(DESCONTINUADA) Criminal Scene escrita por Scamander


Capítulo 8
08. Gato preto.


Notas iniciais do capítulo

AI MELDELS, EU NÃO MORRI. O/
Gente, vocês foram tão fofos nos últimos reviews e eu aqui demorando esse tempo todo pra atualizar, estou morta de vergonha. Mas como tinha dito, as férias chegaram e, consequentemente, o bloqueio se manteve presente :/
Algumas leitoras me pediram mais palavras nesse capítulo e, well, foi o melhor que pude fazer.
Espero que gostem e, por favor, entendam a minha situação.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/555753/chapter/8

Leo já estava sem paciência para o Jackson.

Depois de receber a trigésima mensagem desesperada de Percy interrompendo seu almoço, o Valdez levantara sua bunda magrela da mesa do refeitório, marchando até o Prédio 6 para encontrar um Percy soltando fumaça pelas orelhas.

− Por favor, me diga que sabe onde a Annie está. – fora a forma que Percy encontrou para agradecê-lo por interromper seu querido almoço e arrastar-se para o outro lado de Olympus High.

Segundo o Jackson, Annabeth havia combinado de encontrar-se com ele em frente ao Prédio 6 ao meio dia e, bem, sem querer colocar pressão nenhuma, já era uma e meia.

Mesmo tendo um conhecimento prévio sobre a pontualidade da loira, Leo de longe estranhara aquilo. Quer dizer, não era Annabeth a chegar antes mesmo de Leo na aula de robótica toda Terça-Feira?

− Tá, tá, tem alguma coisa errada. – o Valdez desencostou-se da pilastra onde estava escorado, desistindo de encarar o nada enquanto Percy praguejava a seu lado.

O Jackson olhou-o cínico. Não, sério?

− E o que a gente faz? – a pergunta de Leo pegou-o de surpresa.

Pois bem, o que fariam agora?

Ambos estavam de acordo: tinha acontecido alguma coisa para que Annabeth estivesse tão atrasada. Mas e depois?

Quer dizer, o que fariam agora?

Encarando-se perplexo, Percy assustou-se – como não havia pensado nisso?

Estava tão preocupada em bater a cabeça na parede que sequer pensara em fazer realmente alguma coisa. Talvez ligar para a Chase fosse um bom plano, o.k, mas quem disse que ele tinha o número dela?

− A gente podia ligar pra ela. – Leo sugeriu, mas parecendo entender a expressão do outro, apenas praguejou: - Se a gente tivesse o número dela.

− Para a Thalia? – Percy sugeriu.

Até duas semanas atrás, o melhor amigo de Leo era também irmão da Grace, havia mais chance de ele ter o número dela do que de qualquer outro ali.

− Eu o quê?

Os dois avistaram a cabeleira repicada da Grace chegando com, esperem, aquela era Silena Beauregard?

− Silena? – os dois arregalaram os olhos.

− Eu?

− O que diabos vocês duas estão fazendo juntas? – Percy assustou-se.

− Conversando, talvez. – Thalia comentou, cínica. – Onde a Annie tá?

Os dois garotos trocaram olhares significativos, fazendo Thalia ficar preocupada.

− É o que nós queremos saber.

Annabeth nunca fora supersticiosa, mas ela estava começando a revisar seus conceitos.

Sentada naquela sala vazia, olhando paras as paredes brancas ao lado de Reyna, ela vasculhava sua mente a procura de gatos pretos em seu caminho ou trevos de três folhas – aquela má sorte devia vir de algum lugar, certo?

Certa de que a culpa era daquele espelho quebrado há dois anos atrás, a loira começava a relembrar dos acontecimentos de hoje de manhã – porque se fosse mais adianta, as coisas iriam piorar ainda mais.

Tudo começara quando Katie Gardner, uma terceiranista que trabalhava com ela no jornal da escola, pedira para seu Professor de Álgebra dispensá-la daquele período e, um pouco a contra gosto, Annabeth recolheu o material e saiu para os corredores junto com Katie.

Até então, as duas apenas conversavam sobre o jornal enquanto marchavam para a Redação – uma sala no subsolo que a escola gentilmente concedera a seus celebres jornalistas, como Quíron gostava de lembrar.

− Bom, Annabeth – Katie começou – sei que devia ter esperado essa última aula acabar, mas é importante.

Annie assentiu, embora ainda não estivesse muito convencida sobre aquilo. Estavam em plena revisão, o que aquela garota queria?

− Como você sabe – ela começou -, a escola sofreu recentemente uma perda terrível – oh, oh. – e a redação decidiu que não poderíamos deixar a morte de Calipso passar sem algum reconhecimento. – o olhar da colega a sua frente era devastador, quase convencera Annabeth de que aquela não era a menina que escrevia mensagens de ódio para Calipso em toda edição do Olympus Express.

− O que posso fazer por você? – a loira perguntou.

