Time Trouble escrita por wukindly


Capítulo 22
All That a Flashback Can Do For You


Notas iniciais do capítulo

Princesas aeho (sim, aderi esse nome como meu apelido pra vocês hehe), esse capítulo ficou uma pouco mais longo do que os outros porque tive que colocar um monte de coisa nele pra não enrolar nos outros, então esse meio que serve apenas de ponte do capítulo 21 para o 23, mas me digam o que acharam de qualquer maneira hehe Obrigada para quem está acompanhando a fanfic, pra quem deixa esses reviews maravilhosos desse mundo velho sem porteira.
E queria, como sempre, agradecer a Lou por se disponibilizar para ler o capítulo antes de todo mundo e analisar as ideias e bla bla, obrigada. Enjooy.



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Desde que acordara, Lily se sentira um pouco insegura. Não por ir de encontro com alguma mulher louca em um bairro nada confiável, mas sim se deveria contar para James que iria fazer aquilo. Ele nunca dera motivo algum para que a ruiva desconfiasse dele, não escondera nada dela desde que se conhecera, mas algo dentro de si gritava para que não contasse, para que deixasse tudo em segredo.

Então, quando ele fora até a sua casa no começo de tarde (onde tivera uma conversa desagradável com a mãe da ruiva sobre camisinha), Lily não sabia como não parecer suspeita. Ela lembrava que ficava nervosa quando tentava esconder algo de alguém, mas ela não tinha certeza de que aquela lembrança era real, então deixou com que as coisas acontecessem naturalmente para ver até onde ela poderia ir.

– Você está quieta demais hoje. – James comentou enquanto andavam pela rua. Ela achava que se abrisse a boca iria acabar soltando algo para o garoto, então preferiu permanecer calada, mas parece que isso havia a denunciado – Aconteceu alguma coisa?

– Não. – ela respondeu rapidamente, o moreno a olhou com uma das sobrancelhas arqueadas, logo a abaixando e parecendo ficar nervoso.

– Descobriu alguma coisa?

Lily olhou para ele, estava realmente nervoso, ansioso, como se esperasse que a garota fosse atirar nele ou algo do tipo. Alguma coisa que ela estava para descobrir o deixava assim, deveria ser algo ruim, algo ruim sobre ela, algo ruim sobre ele.

– Não. – ela disse seriamente, o que a surpreendeu – Nada.

James começou a andar mais lentamente enquanto olhava para a ruiva; ele não só a olhava, ele estava analisando-a. Em algum momento durante esse processo os olhos dos dois se encontraram, fazendo Lily desviar o lado para as lojas que havia logo ao seu lado, ela pôde observar James pelo reflexo dos vidros, ele continuou olhando para ela por alguns segundos antes de voltar a olhar para frente e suspirar.

– Eu fiz alguma coisa pra você? – ele perguntou.

Lily o encarou novamente, ele não parecia uma ameaça, e se parecia, era uma bela ameaça. A garota notou que estava a andar alguns passos mais a frente do garoto e diminuiu seu ritmo para acompanhá-lo.

– Não. – ela disse enquanto voltava a encarar as lojas, que haviam começado a dar lugar a restaurantes.

– Por que toda vez que eu tento me aproximar de você, sei lá, você foge?

Então ela parou, simplesmente travou no lugar, seus dedos começaram a latejar, sua respiração parou por alguns segundos, seus olhos se fecharam enquanto ela tentava se concentrar no que estava acontecendo.

– Tu estás se sentindo bem? – a voz de James invadiu seus ouvidos, fazendo com que seus olhos voltassem a se abrir, enxergando apenas um pequeno morango que estava em sua mão e o chão que era feito por terra. Estava acontecendo de novo.

Ela olhou discretamente para os lados, ainda de cabeça baixa, eles estavam em meio a pequenas barracas fruteiras; o vendedor da barraca para qual estava voltada a encarava com preocupação em seus olhos. A garota pôde sentir James cutucando seu braço na tentativa de chamar sua atenção; Lily estava disposta a olhar para o garoto, mas Leonor não parecia estar. Os olhos da ruiva passearam involuntariamente por toda a sua veste, não era nada deslumbrante dessa vez, era um vestido mais simples, um vestido bege com um grande capuz, que escondia o rosto da moça quando ela mantinha a cabeça baixa como estava fazendo naquele momento.

– Senhorita? – o homem a chamou. Leonor conseguiu sentir que ele tentava visualizar seu rosto, o que fez com que o pânico se espalhasse por todo seu corpo, ela seria descoberta.

– Eu estou bem. – a voz saiu mais aguda que o costume de sua boca. Para Lily, fora uma experiência nova e perturbadora sentir que estava falando sem saber que faria isso – Eu estou satisfeita, agradecida. James, nós poderíamos ir agora?

