(DESCONTINUADA) Criminal Scene escrita por Scamander


Capítulo 4
04. Taking this one to the grave.


Notas iniciais do capítulo

Heey, guys!
O título do capítulo é uma referência a música Secrets - The Pierces. "Levá-lo para a sepultura".
E eu já disse o quanto amo meus leitores? Porque eu amo demais vocês, cara! Vocês são muito pra mim, gente! Mas não parem, ok? kkk Lov u guys so much.
E como vocês vão ler no capítulo, a história se passa em Dover, Delaware, porque é um estado bastante empresarial, por assim dizer. :P



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O enterro de Calipso veio a acontecer quatro dias depois de assinado seu atestado de óbito. Como porta-voz da família, seu pai, Atlas, dissera numa entrevista à imprensa que contava com o apoio de todos os habitantes de Dover, Delaware, naquele período de luto. Assim, àquela manhã, toda à cidade havia parado para se despedir da tão adorada Menina Atlas.

Silena nunca tinha visto a porta de uma igreja tão cheia de pessoas. Haviam repórteres, familiares, amigos, cidadãos e até mesmo cachorros de rua que se divertiam com aquela parafernália toda, correndo atrás de vestidos longos, pulando em cima de ternos risca-giz e assustando crianças que se agarravam a barra da saia de suas mães.

Logo que saiu, várias câmeras se direcionaram para ela. Os paparazzi haviam reconhecido, então, a menina que passara com Calipso sua última noite. Eles vinham perseguindo-a desde que saíra da delegacia. Haviam montes destes acampando em suas casa e ela pôde até listar rostos conhecidos atrás daquelas câmeras agonizadas.

Drew, sua irmã mais velha, puxava-a pelo braço, tentando abrir caminho pela multidão que as cercara. Já sua mãe, Afrodite, sorria graciosamente enquanto respondia às perguntas que lhe eram feitas, ignorando o alerta do Detetive de não comentarem com ninguém a respeito do caso quando passara em sua casa, mais cedo, preparando-as para o assédio. Ela podia ouvir a voz de Piper gritando para que todos se afastassem, mas nem isso parecia surtir efeito naqueles jornalistas.

Quando finalmente conseguiram entrar, Silena já estava com metade de seu penteado desfeito. Não que ela quisesse vir arrumada para o enterro, mas suas irmãs convenceram-na, dizendo que Calipso gostaria, sem dúvidas, de vê-la glamorosa aquele dia.

O único problema era que ela não a veria.

Contudo, Silena deixou que, como antes de chegarem, as duas improvisassem algo prático para manter-se apresentável na porta da igreja após fugirem da multidão.

Desde que chegara em casa, elas vinham sendo mais solidárias que de costume com Silena. Até mesmo Drew – e especialmente ela – não tinha deixado a menina um momento sequer sozinha para que pudesse se desfazer em lágrimas. Ela recebera, também, o telefonema de uma amiga que fizera no último caso de amor de sua mãe, Clarisse, que perguntara se era preciso que ela pegasse o primeiro voo de volta para casa para ajudá-la.

Silena acalmou ambas as garotas, mas Drew não deixara a menina sozinha por um momento e Clarisse ligava de cinco em cinco minutos para confirmar que realmente estava tudo bem e que, não, ela não precisava interromper suas férias.

Logo que as irmãs saíram de sua frente, Silena pôde ter uma visão da cerimônia. A maioria das cadeiras já estavam ocupadas, todas por pessoas de preto com terços na mão. Não haviam garçons circulando, provavelmente porque os pais de Calipso imaginaram ser exagerado demais, mas havia uma mesa ao lado com algumas taças de champanhe e salgados para beliscar.

Silena não deixou de ouvir, no interior de sua mente, a voz de Calipso falando sobre a qualidade do buffet. Ela provavelmente reclamaria de estar faltando vinho, porque, embora champanhe fosse algo irresistível, não havia sensação melhor que o cheiro de vinho tinto. Também criticaria a distribuição dos aperitivos - os salgados ainda estavam em bandejas de isopor, dá pra acreditar? E o que faria a amiga fazer um escândalo: não havia caviar. Onde já se viu uma festa sem caviar?!, ela exclamaria.

