Garota Imperfeita escrita por kathe Daratrazanoff


Capítulo 5
Atividade Legal


Notas iniciais do capítulo

Faz tempo que não atualizo isso, hein? Pra ser sincera, eu tinha excluído a fic. Mas então eu estava sentada, pensando nessa história e resolvi reativar. Se existe um leitor, não posso abandonar ele



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E mais uma vez, não sei dizer o que aconteceu naquele consultório. O doutor Rodrigues saiu, e logo em seguida o Mitchell apareceu. Ele, o Mitchell, disse que tinha acabado de chegar de não sei a onde e que o doutor Rodrigues foi chamado. Parece que uma ex paciente dele, uma tal de Roberta, voltou a ter uma "crise" e solicitou a presença do Rodrigues o mais râpido possível, e como Fuller estava ali tudo se ajeitou.

O doutor Mitchell Fuller vestiu um daqueles jalecos brancos de médico, que estavam pendurados num guincho e me perguntou como tinha sido as últimas sessões sem ele. E não me leve a mal, mas não é como se eu tivesse sentido falta dele. Eu mal tinha tido uma consulta inteira com ele, nem o conhecia. E o doutor Rodrigues era normal, me deixava falar sobre qualquer coisa e ficava rabiscando naquela prancheta dele, só fazendo perguntas quando eu terminava de falar. Coisas como "e sua mãe, como ela está?" ou "o que você fez de legal ontem?".

E eu tive que falar isso tudo para o Mitchell, sabe, porque sem querer ser grossa, eu sou sincera. Ele anotou alguma coisa num caderninho e me dispensou, simples assim. E enquanto eu me levantava eu perguntei a ele se veria o doutor Rodrigues de novo, ele disse que só se tivesse que ir em mais uma palestra que isso aconteceria.

Porque ao que parece, ele acabou de fazer o doutorado e ainda tem que ir em alguns debates. O Mitchell, quero dizer. Eu juro que não sei como ele pode ter doutorado, porque parece tão jovem. Deve ser um desses gênios que aparecem em The Big Bang Theory.

E tudo bem, eu admito que meu coração bateu um pouquinhozinho ao vê-lo depois de tanto tempo. Mas atire a primeira pedra quem nunca sentiu uma quedinha por um professor ou coisa do tipo.

Ah, lembrei agora de um trabalho que tenho pra entregar amanhã, é sobre globalização. Até depois, diário.

*---*---*---*---*---*---*

O facebook me pergunta como estou me sentindo no momento ou se quero dizer algo as pessoas. Sim, tem muitas coisas que eu gostaria de dizer, mas não posso. E estou me sentindo péssima, porém, se eu começar a desabafar em redes sociais, os alunos da minha escola podem ler e acabar marcando na agenda :

«Briga amanhã na escola entre Katherine e Bianca. Não esquecer de ficar empurrando uma contra a outra e de gritar NOSSA NÃO DEIXAVA»

Continundo, tem uma garota que estuda na mesma escola que eu, a Bianca. Não somos "amigas", sabe. Vamos pra escola e voltamos dela juntas, trocamos uma ideia, conversamos num intervalo ou outro. Teve uma vez que a gente até fugiu da escola. Só que eu juro, ela é a pessoa mais falsa que conheço na face da terra.

Eu contei pra ela que achei um garoto bonitinho. Foi por acaso, sabe? Nunca tinha visto ele antes no pátio e mencionei isso. Quando eu estava indo pra minha sala, um monte de gente no corredor ficou me olhando de esguelha, rindo e cochichando.

Pergunto para algumas pessoas oue foi, pra saber o que aconteceu, e a Arianne, da minha sala, disse que "a minha amiguinha foi no garoto perguntar se EU queria ficar com ele e ELE disse NÃO", e por isso eu estava sendo caçoada. Eu levei um fora.

É por isso, sociedade, que eu mal tenho amigos. Se meros colegas com quem você eventualmente fala fazem isso com você, imagine um amigo mesmo? A humilhação foi o que doeu nesse caso com a Bianca, mas imagina se ela fosse minha amiga? A traição deve vim em sangue.

E me julguem, mas eu chorei no banheiro da escola, e prometi que iria me vingar. Eu iria me certificar de que ela ficasse arrasada, pra sentir o que eu senti.

*---*---*---*---*---*

E mais uma vez minha consulta durou poucos minutos e recebi mais folhetos pra preencher. Mas que merda era essa? Eu ainda não tinha contado pra minha mãe que vivia sendo dispensada mais cedo das consultas, porque gostava de ficar um tempo na pracinha. Só que isso já era sacanagem.

