(DESCONTINUADA) Criminal Scene escrita por Scamander


Capítulo 13
13. Dear Mardy Bum


Notas iniciais do capítulo

Eu to meio que sem saber o que dizer por aqui, para ser honesta. "Olá, tudo bem?" não soa muito bem, eu acho, especialmente depois desse último mês sem atualização nenhuma. E eu realmente sinto muito por isso. "Ah, sério?!". Mas é sério, gente, ai meu deus, que vergonha *se esconde* Vocês são tão perfeitos vindo falar comigo e perguntando sobre os próximos capítulo e tudo o que eu queria dizer era que iria postá-lo imediatamente, mas como? Meu Word deu bug, estou finalizando minha outra fanfic e, para finalizar, a criatividade não coopera. Fora que eu não fiquei extremamente satisfeita com esse capítulo, mas como já extrapolamos as duas mil palavras, resolvi passar aqui com esse pedido de desculpas. :/
Eu amo vocês mesmo, gente, sério. Ver que vocês gostam da história e se preocupam comigo, vindo me procurar aqui no Nyah! mesmo ou em outras redes-sociais procurando saber das futuras att ou me explicar da demora para deixarem comentários (já disse e repito: sintam-se livres aqui em Criminal Scene, não quero que comentar venha a ser uma obrigação para nenhum de vocês, ficar a vontade é o lema da fic, ok? ok.) faz meu dia mais colorido, vocês não tem noção.
Sem mais açúcar, vejo vocês lá embaixo?



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Thalia tem três anos de novo. Sua mãe está ao seu lado, descongelando uma lasanha, enquanto a pequena Grace devora um pote de biscoitos Oreo. Enquanto a Sra. Grace estiver tragando seus Marlboro, Thalia sabe que não precisa se preocupar com a discrição, mas assim como sua mãe vai correr pela casa espalhando incensos para abafar o cheiro de fumaça, a garota terá que repor o pote em cima da geladeira quando seu pai chegar.

Hoje, é como se ela estivesse numa transição de pequena Thalia para a jovem Sra. Grace antes dos anos dourados – quando fugiu na garupa de um motoboy almejando uma vida no estrelato dos palcos da Broadway. A única diferença é que em suas mãos a um maço incompleto de cigarros Camel e não os tais Marlboro Light que sua mãe escondia na gaveta de cuecas de Jason.

Ela sabe que é errado e que está tornando tudo mais perigoso ao se escorar nos muros da escola, mas ela simplesmente risca da caixa o aviso com suas unhas roídas. Se Thalia não fizer isso, ela provavelmente vai explodir.

Percy está paranoico com a situação de Annabeth sem nenhum motivo aparente, Leo e Reyna sumiram e Silena teima em bancar a coitada quando envolveu-se nisso tudo e não foi só por curiosidade. Meio que Thalia se sente responsável por eles - desvantagens de ser a mais velha entre os seis, provavelmente. (Pirralhos.)

— Ora, ora... – uma voz melodiosa ecoa pelo beco vazio e Luke Castellan entra em foco. Um sorriso perverso rasga suas feições e a garota quase deixa o cigarro cair pelo susto. — O que diria o dono da Olympus Enterprise se eu lhe dissesse que peguei sua princesinha com um Camel legítimo?

Trincando o maxilar, Thalia apoia uma perna na parede enquanto trava uma guerra com o botão do isqueiro que surrupiara do escritório do pai.

— Meus pêsames, talvez. — grunhiu enquanto sentia a ponta de seu dedo ser beliscada por mais uma de suas tentativas falhas de acender o cigarro.

O Castellan solta uma risadinha afetada pelo nariz e chega mais perto da Grace, tomando o isqueiro para si.

— Chegue mais perto. – pede, acendendo-o sem dificuldades.

Thalia revira os olhos. No fundo, apenas está tentando disfarçar seu orgulho ferido e Luke conhece e peça muito bem para, com um sorriso ladino, provocar:

— Só não se engasgue.