Balançando a cabeça, tentou tirar a voz de Calipso da cabeça porque, junto com essas lembranças, vinham outras nem-tão-agradáveis.

A Sra. Atlas, mãe de Calipso, que se encontrava próximo ao caixão da filha, sorriu ao ver Silena. Sussurrando algo para o marido, desceu as escadas do patamar onde descansava o caixão. Caminhou na direção dela, parando algumas vezes para falar com os presentes, abrindo sorrisos pesados.

Quando finalmente terminou seu caminho, estendeu os braços para Silena.

– Queriiiiida! – Afrodite colocou-se na frente das duas, abraçando a Sra. Atlas. – Céus, você está bem? – ela perguntou, largando-se de Pleione para observá-la.

– Ah, querida, você sabe. – ela deu de ombros. Contra a luz, Silena percebeu que seus olhos estavam marejados.

– Eu sinto tanto. – Afrodite deu ênfase na frase. – Quando Silena me contou... Fiquei arrasada! Calipso era uma menina tão carinhosa, simpática, linda. Ainda não acredito que alguém possa ter feito isso com ela!

Um arrepio percorreu as costas de Silena. É, ela também não acreditava.

A Sra. Atlas assentiu pesadamente.

– Ainda estamos lidando com o baque, sabe? – ela falava. – Calipso estava tão bem, nem suspeitamos de nada.

– Como assim? – Afrodite arqueou as sobrancelhas.

– O detetive acha que esse plano pode ter sido armado há tempos. – começou. – Fico surpresa de a imprensa ainda não ter comentado nada a respeito. Ultimamente, eles vêm sabendo mais da minha vida do que eu.

– Oh, sim, lá em casa há umas cinco barracas, já. – Afrodite disse, compreensiva. – Já tentamos expulsá-los – mentira –, mas os coitados só estão fazendo o trabalho deles, não é?

– Eles exageram um pouco demais.

Silena admirava como, mesmo depois de perder uma filha, a Sra. Atlas conseguia se manter firme. Nas entrevistas que vira, pelo menos, ela estava bem acabada. Devia estar começando a se recompor, também. De qualquer forma, ela conseguia agir melhor que a garota, que desabava só com conversas monossilábicas.

– Sinto muito por isso tudo... – Piper sorriu, solidária.

Pleione sorriu, agradecida.

– Quem deve se desculpar, e pagar por seus erros, é o assassino de Calipso. – sua expressão mudou radicalmente, havia um brilho sedento em seu olhar, como de uma mãe que protegia a filha (naquele caso, que não protegera o suficiente).

Silena sentiu um arrepio nas costas, que foi se propagando para sua nuca e formigando até ponta de seus dedos.

– Ah, eu preciso falar com Hefesto. – Afrodite já se despedia, olhando fixamente para a mulher de vestido curto com quem seu futuro-marido conversava. – Espero que possamos ajudá-la, querida.

– Vocês já ajudam estando aqui. – a Sra. Atlas abriu um sorriso, mas Afrodite estava mais interessada em seu noivo.

– Sinto muito por ela. – Piper pedia, desconcertada.

– Mamãe está meio em transe pelo casamento. – Silena remendou.

– E acho que aquela mulher está próxima demais de seu noivo para ela se manter relaxada. – Drew observou, focalizando em Hefesto e na Sra. Vestido Curto.

– Precisamos ir. – Piper se adiantou. – Antes que ela começar um escândalo.

Drew a seguiu, parando apenas para perguntar se Silena viria.

– Fique um pouco. – pediu a Sra. Atlas, apertando seu punho para reforçar o pedido.

– Já estou indo. – ela disse para Drew, que assentiu.

– Desculpe por todo o assédio lá na frente. – a Sra. Atlas engatou a conversa. – Mas Calipso vai adorar - Pleione balançou a cabeça, se concertando: - Ia adorar toda essa atenção, então...

A menina apenas sorriu.

– Desculpe. – pediu a Sra. Atlas, os olhos mais vermelhos. – Ainda é difícil pensar que ela se foi, entende?

Silena precisou conter as lágrimas. Queria saber o que falar.

– Ela adoraria as flores do salão... – comentou, olhando a decoração de flores roxas ao redor.

