Pequeno Anjo (Nico e Reyna) escrita por Lorde Saphe


Capítulo 1
Oneshot (Nico + Reyna)


Notas iniciais do capítulo

Desculpem qualquer erro de português ou concordância, mas estou sem pc e escrevi tudo pelo celular. Esse é um dos meus "casais improvaveis" preferidos, então espero que curtam. Essa é a primeira fic que posto, se gostarem talvez eu escreva mais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/555029/chapter/1

Nico tinha passado a semana observando ela. Agora que a guerra tinha chegado ao fim, Reyna passava a maior parte do tempo ali, no Jardim de Baco. E todos os dias ele ficava ali, nas sombras. Era impressionante como ela é bonita, principalmente agora que a tensão nos seus ombros sumiu. Seus cabelos pretos trançados parecia brilhar naquele fim de tarde, seus olhos negros se perdiam na paisagem, era possível ver praticamente tudo dali de cima, o aqueduto, Nova Roma, a colina dos templos.
— Sabe… — falei tomado por um impulso que desconhecia.
Ela pareceu não se assustar e virou com um sorriso tão encantador que Nico jamais teria imaginado. Era um bom sinal, Reyna raramente sorria.
— Imaginei que fosse amigos agora, mas você parece ignorar quando me vê no acampamento.
Ela caminhou até ele, com sua capa arrastando no chão e um sorriso no rosto, e o abraçou. Nico se perguntou se ela estava transmitindo sua força para ele, porque ele se sentiu tão bem e tão feliz que poderia enfrentar dez viagens carregando aquela estátua gigante e um bode lutador nas costas. E depois ela ainda o beijou na bochecha. Era uma nova sensação para ele, todo aquele calor passando por seu corpo, e provavelmente seu rosto estava vermelho.
— Sente-se comigo.
E sem esperar respostas, ela se sentou na grama próximo a sombra da estátua de Baco.
— Sempre o tom de pretora.
Nico viu o sorriso brotar nos lábios delas mais um vez.
— Posso não concordar com o jeito que minha irmã e suas aliadas levam suas vidas, mas elas estão certas. Mulheres nasceram para dar ordens.
Nico deitou com os braços atrás da cabeça, vendo a mudança do céu, de tarde em noite.
— Eu não me importaria de receber ordens de você, mas é irritante e sem sentido seguir ordens, por exemplo, de Perséfone ou Deméter.
Reyna levantou uma sobrancelha e o sorriso mudou para um jeito mais brincalhão, era um lado novo dela que Nico estava gostando de conhecer.
— Como sabia que eu ia estar aqui?
— Eu procurei em cada canto do acampamento.
Reyna tentou manter sua melhor cara de “pretora de roma”, mas Nico percebeu que ela estava ficando vermelha.
— Brincadeira, durante nossa viagem, um dos sonhos que você me contou era sobre esse lugar, seu lugar preferido, não é?
— Você ainda lembra? Nico, já fazem mais de dois meses.
— Bem, sim. Eu vim aqui hoje pedir desculpas pra falar a verdade.
— Desculpas?
— Alguns dias atras eu estava indo falar contigo, e meio que sem querer, te ouvi falando com Piper, sobre o que Afrodite disse.
Reyna olhou para ele e suspirou.
— Eu nunca fui uma dessas garotas tolas apaixonadas pela ideia de amar alguém. Sempre que um possível… bem, parceiro aparecia, eu confrontava isso como uma guerra pessoal. Sempre busquei o melhor para a legião, nunca parei para pensar o que seria o melhor pra mim, e não me arrependo disso, mas é como a deusa do amor disse “você não irá encontrar amor onde deseja ou espera. Nenhum campista vai curar seu coração”. E eu nunca encontrei.
Nico ficou quieto durante um tempo observando ela. Reyna estava frágil de um jeito que ele nunca tinha visto, como se pudesse chorar a qualquer momento. A deusa do amor era cruel, ela enganava, magoava e brincava com o coração somente para se divertir. Nico se levantou e estendeu sua mão.
— Venha comigo, tenho algumas coisas que quero lhe mostrar.
Reyna segurou sua mão e ondas se choque percorreram seu corpo antes que eles mergulhassem nas sombras. Apareceram ao lado de uma clareira, havia um movimento mais à frente.
— Aqui é onde o conselho dos sátiros anciões se reúnem.
— Eles tem um conselho? Reyna riu.
Eles andaram um pouco e viram o treinador Hedge com um embrulho nas mãos. Reyna se adiantou para falar, mas ele a segurou.
— Não vamos atrapalhar.
Reyna não tinha percebido a ninfa que estava do lado do treinador, somente quando ela pegou o bebê, ela percebeu que era um bebê quando ele começou a chorar(se é que pode-se chamar aquilo de choro). Ficaram ali em silêncio durante alguns minutos.
— Vamos, próxima parada: estábulos.
— Oi?
Antes que ela pudesse dizer algo mais, ele já tinha entrado na sombra da árvore mais próxima. Eles pararam do lado dos estábulos. Havia poucos pégasus ali, deviam estar usando os outros na aula de equitação. Tyson e Ella, a harpia vermelha, estavam dando cubos de açúcar para os restantes. Reyna se animou ao ver Blackjack bem.
— Esse é o mundo que vivemos, Reyna. Onde um ciclope e uma harpia conseguem dar certo. Até mesmo um velho sátiro reclamão e viciado em artes marciais consegue criar uma família.
Reyna não conseguiu não achar aquilo bonito e engraçado ao mesmo tempo.
— Pode me emprestar um pouco da sua força, a próxima parada é um pouco longe.
— Você não percebeu?
Reyna olhou para as mãos dos dois.
