(DESCONTINUADA) Criminal Scene escrita por Scamander


Capítulo 2
02. Culpados até que a morte os separe.


Notas iniciais do capítulo

Devia receber o prêmio Nobel, cara, sério. A postagem mais rápida que eu já fiz na vida, onde estão as palmas? sljdgfkj Bem, espero que se deliciem com essa união pelo sangue - literalmente. E é, sou melhor que o Leo quando o assunto são as piadinhas -e títulos, também. e.e
Obrigada à todos que comentaram, estou indo ver Reign *--*



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Naquele mesmo dia, horas mais tarde, foi anunciada a morte de Calipso Atlas.

Assistindo pelo jornal a versão da mídia sobre os fatos, Reyna enrolara-se num cobertor qualquer e pregara os olhos na TV. Ao todo, já era a décima matéria que via a respeito do homicídio e em todas as supostas coberturas já feitas, não haviam declarado nada sobre ela ou qualquer coisa que pudesse liga-la a cena do crime.

Com um chá de ervas na mão, estava sentada ao seu lado uma ruiva de cabelos cheios. Rachel Elizabeth Dare era, legalmente, sua responsável até que completasse a maior idade, embora fosse somente três anos e dois meses mais velha que Reyna. Para alguns, muito, mas não para ela. Especialmente quando era Rachel que chorava baixinho pela morte de uma menina que conhecera apenas duas semanas antes.

– Digo, ela não era uma flor de pessoa, tinha uma carga de vibrações negativas também, mas... – Rachel se explicava.

Reyna achava aquilo desnecessário. Entendia que ela vinha criando um vínculo forte com Calipso, não precisava saber porquê. Deixava, contudo, que Rachel desabafasse sentimentos que a outra tinha que esconder.

– Ninguém merece morrer como ela. – falava. – Receber um tiro e logo depois ser afogada? Não, é demais até para ela.

Reyna sabia, porém, que aquela não era a versão correta dos fatos. Calipso havia, sim recebido uma pedrada na cabeça, mas não fora propositalmente afogada, tampouco baleada intencionalmente. Reyna lembrava-se de sussurrar para que ela acordasse enquanto limpava a ferida em sua cabeça, mas não de conduzir seu corpo já morto para o fundo do lago.

Alguma coisa havia sido distorcida no relatório.

Ela acariciava a mão livre de Rachel enquanto, juntas, ouviam a repórter anunciar uma entrevista exclusiva com o detetive do caso. A menina quase engasgou. Já? Quer dizer, eles deviam pelo menos executar uma autopsia no corpo, certo? Se já haviam descoberto como Calipso morrera, provavelmente haviam feito aquilo, mas ainda assim, ?

Quando a tela foi direcionada para a repórter foi que Reyna percebeu que o caso era grave. Sendo um grande executivo de sucesso, o pai de Calipso havia pago para um detetive prestigiado cuidar do caso.

Em toda a história da cidade não há registro de uma investigação tão minuciosa quanto essa. – dizia a mulher de óculos tartaruga. – Negando-se a partilhar conosco as informações que conseguira sobre o caso, o detetive D. e sua equipe puderam, contudo, adiantar que o material que já têm é de extrema importância.

Arrepiada, ela viu a câmera ser direcionada para um homem cuja gravata assemelhava-se à pele de um leopardo. Com suas bochechas avermelhadas, cabelos escuros e barriga saliente, não parecia exatamente alguém para se temer. Na verdade, lembrava-a daqueles quarentões que ficavam até tarde no bar do Lótus assistindo beisebol.

– Detetive – a repórter começou, visivelmente desconfortável na presença daquele homem. – são verdadeiros os boatos de que vocês se encontram na estaca zero por causa da água?

Inabalado com a pergunta, o Detetive direcionou–se para a câmera.