Eram artificiais, Silena percebera, mas isso porque vira várias dessas verdadeiras no quarto de Calipso inúmeras vezes. Ela nunca dissera o nome da espécie, e como Silena nunca pesquisara, apenas chamava-as de As Flores de Calipso.

– Pensei nisso na hora de decorar. Não queríamos nada extravagante, então... – a Sra. Atlas se explicou. – Ainda fico imaginando se ela gostaria dessa coisa simples. É como se pudesse ouvir sua voz reclamando das bandejas de isopor...

– Ou do caviar. – Silena lembrou.

Não sabia se devia ter falado aquilo, a Sra. Atlas havia trabalhado com afinco na cerimônia, não duvidava, mas sentia-se melhor jogando algumas coisas para fora. Especialmente coisas quem nem eram dela.

– Ah, sim, o caviar. – Pleione riu. – Acredita que Zöe se esqueceu de encomendar?

Zöe era uma das irmãs de Calipso. Silena não se lembrava tanto dela, as duas não tinham tanta afinidade. Logo que terminara o colegial, Zöe se mudara para Nova Iorque e começara a trabalhar. Calipso vivia zombando-a porque a irmã não conseguira passar em Yale, a universidade de seus sonhos, e logo que chegara para passar as férias com a família, as duas tiveram uma briga.

Silena imaginara que esse fosse o motivo para Calipso querer ir embora da cidade aquele dia, mesmo sem entender o porquê de acampar, afinal, ambas odiavam insetos. Mas Calipso tinha um dom incrível para convencer as pessoas e isso fez com que Silena pegasse o Jipe de Piper sem pedir e dirigisse até aquela floresta. Talvez, se ela não tivesse aceitado a proposta, a amiga ainda estivesse viva.

Com os olhos cheios de lágrimas, ela sentiu-se ser abraçada. A Sra. Atlas derramava algumas lágrimas também, e juntas compartilhavam sua dor. Uma mãe que perdera a filha, uma amiga que perdera a outra. Contudo, a Sra. Atlas não tinha que se culpar de nada. Silena, porém, tinha o peso da culpa curvando suas costas.

Seguindo para o banco onde suas irmãs e sua mãe estavam, logo depois de Atlas vir falar com a mulher para cumprimentar alguns sócios, Silena sentiu as pernas fraquejarem. Drew, percebendo o movimento, levantou-se. Balançando a cabeça negativamente, sibilando para a irmã ficar tranquila, ela mirou o lugar vago ao lado de Piper e encaminhou-se para lá, aflita. Embora houvessem cinco pares de cabeça entre eles, Silena sentia os olhos de Leo sobre ela.

Cutucando Percy, que sentara ao seu lado logo que chegara na igreja, Leo via Silena se aproximar.

Cara.

Fazia pouco tempo que o Valdez andava com Percy, mas já entendera que naquele “cara” que o garoto soltava havia uma mensagem subliminar escondida.

Mexendo-se desconfortável, ele percebeu que Silena vinha até eles.

Espichando a cabeça, Leo percebeu que Jason havia ocupado o lugar na outra ponta, próximo a Piper. Ele poderia zoar o amigo depois, mas estava realmente tentado a mata-lo, porque agora, o único lugar que sobrava naquela fileira ficava ao lado de Percy.

O Jackson nunca se dera muito bem com gravatas e, se não fosse pelo Google, ele não saberia nem como passa-la pelo pescoço. Mas agora, especialmente, ele percebera que o nó que dera na sua estava um pouco apertado demais. Tentando afrouxá-lo, era como se estivesse sufocado.

Enquanto conversava com Leo aquela manhã, Percy descobrira que o outro nem havia visto Silena lá, o que provavelmente facilitara para Leo na hora de encarar a menina. Ele, contudo, se lembrava nitidamente da figura de Silena observando-os à espreita aquela noite. Olhar para seu rosto, enquanto sentava-se perto dele, seria como assinar sua própria execução.

Ao longe, Annabeth e Thalia observavam tudo, tensas.

Talvez por seus nomes não terem sido divulgados, a atenção dos paparazzi fora em sua maioria dirigida à Atena, que até então mantivera-se discreta. No entanto, bastou que colocasse os pés para fora de seu Prius, que fora obrigada a, ao menos, mandar os repórteres se afastarem.

