Garota Imperfeita escrita por kathe Daratrazanoff


Capítulo 16
Doutora Caitlin


Notas iniciais do capítulo

Tenho umas coisinhas importantes pra dizer, não deixem de ler as notas finais, beleza?

Quero agradecer a The New Romantic, a leitora que sempre deixa um comentário enooorme. Obrigada, TNR ♥.

Quero agradecer a Faerie, que além de deixar comentários divosos, é a dona da minha segunda recomendação, aquela recomendação que ainda brilha na minha fic ♥.

Quero agradecer a Cupcake, que me deixou um livro pra ler. Muito obrigada pelo comentário, qualquer coisa to aqui.

E a Nobody, que fui ver agora a pouco. Muito, muito obrigada mesmo pelo comentário ♥. Espero que goste desse capítulo.

A todos os leitores, aos que eu citei e aos que não citei, valeu mesmo.

Obrigado aos que mandaram msg privado, e gente, qualquer coisinha, me chamem. Eu gosto de ajudar pessoinhas na internet. Sei que muitas aqui tem seus problemas, e estou aqui como uma espécie de amiga. Podem conta mesmo comigo.

Boa leitura.



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Minha mãe parou o carro no estacionamento, e pediu pra que fóssemos andando. Passamos por algumas rampas até chegar na entrada do edifício.

Parecia ter uns dois ou três andares, e com excessão de algumas lojinhas, o Centro de Psicologia da Super (CPS) era o que ocupava o quarteirão todo.

Entramos no lugar, e minha mãe pediu pra que eu me sentasse em uma das cadeiras. Me sentei, a contra gosto, e fiquei vendo ela conversar com a recepcionista. Não sei o motivo da demora, elas duas estão conversando faz um tempão e mexendo com uns papéis. Como estava entediada de ficar sentada sem fazer nada, decidi escrever.

Está meio vazio o lugar. Quero dizer, só tem eu sentada. Não que eu esteja triste com isso, é bom ter o ar condicionado só pra mim. Mas que lugar é esse, que não aparenta ter pacientes?

Um carro de som está passando do lado de fora, anunciando um show do cantor Wesley Safadão. Que piada. E eu pensei que fosse crime, passar com esses carros perto de escolas ou hospitais. Não que aqui fosse um hospital ou que eu entendesse das leis.

Não sei o motivo da minha mãe insistir nessas consultas, e uma parte de mim... Uma parte de mim está magoada. Inconformada, sabe? Eu queria que ela conversasse comigo, mas mesmo que ela se abrisse (ou que eu me abrisse), o que eu poderia dizer? Como fazer com que ela me entenda?

Eu não queria que minha mãe me tratasse como se eu fosse um problema, sabe. Queria que ela me olhasse... Sei lá, com orgulho. Se bem que, o que eu faço pra orgulhar ela?

Eu não quero brigar, eu não quero chorar. Só queria que as coisas fossem diferentes. Sei que tenho alguns probleminhas, mas quem não tem?

Sei que ela quer me ajudar, mas não percebe que está me sufocando? Uma parte de mim quer gritar as palavras que estão presas, porém, eu realmente não quero magoá-la. O que eu faço?

Ta legal, agora eu sinto vontade de chorar. Aposto que ela e a recepcionista estão falando de mim, e nem me chamaram. Por que ninguém estâ falando comigo? Por que não estão perguntando o que quero?

Quando quero falar, me ignoram. E então, quando eu me acostumei com o silêncio, querem me fazer falar.

Preciso me distrair. Hum, um casal acabou de entrar. Problemas no paraíso? Meus pais viviam brigando quando estavam juntos. Ainda brigam, mas é bem melhor que antes. Tipo, não tenho que ficar no meio das discussões, como antes. Eles, naquela época, que precisavam de acompanhamento médio.

Minha mãe está sinalizando pra mim, acho melhor ir lá. Só espero não deixar transparecer meu medo.

