprende fácil - me diz como se fosse obvio

– Mas antes de aprender, algo acaba dando errado - digo voltando a comer

– É me lembro como foi com os filhos de Ares

– Não precisava me lembrar - digo irônica e ele ri

Terminamos de comer e fomos andando até o estabulo olhei os cavalos e um me chamou a atenção. Era lindo, tinha os olhos castanhos e pelo branco. Me aproximo e vejo que é um cavalo alado, Nico se aproxima e diz

– Essa é a Whisty

– Ela é linda - digo e faço um carinho na cabeça dela

– Ela nunca foi montada - ele diz e me viro pra olha-lo

– Porque?

– Porque ela nunca deixou - me viro em direção da voz e vejo Percy - Não deixava nem mesmo que a tocassem

– Então porque ela deixou que eu fizesse carinho? - pergunto confusa, ele olha para Whisty e responde

– Porque ela te escolheu - responde sorrindo

– Me escolheu? - pergunto

– Como dona, aconteceu a mesma coisa comigo e o Black Jack

– E como você sabe? - pergunto nitidamente curiosa

– Posso me comunica com cavalos - responde dando de ombros e indo em direção a um cavalo alado preto que presumir ser Black Jack

– Nossa! - digo surpresa e me viro pra Whisty fazendo carinho nela e sussurro - Queria poder te ouvir!

– Su, a aula começa em cinco minutos - Nico me avisa

– Se quiser, venha com ela pra que se acostume - Percy diz e sai do estabulo com o Black Jack

– Vamos dar uma volta? - pergunto a Whisty abrindo a porteira e dando passagem e ela passa

– Vou buscar um cavalo sem asas para você poder montar

Ao terminar de falar isso vimos um brilho vindo da direção da Whisty, quando a luz se dissipou vi ela sem asas e digo

– Acho que não precisarei de outro cavalo - digo ainda surpresa

– Nunca vi um pégaso fazer isso antes - diz se aproximando

Saímos do estabulo e fomos até a área da aula de hipismo. Ao me aproximar vejo os filhos de Hefesto, Hestia, Hermes e Ares, então digo

– Eu mereço - resmungo baixo mas Nico me ouve

– O que houve Su? - pergunta me olhando

– Clarisse, espero que ela não venha encher minha paciência - digo e me aproximo dos outros, Percy nos olha surpreso e diz

– Whisty? - ele desvia o olhar pra mim - Como?

– Não sei, ela simplesmente escondeu as asas e ficou parecendo uma eguá comum - digo acariciando o pelo dela

– É raro ver um pégaso assim - ele diz olhando-a e ri

– O que foi Percy? - pergunto sem entender a reação dele

– Ela é ciumenta - ele diz me olhando - Ela escondeu as asas para que você pudesse aprender com ela

– Então vamos começar ou não Perseu - escuto Clarisse gritar

– Pelo menos ela está de bom humor - ironizo e Nico sorri

A aula começou Percy me explica como por as rédeas sem machuca-la e de modo que não prenda as asas quando estiverem a mostra, monto e em seguida ela dá uns passos e mantenho o equilíbrio, quando começou a galopar perco um pouco o equilíbrio mas Nico me segura pelo braço

– Calma aí, precisa acompanhar o ritmo do cavalo - ele explica

– Valeu, só que falar é mais fácil que fazer - resmungo e ele ri

Tento de novo e quando estava pegando o jeito o irmão de Clarisse me empurra e caio feio. Nico e Percy se aproximam, desmontam do cavalo e me ajudam a levantar e Percy fala irritado

– Você está louco James? - diz encarando-o - Ela podia ter se machucado

– Essa era a intenção - diz com um tom de maldade e desdem

A discussão com eles continua e Nico me pergunta

– Tá tudo bem?

– Vou ficar um pouco dolorida, mas nada com que não possa lidar - digo e dou um rápido sorriso cansado e volto a olha Percy discutindo - Percy deixa, não vale a pena brigar com ele.

– Você se acha muito superior só porque é protegida de Hades, não é? - ele pergunta e vejo fúria em seus olhos

– Isso é o que você acha - digo sem esboçar emoção, ele ri irônico e desce do cavalo

– Não se iluda, eles te tratam assim porque é protegida de Hades - ele diz com raiva - Eles nunca gostarão de você

– Cala essa boca James - Nico diz irritado

– Deixa Nico, ele precisa descontar a frustração dele em alguém - digo encarando James que se irrita mais ainda

– Você não pertence a esse lugar, você não é ninguém - ele diz com puro ódio e se aproxima - Então porque você não vai embora de uma vez?

– Porque eu escolho o meu lugar - digo com a voz firme - E não vou abaixar minha cabeça, só pra você se sentir bem

Ele levanta a mão para me bater, mas alguém chega por trás, segurando-o e em seguida escuto

– Chega James - Clarisse disse em tom autoritário e James abaixa a mão - Pro chalé agora

– Você me paga - disse me olhando e sobe no cavalo e o leva para o estabulo quando ele se afasta Clarisse diz

– Devo admitir que você é bastante corajosa de enfrentar o James dessa forma - diz desviando o olhar do irmão pra mim - Até mesmo alguns do nosso chalé tem medo de enfrenta-lo

– Não vou obedece-lo só porque ele esta acostumado com todos fazendo isso - digo montando na Whisty - E a proposito, obrigada

– Pelo quê? - ele pergunta surpresa

– Por ter detido antes que ele me batesse

– Não precisa, ele sempre procura confusão, até mesmo com nossos irmãos

– Mesmo assim, obrigada Clarisse - dou um pequeno sorriso e quando ia me afastar ela diz

– Susan? - paro e começo a olha-la - Quando o ele levantou a mão pra te bater você não recuou. O que você iria fazer se eu não tivesse impedido o James?

– Quebraria o braço dele - digo dando de ombros e ela sorri - A gente se vê Clarisse - digo e me afasto voltando a aula