The Guest escrita por Thaís Romes, Sweet rose


Capítulo 14
Álbum de Família


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Galera, nós precisamos agradecer a quem tem comentado, feito perguntas, conversado com a gente, vocês são tão legais! Fica aqui nosso muito obrigada!
Esperamos que curtam o capítulo de hoje.



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– Alguém precisa alimentá-la. – Felicity diz sentada em sua cadeira, olhando os monitores que vigiavam a minha irmã caçula.

Olho em volta e que vejo todos dão um passo para trás. -É. –Digo resignado. –Acho que é hora de um papo em família.

Fecho a porta atrás de mim, ela não levanta o rosto, ela está tão diferente de quando eu a vi pela última vez. Em minha cabeça vem lembranças da minha infância. Minha mãe chegando ao lado da minha cama e meu pai encostado no batente da porta do meu quarto, eu tinha menos de oito anos, mamãe tinha um sorriso incerto no rosto, mas o que mais me marcou foi a alegria em que meu pai estava.

‘Filho, eu tenho uma notícia para te contar.’ –Minha mãe disse. Eu estava sentado na cama pensando ter feito algo errado. ‘A partir de hoje, você não é mais uma criança.’ -Ela começa enfim a sorrir de verdade, eu com a inocência de uma criança não entendia. ‘A partir de hoje você tem que se preparar para cuidar do seu irmãozinho ou irmãzinha que está para chegar.’

A lembrança muda e agora estou no pátio do da escola da Thea, dois garotos estão importunando ela e uma amiga, eu a vejo antes que ela me veja, Thea está aterrorizada, ela não tem mais de doze anos. Eu chego por trás dos garotos e ela então me vê e suspira aliviada, ela sabia que eu não deixaria nada de ruim acontecer a ela, antes mesmo de falar alguma coisa, o sorriso em seu rosto e a certeza de que ela confiava em mim, foram algumas das coisas que mais me deram forças para voltar para casa. Minha irmã confiava e precisava da minha proteção.

Lembranças e mais lembranças, entram em minha mente, mas não é a Thea minha pequena irmã que está aqui à minha frente. Está uma mulher que matou não sei quantos homens a serviço do pai psicopata em nada se parece com a garotinha que eu buscava no colégio. A minha frente está uma mulher que tentou matar um amigo, um parceiro de batalha.

Ela parece acordar e levanta o rosto com dificuldade. -Oliver? –Diz assustada. –Achei que você não quisesse estar aqui.

–E não quero, mas não há ninguém mais que queira, então, já que sou o único com uma real obrigação com você. –Minha voz é lenta e mordaz. –Aqui estou eu.

–Acho que eu mereço isso. – Ela faz piada, mas sua voz não tem humor.

–O que te leva a imaginar isso? –Me levanto e vou até ela. Thea se recolhe em advertência, e aquilo me machuca mais do que eu poderia supor. Peguei a garrafa de água e a posicionei em sua boca para que ela bebesse, ela o faz deixando a garrafa seca.

–Obrigada. – Sua voz parece melhorar. Puxei a cadeira para mais perto e desenrolei um hambúrguer que Dick tinha providenciado. -Sem picles não é? – Abri o hambúrguer, retiro os picles e os como. Ela riu, e pela primeira vez em muito tempo eu vi a minha irmã, a minha Speed. –Igual à quando éramos criança.

Ela come-o rápido, parecia faminta, e quando acaba bebe mais uma garrafa de água. Me olha incerta como se quisesse me dizer alguma coisa. -Sua última chance. –Digo sem tirar os olhos do dela.

–Batman me disse uma coisa sobre Merlin, foi o que me fez ver tudo diferente...

–Que foi Merlin o responsável pelo naufrágio. –Digo sem emoção. –Eu já sabia.

–E você não me contou. –Não era raiva o que eu ouvia em sua voz, era desespero.

–Com toda a sinceridade que eu posso te dar, Thea, quando eu voltei você era tudo menos uma pessoa a quem eu poderia contar os meus segredos, você era inconsequente, irresponsável, mimada. – Jogo minha cabeça para trás, Thea não era a única cansada. – Nosso... Meu pai saiu vivo daquele navio, nós conseguimos um bote salva-vidas, mas ele se matou na minha frente. Não havia suprimento suficiente para duas pessoas sobreviverem, então ele atirou na própria cabeça para me dar mais chance de escapar, ele queria que eu voltasse vivo para casa. –Ela chorava ouvindo o que eu dizia. –Suas últimas palavras foram o que me levou a me tornar o Arqueiro, ele me fez prometer que salvaria a cidade, pediu para impedir que Merlin fizesse o que planejava. Eu tentei, e falhei. –Me levanto. –Mas vou impedi-lo agora. –Me viro em direção a porta.