Os olhos da ruiva atingiram o moreno pela primeira vez, suas vestes se assemelhavam a dela, em sua cabeça, ao invés de um capuz, o garoto usava uma boina velha, o que, na opinião de Leonor (e de Lily também), o deixava sexy. Um sorriso escapou nos lábios de Leonor quando esse pensamento lhe ocorreu, o que fez com que James sorrisse.

O garoto pegou a fruta da mão da garota e jogou na mão do vendedor, que sorriu para o casal, embora encarasse Leonor de forma estranha. A mão quente do garoto foi de encontro a sua, a puxando para longe do lugar.

– Leonor, estas se sentindo bem mesmo? – ele perguntou enquanto a guiava por um beco escuro, ela finalmente levantou sua cabeça para encarar o garoto.

– O meu pescoço está dolorido, se realmente te importa isso. – ela sorriu e tirou seu capuz com a mão disponível. Ele sorriu e suspirou.

– Responda-me por que me parece que toda vez que tento entender-te melhor, eu não sei, tu foges?

Leonor desviou o olhar do dele, Lily podia sentir o que a outra estava sentindo, ela não estava certa se poderia contar algo, algo importante, para James. Ela abriu a boca para lhe dar uma resposta quando Lily voltara a sentir seus dedos formigarem, sua barriga pareceu dar um giro dessa vez e ela ficou incapaz de respirar, ela fechou fortemente os olhos. Podia ouvir a voz de James falando com ela, mas não conseguia mais sentir sua mão segurando a dela, ela havia voltado.

– Lily, ta tudo bem? – ela sentiu James a chacoalhando levemente – Lily?

Ela abriu os olhos, encontrando o garoto a sua frente preocupado, mas pareceu se aliviar quando vira que a ruiva abrira seus olhos.

– Eu não sei o que pensar sobre você. – ela disse em um fio de voz, corando logo em seguida – Talvez eu... Precise lembrar mais coisas sobre você.

O garoto a encarou por alguns segundos e assentiu, voltando para o lado de Lily e recomeçando a caminhada. Ela suspirou, ser direta não era uma das especialidades da ruiva e nunca seria. A garota segurou o braço de James, que se virou para ela um tanto confuso.

– Me entenda. – ela disse, fazendo o garoto arquear uma de suas sobrancelhas – Eu quero... Eu preciso de outro déjà vu.

James ainda a encarava sem entender, ela não diria aquilo com todas as letras, já fora vergonhoso o suficiente ela tentar pedir aquilo de uma forma discreta. Passado alguns segundos, um olhar de entendimento passou pelos olhos de James, que soltou uma breve exclamação, abrindo a boca parecendo que iria dizer algo, mas logo a fechou enquanto um sorriso se espalhava por seu rosto.

Ele começara a se aproximar de Lily quando os dedos da garota começaram a latejar, seus olhos que estavam próximos a se fechar, abriram rapidamente; o beco, a boina de James estava na cintura da garota, onde sua mão se posicionava, ele se aproximava dela, Leonor parecia estar tranquila com aquilo, como se aquilo fosse de costume para a garota, que retornou a fechar os olhos e enlaçar seus braços no pescoço do garoto. Sua barriga revirou. Seus olhos seguiram para o horizonte, reconheceu a pequena sorveteria no final da rua, Minx. James estava a poucos centímetros de seu rosto, o braço de Lily se encontrava em seu pescoço, o que deixou a garota confusa, ela não fizera aquilo, fizera? E então sentiu os lábios do garoto encostar-se aos dela. Sua respiração estava presa. A boina de James cutucava sua cintura, Lily podia sentir o que Leonor sentia naquele momento, era algo errado, algo proibido, e isso fazia com que a garota gostasse ainda mais da sensação de beijar James. A boina não estava mais lá. Lily pôde reparar que o James lhe dava era mil vezes melhor do que o que dava em Leonor, talvez pelo fato de que ele tocasse com tanto cuidado nela como se tivesse medo de quebrá-la ao meio, mas naquele momento ele parecia mais liberal (o que particularmente agradou a ruiva). E então ele se afastou lentamente da garota, que gostaria que os flashes não tivessem estragado tanto o momento, ela poderia ter aproveitado mais.

– Ajudou em algo? – perguntou James.

– Creio que sim. – Lily respondeu sorrindo – Mas eu acho que vou precisar de mais alguns desses para ver se ajudam a minha memória.

– Seu desejo é uma ordem. – ele sorriu voltando a se aproximar da ruiva, porém olhou para algo além da garota, logo após revirando os olhos – Acho que tem alguém que quer falar com você.

