The Guest escrita por Thaís Romes, Sweet rose


Capítulo 6
Precisamos falar sobre Merlin.


Notas iniciais do capítulo

Oi galera!
Nós voltamos com mais um capítulo que tem um pouco de tudo!
Esperamos que vocês gostem...
Boa leitura!



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Chego ao clube antes mesmo que Roy, que ficou interrogando os bandidos, se eu ficasse junto poderia não ter muito para se interrogar além de uma poça de sangue.

–Alguma coisa Felicity?

–Nada ainda. Batman achou alguns documentos de Malcom, mas não deu mais informações. - Ela olha os monitores e parece inquieta. – Desculpa eu perguntar Nissa, mas da última vez que Sara fugiu você veio com uma leva de assassinos para a cidade a caça dela. O que mudou? Por que você não fez o mesmo? –Ela me olha com intensidade, ela não entendia, não podia culpá-la.

–Você disse, da última vez ela fugiu. – Ela piscou duas vezes e vi quando a compreensão a invadiu.

–Você deixou ela ir embora? –Concluiu.

–Não. –Eu começo a lembrar aquela tarde em nossa cama, ela me contando que precisa resolver algumas coisas. Nós estávamos juntas, eu tinha certeza disso. – Ela queria resolver alguns problemas, Sara não quis me dizer o que era, mas quando conversamos aquela última tarde, foi quando eu percebi de verdade que ela me amava Felicity, e eu sabia que ela iria voltar para mim.

Sinto meus olhos cheios de lagrimas, eu não podia chorar, não na frente de alguém, ainda mais na frente uma pessoa tão frágil quanto Felicity Smoak.

Sinto sua mão em meu ombro. -Então, mesmo que por uma tarde você sentiu o que a maioria das pessoas nunca consegue sentir, você sentiu o que é ser amada de verdade, sem reservas e sem medos. Você foi feliz em uma tarde o que a maioria das pessoas não é em uma vida inteira. É tudo bem você chorar

quando perde isso, é a prova de que você tem um coração ai dentro Nissa, um coração que mereceu ser amado por Sara.

Eu a olho e eu não sei em que momento aquela garota que eu conheci a cinco, seis meses atrás se tornou essa mulher que agora está me dando forças para continuar, mas eu tenho certeza que ela não é o que eu pensei que fosse. Felicity Smoak é forte.

–Nissa você em uma tarde já foi mais feliz que eu em uma vida inteira, eu não queria está sentindo o que eu estou sentido agora, tenho inveja, por não saber o que é ser amada por quem eu amo. –Ela me pega de surpresa. –Você amou e foi amada, eu amo e sou rejeitada por que sou fraca.

–Felicity, você é forte, eu consigo ver isso agora. –Ela me olha surpresa. –Sem você Oliver já teria desabado, dá um tempo para ele. E quanto a ser forte fisicamente, eu estou propensa a largar o ramo de assassinato, quem sabe ensinar técnicas letais de lutas, te interessaria aprender?

[...]

Era o sinal do fim dos tempos. Depois disso eu acharia natural os quatro cavaleiros do apocalipse surgirem escada a baixo. Isso seria fichinha comparado a eu estar tendo uma típica conversa de garotas com Nissa Al’Ghul.

Eu precisava achar mais alguém para conversar sobre os meus problemas, mas pensando bem para quem eu podia contar os meus problemas depois que Sara se foi, quer dizer, alguém que tenha dois cromossomos X, Laurel? Fora de questão.

Antes quando eu olhava para Nissa alguma coisa em mim me mandava afastar dela. Ela me remetia perigo, medo, quase uma fobia, cheguei a dar um nome para isso: Nissafobia. Hoje, conversando com ela, o que eu sinto é simpatia, quase amizade, e talvez se ela deixasse poderia sim se tornar amizade verdadeira.

Ouço a porta se abri, e vejo John e Batman descendo as escadas, Batman carregava alguns papeis, que supus ser o conteúdo do cofre.

–Então o que você achou lá? - Eu estava impaciente.

–Nem adianta, ele só vai falar quando estiverem todos juntos. Por sinal aonde encomendo um carro daquele? –Eu olho pela câmera de segurança, e vejo um pequeno tanque parado no fundo do clube.