–Ollie? – Ouço sua voz fraca. –Eu vou te ajudar.

[...]

A noite já estava no fim, ou o dia já estava no começo, não sei bem. Bruce, Dick e Barbara (que depois do interrogatório, comecei a ver com outros olhos) já tinham ido para o hotel, mesmo destino de Nissa. Já Diggle tinha arrastado um Roy contra a vontade, para sua casa, onde, segundo Diggle, Layla tinha preparado canja para que o amigo melhorasse, o que Diggle me confidenciou ser indicio que Roy iria acordar muito pior. Foi providenciado um colchão para Thea, mas essa era a única coisa que ela tinha acesso na sala/cela dela.

Agora eu olhava Oliver que dormia um sono agitado, se movendo constantemente, nem mesmo quando dormia ele conseguia relaxar. Sua feição era dura e seus punhos estavam cerrados. Eu queria ir até ele, mas tinha medo de invadir o seu espaço, eu não me sentia segura nessa relação com Oliver, era como andar em uma corda bamba com uma sombrinha nas mãos, e a qualquer sopro mais forte eu poderia cair, e não importava para que que lado fosse eu iria me machucar.

Mesmo assim me atrevo a sentar na cabeceira da sua cama, e com cuidado acariciar a sua face, Oliver não desperta e pouco a pouco se acalma, fico ali por um tempo que não sei mensurar, apenas observando ele dormir agora mais pacificamente. Isso faz com que eu me sinta bem, vê-lo assim, seu lindo rosto calmo, seus lábios entre abertos, sua respiração constante, era como observar um anjo. Respiro fundo e me levanto, olho o meu relógio e me assusto ao ver a hora. -Droga! –Praguejo em voz baixa. Já eram sete horas da manhã, e eu nem mesmo tinha ido tomar um banho. Vejo algo piscando na tela do computador. Isso não era bom. Não era nada bom!

–Você não foi para casa? –Ouço sua voz sonolenta.

–Não. –A minha era de preocupação.

– Felicity o que foi? –Ele parece despertar.

–Uma conta onde Merlin movimentava dinheiro fez uma transferência substancial para um banco no Marrocos. – Me sento e começo a procurar mais dados.

–Eu sei que isso não é bom, mas de quanto estrago estamos falando? –Oliver diz se situado.

–O dinheiro foi parar em uma conta laranja, um traficante internacional de armas, e estou falando de armamento grande. Ele fornece para grupos extremistas, exércitos revolucionários...

–Lunáticos por dinheiro? – Oliver cogita a hipótese

–Parece que sim. Vou mandar esses dados para o Bruce, vê se ele conhece mais das aramas desse cara. – Termino tudo em poucos minutos e não tem mais o que eu possa fazer. Me levanto e pego a minha bolsa. Olive está encostado na maca, me olha diferente. - O que foi?

–Eu tive um sonho essa noite com você, um pesadelo na verdade... –Diz com sua testa franzida e os braços cruzados sobre o peito.

–Obrigada. –Respondo ofendida.

–Não é isso que quis dizer. –Ele me olha desconcertado. - Por que com as outras era sempre tão fácil e com você eu me enrolo todo? –Diz mais para ele mesmo. – Primeiro era um pesadelo, eu queimava mas não podia me mexer, o calor entrava pela minha garganta, mas eu não conseguia gritar, estava paralisado. – Ele se aproxima aos poucos até quase se encostar em mim, eu sentia o seu calor, seu cheiro me envolvendo. – Então eu senti seu perfume, e o fogo que antes me queimava se transformou em outra coisa. –Ele ri. - Algo como o que se sente quando você toma chocolate quente no inverno... Aconchegante, acolhedor. –Ele tenta encontrar as palavras certas.

–Algo seguro. – Testo.

–Algo seguro. - Ele confirma. – Senti o seu toque. – Oliver pega a minha mão e passa em sua face, beijando a palma. –E minha pele não ardia mais, no momento em que eu te vi Felicity. E naquele momento eu sabia que poderia lidar com tudo. –Sorri para ele com carinho. –Vamos achar um jeito? –Ele diz referente a promessa que tínhamos firmado ontem.