Quanto eles ganhavam pra ler o que eu escrevia? Isso é, se de fato liam. E eu só não rasgava esses papéis porque as atividades eram interessantes. Exceto uma outra, que pedia pra que eu contasse como foi meu dia. Eu tinha acabado de escrever que tinha entrado numa toca e vivido altas aventuras, que incluía um gato psicopata e um coelho atrasado. Ah, não posso me esquecer de mencionar o chá que tomei com dois retardados.

A penúltima tarefa que fiz pedia pra que eu falasse sobre personagens que eu gostava, e justificar o motivo de tê-los escolhido. Ficou mais ou menos assim :

*Mia Thermópolis : Ela me ensinou que não importa quão desesperador uma situação aparenta ser, uma hora tudo isso vai passar. Eu vou olhar pra trás e ver a simplicidade coisa. Tudo se resolve de um jeito ou de outro, não importa quantas cabeças tenha o bicho.

*Luna Lovegood : Não importa se você é diferente e taxado de estranho, o importante é ser quem você quer ser e se sentir feliz. Ela me fez ver que as pessoas mais "avoadas" são as que mais brilham. -Tirando Edward Cullen, porque esse brilha pra caramba.

*Gêmeos Wesley : Eles me ensinaram que não importa se você não é rico ou se não tem "a vassoura da moda", o importante é ser feliz, alegre e nunca deixar de dar um sorriso ou de fazer alguém rir. Eu queria ser assim. Ser alguém que ri de tudo, quero dizer. Aposto que pessoas assim não são mal humoradas ou se irritam com qualquer coisinha. E os gêmeos me fazem ter vontade de ir atrás dos meus sonhos : tacar um foda-se na escola e começar meu próprio negócio.

*Percy Jackson : Não sei bem o motivo de ter colocado ele na lista. Talvez fosse porque eu comecei a ler a saga quando tinha a mesma idade que ele. É como se eu tivesse crescido com esse personagem. O personagem mudou muito ao longo da saga, cresceu e amadureceu. Aconteceu o mesmo comigo? Foi pra melhor ou pior? Não tenho certeza.

O último foi o mais fácil. Tinha uma folha e havia vários círculos nela, e em cada cìrculo tinha uma palavra. Força, tristeza, alegria, calma, irritação, esse tipo de coisa. Eu teria que pintar todos os círculos em cores diferentes, relacionar a palavra com uma cor. Um pequeno exemplo de como ficou :

§ Amarelo : alegria
§ Vermelho : Força
§ Rosa : Carinho
§ Marron : dor
§ Verde : harmonia
§ Azul : calma

E assim por diante, coisa e tal (frase que Sue Heck sempre diz quando está mentindo). Falando na Sue, minha irmã deu o nome dela pra boneca. Sue Sue Heck. Achei engraçado.

*---*---*---*---*---*

Me recusei a ir pra escola hoje, e naturalmente minha mãe pegou no meu pé. E eu queria, mesmo, me abrir com ela. Só que eu sei que ela vai dizer que não passa de besteira e não preciso de ninguém dizendo isso pra mim.

O meu pai ligou, de novo, e de novo não atendi. Eu odeio ficar no fogo cruzado entre ele e minha mãe. É sempre uma zona de guerra, e eu me sinto no meio sendo obrigada a escolher um e outro.

Não sei o que faz eles brigarem tanto, e amo os dois, principalmente minha mãe. Mas por que me colocam no meio disso? Por que não posso amar os dois? Por que tenho sempre que ficar escolhendo?

Sei que meu pai já fez muita merda pra minha mãe e ele nem é presente na minha vida, mas ele é meu pai. Que culpa tenho eu se ainda me lembro das vezes em que ele me levava pra escola de bicicleta? Ou de quando brincava comigo e me prometia o mundo?

Eu não peço pra que eles voltem. Mas eu queria poder poder pedir bandeira branca, sem guerras. Cada um com a sua vida.

A última vez que falei com meu pai por telefone foi porque minha mãe foi contar pra ele que "eu estava impossível e precisava de ajuda psicológica". A última vez que o vi foi a uns três anos.

Não que eu esteja me queixando. Quer saber, tanto faz. Eu não ligo pra isso. Nem sei porque escrevi tanta merda.

Vou fazer o trabalho de geografia, globalização. Eu ia fazer mas aí apareceu um novo episódio de Gotham legendado e tive que ver, e agora to atrasada. Até mais.


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Notas finais do capítulo

Novo capítulo sexta que vem, beijos



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