–Nada pessoal John, mas você não está pensando em levar a pequena Sara para a creche em uma coisa como aquela, está? Já pensou achar vaga para estacionar no centro da cidade?

–Felicity, sempre pratica. – Ouço Oliver rindo, o simples som de sua risada me enche de nostalgia.

–Praticidade é meu sobrenome. - Oliver e Roy colocam os arcos sobre a mesa. – Estamos todos aqui. Agora será que pode nos dizer o que tinha no cofre?

–Muitas coisas, mas duas delas são as mais importantes. –Ele começa a explicar. – Merlin tinha muitas propriedades pelo mundo, algumas em seu nome, outras em nome de terceiros, algumas legalizadas e outras não.

–Até ai nenhuma novidade. – A voz de Nissa demonstra impaciência, por sinal, impaciência deveria ser o nome dessa operação. ‘Operação dos Impacientes’.

–A novidade é que dentro do cofre havia plantas muito bem detalhadas de algumas dessas propriedades, duas delas nos arredores da cidade, lugar que ele poderia usar como esconderijo sem ninguém nunca suspeitar.

–Quer dizer que ele está aqui? –Roy fecha o punho em indignação.

–Significa que ele esteve aqui, e se sente seguro para voltar se o cofre explodir.

Der repente meus computadores começam a apitar freneticamente, vou até eles para ver o que acontece.

–Felicity? –Oliver está ao meu lado.

Eu olho para os monitores tentado entender.

– Agora que o cofre explodiu. – Batman continua como se fosse algo entediante. – A outra coisa importante dentro do cofre Nissa... - E pela primeira vez Batman está receoso em dizer, ele tira a máscara e olha para mulher a sua frente. Eu vejo ela alarmada, vou até o seu lado da mesma maneira que iria para o lado de Roy, John ou Oliver se eu pressentisse o perigo indo em direção a eles. – Nissa é um dossiê sobre o seu pai. –Ele estende a pasta para Nissa, que pega sem entender.

–Bruce, não é novidade que meu pai já fez muitas coisas ruins, ele é o mandante da morte de Sara... –Nissa fica muda de repente olhando para a pasta que Bruce a entregou. –Isso não pode se verdade. – Nissa joga a pasta sobre a mesa, eu vejo a foto de uma mulher ensanguentada, garganta cortada, olhos vidrados. Mas além da brutalidade na morte, outra coisa me chama a atenção. Sua aparência me era familiar, cabelos negros, pele branca, muito bonita, ela era muito parecida com a ...

–Nissa essa é a sua mãe? –A pergunta escapou por meus lábios sem que eu percebesse.

Nissa deixou seu corpo cair sobre uma cadeira. Sua face mostrava toda a dor que ela vinha mantendo escondida por tanto tempo, olhei para Bruce pedindo orientação, precisávamos fazer algo para ajudá-la! Oliver segurou meu braço para me impedir de ir em direção a ela.

–Deixe-a sentir a dor. –Sussurrou Oliver para mim.

–Existem momentos em que a solidão é a melhor companhia. –Completou Bruce.

Eu sei que os dois são treinados e letais e essas coisas que eles são... Mas ela não parecia uma assassina naquele momento, parecia uma criança que precisava de colo, precisava saber que alguém estava ali por ela. Encarei os dois os desafiando a me impedir. Aproximei tirando suas mãos de sua face e as segurando com as minhas, ela as apertou com carinho olhando em meus olhos por um momento.

–Bruce, vamos colocar Ra’s atrás das grades. –O fato dela ter se referido ao próprio pai pelo nome não passou desapercebido por ninguém. Nissa levantou, respirou fundo se recompondo e passou as mãos no rosto antes de voltar a falar. –Existem alguns soldados sobre a minha liderança no exército e outros sobre a de minha irmã. –Ela olhou para Bruce sugestivamente que parecia desconfortável. –Eles são fieis a nós, consigo trazê-los para o nosso lado, isso é claro... –Ele se virou em direção a Oliver que permanecia imóvel com o semblante indecifrável. –Se quiser lutar junto comigo. –Disse a ele.

Oliver caminhou em sua direção estendendo sua mão para ela que aceitou com um olhar triste. –Pode contar comigo e toda minha equipe. –Em resposta Roy, Diggle e eu sorrimos para ela.

–Ok. –Disse Bruce fazendo com que todos olhassem para ele. –Conte com a minha também. –Ele suspirou, demonstrando o mínimo de emoções. Viva ele é humano!