–Estamos achando o nosso jeito. –Confirmei o beijando com todo o meu amor.

[...]

–Bruce! –Barbara grita meu nome entrando em meu quarto no hotel.

Abro meus olhos contrariado, apenas o suficiente para vê-la com um tablet nas mãos e o semblante sério, parada em frente à minha cama. –Onde está Dick? –Pergunto estranhando o fato dela e não ele ter ido me acordar.

–Foi ver o Roy, na casa do Diggle. Acho que ele está interessado nele, sabe, romanticamente falando. –Ela brinca, mas posso ver o ciúme em seu rosto.

–É diferente e você sabe. –Digo me sentando, Barbara vira-se de costas para me dar certa privacidade, então me levanto vestindo uma calça de moletom preta e uma camisa branca. –Pode se virar. –Digo a ela que se senta na beirada da minha cama. –Ele encontrou um amigo, isso não te faz ser menos especial para ele. –Fasso uma careta de desgosto por estar sendo obrigado a ser conselheiro amoroso dela.

–Eu sei. –Responde revirando os olhos. –Eu gosto de Roy também, ele me lembra... –Ela não completa a frase e não precisa, sei exatamente de quem ela está falando.

–O que você tem ai? –Mudo de assunto me sentando ao seu lado.

–Foi por isso que vim acordar você. –Informa me passando o tablet. –Felicity mandou esses arquivos a pouco tempo. -Eu adiantei a pesquisa e consegui descobrir algumas coisas. Acho que seu plano deu certo, o traficante de quem ele comprou armamento é o mesmo que você subornou.

–Zayn Sairibas. –Disse confirmando. –Parece que ele realmente cumpriu o combinado, o rastro que deixou é enorme. Conseguiu o número do carregamento?

–Preciso de algo mais potente que um tablet para conseguir isso Bruce. –Respondeu revirando os olhos.

–Então vamos para a caverna.

–Faz um tempo que eu estou louca para usar os brinquedinhos da Felicity! –Comemorou se levantando.

[...]

A cada vez que entrava naquela sala para alimentar minha irmã se tornava mais difícil de sair e deixa-la lá dentro trancada. Eu arrumei um banheiro pela manhã, tapando as possíveis rotas de fuga para que ele pudesse fazer sua higiene com alguma privacidade, não era agradável ficar vigiando minha irmã caçula fazer suas necessidades fisiológicas.

Depois de deixa-la tomar banho e vestir algumas roupas limpas, coloquei uma garrafa com água e um pacote de biscoitos dentro da cela para ela. Não nos falamos novamente, Thea parecia cansada de mais e me senti tentado a estender minha mão para conferir sua temperatura, ela não parecia nada saudável. Fiz uma nota mental para pedir Barbara para dar uma olhada nela mais tarde.

–Oliver preciso usar seu computador. –Disse Bruce entrando na caverna com Barbara.

–Claro. Onde está o Dick? –Perguntei.

–Com Roy, na casa de Diggle. –Barbara responde fazendo careta enquanto se senta na cadeira de Felicity. –E antes que comece a dar uma de Bruce o Retorno, eu não estou com ciúmes!

–O que ela tem? –Perguntei para Bruce mexendo os lábios sem emitir nenhum som. Ele deu de ombros em resposta, tão confuso quanto eu.

–Consegui! –Gritou após alguns segundos. –E eu tenho um número de série, agora é só processá-lo.

–Bom trabalho. –Diz Bruce se aproximando para ver de perto. –Barbara analisou as informações que Felicity me mandou e por sorte eu conheço o traficante de quem Merlin comprou o armamento. Zayn Sairibas, eu previ o movimento que ele faria subornando a fonte mais provável que viria a provê-lo. –Eu estava impressionado o olhando boquiaberto. –Assim Sairibas foi descuidado deixando todo aquele rastro.

–Como sabia que ele faria isso? –Questionei abobado.

–Por que ele é o Batman! –Ouço a voz debochada de Dick descendo as escadas, enquanto Barbara revira o olhar e se volta para os computadores impaciente com o parceiro, já Bruce da de ombros em concordância.


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Notas finais do capítulo

Então, hora do veredito.
Digam o que acharam!
Bjnhos



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