E no momento seguinte, a Grace está tossindo violentamente enquanto bate a mão no tórax. Quem dera fosse por causa da fumaça do cigarro que ela mal levou a boca.

— Cheguei num mal momento? – o homem de gravata leopardo franze o cenho em falsa inocência.

Luke divide-se em torcer as sobrancelhas para a Grace e sorrir para o detetive.

— Dionísio, meu caro! – por fim, Castellan aproximou-se com passadas largas do federal, que esticou os lábios no que poderia ter sido um sorriso, mas não.

Quando recuperou-se do susto, Thalia pisou na ponta do cigarro esquecido no chão e, num movimento brusco, enfiou seus Camel no bolso do jeans, sorrindo amarelo para a figura do policial parado na entrada do beco.

Seu gesto, no entanto, foi ignorado ao que o detetive simpatizava com Luke como velhos amigos, ora tocando em seu braço ou bagunçando os cabelos aloirados do Castellan que parecia totalmente à vontade com toda aquela afeição. Cretino.

— Fiquei surpreso quando disseram que tinha assuntos a tratar comigo, jovem Castellan. – o detetive comentou e Thalia empertigou-se, desencostando da parede imediatamente. – Presumo que tenha a ver com a Srta. Atlas, estou correto?

— Calipso e eu compartilhamos boas memórias, senhor. – o bastardo assentia mecanicamente, seu sorriso intacto nas feições de bom moço.

— Espero que seja de alguma ajuda, então. – detetive D. pôs a mão no ombro de Luke. – Vamos? – e quase virando a saída do beco, o detetive pareceu lembrar-se de algo. – Espero que não tenha interrompido nada, querida. – o sorriso significativo dirigida à Thalia acompanhou seus traços até que ele e Luke sumissem de vista.

E Thalia precisou de alguns minutos para processar o que tinha acontecido. Primeiramente, ela não conseguira fumar e todo o trabalho que tivera para roubar aquele isqueiro da sala de seu pai fora em vão; segundo, o detetive continuava chamando-a de querida e aquilo fazia com que a boca de seu estômago se contorcesse em repulsa e, por último, Luke estava indo conversar com o detetive. Como velhos amigos. Sobre Calipso.

Ela estava para ir atrás deles quando uma vibração em seu bolso esquerdo fez com que Thalia parasse de andar e, frente e faixada de Olympus High, a garota parou para ler a mensagem que havia recebido.

No Lótus. Agora. Sem mas. – Leo.

E Thalia apenas guardou o celular no bolso, silenciando-o.

O Valdez agradeceria depois.

Estresse. Aparentemente, aquilo poderia ser considerado uma doença sim. Ou apenas uma desculpa usada por médicos que não tinham outro diagnóstico para dar. Enfim.

O que quer que aquilo fosse, estava levando Annabeth à loucura. E ai sim, não tenham dúvidas, os médicos teriam motivos para prendê-la. Num hospício, de preferência.

A garota já estava batendo a cabeça na parede, de qualquer forma. Tirando as roupas brancas, ela podia considerar-se num manicômio quando todos falavam com ela duas oitavas mais baixo que o normal e toda sua comida era sem sal e amassada como a de um bebê.

Antes, ela ao menos tinha Percy para distraí-la. Aquela tarde, no entanto, o Jackson não havia dado as caras e a loira duvidava que ele fosse aparecer em sua casa tão cedo. Não depois do show que Atena dera aquela manhã ao descer e encontrar sua garotinha enroscada num marmanjo que babava em seus preciosos cabelos. Annabeth não ficaria surpresa de Percy desistisse de todo o teatrinho depois de todas as ameaças da mãe da garota.