–Eu realmente preciso me informar melhor a respeito dele, com toda essa carranca eu pensava que ele era do estilo Lobo Solitário. -Todos olharam para mim, Roy e Diggle prendiam o riso, os outros não demonstravam reação. –Por favor, me digam que eu não disse isso em voz alta. –Pedi envergonhada passando a mão em meus cabelos.

–Você disse. –Nissa confirmou com um pequeno sorriso nos lábios.

–Ela é sempre assim? –Escutei a voz de Bruce perguntar, mas minha vergonha não me permitia olhar para ele afim de constatar se estava ofendido ou não.

–Desde o dia em que a conheci. –Respondeu Oliver com um sorriso na voz.

[...]

Felicity foi a última a chegar na caverna. Já havia anoitecido, Roy estava fazendo sua primeira ronda da noite com Nissa. Bruce informou que precisava resolver algo a respeito da sua empresa em Gothan, mas voltaria a Starlling assim que possível. John ficou com filha para que Layla pudesse descansar um pouco.

–Chegou tarde. –Disse a primeira coisa que me veio em mente quando ela se sentou em sua cadeira, parecendo ignorar minha presença.

–Palmer. –Ela revirou os olhos ao dizer o nome dele parecendo ainda estar muito irritada com algo. –Por que você não está na ronda com o Roy? –Perguntou sem nem mesmo olhar em minha direção.

–Queria esperar você chegar. –Finalmente consegui a atenção dela que se virou parecendo assustada com uma sobrancelha erguida.

–O que eu fiz de errado agora? –Perguntou com a voz triste.

–Não! Você não fez nada errado... Na verdade você nunca está errada, mas eu percebi que não tenho sido o melhor parceiro para você ultimamente e não quero continuar sendo ignorado todas as vezes que você entra nessa caverna. Então, me desculpe. –Soltei tudo de uma só vez desabafando o que eu estava sentindo.

–Ai Oliver. –Ela suspirou ao dizer meu nome se levantando ficando parada a minha frente. –Eu preciso me lembrar como era antes.

–Antes? –Questionei confuso.

–Antes de tudo se tornar real... E depois não ser mais... E agora eu fico tão irritada. –Ela fingiu estrangular o ar enquanto falava. –Só de estar perto de você, então eu entendo o motivo de ter sido um babaca quando a... –Felicity respirou fundo sem conseguir dizer o nome da Sara fazendo seus olhos se encherem de lágrimas. –Você sabe, aconteceu. Eu estou acostumada a ser ignorada por você, a ser seu saco de pancada, sou acostumada a ser sua parceira, amiga, ser quem luta com você e as vezes por você contra você mesmo. Mas não estou acostumada a ser a garota que deixou de ser a garota. –Concluiu com seus olhos nos meus, toda aquela sinceridade me machucava e confortava ao mesmo tempo.

–Você não deixou de ser a garota. –Disse a ela tocando sua face.

–Eu sei. –Começou a dizer. –Só que talvez ser sua garota, sem ser sua garota, não seja mais uma opção para nós dois.

–Você complica tanto as coisas. –Sorri a puxando para meus braços.

Encostei meus lábios nos dela, sentindo sua boca macia na minha. Minhas mãos estavam em sua cintura as dela em meus ombros, minha língua pediu passagem em sua boca e ela cedeu sem resistência. Finalmente estava a beijando de verdade, sentindo seu gosto doce. Nosso ritmo era perfeitamente coordenado, parecia que nos beijávamos a anos. Felicity mordeu levemente meu lábio inferior quando começamos a nos afastar fazendo com que o beijo recomeçasse novamente, eu a abracei com mais força, parecia que por maior que fosse a proximidade entre nossos corpos ainda não era o suficiente, eu queria mais, precisava de mais. Seu coração batia tão acelerado quanto o meu.

–Oliver.

–Oi. –Respondi com os lábios nos dela e minha voz mais rouca que o normal.

–Eu não chamei. –Disse Felicity com a voz fraca se afastando.

Era Laurel, estava parada no fim das escadas com as mãos ensanguentadas nos olhando assustada.

–O que aconteceu?


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de nos dizer o que achou do capítulo, o que esperam que aconteça agora, vamos conversar! Bjs