Não devia ter feito isso.

Os olhos de Katie brilharam quase perversamente.

− Nós estávamos pensando em fazer um tributo a ela na próxima edição e concordamos que era necessário deixar essa tarefa nas mãos de alguém competente. – Katie dizia, o veneno quase escorrendo de sua boca que, logo mais, Annabeth faria questão de acertar com a mão em punho. – Houve uma votação e, bem, a escolhida foi você.

Antes sequer que Annie pudesse perguntar quando ocorrera aquela votação, Katie dispensou-a e passou a mimar aqueles estúpidos Cravos ao redor de sua mesa.

Com uma vontade imensa de quebrar aqueles vasos de plantas bem na cabeça da garota a sua frente, a loira achou melhor retirar-se.

Agora, no entanto, ela realmente se arrependia de não ter feito nada.

Claro que, se fosse apenas por isso, o dia de Annabeth podia estar um pouquinho menor pior, mas náh, os astros não deixariam que aquilo acontecesse; em seu caminho para o Prédio 2, avistou uma garota de cabelos castanhos caminhando junto a um senhor de gravata de leopardo.

O que diabos Reyna estava fazendo?

Sem que pudesse medir seus atos, Annabeth postou-se na frente deles com um sorriso trinta e dois. Se antes Reyna estava com raiva da garota, agora ela tinha vontade de esganá-la.

− Annabeth! – o detetive D. sorriu abertamente. – Que prazer encontrá-la por aqui!

Annie apenas sorriu de volta, pronta para devolver o cumprimento.

− Não devia estar na aula, Annie? – Reyna sorria docemente.

A garota quase arrancou a língua dela por aquilo, mas preferiu comportar-se da melhor forma possível.

− Dispensada. – ela deu de ombros, ignorando a garota. – Detetive, estava mesmo querendo falar com o senhor!

Ela virou-se para o homem a sua frente, conseguindo pegar um pouco do olhar satisfeito do detetive ao analisar aquele confronto silencioso. Ajeitando a gravata, ele mostrou os dentes reluzentes à luz do sol.

− O que posso fazer por você, querida? – ele perguntou.

Annabeth calou-se brevemente.

Se aquilo não afetasse a si mesmo, Reyna estaria rindo da desgraça da outra.

Estava tudo bem até que ela interrompesse sua conversa com o detetive.

Quer dizer, na medida do possível.

Estava matando aula mais cedo e, (in)felizmente, topara com o detetive em uma de suas andadas pelo Campus e fora convidada gentilmente a caminhar com o detetive que, logo mais, aumentou a oferta.

− Estamos fazendo isso com todos os alunos. – foi o que dissera. – Apenas um interrogatório breve e deixaremos você ir.

Vendo estar sem escapatória, Reyna apenas assentiu, vestindo sua máscara e sorrindo para ele na tentativa de demonstrar que, oh, ela era apenas uma pobre garota que por acaso matara alguém.

− Apenas iria agradecê-lo pela conversa de ontem, senhor. – Annabeth sabia que aquela desculpa era patética. O que estava acontecendo com ela?

− Fique tranquila, querida. Foi um prazer para mim. – o detetive dizia. – Mas já que está aqui, porque não nos acompanha?

− Claro. – Annie sorriu e Reyna, que até então divagava, lançou-lhe um olhar mortal. – Para quê, exatamente?

− Ah, apenas umas simples perguntas que preciso faz a vocês.

O sorriso de Annabeth morreu e ela sentiu-se perder a cor.

− C-claro, por que não? – ela falou num reflexo ao perceber que começara a se desesperar.

Agradecendo, o detetive guiou-as para uma sala no Prédio 4, onde duas cadeiras haviam sido postas perto da mesa do professor e um gravador jazia nada discreto debaixo dela.

− Bem, Annabeth, nós sabemos que você estava na casa de veraneio de sua família, certo? – o detetive não parecia querer uma confirmação. – Mas e você, querida, onde estava?

Reyna mexeu-se inquieta. Querida?

− Estava no Lótus, senhor, o bar de ontem. – ela disse.

− Engraçado – o detetive parecia divagar -, porque ouvi que Calipso passou por lá aquela tarde.

Os olhos de Annabeth saltaram para fora. O quê?

− Sim, acho que foi atendida por meu cole- Reyna adiantou-se.

− Octavian, sim, nós falamos com ele. – o detetive cortou-a. – Ele disse o contrário, se quer saber. Na verdade, ele até chegou a comentar que Calipso ficou um tempo a mais conversando com você a sós.

Reyna fincou as unhas na palma da mão, sentindo vontade de esmurrar Octavian. Aquele garoto estava pedindo para morrer.

− É, bem, nós conversamos um pouco. – ela assentiu.

− Poderia nos dizer qual o assunto, Reyna? – a voz do detetive estava lhe dando diabetes de tão doce.

− As consultas com Rachel.

Bem, era verdade.