Talvez fosse por isso que, pelo almoço, quando Atena partiu num cruzeiro de dois meses, Annabeth nem se deu o trabalho de despedir-se de sua mãe, mesmo que ela soubesse que aquilo só alimentaria mais a chama que rondava os olhos de seu pai toda vez que ele comentava sobre aquela relação mãe-e-filha.

Agora, além de perder a mãe por sessenta dias, Annie teria que conviver com Frederick Chase e sua mulher perfeita, que estava vindo para Dover no próximo avião grávida de seu primogênito. Annie estava muito bem, obrigada, porque claro, tudo que naquele momento ela precisava era de uma mulher grávida urinando de meia em meia hora no banheiro ao lado de seu quarto.

Por isso, quando Leo enviou a mensagem para ela, Annabeth quase pulou para fora da cama. Interrompendo o tutorial de cinco minutos que estava assistindo (como ligar um carro sem precisar de chaves – nunca se sabe, ué), ela correu para baixo. Mas é claro que-

— Onde você pensa que vai, Annabeth? – Frederick soou de dentro da cozinha.

A loira pensou que poderia apenas ignorar o pai, mas então ela estava dando meia volta e encarando-o de fora do balcão da cozinha. Frederick observava-a por detrás do copo de vitamina que estava bebendo, o cabelo ralo pingando no chão da cozinha depois de um álbum inteiro dos Stones berrado de dentro do banheiro e o olhar severo, provavelmente para demonstrar algum tipo de autoridade.

— Quero que se lembre que ainda está de repouso, Annie.

E que, segundo o juizado, ele não tinha nenhuma influência na vida de Annabeth. Ou algo do tipo. De qualquer forma, Annabeth tinha dezesseis, estava para comprar um carro e já pensava na faculdade que ia entrar, ela realmente não achava que um pai ausente fosse capaz de controlá-la. Não agora, nem nunca.

— Paaaai – começou, vendo o pai cruzar os braços. – é importante, por favooor.

Frederick analisou-a de cima a baixo e, por um momento, Annabeth realmente pensou que ele fosse deixar.

— Desculpe, Annabeth, mas você está de repouso por ordens diretas do doutor. – o pai afirmou, caminhando até a pia para despejar o resto de sua vitamina.

— Mas pai, é import-

— Sem mas, Annabeth. – o pai falou, virando-se para ela com os braços novamente cruzados. – Não sei dizer como eram as coisas aqui com sua mãe, mas está muito enganada, mocinha, se pensa que só porque quero ser um pai mais presente vou deixá-la fazer o que bem entender. – a garota provavelmente estava vermelha de raiva, porque logo o pai acrescentou, suave: - É para sua saúde, Annie, você vai me agradecer depois.

Annabeth bufou. Agradecer?

E quem era ele para questionar a educação que recebia de Atena? Ao menos, ela fora responsável para dar-lhe alguma, quando Frederick fora covarde o suficiente para fugir por anos da gravidez precoce de sua namorada da faculdade. É, ele fez isso.

Annabeth pensou em algumas respostas secas para dizer ao pai, mas honestamente? Ele não merecia aquele tipo de atenção, então a loira apenas deu meia volta e subiu para o quarto, fechando a porta com força.

Por um momento, ela realmente pensou em voltar a assistir seus tutoriais, mas então não era só Leo que berrava em sua caixa de entrada pela presença de Annabeth, mas Reyna, Silena e Percy mandavam mensagens repetidas com letras aleatórias para a garota. Quando viu, a mensagem havia sido enviada:

Acha que consegue aparecer na minha janela daqui a meia hora, garotão?

Annabeth Chase sempre fora uma boa garota. Comportada, responsável - sempre em dia com seus deveres de casa. Mas pff, ela era uma adolescente. Voltava para casa bêbada depois de uma noitada à sexta-feira e fugia na calada da noite para as festas onde ela e Thalia se metiam. Era uma tradição, afinal.