Alguns jornalistas, contudo, haviam juntado as peças e, percebendo que a Casa do Lago mais próxima pertencia à família Chase e, ainda mais, que haviam duas meninas naquele carro, cercaram-nas. Mesmo tendo uma quantidade menor do que a de sua mãe rodeando-a, Annabeth tivera um trabalho incrivelmente maior para se livrar deles.

Quando chegaram a porta da igreja, Atena parou para retocar pela tela de seu telefone o batom cobre em sua boca.

Seguindo para uma fileira mais ao fundo, as três foram impedidas por Atlas, que desceu daquele mesmo tablado onde sua mulher estava para cumprimentar Atena que, cordialmente, prestou seus pêsames.

Enquanto Thalia alienava-se daquela conversava formal de executivos, Annabeth tentava a todo custo ocupar-se de alguma forma.

Sentia olhos sobre suas costas, mas tinha medo até de saber quem a encarava. Mexia em sua bolsa, depois passava as mãos por seus cabelos, girava seu relógio no pulso e, por fim, alisava seu vestido preto. Tentava acalmar-se, mas olhar para Atlas fazia um arrepio percorre toda a sua coluna.

Por mais parecida que fosse com a mãe, havia algo que, inegavelmente, Calipso puxara ao pai: Os olhos. Aqueles mesmos olhos que outrora encararam-na apavorados, agora espiavam-na pelo canto do olho.

– Está tudo bem, Annabeth? – havia uma pontada de irritação na pergunta de Atena.

Annabeth sorriu forçadamente, negando. Não, não estava nada bem. Mas ela preferiu não falar isso. E esquecer-se daquele sentimento, também.

Forçando-se a ficar parada, ela tentava ouvir atentamente o que sua mãe conversava. As palavras, no entanto, pareciam embaralhar seu cérebro. Havia ouvido o nome Calipso, sim, mais de uma vez, mas igualmente ouvira os dois comentarem sobre ações, empreendimento e negócios.

Atena vez ou outra lançava um olhar nervoso para a filha, mas foi quando Thalia sibilou para ela que percebeu estar batendo a sola de seus saltos ritmadamente no chão, causando eco por todo o salão.

Despedindo-se finalmente de Atlas, Atena agarrou o punho da filha a arrastou-a para a fileira mais próxima. Thalia as seguia.

– Posso saber o que deu em você?

Balançando a cabeça, foi a amiga quem explicou por ela:

– Annie está nervosa, tia. – falava. - Ela dormiu quase na cena do crime. Tipo, podia ter sido ela, certo?

Atena arrepiou-se.

– Ah, claro. – disse, mas aquela ideia não parecera fazer seu semblante irritado desaparecer. – Só tente se acalmar, está bem?

Annabeth assentiu. Só então percebeu que Atena olhava-a como se esperasse que fizesse alguma coisa. Thalia cutucou-a na costela, empurrando-a para o lugar ao lado de sua mãe.

– Controle-se. – a amiga sussurrou.

– Você consegue? – a loira ironizou.

Agora, principalmente, nenhuma das duas conseguia ficar quieta.

Olhando para frente, conseguiam ver tanto Percy quanto Leo e, mais ainda, Silena. Estavam aflitas com o que a menina podia fazer. Ambas já haviam se perguntado inúmeras vezes por que a garota ainda não havia denunciado nenhum deles, mas mesmo sem chegar a uma conclusão, estavam cientes de que Silena podia abrir a boca a qualquer momento. Agora, especialmente, seria uma boa hora.

Com metade da cidade como plateia, havia melhor hora para falar que não reunindo todos os culpados, mais a família da vítima, policiais e, para cobrir o evento, a imprensa? Era como se ela estivesse contando os segundos para que o momento chegasse.

Olhando para o relógio, Annabeth constatou que já haviam se passado mais de uma hora desde que haviam chegado e o enterro não havia começado. Thalia, que observava a família Atlas, percebia a inquietação de todos. O pai de Calipso conversava com a esposa, inquieto. O que quer que os impedia de começar a cerimônia parecia estar realmente atrasado.