–------- ♥ ---------- ♥

" Ao longo da história, o cérebro humano desvendou os mais íntimos segredos da matéria, a lógica da vida, os confins do Universo, a bilhões de anos-luz daqui. É impressionante que um órgão de um pouco mais de 1 quilo na cabeça de um primata sem pelos de um planeta da periferia de uma galáxia qualquer tenha compreendido tanto"

A minha mãe entrou comigo no consultório da Doutora Catlin, por sugestão da recepcionista. Fomos encaminhas para uma sala, que ficava no segundo andar. Subimos uma pequena escada e entramos na sala dela. Da doutora, quero dizer.

Era bem... Como explicar? Maior do que eu imaginava.

Em uma parede, havia uma estante que ia até perto do teto empilhada de livros. E uma pequena escadinha de apoio.

Dei uma olhada nos títulos dos livros. Gosto de ler e se vejo livros, tenho que saber o nome deles. Parecia que tudo ali era acadêmico. "A inteligência - um conceito reformulado" , "Mente, Cérebro e Cognição" , "O Mistério da Consciência".

Perto da onde tinha um monte de janelas, havia uma bancada de mármore, com um pinhado de objetos estranhos, não deu pra ver direito o que eram.

Olhei para uma mesinha que estava num canto, uma mesa com mais papéis. E uma mulher, de talvez quarenta anos, sentada ali. Ela era loira, com o cabelo até os ombros. usava óculos, e parecia ser séria. Toda compenetrada, me lembrava aqueles professores rígidos e sérios da escola.

Ela se levantou da cadeira, deu um aperto de mão na minha mãe e pediu para que a gente se sentasse.

– Hoje, só vamos ter uma pequena introdução, pra nos conhecermos melhor. - ela havia dito.

Ela começou a falar, se apresentando. Se chamava Caitlin Snow, tinha dois doutorados e um mestrado em hipnose. Não me lembro de tudo o que ela falou, mas o que eu peguei foi algumas coisas sobre o cérebro.

Ela disse que a melhor maneira de resolver qualquer coisa, era identificar os problemas. E que antes de tudo, se conhecer era a primeira porta a se ultrapassar.

– Primeiramente, eu gostaria de ouvir de cada uma das duas, o motivo de estarem aqui. Começando por você, querida.

Pensei que ela pediria a opinião da minha mãe primeiro, e nem estava esperando por isso. Tirei os olhos do aquário dela e pensei um pouco no que dizer. E o mais chato disso tudo era ter que dizer na frente da minha mãe, tive que medir bem cada palavra.

– Eu acho que... A minha mãe ta preocupada comigo. Ela acha que tenho alguns problemas, e que preciso desabafar sobre eles. Ela acha que sou muito calada a respeito de certas coisas. Que eu... Não sei, talvez... Ela só queira... Não tenho certeza. - respondi, encarando a doutora pra não ter que olhar pra minha mãe, e ficando da cor de um tomate.

– Vou reformular a pergunta, meu bem. - a doutora Caitlin disse. - Por que acha que precisa passar por um psicólogo?

– Não acho que eu preciso. - respondi, rápido demais. - Quero dizer, eu estou bem. Sou como qualquer garota da minha idade. Se eu tenho que passar por consultas, então a maior parte das adolescentes tem que fazer isso também.

A doutora Caitlin sorriu, e deu a palavra para a minha mãe. E mais uma vez, fiquei surpresa com as palavras que ouvi.

