(DESCONTINUADA) Criminal Scene escrita por Scamander


Capítulo 9
09. República dos Pecadores


Notas iniciais do capítulo

YAY, isso não é uma ilusão, nova att aqui pra vocês!
Então, eu particularmente achei esse título meio forçado, então caso alguém tenha uma sugestão para um título de cap. melhor, ficarei grata se me dissesse.
O cap. é dedicado à Duda Chase (/103140), que me fez acordar de manhã com uma recomendação dessas para Criminal Scene. S2



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Se Annabeth não tinha sorte, Leo devia ter sido o demônio em sua vida passada.

Não que ele acreditasse nisso. Mas quem realmente acredita antes que aconteça?

Se Martinho Lutero não tivesse sido atingido por um raio, ele não teria ingressado na Igreja Católica e começado a acreditar numa outra religião. É tudo uma questão de fé. Para Leo, até que provassem que o Apolo11 pousou na lua (no caso, ele regressasse no tempo para fazer parte dessa viagem), ele continuaria achando que aquilo era mentira.

Mas aquele não era o momento certo para devaneios.

Porque lá estava Leo Valdez, espremido contra uma garota incrivelmente gostosa debaixo de uma mesa de filmagens, na sala de segurança de um hospital. Inacreditável, não?

Como disse, precisa-se de fé.

Voltemos então há duas horas atrás, quando Leo, Percy, Silena e Thalia reuniram-se na sala de estar da residência dos Grace, aguardando Annabeth e Reyna para explicar o porquê daquela reunião urgente.

Não que alguém tivesse mencionado que o encontro era urgente, mas cara, quem em pleno século XXI apela para o uso do Caps Lock quando sua única intensão é encontrar os amigos para um chá da tarde?

Dessa forma, quando ouviram o ding dong vindo da porta da frente, todos os quatro levantaram-se bruscamente para atender as duas garotas sem fôlego, na porta do número 16.

− Por favor, diga que o carro do seu pai ainda está aqui. – foi o cumprimento de Annabeth.

− Está na garagem. – Thalia falava, o cenho franzido para as duas figuras vermelhas e suadas a sua frente.

− Nós precisamos dele, explico no caminho. – a loira falava com o resto de fôlego que tinha pelo que, aparentemente, fora uma corrida até ali.

Em outras situações, Leo seria completamente contra pegar o carro de Zeus sem seu consentimento porque, bem, da última vez que ele e Jason fizeram isso, o Valdez não pôde pisar no gramado da casa dos Grace por quatro longos meses. No entanto, sabendo que sua opinião de nada valia e vendo a situação das duas meninas a sua frente, ele apressou-se junto aos outros seis até a garagem onde um carro de, oops, cinco lugares os esperava.

− Leo? – Annabeth olhou para ele alarmada, precisava de todos para que seu plano desse certo. – Sua moto-

− Ainda não me devolveram.

Para falar a verdade, Leo nem fizera questão de ir na delegacia pedi-la de volta. Não era louco de aparecer lá e pedir que, por favor, devolvessem a moto que havia misteriosamente aparecido próximo a cena de um crime.

− Uh, certo, teremos que desobedecer algumas leis de trânsito hoje. – a loira falou com uma expressão sinistra.

Por dentro, sentiu-se culpada por estar infligindo as leis, mas não tinham tempo para arrumar qualquer outra solução e, honestamente, quem se importava com as leis quando era culpado por um homicídio?

O.k, aquilo não tinha tido o efeito que ela pretendia.

Quando todos se acomodaram no carro e Thalia pôs-se a dirigir por entre as ruas de Dover naquele início de tarde, Annabeth começou a atualizá-los, tentando ser o mais objetiva possível (em outras palavras, ignorando o fato de que teria que escrever uma matéria sobre nossa ilustríssima Calipso Atlas até o final daquela semana).

− As únicas coisas que entendi foram que Calipso foi vista conversando com um cara no hospital e que os policiais estão indo para lá. – ela dizia.