Atena sabia, de fato, que Thalia e ela iam nos finais de semana para New Castle e voltavam na madrugada de segunda-feira com bolsas fundas e escuras circundando seus olhos, mas Annabeth achava que talvez a mãe pudesse pensar que as duas estavam fazendo algum estágio próximo a Universidade de Wilmington quando, na verdade, elas trocavam hospedagem nas fraternidades de dentro do campus por Jack Daniels que compravam na beira da estrada.

Ela nunca mentira, então não a julgue.

Agora, no entanto, ela sentia adrenalina correndo por suas veias enquanto tamborilava os dedos na tela escura do celular, largada na cama, esperando por uma resposta de Percy. Aparentemente, todo aquele desespero para que Annabeth o respondesse evaporara no momento em que a garota clicara no botão de enviar.

Ela estava tentada a voltar para seus tutoriais de cinco minutos quando a tela de seu celular brilhou novamente.

Espero que saiba escalar, então.

Com um sorriso presunçoso, o olhar de Annabeth correu para a porta de seu quarto, checando estar bem fechada e abrindo a porta de seu armário, sabendo que o moletom que ela usava não seria o suficiente para os quatro metros que estava prestes a enfrentar (e sim, ela sabia disso por causa de um dos tutoriais de cinco minutos que encontrara no YouTube).

Vinte minutos depois, vestindo um casaco pesado para o frio que embaçava a janela de seu quarto, Annie viu a tela de seu celular vibrar novamente.

Ela já tinha se certificado de trancar a porta do quarto e colocar Adele no volume máximo, interpretando a filha revoltada, quando desbloqueou o celular.

Se você pular, eu pulo, lembra? Ou te pego, se for mais conveniente. ;)

Revirando os olhos para a citação de Percy, a loira correu para sua janela, lamentando a falta de uma árvore nessas horas. Hollywood não era muito útil em momentos como aquele, para ser honesta.

Colocando o celular no bolso da calça, Annabeth abriu a janela e encontrou Percy escorado na cerca que rodeava a casa dos Chase. Seu cabelo estava bagunçado pelo vento e ele tentava esquentar o rosto num casaco de gola. De longe, Annie tinha que admitir, ele parecia bonito – de longe.

— Vai pular ou só me chamou aqui pra apreciar a beleza mesmo? – zombou, tirando as mãos do bolso.

Annabeth olhou para baixo, engolindo em seco. No momento, o sarcasmo de Percy não estava sendo tão importante quanto os metros que separavam a loira da grama artificial lá debaixo. Ela até conseguia visualizar sua queda quando o último verso de Rolling In The Deep foi ouvido.

— Chegue mais perto, Jackson, já estamos cheios de mortes por esse ano. – Annabeth gritou. Percy rolou os olhos. Logo, ela sufocava um grito agudo enquanto sentia-se envolvida pelo frio cortante de uma tarde típica em Delaware, ouvindo um baque surdo em seguida.

A garota só tomou coragem para abrir os olhos quando um gemido abafado foi ouvido um pouco abaixo dela. Encarando a grama molhada de orvalho por um momento, Annie sentiu duas mãos puxando-a para cima. Logo, um Percy amassado saía de debaixo da loira, que corou violentamente.

— Piadinha de humor negro a essa hora, Annabeth? – ele sorriu debochado, levantando-se um pouco zonzo.

Annabeth estava vermelha demais para notar que Percy estava falando da última de suas falas antes de seu salto extraordinário. Foi preciso de mais um puxão de Percy para se levantar e, depois, de uma buzina no lado de fora da cerca para que eles se apressassem para fora da casa da garota, cientes dos movimentos de Frederick Chase próximos a janela da sala.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso. Eu devo ter revisado três vezes, pelo menos, mas como sei que sempre deixo passar algum erro, sintam-se a vontade para apontá-los.
E eu estava pensando em criar um ask para Criminal Scene, o que vocês acham? Mas só se vocês toparem, porque não quero criar um ask pra ficar mofando, né.