Minha equipe e eu conseguimos coletar alguns elementos importantes que já nos dão uma ideia sobre o que aconteceu na noite em questão. – ele falava, tirando da mente de Reyna qualquer resquício dos pensamentos que tivera agora a pouco. – O meu palpite é que Calipso Atlas não tenha sido morta por uma única pessoa, e sim sucessivas que, intencionalmente, causaram sua morte.

Todos os pelos do corpo de Reyna ficaram em pé com aquela fala. O homem que se intitulava Detive D. encarou-a com seus olhos penetrantes, decifrando cada pensamento obscuro que sua mente vinha trancando desde aquela noite. Ela tratou de tirar esse pensamento de sua cabeça. Claro que ele não podia saber o que acontecera. Como dissera, era um palpite.

Annabeth queria chorar. Ainda apertando a alça de sua bolsa com força, ouvia pela televisão portátil da viatura o detetive falar.

Alguns policias haviam encontrado a Casa do Lago de sua família e haviam convidando ela e Thalia para testemunhar. Dado à proximidade com o local do crime, a polícia não precisara da confirmação das duas para deduzir que elas haviam ao menos ouvido o que acontecera e, agora, ela e Thalia estavam conversando com eles sobre sua noite.

– Nós ficamos a maioria do tempo dentro da casa. – Thalia havia confirmado.

– A maioria? – eles não deixavam passar nenhum detalhe. – Significa que vocês sairiam em algum momento?

– Sim... – havia dúvida em suas palavras. Thalia praticamente implorava para que Annabeth falasse alguma coisa.

– Nós ouvimos os gritos. – a loira falou, forçando-se a esquecer da entrevista e forcar-se no que acontecia. – Saímos por alguns minutos para ver se tinha alguém pela região.

O homem anotava tudo o que falavam.

– Encontraram alguém?

– Não. – ela parecia mais convincente agora. – Era tarde e não queríamos nos arriscar, então apenas andamos por alguns minutos pela margem do lago.

– Não viram a menina? – perguntou uma mulher, ao lado do companheiro.

– Ela estava no fundo do lago, certo? – Thalia lembrou-se.

– É o que a autopsia confirmou. – o policial falou para a colega.

Os dois se encararam, decidindo se deviam acreditar ou não naquelas palavras.

Dando uma olhada pelo espelho retrovisor da viatura mais próxima, Annabeth tentou se acalmar. Não devia parecer culpada, tinha que manter sua expressão neutra. Não tão neutra, claro. Afinal, uma garota havia morrido próximo a sua casa. Só não precisava parecer tão tensa. Tente relaxar, Annabeth. Ela tentava se convencer, mas parecia que a cada palavra sua expressão enchia-se mais de culpa.

– Bem, terminamos por aqui. – o policial anunciou.

Thalia segurou-se para não suspirar.

– Talvez sejam chamadas na delegacia para dar um depoimento oficial. – acrescentou.

– Ei, esperem, - Annabeth pediu, processando o que ouvira. – Nós ainda seremos interrogadas? – percebendo que estava assustada demais, acrescentou: - Quer dizer, nós nem vimos nada.

– Talvez nesse meio tempo vocês lembrem de alguma coisa. – a policial disse com um sorriso azedo.

– Poderiam nos dar algum telefone de contato? – pediu seu parceiro.

– O meu quebrou... – Thalia inventou a primeira desculpa que teve.

Percebendo que estavam praticamente se entregando, Annabeth resolveu dizer o número de seu celular. Era o que garotas sem culpa fariam, certo?

– Agradecemos sua compreensão. – a mulher deu-lhe um sorriso cínico. – Espero que seu celular volte a funcionar logo. – ela se direcionou a Thalia.

Em sua cama, olhando para o teto, Leo queria ter alguma coisa para fazer. Achara que enrolado em seu lençol as coisas melhorariam, mas já se passavam das dez da manhã e ele não havia pregado o olho. Estava exausto, mas não conseguia dormir com tudo o que acontecia ao seu redor.