− Tá, e o que nós temos a ver com isso? – Percy franziu o cenho, tentando ajeitar-se melhor enquanto era amassado pelo quadril de Silena contra a porta do lado direito daquele Volvo.

Annabeth olhou-o pelo espelho retrovisor, ponderando se devia ou não responder a pergunta.

Percy – a doçura em sua voz mascarava a vontade que a menina tinha de socar o Jackson até perder a consciência. Talvez estivesse sendo um pouco temperamental demais, mas não tinha tempo para perguntas como aquela. – os policiais querem refazer os passos de Calipso desde aquela manhã.

− Eu sei disso.

− Bem, não que isso importe, ma-

− Olha, Percy, se eles começarem a refazer os passos da Calipso – Thalia interrompeu a ironia da amiga. -, eles chegarão até nós e vão descobrir que somos culpados pela morte dela.

− Mas por que aquelas filmagens deveriam nos preocupar? – dessa vez, era Leo que não entendia.

Homens.

− É o que vamos descobrir. – Reyna falou, pondo um fim naquela história.

Leo e Percy trocaram olhares significativos.

Mulheres.

− Certo. – Thalia estalou a língua no céu da boca, chamando a atenção dos demais. – Qual o plano?

Annabeth empertigou-se no banco do passageiro.

− Bem, como foi tudo de repente, não vamos conseguir fazer o que a gente quer em pouco tempo, então a minha ideia era pegarmos as filmagens e analisar tudo depois com cuidado. – ela disparou, limpando a garganta. – Claro que para isso, precisamos driblar a segurança do hospital e, na pior das hipóteses, o detetive e sua turma.

O plano de Annabeth era simples e, se todos trabalhassem direito, poderia dar certo.

Logo que chegassem ao hospital, Percy carregaria uma Annabeth branca como papel até a recepção e começaria a encenar o cara desesperado com a namorada que, de repente, começara a passar mal.

Aparentemente, eles eram tão bons naquilo que conseguiram prender a atenção de todos naquele Saguão, tornando ainda mais fácil a entrada de Leo, Thalia e Reyna nos elevadores até o último andar – onde, segundo um quadro pregado próximo a recepção, encontravam-se a Sala de Reuniões, Segurança & Quiosque.

Silena, que até então não sabia o que faria, ficou encarregada de vigiar no carro, com o celular já pronto para avisar Thalia caso qualquer viatura policial aparecesse.

A Grace, por sua vez, dera sorte ao encontrar logo duas coroas com terços na mão e começar a cantarolar músicas talvez-um-pouco-ofensivas-demais-para-a-igreja, travando então uma pequena discussão com aquelas cinquentonas porque, minha jovem, Ele está vendo seu comportamento para o momento d’O Juízo Final.

Vendo dois brutamontes engravatados saindo de uma sala escura para acalmar Thalia e sua língua afiada, Reyna e Leo adentraram a sala de segurança torcendo para não haver mais ninguém ali.

Filho da puta sortudo. - Leo murmurou para si mesmo.

− Certo, o que eu faço agora? – Reyna olhou para o painel em frente a ela, conseguindo ver Annabeth ser colocada numa maca e Thalia discutir com os dois seguranças numa coragem que nem mesmo a própria sabia que tinha.

− Fique atenta a qualquer aproximação, vou procurar pelas fitas. – Leo mandou.

Haviam decidido ainda no percurso para o hospital que, por seu excelente desempenho em computação, Leo era o mais apto àquela tarefa e, modéstia parte, ele era mesmo.

Com o ego inflado e os neurônios funcionando a mil por hora, ele sentou-se em frente a um dos computadores com os dedos coçando para começar a agir logo. Antes mesmo que pudesse notar, já digitava códigos e senhas, invadindo o sistema do hospital e encontrando o que por acaso eram as filmagens dos últimos dias.

Varrendo os olhos a procura de uma data específica, ele precisou rolar a tela duas vezes para perceber que a merda do vídeo não estava ali.

