Os integrantes daquele vagão se entreolhavam confusos. Tudo havia acontecido muito rápido: Enquanto Emilia e Neville se cumprimentaram, Harry, Rony, Hermione e Gina entravam. Hermione ficou muito pálida e simplesmente desmaiou sendo amparada pelo moreno, sua irmã correu desesperada até ela:
     - Mione! O que houve?
     Harry encarava aqueles olhos azuis sem entender. Quem era aquela garota idêntica a sua Hermione? O que acontecia ali? Rony continuava abobado e Gina tinha ido abraçar Neville, seu namorado:
     - Nev, o que está aconteceu?
     - A Emilia estava começando a me explicar. – Ele olhava para a castanha nervoso.
     - Tudo bem Neville. Acho que tenho que explicar tudo.
     Harry pegou Hermione nos braços e a deitou cuidadosamente no banco da cabine:
     - Então? O que está acontecendo? – Perguntou o moreno encarando Emilia.
     Emilia passou as mãos pelo cabelo nervosamente:
     - Bom, vocês já devem ter percebido que somos gêmeas. Pois bem, nem ela e muito menos eu sabíamos disso. Foi um erro médico alguns anos atrás, mas isso num vem ao caso agora. Acho que a Mione ainda não estava preparada para contar.
     - Mas, de onde você veio? – Rony falou pela primeira vez.
     - Eu morava num orfanato. Estou agora na casa dos nossos pais, faz pouco mais de um mês.
     - Que incrível! – Exclamou Gina olhando de Emilia para Hermione e sentando-se em seguida.
     Harry se sentou ao seu lado, estava muito confuso e espantado com tudo aquilo. Logo Emilia explicou em poucas palavras toda a situação:
     - Então foi Dumbledore que te descobriu? – Perguntava Neville.
     - Você vai para Hogwarts? – Agora era Rony.
     - Sim. Foi Dumbledore e irei para Hogwarts, mas serei selecionada primeiro.
     - Que legal! – Dizia Gina – Espero que você vá para Grifinória como a Mione.
     Harry que até então estava calado, olhava para sua amada alisando sua face. Ele não sabia como ela tinha conseguido lidar com aquilo durante todos os dias na Toca. Devia ter sido muito difícil e ele ficava apenas se lamentando. Mentalmente prometeu que iria retribuir todo aquela atenção. Recostou-se próximo a seu ouvido:
     - Mione? Meu amor? Por favor acorde. – A garota sentiu o toque, mexeu-se um pouco, mas continuava de olhos fechados – Gente, eu estou começando a ficar preocupado. Por que ela não acorda?
     As atenções foram voltadas para a castanha, ela começou a voltar a si. Tinha ouvido as últimas palavras de seu amado, ela abriu lentamente os olhos. Emilia se postou ao seu lado:
     - Não se preocupe Mione, eu já expliquei tudo.
     Ela encarou a irmã com ternura, depois desviou para olhar Harry:
     - Desculpem. – Ela foi sentando-se – Eu num tive jeito para contar ainda.
     - Que nada meu amor... Não tem problema nenhum, eu estou muito feliz de ter uma cunhada. – Ele olhava sorridente para Emilia, olhando para Hermione – Você está se sentindo bem?
     - Acho que sim. – Ela alisou a cabeça – Acho que tive um colapso. Deve ter sido o choque.
     As irmãs se abraçaram deixando os outros emocionados. Após todos os acontecimentos, a viagem transcorreu sem maiores problemas. Os amigos passaram o tempo conversando, comprando doces e já no fim da viagem os monitores... Ops! Sim... Rony e Hermione eram monitores! Os dois saíram para cumprir suas tarefas, a castanha confirmando para Harry que estava perfeitamente bem.
     Como de costume, todos os anos os primeiranistas chegavam ao castelo de Hogwarts através de barcos que passavam pelo temeroso Lago Negro, já o restante do grupo ia pela estrada em carruagens.
     Uma coisa que deixou Harry chocado foi uma espécie de criatura que estava puxando a carruagem. Ele achava que elas andavam sozinhas, mas não era verdade. Inclusive uma garota loirinha de olhar vazio e sonhador lhe explicou que aquelas criaturas mágicas se chamavam Trestálios. Apenas quem já tinha visto a morte de perto conseguiria vê-los:
     - Oi, me chamo Luna Lovegood.
     - Muito prazer Luna. Chamo-me Harry Potter, esses são meus amigos.
     Após as apresentações, os garotos subiram na carruagem que seguiu para o castelo. Todos se acomodaram no enorme Salão Principal, naquela noite estava com um lindo Céu Mágico Estrelado. Um aglomerado de alunos estavam se aproximando de um banquinho em frente a grande mesa dos professores. A mesa estava composta por todos os professores veteranos, mas tinha uma nova. Harry logo a reconheceu como uma de suas carrascas do dia da audiência. Ele cutucou Hermione:
     - Aquela cara de sapo estava na audiência! O que ela faz aqui?
     - Não tenho a mínima idéia.
     Logo foram interrompidos pela rígida Prof. McGonagall:
     - Boa noite! Iremos iniciar a seleção!
     No meio do aglomerado de alunos se destacava a tímida e nervosa Emilia:
     - Quando eu chamar seus nomes se aproximem e coloquem o chapéu seletor, logo serão selecionados.
     Os nomes foram chamados de um a um, sobrando apenas Emilia:
     - Bom, excepcionalmente este ano. Iremos fazer uma seleção especial hoje. Por motivos pessoais que não interessa a nenhum de vocês. Ela não pôde estar em Hogwarts nos últimos quatro anos, mas iniciará o 5º ano aqui. Espero que todos a recebam de braços abertos. Chamo para a seleção Emilia Granger!
     A garota seguiu para o banquinho e se sentou, houve várias exclamações quando todos viram a gêmea Granger. Vários alunos olhavam para a caricatura de Hermione boquiabertos, muitas conversas paralelas se formaram. O olhar da castanha encontrou-se rapidamente com os olhos acinzentados de Draco Malfoy. Ele parecia ter entendido tudo. A garota logo desviou o olhar, ficando muito envergonhada com a situação, pegou o chapéu e colocou na cabeça.
     Ela imediatamente começou a ouvir vozes na sua cabeça:
     - Hum... Outra Granger? Que interessante! Mas, essa é diferente da outra. Essa guarda rancor, raiva e uma perigosa sede de vingança! – A garota estava assombrada, como aquele chapéu sabia daquilo? Ele continuou – Você daria muito certo na Sonserina...Mas, também lá no fundo... Possui um coração bondoso, tem amor, companheirismo e muita coragem. Você também se daria muito bem na Grifinória. Onde irei lhe colocar? Grifinória ou Sonserina?
     A castanha estava assustada, não queria ir para a Sonserina. O que aquele chapéu maluco estava pensando? Ela tinha que ir para Grifinória... Ou será que não?