The Guest escrita por Thaís Romes, Sweet rose


Capítulo 10
Roy's Anatomy.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Segura coração com o capítulo de hoje... Esperamos que vocês curtam.



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Eu tento estancar o sangramento de Roy, pressionando a ferida com as mãos. Ele perdeu muito sangue, preciso tirá-lo do local imediatamente.

–Corro atrás dela ou interrogo o sujeito? - Dick olha preocupado para o ferimento sério.

–Interrogue-o, não adianta você ir atrás dela com a cabeça em outro lugar, pode acabar em estado pior que Arsenal.

Levanto e carrego o corpo desacordado de Roy comigo, ao sair John está encostando o carro.

–Leve-o.

Entro no meu carro e chamo Barbara, aquela seria uma cirurgia, onde não teríamos: médicos, equipamentos e esterilização, precisávamos de toda a ajuda que podíamos ter.

[...]

Estava sentada no balcão do clube com Oliver entre minhas pernas, e pela primeira vez aquela barreira que ele havia construído envolta dele estava cedendo. Minhas mãos estavam em seus cabelos curtos enquanto as dele se encontravam na minha cintura. A ronda havia começado a pouco e sabíamos que teríamos um bom tempo só para nós, e aquilo era perigoso, mas nenhum dos dois estava pensado direito no momento. Os beijos, nossos beijos eram longos e de tirar o folego, Oliver me prendia a ele como se não quisesse que houvesse nem mesmo oxigênio entre os nossos corpos.

–Oliver... –Eu digo sem ar.

–Estou tentando compensar o tempo perdido, você pode me culpar? –Em seu rosto um sorriso de canto de boca, que só me fez iniciar outro beijo.

Mas nossos carinhos são interrompidos, quando Batman entra carregando o corpo de Roy nos braços, seguido de John, Batgirl e Nyssa. -O que aconteceu? –Oliver dá um passo à frente e eu pulo do balcão.

–A sua irmã aconteceu. – Batman, começa a falar enquanto desce as escadas eu começo a segui-lo até que percebo que Oliver continua estagnando.

Volto pego a sua mão e olho em seus olhos. -Oliver, agora não é sobre você ou Thea, não é sobre Ra’s, Nyssa, ou Merlin. É a vida de Roy, precisamos salva-lo, isso é a única coisa que importa no momento. – Oliver assente brevemente e parece ter saído do transe.

–Isso tem que acabar. –Sua voz é um sussurro, eu não solto a sua mão e o arrasto para baixo.

–Isso vai acabar, e vai acabar do nosso jeito. –Oliver aperta a minha mão em sinal de carrinho.

Mas meu peito doía. Minha amiga estava morta, meu amigo está ferido em uma maca de um local improprio para cuidar de seus ferimentos, um psicopata tinha feito lavagem cerebral na irmã do meu não namorado. Eu posso não ser a mais letal das pessoas, mas até mesmo eu, com os incentivos adequados posso causar alguns estragos.

[...]

Eu poderia estar tomando um chocolate, conversado com a minha amiga enquanto sua mãe nos daria cookes recém assados, olhando o seu estrelado, tudo isso no aconchego da varanda do rancho Kent. Mas ao invés disso, eu estou com a mão no fígado de um garoto que deve ter a minha idade, enquanto Bruce da coordenas. Os batimentos de Roy caem pouco a pouco. E com tudo isso a única coisa que eu consigo pensar é que meu estomago adoraria aqueles cookes da Sra. Kent.

–Barbara, você consegue sentir o local do rompimento? – Eu tenho que me focar. Sinto a viscosidade do corpo, as coisas que deveriam estar ali, os nervos, artérias. Meus dedos vão mais para cima, tem algum local que está vasando sangue, mas não consigo achar.

–Estamos perdendo tempo, vamos leva-lo para o hospital. –Uma voz rude atrás de mim repete isso pela decima vez, isso me faz perder a paciência.

–Cala a boca! Eu estou com a minha mão dentro do corpo do seu parceiro, se você continuar me fazer perder o foco não vai ter parceiro para você levar para o hospital. –Fecho os meus olhos e procuro alguma coisa que não deveria estar ali... Achei! –Pinça... –Começo a fazer a sutura interna.

Eu estou exausta, preferiria ter lutado a noite toda com a nata dos vilões de Gothan do que ter que fazer o que eu fiz essa noite. Medicina não está no meu leque de possibilidade de graduação. Retiro as luvas e olho em volta, e vejo quem eu quero, vou ao seu encontro, ele me recebe de braços abertos, e nós subimos para o clube vazio.