Balançando as pernas em sinal de nervosismo, ele digitou mais e mais no computador, fazendo Reyna se assustar com a velocidade com que seus dedos tocavam no teclado e o computador respondia a seus comandos.

A garota piscou, vendo-se de repente um pouco concentrada demais naquele rosto iluminado pelo monitor do computador. Desviando o olhar, ela procurava pelo telão a sua frente qualquer sinal de aproximação, assustando-se com uma Thalia sendo arrastada pelos corredores pelos tais seguranças.

Leo. – Reyna sussurrou num tom de aviso.

− Já estou indo, estou indo, fique calma. – ele dizia, falando mais para si do que para qualquer um.

Não era possível que as gravações não estivessem naqueles arquivos. “Todas as Filmagens” era o que dizia na etiqueta, então por que raio todas as filmagens não estavam lá?!

− Leo, rápido! – Reyna apressava-o, vendo um dos seguranças descer junto a Thalia num dos elevadores enquanto o outro caminhava calmamente pelos corredores, na direção em que eles estavam.

− To tentando, caralh-

Mas Leo se calou, vendo a tela se iluminar de repente.

Assustando-se ao ver o Saguão onde estava antes, varreu a área até encontrar duas figuras conhecidas num canto daquela tela.

Leo podia estar louco, mas sentiu seu mundo parar ao ver as feições de Calipso mais uma vez. O rosto ainda estava iluminado, com vida, embora seus olhos estivessem tão arregalados quanto da última vez.

As mexas de seu cabelo castanho caiam em cascatas por suas costas, a pele alva era beijada pelo tecido fino de um vestido branco e seus lábios molhados pelo batom cereja mexiam-se nervosamente.

Calipso podia ser uma megera e podia tratá-lo como um perdedor, ele não ligava, continuava sentindo o coração acelerando, mesmo que vendo-a por uma filmagem. E ele podia não querer ser um idiota apaixonado por uma garota que sequer merecia sua atenção, aquilo não ia mudar em nada - Leo ainda era a porra de um idiota apaixonado.

− Leo! – Reyna gritava, aflita, tentando chamar a atenção do Valdez.

Que merda ele está fazendo?, Reyna perguntou-se, sentindo o sangue ferver.

Não tinham tempo para distrações, Leo precisava ser rápido!

E enquanto constatava, com o rabo do olho, que o segurança acabara de virar o corredor a sua direita, ela sacudia Leo, fazendo com que ele despertasse de seu transe.

Arregalando os olhos, o garoto foi por instinto.

Puxou o primeiro pen-drive que encontrou largado na confusão daquela mesa, enfiando-o no computador e passando o arquivo para lá. Sem esperar sequer o sinal de que a transferência fora concluída, ele fechou a página e arrancou o pen-drive, enquanto era puxado por Reyna para debaixo da mesa a tempo de ver a maçaneta da porta girar.

E lá estava Leo Valdez, espremido contra uma garota incrivelmente gostosa debaixo de uma mesa de filmagens, na sala de segurança de um hospital.

Grudando as costas na parede, com os joelhos doloridos enquanto tentava não encostar nas pernas gordas do homem de preto, ele agradeceu quando o segurança colocou os pés na mesa, dando a Leo uma oportunidade de relaxar momentaneamente.

Momentaneamente.

Antes sequer que pudesse desencostar-se de Reyna, ele sentiu seu celular vibrar.

Mas espere, aquele não era seu Nexus.

Vendo uma Reyna desesperada enfiar a mão no bolso enquanto desligava o aparelho, ele foi esperto o suficiente para ler o nome no identificador de chamadas. Silena.

Antes mesmo de terem uma reação concreta, ouviram o barulho no intercomunicador do segurança perto deles.

Eles chegaram, câmbio.


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Notas finais do capítulo

A minha intenção é fazer uma att dupla hoje, porque o próximo capítulo já está quase todo escrito, mas eu não vou prometer nada porque depois eu não consigo e vem gente me apedrejar.
Well, comemorem comigo porque PLL tá chegando e eu vou morrer quando assistir aquele especial de Natal, so.. *---*