Seu pai já havia passado por sua porta para saber se ele ainda estava dormindo e, ao menos, ele conseguira disfarçar ser um menino normal de dezesseis anos que aproveitava o domingo para descansar. Todavia, Leo sabia que estava longe de ser isso. Era um assassino. Querendo ele ou não, suas mãos estavam para sempre sujas de sangue inocente.

Ele riu, contudo. Era incrível como, mesmo morta, Calipso conseguia sua piedade. Era um tolo por sentir pena daquela menina. Ela esquartejara seu coração, merecia esse fim. Havia humilhado-o, feito dele seu brinquedo de estimação, e quando ele finalmente decidia aniquilar qualquer resquício de seu amor por aquela garota, ela conseguia trazê-lo de volta.

Vendo seu celular apitar, pegou-o para finalmente responder as mensagens que Jason mandara para ele. Dessa vez, porém, não era o Grace que havia falado com ele. Percy Jackson tinha finalmente tomado coragem e ligado para o colega.

Cara. – foi o que ele falou quando Leo atendeu.

O garoto não sabia o que falar. Perguntar sobre a noite anterior? Não, obrigado. Falar sobre o dever de física de amanhã? Patético demais.

Percy, porém, já tinha um objetivo em mente.

– Nós precisamos conversar.

Ele pensara se isso poderia soar muito gay, mas era a verdade, afinal. Eles precisavam conversar sobre muitas coisas.

Vinham se falando desde o início da semana passada com um único plano em mente: Mostrar a Calipso Atlas que estavam se libertando de suas gaiolas. Tal como Leo, Calipso mantinha Percy numa coleira para quando ela quisesse passear com ele. Depois de muito pensar, o Jackson propôs que eles dessem um presentinho à Calipso. Haviam pensado em assustá-la, somente. Não acharam que um plano como esse pudesse ter um desfecho tão grande. Por uma vingança de adolescente, a menina estava morta.

– Acho que os outros também deviam ir. – foi o que Leo disse. – Elas estavam lá também, certo?

Percy manteve-se calado. Tinha pensado nisso também, afinal não eram os únicos que presenciaram os acontecimentos daquela noite. Lembrava-se com clareza de ver aquela menina, Chase, estar conversando com Calipso junto a Thalia Grace, e também de Reyna, a menina do café em frente à sua casa, aparecer no meio daquilo tudo, mas não conhecia nenhuma delas. De repente, era uma ideia insana chama-las para tomar um café enquanto conversavam casualmente sobre como mataram a Menina Atlas.

– Acho que- Percy falava, mas calou-se ao ver a matéria seguinte na televisão de seu quarto. – Cara, você ‘tá com a TV ligada?

– Deveria? – Leo perguntou.

– Ouça isso. – Percy mandou, encostando o bocal do telefone próximo ao som da televisão.

Ainda agora foi confirmado pelo detetive a descoberta de uma moto próximo à cena do crime. – a mulher dizia – O automóvel, uma BMW – G 659 GS-

Puta merda. – ele ouviu Leo falar do outro lado da linha.

– Valdez, você deixou sua moto lá? – Percy falava entre dentes.

– Não achei ela, cara. Estava procurando quando encontrei dois policiais – ele explicava. -, claro que dei no pé.

– Eles te viram, Leo? – a situação parecia cada vez pior.

– Estava ocupado demais salvando minha pele, Jackson, não pude perceber se estavam apreciando minha beleza. – Leo foi irônico.

– Sem gracinhas, Valdez. – Percy pedia, massageando suas têmporas.

– Desculpe, papai. – Leo estava irritado.

Tinha errado, já entendera. Não precisava de outras pessoas lhe dizendo isso.

– Leo? – alguém chamou-o do outro lado da porta.

– Preciso desligar. – ele disse, já apertando o botão vermelho de seu Nexus.


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Notas finais do capítulo

Tenso, tenso, tenso, só tenho isso pra dizer. -.-
O que acharam da escolha do Dionísio como o detetive?



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