– Katherine se tornou uma espécie de bomba, ao longo dos anos. Tem vezes que ela converaa normal, brinca com todo mundo. Mas tem vezes que parece que tudo a irrita. Você não pode dizer um A que ela fica com raiva. Vem sendo difícil lidar com ela, porque nunca sei quando ela está bem ou está prestes a explodir. Tem dias que ela fica trancada no quarto, sem dizer nada. Eu olho pra ela e não a reconheço. Não sei o que ela faz ou pensa da vida, só quero que isso pare porque estamos assustados. Não sabemos se ela tem essas coisas que os adolescentes parecem ter, como bulimia, problemas de alto estima. Estamos com medo. Esses dias, li uma reportagem de uma garota que se suicidou porque os alunos da sala dela tiraram sarro de um penteado que ela fez. Consegue entender minha preocupação, doutora? Quando a professora dela me chamou, pra falar que minha filha mal falava na escola e que isso era um problema grave, não pensei duas vezes em seguir o conselho dela e arranjar um psicólogo. Eu li um panfleto que dizia que às vezez, os jovens simplesmente não conseguem dizer tudo o que precisam aos pais, mas precisam tirar aquilo da garganta, pra que possa sair da mente. Acredito que, se ela não pode falar comigo, vai poder falar com um especialista.

A doutora Caitlin assentiu com a cabeça, fez algumas anotações e voltei a olhar para o aquário. Fiquei meio em choque. Chateada, intrigada. Senti um clima estranho entre mim e a minha mãe, essa tensão esquisita. Eu nunca cheguei nela e perguntei o motivo dela fazer isso comigo, de achar que eu precisava de ajuda.

E eu queria mais detalhes, queria perguntar o que ela achava de mim e tudo mais. Só que ao mesmo tempo, eu estava com medo da resposta.

A doutora Caitlin começou a explicar mais algumas coisas. Ela falou que estava trocando emails com o Mitchell, pra que os dois pudessem fazer um bom trabalbo comigo, e que os métodos dela poderiam ser diferentes do que eu conhecia.

– Pra começar, para a próxima consulta, quero que me traga uma folha com informações suas, Katherine. - Franzi a testa, porque eu sabia que ela devia ter informações minhas ali. - Não uma folha como está pensando. Quero que você escreva quem é você, se apresente pra mim. Entendeu?

Fiz algumas perguntas, pra ver se tinha entendido bem, e concordei.

– O doutor Mitchell acredita que uma atividade dessas vá te ajudar mais. Segundo os relatórios que recebi dele, você é mais receptiva pela linguagem escrita, não a oral.

Fiquei pensando no doutor Mitchell. Eu tinha tido poucas consultas com ele, mas tinha sido legal. Quero dizer, ele não pegou taaanto assim no meu pé.

– Outra coisa, mocinha. Soube que escreve em um diário, sugestão do doutor Mitchell.

– Sim. - respondi, mostrando o diário pra ela.

– Ótimo. Quero que escreva sobre cada consulta que tiver comigo. O que fizemos em cada consulta, o que achou.

– Sim, senhora. - respondi.

– Ótimo. Já pode começar.

Foi um jeito amigável dela de me chutar pra fora da sala. Ela me pediu pra esperar na recepção, pois ela tinha que dar uma palavrinha com a minha mãe.

Fiz o que ela pediu, escrevi da consulta. E sinceramente? Espero que seja mais legal do que aparenta ser.


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Notas finais do capítulo

Então, seus lindos e maravilhosos, recado aqui pra vocês.

Não sei se sabem, mas já foi divulgado o 12° desafio do NYAH, e dessa vez tem haver com AIDS.

Resolvi participar, e já estou trabalhando numa nova história. Se chama Recomeço, e se trata de uma garota que nasceu com aids e como ela superou isso, como convive com a doença.

Como tenho que focar mais nessa minha nova história (até porque tenho que finalizar até o fim de janeiro, se não me engano), minhas outras fics vão passar por uma... Desaceleração.

Calma, não vou deixar de atualizar. Porém, não vai mais ter dois capítulos por semana, apenas um. Alguns de vocês devem ter percebido que não postei na terça.

É isso gente, Garota Imperfeita passa a ser atualizada só nas sextas enquanto durar o desafio.

E
Outra
Coisa

Como alguns sabem, estou sem computador e digitando, postando tudo pelo celular (motivo esse de aparecer erros toscos no texto). E meu celular ta bugado. Se eu deixar de postar, não é que larguei a fic, ta? Se eu sumir, é porque meu celular pifou, aí só volto quando meu esperado pc voltar.

Beijaços



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