–Você foi incrível, sabia? –Sua voz é cheia de orgulho. Encontramos um lugar no chão e sentamos ali, encosto a minha cabeça em seu peito.

–Medicina com certeza não é o meu futuro. –Minha voz aparenta todo o meu cansaço.

–Uma pena Barbara, mas estava me referindo a forma como calou a boca do Oliver. –Eu conseguia ouvir a vibração do seu sorriso.

–Bom que você apreciou o espetáculo. –Meus olhos vão se fechado sem minha autorização. –Dick... –Eu começo a falar, mas ele me interrompe.

–Amanhã, hoje você precisa dormir. –Sua voz grave soa como música de ninar aos meus ouvidos.

[...]

Eu estou sentado acompanhado os batimentos cardíacos de Roy pelo monitor, é absurdo pensar que foi minha irmã que fez isso. Já está quase amanhecendo, John foi para sua casa por que Layla ligou preocupada, Barbara e Dick subiram para o clube e não desceram mais, Nyssa encostou-se nas escadas e está ali de olhos fechados, mas não sei se está ou não dormindo, Felicity se encontra apagada em minha cama e Bruce olha as flechas como se tentasse me dar espaço, mas eu sei que ele tem alguma coisa para dizer.

–Bruce eu estou sem paciência para as voltas que você gosta de dar, antes do verdadeiro sermão. –Aviso a ele que me olha, e sorri condescendente. O que foi algo muito perturbador.

–Anos de convivência com o Alfred, ele sempre foi assim. Normalmente sou mais direto com o que tenho a dizer. – Bruce puxa uma cadeira e senta ao meu lado.

–Então? –Coloco meu rosto entre as mãos por um segundo antes de me virar para olhá-lo nos olhos.

–Eu sei o que você está passando. -Ele realmente veio com esse clichê, fecho meus olhos para conter a raiva.

–Por acaso Dick ou Barbara já foram feridos pela sua irmã? –Minha voz é fria.

–Não. Sou filho único. –Ele está fazendo graça da minha cara? – Mas Dick e Barbara não são os únicos que treinei. –Aquilo me pega de surpresa. – Antes de Dick ser o Asa Noturna ele era o Robin. Ele viu a sua família inteira ser morta na sua frente, e foi nesse momento que eu entrei em sua vida. Usei minhas influencias para ganhar a sua guarda, ele precisava de um lugar, e com as nossas semelhanças não queria que ele fosse parar em um orfanato. Eu tive a sorte de ter Alfred em minha vida, queria poder fazer a diferença na vida dele também.

–Trazendo ele para essa vida? – Minha voz é cheia de descrédito enquanto eu o olhava chocado.

–Obvio que não. Ele descobriu, e praticamente me obrigou a treina-lo, Dick Grayson consegue ser bem persuasivo quando é do interesse dele, e em um dia que eu estava em uma situação... –Ele suspira. – Difícil, ele vestiu o manto pela primeira vez e me ajudou.

–E o que isso tem a ver comigo? –Tento encerrar o assunto.

–Dick ficou um tempo como Robin, mas decidiu deixar Gotham e assim o codinome. Então em um dia de ronda eu deixei meu carro. –Ele aponta para o monitor onde é possível ver o seu tanque. –E quando eu volto tinha um pivete roubando os meus pneus. -Eu fico quieto, Bruce estava imerso em lembrança. -Ele era tão diferente de Dick. Jason era desobediente em tudo, encrenqueiro e teimoso, mas eu via futuro para ele, eu o treinei, ele me ajudou, foi meu soldado. Até que um dia ... –Ele para, eu não precisava saber o final era nítida a dor que ele transparecia.

–Isso não diminui a minha culpa ou a sua. –Apesar das palavras rudes meu tom de voz não continha acusação.

–É verdade, não diminui. –Concordou triste. - Quando você encontrou Roy ele estava fazendo o quê? – Me lembro das loucuras que ele fazia tentando imitar o arqueiro, me imitar. – Conheço o tipo Oliver, são frascos diferentes, mas contém a mesma essência.