Reyna, que entrara sem dificuldades pela porta dos fundos com Rachel, apressava a amiga. Nenhuma delas era de ir a enterros, até porque a cerimônia da crença de Rachel – ou no que quer que ela confiasse – tinha várias outras etapas que divergiam os procedimentos católicos. No entanto, ambas receberam um convite da Sra. Atlas por telefone, convidando-as.

Negando-se até o fim, Reyna foi obrigada a vestir seu melhor vestido neutro e comparecer àquele funeral. Segundo Rachel, a mãe de Calipso dissera que a menina vinha simpatizando com as duas, seria deselegante não ir.

– E quando foi que você se preocupou em parecer deselegante? – Reyna sussurrou, enquanto Rachel tapava o bocal do telefone.

Mas mesmo com todos os seus argumentos, lá estavam elas. Super-atrasadas, mas estavam.

Uma das irmãs de Calipso, uma tal de Zöe, as acompanhava pelo longo caminho até a sala onde ocorreria a cerimônia, reclamando sobre o atraso. Nada doce essa senhorita, Reyna ousava pensar.

Quando chegaram finalmente, a garota quase teve uma parada cardíaca. Sabia que, por terem pego um caminho diferente, entrariam consequentemente por outro lado. O que a menina não pensara, entretanto, era para onde daria esse caminho.

Quando topou com o rosto desfalecido de Calipso, ela quase gritou. Rachel, que até então segurara as lágrimas, deixou que corressem livremente por seu peito. Sem conseguir respirar direito, Reyna via o mesmo rosto que segurara as margens do lago encará-la assustadoramente. Ela queria entender por que raios eles não haviam fechado os olhos de Calipso, mas seu susto era tamanho que ela não conseguia nem se mover.

A Sra. Atlas, percebendo finalmente a presença das duas, caminhou apressada para Rachel. Reyna não entendia como ela tinha conseguido, mas chegara ainda mais perto do caixão e, agora, observava as linhas do rosto da Menina Atlas enquanto era abraçada pela mãe de Calipso.

Sentindo-se observada, ela levantou os olhos.

Todos no salão haviam parado para observar a cena. Sentia os irmãos Stoll, pestinhas que adoravam bagunçar o restaurante em que trabalhava, fitarem-na, curiosos. Afrodite, uma dondoca que costumava comprar suas tortas com ela, observava-a com uma expressão estranha. Ela sentia, também, o olhar do Detetive D., que comparecera com aquele mesma gravata de leopardo ao enterro.

Vasculhando ainda mais o local, ela encontrou outros rostos ainda mais indesejados. Annabeth Chase e Thalia Grace olhavam-na assustadas, uma expressão de incredulidade ocupara as feições de Percy Jackson, Silena Beauregard tinha o pavor estampado no rosto e Leo Valdez, com seus olhos castanhos, encarava-a com uma expressão indecifrável.

Vendo que Rachel a puxava pela manga de seu vestido, ela percebeu que era hora de sentar-se.

Passou o resto do enterro indiferente a tudo aquilo. Podia dizer que ela estava submersa a seus próprios pensamentos, mas, verdadeiramente, o que sentia vagando por aquele mar de lembranças era uma sensação de afogamento mesmo. Queria poder esquecer da sensação da água corrente tocando seus braços, ou do olhar vago de Calipso, entregando-se para a morte, mas ela nem precisava fechar os olhos para que tudo aquilo voltasse à tona.

Quando levantou-se para caminhar como os demais atrás do caixão, ela arregalou os olhos.

Annabeth não era familiarizada com enterros. No entanto, em todos os que fora, tinha certeza de não ter visto o caixão ser carregado tão baixo, nem de não haver tampa neste ou, tampouco, de manterem o morto de olhos aberto.

Olhando para Calipso, com sua pele pálida, cabelos sedosos e orbes castanhas, era quase como se a menina ainda estivesse lá, pronta para contar tudo o que acontecera.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? O capítulo tá um pouco maior que os outros, eu sei, mas como vocês provavelmente perceberam, a Silena finalmente deu as caras e para que eu consiga escrever sobre todas as perspectivas - mesmo que na terceira pessoa - os capítulos tem que ser um pouquinho mais longo. Prometo tentar encurtar, porque Deus sabe o que caps. longo demais causam, mas espero que vocês tenham gostado. :*



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