Tem vezes em que me pego pensando em certas coisas. Às vezes, sentada e sentindo a brisa do vento, fico imaginando como seria a história da minha vida. Se toda a minha essência fosse colocada em um livro ou um filme, que gênero ele seria? Pode apostar que não seria um romance fofo com direito a clichés e coisa e tal.

Definitivamente não. Apesar de que eu amo isso, essas histórias maravilhosas de amor. Só que eu sou Katherine Sánchez, e essas coisas não acontecem comigo.

Até hoje, não entrou um cara misterioso e super gato na minha sala. Nenhum Patch Cipriano da vida, sô funkeiros, com aqueles óculos e bonés tìpicos dele. Nunca aconteceu de eu mudar pra uma escola nova, conhecer o garoto mais popular e ele se apaixonar por mim. E sei que vou mudar de escola de novo, mas quais as chances de isso acontecer? De sei lá, eu derrubar meu material no chão e um cara perfeito me ajudar a pegar? Se é a minha vida, o máximo que acontece é vim alguém roubar o que caiu.

O que acontece comigo é o famoso crush. Me apaixono por vários carinhas, passo por uma ou duas cenas hilárias. Mas nada vai pra frente, porque eu sou Katherine, e isso significa que no final, eu não fico com o garoto.

Eu sei, uma tragédia. A minha história seria mais um desabafo. Sabe, quando eu entrei nessa fase maluca que é a adolescência, estava totalmente despreparada. Ninguém me disse os riscos, os problemas, ninguém chegou pra mim dando conselhos de como seria.

Tirando aquela professora esquisita da 6° série. Ela era loira, mal acabada e vivia usando botas de cowboy. Por isso recebeu o apelido de "cowboy forever" dos alunos. E quase me esqueci dos óculos escuros, ela vivia usando. Coitada, devia achar que estava arrasando. E ela dizia :

– Vocês estão para entrar na adolescência. Não precisam entrar em ceise nem nada disso. É tudo frescura, essa coisa de que adolescência é uma fase turbulenta. Eu e meus 11 irmãos passamos por essa fase tranquilos.

Não é à toa que ela vivia recebendo bolinha de papel na cara.

Enfim, eu não tive nenhum manual, e eu estava pensando em fazer um. Sabe, pra ajudar as futuras gerações. E que ideia eu tive?

Veja bem, desde que minha mãe (a pedido de uma super chata professora de matemática) me arranjou um psicólogo/psicanalista, eu fui obrigada a escrever um diário. Escrever nesse diário.

E posso ter exitado no começo, porque veja bem, há muito tempo, numa galâxia muito, muito distante, existia eu. E eu tinha um diário e escrevia tudo nele. Tipo assim, tudo mesmo. E meu irmão foi lá, abriu meu diário e leu tudo.

Eu amo escrever, amo mesmo. Mas sobre mim? Meus segredos mais íntimos? Caramba.

Porém, eu tomei uma decisão e sei que será por uma boa causa. Quem sabe, no futuro, eu venda isso e fique rica.

Decidi que tudo o que jâ escrevi (e que ainda vou escrever) nesse diário vai ser publicado. Vai ser dedicado pra todas as garotas que, como eu, já se sentiram perdidas ou confusas ou sozinhas.

Diário de Uma Garota Imperfeita, tudo o que as adolescentes vão precisar.

Por apenas R$ 29,90 ou um livro da Meg Cabot.

** O livro deve ser enviado por correio, não pagarei o frete.

Seu peso, sua aparência, suas roupas, sua personalidade, os boys magia feat. crush, amigos perdidos, os quase-beijos, fugindo da escola, a primeira bebida feat. o primeiro cigarro, cabulando aula, escola nova, conflitos com irmãos, probleminhas com a mãe, falsianes.

**Este produto só é destinado a quem se identifica com alguma coisa.