Garota Imperfeita escrita por kathe Daratrazanoff


Capítulo 19
Influências Artìsticas


Notas iniciais do capítulo

Genteney, eu tava escrevendo esse capítulo e pensei no roteiro INTEIRO de uma outra fic rsrs tipo, que briza. To olhando a lista que acabo de fazer e percebo que não combina com Garota Imperfeita, "onde eu estava com a cabeça quando fiz aquilo?".

Reescrevi esse capítulo e saiu algo diferente do original. Maaas gostei do resultado, ta melhor que antes.

Beijooos



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Garota Imperfeita, o guia perfeito de sobrevivência para uma adolescente em crise. Problemas com garotos? Ou garotas? Intrigas de família, bullyng na escola, conflitos entre amigos?

Sabemos que cada um é único, mas sempre temos algo em comum. Não se preocupe, amiga, estamos no mesmo barco e eu vou te ajudar.

Isso é, se eu conseguisse me ajudar antes. Como posso dar conselhos aos outros quando nem sei o que fazer com a minha vida?

Acabei de sair da minha segunda consulta com a doutora Caitlin, mesmo que a primeira não tenha contado como oficial e essa na verdade fosse a primeira. Que seja. Caitlim exigiu que eu registrasse o máximo que pudesse no diário das sessões, e deve ter repetido isso umas três vezes. Pra que repetir se eu já entendi, querida? Não sou surda nem retardada. Eu devia ter dito isso na cara dela ao invés de privar nos meus pensamentos.

Bom, a viagem de carro até em casa vai ser um pouco longa, até porque estamos bem na hora do rush e o trânsito está parado, tem gente indo viajar por conta das festas de fim de ano. Não tenho nada melhor pra fazer, até porque meu celular descarregou, então...

A propósito, meu celular descarregou porque ficamos ouvindo música. Eu sei, sinistro. A doutora Caitlin, com seus quarenta e todos, me fez ligar umas musiquinhas durante nossa conversa. Não estou dizendo que gosto dela, mas apesar daquele ar sério ela pode ser legal. Pode ne, vamos ver daqui pra frente como será, tem gente que no começo é legal e depois se transforma da água para o vinagre.

Quando cheguei na CPS, Consultório Psicológico da Super, minha mãe disse que iria passar no supermercado e que hoje eu iria sozinha pra consulta. O que achei melhor, não queria ter uma conversa como da última vez. A recepcionista sorriu pra mim, um daqueles sorrisos que considero falso. A pessoa não me conhece nem sabe quem eu sou, por que está sorrindo? Eu devia deixar meu lado feliz tomar conta e sorrir também, espalhar alegria e compaixão. Devia, mas hoje não.

Mal me sentei na recepção quando meu nome foi chamado, e agradeci por não ter que esperar naquelas cadeiras.

Enquanto eu ia até a sala da doutora, fiquei pensando no nome do lugar. Super? Super o que? Quem era super? Foi com muita surpresa que passei pela porta e parei, vendo se tinha entrado no lugar certo. Porque quando eu fico divagando em coisas sem sentido costumo andar sem perceber pra onde exatamente estou indo.

Tinha vários puffs no chão, e o  ambiente estava mais descontraído. Não aquela coisa rígida da última vez, mas uma sala confortável e um tapete macio que me fazia ter vontade de tirar um cochilo ali. Caitlin estava sentada no tapete, e me chamou pra sentar ali.

– Fez o que eu pedi? - ela perguntou, e entreguei meio relutante minha folha cheia de pensamentos rabiscados.

Ela deu uma breve olhada no meu texto sobre personalidades, tirou o óculos e insistiu pra que eu sentasse. Por sorte, eu estava de rasteirinha, e só tirei ela do pé, seria bem constrangedor ter que tirar um par de meias. Fui desconfiada, me sentei em frente dela e então Caitlin me perguntou sobre como tinha sido fazer aquela atividade. Me controlei pra não dizer que qualquer tarefa de casa, por mais legal que fosse era difícil de fazer. Sair da sua maravilhosa série pra exercitar a mente requer muito esforço.

Falei que foi bem mais difícil do que pensei, e que tive que pensar em muitas coisas da minha vida; passado, presente e futuro. Sem falar de mim mesma, tive que fazer uma boa viagem pelo meu 'eu'.

Gaguejei várias vezes, e me confundi umas tantas outras. Não sabia organizar as palavras e as frases saíam desconexas. Acho que ela estava entendendo, mas ficava me fazendo repetir ou explicasse melhor. Quando cheguei na parte da conclusão ela ouviu tudo em silêncio, e quando achei que tinha falado tudo o que precisava ela sugeriu uma outra brincadeira.