–Roy queria ser eu. –Um sorriso nostálgico se forma em meu rosto. –Não Oliver Queen, ele queria ser como o Arqueiro. Desde o dia que o salvei. Então passou a salvar pessoas nos Glaides. –Bruce deu um pequeno sorriso de entendimento. –Ele nasceu para ser herói. –Digo cheio de orgulho. -É um bom garoto Bruce, foi muito rebelde e por vezes cabeça dura, mas confio minha vida a ele, confio a vida da Felicity se for preciso. –Acrescentei para ilustrar melhor meu sentimento.

–Isso é muita coisa. Digo, a vida de quem você mais ama. –Falou pensativo.

–Ela é minha âncora. –Acrescentei e Bruce concordou. –Thea é a de Roy. –Respiro fundo com pesar. –Ele a ama e por mais que me machuque minha irmã ter se tornado uma assassina, Roy é quem sofre mais nesse momento.

–É uma situação imaginável, ser esfaqueado por alguém que você seria capaz de dar a própria vida. –A forma com que ele fala me faz pensar que ele já esteve na situação de Roy, mas prefiro não fazer perguntas. –Já pensou em como vai trazê-la de volta? –Perguntou.

–Não faço ideia Bruce, e nesse momento vendo meu parceiro inconsciente em minha frente só consigo pensar no que ela fez.

–Entendo. –Diz e dessa vez eu acredito, ele realmente entende.

[...]

Era noite quando chego a caverna no dia seguinte ao incidente com Roy. Oliver e Bruce estavam treinando juntos os dois pararam por um momento quando me viram, apenas para acenarem rapidamente em um cumprimento. Diggle monitorava os sinais vitais do nosso amigo sentado ao lado da maca onde ele estava.

–Não acordou ainda? –Perguntei a Dig em voz baixa pegando a mão de Roy que estava fria.

–Não, mas Barbara realizou alguns exames para checar seus reflexos e ele foi bem. –A voz de Diggle transbordava cansaço, não o físico, mas andávamos todos à beira do abismo nesses últimos dias.

Desde a morte de Sara aquela maca onde ele estava agora era um lugar para o qual nenhum de nós olhava por mais de alguns segundos e novamente havia outro membro do time nela. Diggle pareceu adivinhar meus pensamentos, como sempre, pois se colocou de pé ao meu lado com sua mão em meu ombro.

–Ele vai acordar Felicity. –Disse em voz baixa.

–Eu sei. – Falei tocando sua mão. –E é bom que seja logo está me ouvindo. –Disse mais alto para o corpo inconsciente de Roy em um tom autoritário. –Não se atreva a não melhorar! –Escutei o riso baixo de Diggle ao meu lado. –Essa maca parece tão desconfortável... –Reclamei sem conseguir mais conter as lágrimas, Diggle me puxou para um abraço e deixou que eu chorasse em silencio na segurança de seus braços.

–Ela está bem? –Ouvi a voz de Oliver, então os braços a minha volta foram trocados, sendo substituídos pelos dele. –Eu sei, eu sei. –Disse afagando meus cabelos com carinho.

–Roy vai ter dor nas costas por meses! –Comecei a tagarelar apavorada em meio ao choro. -Eu sei que isso não é relevante no momento, mas é tudo em que eu consigo pensar. –Oliver me abraçou com mais força. –Alguém pelo amor de Deus traz logo um travesseiro para que eu possa colocar em baixo da cabeça dele? –Gritei.

Em segundos o travesseiro de Oliver apareceu e para minha surpresa quem o trouxe foi Bruce que o estendeu para mim. Me soltei do abraço e peguei o objeto de sua mão murmurando um obrigada para ele que me deu um pequeno sorriso em resposta. Deve estar pensando que eu sou louca. Os dois levantaram o corpo de Roy o suficiente para que eu colocasse o travesseiro sob sua cabeça, então fiquei lá acariciando seus cabelos, rezando para que seus olhos se abrissem, não conseguiria mais suportar perder alguém que eu amo, alguém da minha família.

–Felicity! –Chamou Oliver.

–Oi. –Respondi me virando. Os dois estavam em frente aos meus computadores olhando para a tela. –O que aconteceu?

–É ela. –Oliver cerrou os punhos vendo o reconhecimento de imagem que eu havia programado para monitorar os passos de Thea. –Vamos Bruce. –Chamou já indo se trocar.

–Tem certeza que me quer lá? –Perguntou o outro seguindo Oliver para os fundos.

–Preciso de alguém que mantenha minha cabeça no jogo. –Respondeu. –Isso vai acabar hoje. Felicity ligue para os outros, Diggle você também vem comigo.


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Notas finais do capítulo

Nos digam o que acharam!
Bjs



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