Lily franziu o cenho, logo depois virando para ver o que James olhava. Marlene McKinnon estava parada há alguns metros de distância, um sorriso malicioso brincava em seu rosto enquanto encarava os dois.

– O que... – a ruiva começou virando-se para o rapaz.

– Ela me pediu para que te trouxesse para cá. – ele deu de ombros e olhou para os lados como se procurasse por algo – Meu trabalho está feito, então vou indo.

A garota estava pronta para protestar quanto a isso, mas o garoto roubou um último beijo dela e saiu andando na direção contrária, não dando chance para que Lily falasse algo.

– O que foi isso, dona Lily? – Marlene se aproximou um pouco mais dela enquanto ria baixo.

– Eu acho que temos algum tipo estranho de relacionamento. – a ruiva sorriu.

A morena assentiu e ficou olhando para todos os lados da rua, porém não parecia conseguir pará-lo em Lily, ela começou a esfregar um de seus pés no chão enquanto esfregava a nuca. Passara pela cabeça da ruiva em algum momento anterior que a morena havia pedido para que James a trouxesse para lá para que pudesse levar alguns bons tapas, mas não, ela estava com vergonha.

– Olha... – ela começou – Me desculpe por não ter te dado a chance de se explicar, agora eu percebo como fui um pouco... – Lily a encarou com descrença – Tá, que eu fui muito idiota.

– Quando percebeu isso?

– Bem, o Sirius veio falar comigo esses dias junto com James, eles explicaram tudo. – ela começou e deu uma risada fraca – Posso te dizer que depois da conversa que tivemos, bem, eu e Sirius tivemos assuntos mais interessantes para tratar. -Marlene parecia estar prestes a explodir quando disse aquilo, ela até mesmo tremia em seu lugar - Ah, sem falar que eu descobri quem era a outra.

– A outra? – Lily perguntou confusa.

– É, a ruiva com quem o Sirius tava saindo. – ela revirou os olhos.

– Não me diga que você bateu na garota, Lene! – a ruiva levou as mãos para sua cintura, enquanto imaginava se Alana estava roxa naquele momento.

– Eu deixo a violência para a irmandade. – ela disse rindo – Falando nisso, fiquei sabendo que você e Dorcas quase apanharam delas. – ela jogou a cabeça para trás – Me desculpe, Lily, mesmo.

– Eu acho que você deveria falar com Dorcas, ela ficou bem chateada com isso. Eu vou ter que pensar sobre o assunto, sabe, não tenho certeza se devo te perdoar ou não. – a garota sorriu, fazendo a morena sorrir junto.

– Poderíamos fazer alguma coisa na segunda, em uma tentativa de reconciliação é claro. – Marlene pareceu pensar por alguns instantes – Podemos ir comprar roupas na loja cafona que a Dorcas gosta.

– É uma boa ideia - Lily riu enquanto revirava os olhos, então quando pensou no que Dorcas falaria sobre isso, ela se lembrou da última vez que falara com a loira, a conversa no telefone – Eu estou realmente feliz por você ter vindo falar comigo, mas eu tenho um compromisso marcado, me desculpa.

– Nah. – ela deu de ombros – Vai encontrar com os paqueras, tenho certeza.

– Com certeza. – a ruiva respondeu. Marlene sorriu e deu um breve abraço em Lily.

– Vou correndo na casa de Doe. – ela disse e começou a correr do lado contrário ao qual Lily seguiria – Até segunda!

Lily acenou para a garota, logo depois suspirando enquanto retornava a andar. O nervosismo a atingiu de repente, ela não conseguia se imaginar contando para ninguém aquela história, não saberia por onde começar e onde terminar, uma vez que nem ela sabia da história inteira. Então, quanto mais se aproximava da rua, que agora já era bem familiar para ela, seu coração começou a bater mais rapidamente e sentiu as palmas de suas mãos ficarem molhadas.

Enquanto andava pela rua ela ficava encarando as casas, todas pareciam estar terrivelmente acabadas, o que fez com que um frio passasse pelo corpo de Lily. Ela podia ver o galpão se aproximando, ao lado do galpão havia algumas árvores e um terreno vazio. De frente para o terreno, como Dorcas indicara, havia uma das casas mais mal cuidadas que a ruiva já havia visto.

– Coragem, Lily. – ela murmurou para si mesma enquanto se aproximava do lugar, ela parou em frente a porta, suspirou e então bateu na mesma – Vai ficar tudo bem.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Mereço alguns reviews? hehe
Eu saí fazendo uma pesquisa por todo o meu facebook para ver se existia boina na época da Leonor, e depois de muito procurar, a queria Totonha perguntou para a professora de História dela, e SIM, haviam boinas que não se chamavam boinas. aeho.
Ok, até o próximo capítulo.