Aquela demora estava deixando Emilia assustada, porque o chapéu não informava logo para onde ela iria? Será que estava tão difícil assim? Ela era uma Granger, sua irmã era da Grifinória, então ela devia ir para lá. Será? Será que era só isso que o chapéu tinha que analisar? Não... Apesar de ser irmã de Hermione, Emilia tinha tido uma infância diferente, sim... Ela havia crescido em um orfanato, não teve amor de pais e muito menos amigos. Apesar de sua aparência serena e calma, a castanha guardava um lado sombrio, que só ela conhecia... Ou desconhecia?

Após alguns minutos de aflição, o chapéu parecia finalmente pronto a se pronunciar:

                - Após uma pequena análise, decidi que como é uma Granger, mas não só por causa disso, pelo fato de ter uma enorme força de vontade, Emilia Granger vai para... GRIFINÓRIA!

                Foi uma enorme explosão de alegria, a mesa dos leões vermelhos urrava de emoção. A gêmea Granger tinha ido para a casa da irmã. Hermione chorava de alivio e sorria, procurava sua nova companheira. A garota era cumprimentada, abraçada e puxada de um lado para o outro na enorme mesa, até que finalmente conseguiu encontrar sua irmã. As duas se abraçaram longamente:

                - Que bom que você ficou na Grifinória comigo Emi. – Fala Hermione alegremente – Eu estava super nervosa, pensava que você fosse para a Sonserina.

                - Eu também, o chapéu pensava em me mandar para lá, mas eu não entendi o por que.

                Elas sentam-se a mesa e Emilia é saudada pelos companheiros, Rony a olhava abobado. Ele sempre teve uma paixão muito grande por Hermione, mas ela só tinha olhos para Harry. Agora ele poderia sonhar, pois na sua frente estava a caricatura de sua amada... Outra Granger para ele ter uma segunda chance. Os amigos conversavam alegremente, a seleção foi finalizada e era hora de Dumbledore iniciar seu discurso anual.

                Após um leve aceno feito pelo diretor, todos se calaram e o olhavam ansiosos:

                - Sejam bem vindos a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts! Gostaria de dar alguns recados antes de iniciar-mos o nosso banquete. Primeiro vou informar que é terminantemente proibido a entrada de alunos na Floresta Proibida, pois lá contem muitas criaturas perigosas. O Sr. Filch, nosso zelador, me pediu para lhes informar que a sala dos troféus no 3º andar é proibida para qualquer aluno que não queira ter uma morte horrível. – Alguns primeiranistas arregalam os olhos assustados. Mas o que ninguém esperava era que Dumbledore fosse interrompido, aquilo nunca tinha acontecido.

                A mulher que Harry havia visto no início da seleção, a mesma que estava no tribunal, sim. Ela simplesmente começou a pigarrear e Dumbledore teve que parar:

                - Bom, gostaria de apresentar a vocês, a nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas: Dolores Umbridge! – Alguns alunos aplaudiram, mas ficaram temerosos com aquela interrupção.

                - Prof. Dumbledore, eu poderia dizer algumas palavras aos alunos?

                O diretor não teve alternativa senão deixar a mulher falar, mas as gêmeas e companhia nem ouviam o que ela falava, o assunto na mesa era essa nova professora:

                - Mas, se ela trabalha para o Ministério da Magia, porque está aqui? – Falava Harry.

                - Eles fizeram isso de propósito. – Diz Hermione – Tenho certeza. Eles querem ficar infiltrados aqui em Hogwarts e deve ter mandado ela para fiscalizar tudo. Aposto que ela vai querer colocar novas regras.

                - Calma Mione, também não deve ser assim, talvez Dumbledore não tenha encontrado um substituto. – Ele aproximou-se mais do grupo e sussurra – Todos dizem que esse cargo é amaldiçoado. Nenhum professor dura nele.

                - Rony pelo amor de Deus! – Exclama Gina – Que conversa besta é essa?

                - É verdade Gina! Primeiro foi aquele maluco do Quirrell, depois o Lockhart que ficou biruta, o Lupin eles demitiram e o Olho-Tonto não quis ficar. É o que dizem, o negócio é perigoso.

                Os outros apenas riem da desconfiança de Rony, logo a estranha Umbridge já havia terminado seu imenso discurso e todos haviam sido liberados para o jantar. Emilia ficou maravilhada, um lindo banquete apareceu por todas as mesas, era muita comida. Diferente da péssima comida servida no orfanato.

                Ela comeu como nunca, os amigos apenas olhavam, talvez estivessem entendendo tudo que ela tinha passado. No final do banquete, Rony e Hermione tiveram que ir para suas rotinas e Harry ficou encarregado de levar Emilia para o Salão Comunal. Os dois saíram pelos corredores, ele explicava um pouco sobre cada lugar que passaram, a garota estava maravilhada com o lugar, era tudo muito bonito. Logo, eles chegaram no bonito quadro da “Mulher Gorda”:

                - A Senha?

                - Cabeça de Abóbora. – Harry disse e a porta foi aberta. Os dois entraram e Emilia viu a grandeza e beleza do salão. Uma aconchegante lareira ao canto, com pufes e sofás espalhados por toda a sala. Mais na frente tinha duas escadarias, a da esquerda o Dormitório Feminino e do da direita o Dormitório Masculino.

                Os dois se sentaram nos pufes próximos a lareira:

                - E então Emilia, o que está achando?

                - Tudo aqui é maravilhoso Harry. É diferente de várias coisas que eu imaginava, é perfeito. Eu nunca pensei que fosse uma bruxa, nem que existisse lugares assim. Mas, ainda estou um pouco confusa com tudo.

                - Não se preocupe, você logo vai se acostumar, a Mione é muito atenciosa. Ela vai te ajudar em tudo.

                - Obrigado Harry, mas estou um pouco cansada, acho q vou dormir.

                - Tudo bem, boa noite.

                Emilia seguiu para o dormitório, o quarto era lindo, decorado com as cores vermelho e amarelo, representando a Grifinória. Logo ela achou sua cama, seus pertences já estavam ao lado, mas ela achou perfeito o lugar estar vazio. Jogou-se na cama e seus pensamentos afloraram. Ela finalmente estava em Hogwarts e ao lado de sua irmã, será que teria coragem de fazer tudo que havia planejado naqueles últimos meses no orfanato? Ou será que a ternura e o carinho de sua irmã iam falar mais alto? Essas perguntas martelavam em sua mente... O que ela faria dali em diante?