– Você gosta de músicas? - Caitlin perguntou.

– Minha playlist no celular fala por si mesmo. - eu respondi.

Então ela pediu pra que eu ligasse ela, a playlist, e que deixasse tocar. Quando eu ia descendo a minha enorme lista, vendo qual colocar, Caitlin pediu pra que eu deixasse no aleatório, pra que elas fossem tocando sem eu ter que escolher. Obedeci, e a primeira música que tocou foi da Fane, uma cantora que eu gostava.

A doutora Caitlin ficou em silêncio enquanto ouvia, e esses quatro minutos -tempo de duração da música- foram angustiantes. Não sabia o que ela estava pensando, e lembrei dos discursos que minha mãe fazia.

A maioria dos meus parentes não ia muito com a cara das minhas músicas. Rock? Do capeta. Pop? Música de uma geração perdida. Minha mãe dizia que as músicas do passado tinham mais sentido, mais significado e melhores letras. Concordo em partes. Acho que cada geração viveu algo, e isso repercurte nas músicas, elas são o perfil daqueles jovens.

Tem muita coisa que ouço que realmente, quando se traduz sai cada porcaria que só por Deus. Mas tem muita coisa boa. Agora, se eu pegar uma Carmen Miranda pra ouvir, não vou entender nem metade do que ela canta. Vai de pessoa pra pessoa, cada um ouve aquilo que te dá vontade e que te expressa.

Depois que a música da Fane acabou, Caitlin disse pra que eu não desligasse, e começou a fazer um monte de perguntas.

– Quando começou a ouvir música? O que te faz querer ouvir? Que critérios usa pra baixar elas? Seus estilos preferidos?

Comecei a responder as primeiras perguntas, até lembrar que tive uma conversa parecida com o doutor Mitchell.

– Você disse que recebeu as fichas dele sobre mim, vou ter que repetir tudo o que já falei? - reclamei, mal humorada.

– Só estava testando uma coisa, mas vamos mudar de assunto.

Não me leve a mal, não quis parecer grossa nem nada. Mas se aquelas consultas eram pra me ajudar, ficar voltando atrás não ia resolver não. Caitlin então leu em voz alta minha folha, e imaginei se isso não foi um tipo de punição. Fiquei vermelha de vergonha, querendo bloquear aquilo. Eu escrevi isso? Sério mesmo? Depois disso, ela perguntou se as músicas que eu ouvia antes eram as mesmas que as que ouvia atualmente, e respondi que não.

O que, mais uma vez, me faz pensar que conforme crescemos e mudamos, nosso gosto musical muda também, porque ele acompanha nossa personalidade. O que não me impede de, de vez em quando, passar uma tarde nostálgica ouvindo hits do passado.

Caitlin me fez fazer uma lista com dez músicas que ouvia muito e não ouço mais. Não me lembro da ordem correta, mas citei algumas Somebody To Love, do Justin Bieber, Bye Bye do Restart e Alejandro da Lady Gaga. Sem falar da banda RBD, que eu sabia cantar e dançar discos inteiros. Hoje, nem me lembro mais dos integrantes ou os personagens que interpretaram.

A minha irmã pequena anda meio mandona, chata e rabugenta. Ela fica dizendo "eu quero", e exigindo coisas. Tenho uma leve impressão de que está sendo influenciada pela Larissa Manoela e as personagens que ela faz, sem falar das músicas. Como uma em que diz que a garota quer ser uma popstar, usar roupas caras e viajar pelo mundo, e agora minha irmãzinha quer isso.

O que me leva a pensar em outra coisa : não somos apenas influenciados pelas músicas que ouvimos, mas ao que assistimos. Existem excessõs, claro. Como eu, que não mudei por algo, mas fiz os "algos" mudarem pra me acompanhar.

Estou divagando de novo, não estou? Ando fazendo muito isso.

As músicas foram tocando enquanto a sessão durou, e conversamos altos papos. Antes de ir embora, Caitlin disse que não teríamos consultas até a segunda semana de janeiro, pois entraria de recesso. O que me fez contrair a boca, porque caramba, quando eu teria consultas que não fossem interrompidas desse jeito? Era só comigo que isso acontecia? A parte boa foi que ela disse que assim que voltassem do recesso eu poderia ter uma chamada online com o Mitchell, e estou quase que ansiosa pra isso.

Caramba, mamãe acabou de xingar um cara pela janela, as pessoas parecem com raiva. É, pelo visto, vai demorar....


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