− Aquela garota ruiva do funeral? – ele parecia se lembrar dela.

− Sim, as duas estavam bem próximas nesses últimos dias. – Reyna assentiu, percebendo que talvez tivesse levado a bomba para os braços de Rachel.

O detetive empertigou-se na cadeira.

− Falaremos com ela depois.

E recebendo o silêncio da Arellano em resposta, virou-se para Annabeth que, ao seu lado, assistia tudo quieta.

− Mas e você, Annie?

− Eu o quê? – Annie?

− Meu pessoal disse que você conversou com alguns guardas florestais àquela manhã, mas como não fazem parte da minha equipe, preferia que me contasse a história pessoalmente. – o detetive explicou-se.

− Ah, bem, eu e Thalia íamos passar um final de semana juntas. – ela disse. – Nós estávamos nos divertindo até o outro dia, quando os policiais bateram na nossa porta.

O detetive estudou-a por um momento.

− E vocês não saíram em nenhum momento? – ele perguntou.

− Brevemente. – a loira mantinha uma postura neutra.

Reyna queria poder agir assim também na frente de um policial, especialmente quando ela acabara de se entregar. O quão estupida a Chase conseguia ser? Não, elas não haviam saído de jeito nenhum.

E por mais que tivesse agido de forma tão estúpida - Reyna julgava ao menos -, Annabeth continuava tranquila, embora, interiormente, se esforçasse para lembrar das respostas que dera aos policias aquele dia, com medo de cometer algum blefe.

− Hum, veja bem, senhorita – o detetive D. começou. – tive permissão de sua mãe, Atena, para vasculharmos sua casa. Apenas prevenção, sabe? – ele sorria, vendo Annabeth se mexer desconfortável. – E por mais que me custe levantar alguma acusação contra uma moça tão adorável, encontramos numa espingarda sinais de um disparo frequente.

Merda.

O pensamento foi mútuo e, por mais discretas que estivesse sendo, as duas garotas não conseguiram evitar de trocar um olhar assustado.

Antes que qualquer um dos presentes pudesse falar mais alguma coisa, no entanto, um policial bateu na porta. A arma em sua cintura visível para o par de olhos arregalados das garotas naquela sala.

− Senhor. – ele chamou, endireitando a postura.

Olhando-o irritado, o detetive pediu licença enquanto contornava a mesa onde estavam para, com uma última olhada, fechar a porta atrás de si.

Annabeth suspirou e Reyna relaxou o maxilar. Num olhar sincronizado, a loira apontou com a cabeça para a porta, podendo ouvir vozes de perto dela. Entendo o que a garota queria dizer, Reyna engastou um assunto qualquer para que Annie chegasse perto da saída sem evidenciar seus movimentos ao gravador pregado na mesa.

− Então, Annie, eu e Silena estávamos conversando sobre a festa – Reyna falava o que vinha em mente, o rabo do olho preso a Annabeth e seus movimentos.

Chegando próximo o suficiente da fechadura, Annie fez sinal para que Reyna abaixasse um pouco o tom de voz, permitindo então que a loira escutasse o que o policial murmurava próximo ao detetive.

− Tem certeza disso? – ele perguntava, alarmado.

− Foi o que disseram, senhor. Calipso foi vista lá e testemunhas afirmam que havia um homem junto a ela, parecia ter sua idade. – o policial confirmava. – Os médicos do hospital dizem que ele estava lá para uma consulta, vai ser fácil descobrir quem era o sujeito com as gravações daquele dia.

O detetive ainda não parecia convencido.

− Escute – ele começou. – estou aqui com quem pode ser a chave para esse homicídio, não posso deixar essas garotas fugirem com a prova que preciso, então faça o seguinte: peça para que a segurança separar as filmagens desse dia, não alterem nada, e que os médicos que lhe deram essa informação aguardem, assim que possível estarei indo para lá investigar.

Annabeth arregalou os olhos quando viu o detetive aproximar-se da porta novamente.

Correndo para a cadeira junto a Reyna, ela largou-se lá com o coração disparado. A outra encarou-a com uma sobrancelha arqueada enquanto viam a maçaneta se mexer novamente.

A porta sequer se moveu.

Aproveitando a oportunidade, ela tirou o celular do bolso e procurou o contato de Thalia, mandando-lhe uma mensagem com o telefone inclinado para que Reyna também pudesse ver do que se tratava.

LEVE O PESSOAL P/ SUA CASA EU TO BEM TO COM REYNA A GENTE EXPLICA TUDO DPS NN MANDE MAIS MENSAGENS.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sei que é meio estranho pensar na Annie escrevendo dessa forma, mas ela estava correndo contra o tempo para que pudesse mandar a mensagem para a Thalia antes que o detetive entrasse #sólembrando
Não vou desejar feliz natal/ano novo agora porque ainda tenho fé que vou conseguir escrever mais um capítulo até lá, então..
xx Luna.