— Venho compartilhando ela desde o primeiro salto nas sombras, pequeno anjo.
Nico não conseguiu não sorrir e achou que aquele era o melhor momento para se esconder nas sombras, então antes que seu rosto ficasse mais vermelho, ele saltou na escuridão.
— Itália!? A gente veio parar na Itália!?
Nico sorriu, eles estavam em cima de um antigo prédio em uma cidade suburbana da Itália.
— Nico, qual casal improvável você veio me mostrar?
Ele olhou para o horizonte e viu todas aquelas luzes brilhando na noite italiana.
— Minha mãe nasceu e morou aqui.
O sorriso de Reyna sumiu, e sua face assumiu uma expressão de que entendia o que ele estava sentindo.
— Desculpa, eu não sabia…
— Não, não é isso, é que bem…Hades conheceu minha mãe nessa cidade, ela morou nesse prédio e morreu aqui. Zeus lançou um raio para matar a mim e a minha irmã, Hades nos protegeu, mas não deu tempo de salvar minha mãe. Depois da segunda guerra mundial, ele reconstruiu esse lugar, nenhum mortal entra nele.
— Uma bela homenagem, essa vista é fantástica.
— Sim, eu fiquei muito feliz quando descobri esse lugar. Quando eu estava aqui, recebi uma mensagem do meu pai sobre a morte estar desaparecida. Eu fui ao mundo inferior tenta trazer Bianca de volta. Eu queria que ela visse isso. Ela escolheu renascer.
Nico
Reyna tocou em seu ombro e o virou de frente para ela. Seus olhos falavam tudo o que Nico sempre quis ouvir. Não havia aquela expressão de pena que demonstravam os outros. Ela o abraçou e eles ficaram ali, abraçados, durante muito tempo. Reyna era levemente mais alta que ele, de modo que seu rosto se encaixava perfeitamente no espaço do seu pescoço. O cheiro dela o embriagava com um sabor adocicado. Nico sentia agora o cansaço da viagem nas sombras e adormeceu nos braços dela.
Nico percebeu antes de abrir os olhos que alguém acariciava com a mão os seus cabelos repetidas vezes.
— Eu estou no céu?
Ouviu a gargalhada dela e teve que rir junto. Tinha dormido nas pernas dela usando o seu manto como lençol, tratou de levantar e devolver o manto dela, e ajudou ela a se levantar também.
— Desculpa, por… você sabe, dormir em cima de você.
— Você é um tremendo dorminhoco, pelos deuses.
— Vamos, não quero ser culpado por começar uma guerra entre gregos e romanos, por ter raptado a pretora.
De volta ao Jardim de Baco, com o sol brilhando, era como se tudo estivesse igual, mas muita coisa tinha mudado, Nico sabia. Reyna o abraçou para ir embora e algo no coração dele apertou. Então uma ideia começou a se formar na sua cabeça.
— Reyna, espere um segundo.
— Oi?
— Você pode me encontrar aqui, daqui há, digamos, duas horas?
— Qual o propósito?
— Você vai ter que confiar em mim.
Nico sorriu, era um tiro no escuro mas se desse certo valeria a pena. Ele não lembrava de já ter se sentido tão animado antes. Ele observou ate Reyna sumir de vista, recuperou o fôlego, contou até três e desapareceu na sombra da estátua do deus Baco.
Ele estava naquela discussão fazia quarenta minutos. Quíron tentava argumentar novamente.
— Olha aqui, Sr. D e Quíron, eu sei dos risco e não é como se eu não pudesse mais aparecer por aqui.
— Lá fora é muito perigoso para um dos três grandes, você sabe bem senhor di Ângelo.
— Muito bem, chega, acho que o Francisco já é bem grandinho e sabe o que é melhor para ele.
— Nico, senhor.
— Tanto faz. Eu concedo a você a permissão de sair do acampamento meio-sangue e tentar uma vida normal lá fora. Parabéns, agora se você for morto, não será culpa minha.
— Obrigado Sr. D, e obrigado Quíron.
— Que os deuses estejam contigo.
Quíron não pareceu muito feliz, mas Nico estava quase pulando de felicidade.
Quando encontrou Reyna na hora marcada, seu sorriso estava tão grande que ele se perguntou se a expressão ” de orelha a orelha” era realmente possível.
— Você anda sorrindo muito, filhote do submundo. Não sei se isso é uma boa coisa ou se você esta tramando algo diabólico… como afogar gatos em bacias de leite.
Ela própria não estava se contendo de felicidade, mesmo sem um motivo aparente.
— Humor sádico romano, gostei. Você pode assinar isso?
Reyna olhou para o papel e depois para ele com uma cara confusa.
— Você esta renunciando o cargo de embaixador de Plutão?
— Bem, eu acabei de deixar o acampamento meio-sangue, literalmente deixar. O próprio Sr. D que permitiu. Sabe, não sei se quero criar raízes em algum acampamento, ir e voltar faz mais o meu estilo.
Os olhos de Reyna brilharam. Nico tinha certeza que as peças estavam se encaixando na sua cabeça.
— Então quer dizer…
— Faça as honras.
— Eu, Reyna Avila Ramírez-Arellano, pretora de roma, o removo do cargo de embaixador de Plutão.
Após completar as palavras, Reyna o puxou pela gola da camisa e o beijou. Durante sua vida, Nico tentou descrever aquele momento, mas nunca conseguiu, só sabia realmente que estava feliz. Ele estava tão feliz que durante o beijo eles viajaram nas sombras para quatro lugares diferentes, mas só perceberam quando chegaram ao quarto, um lugarzinho em NY, onde serviam sushi.
— Pelos deuses, Nico, você precisa se controlar.
Ela própria estava sem fôlego e com a cara vermelha. E sim, a expressão “sorrindo de orelha a orelha” existia, os dois eram a prova viva disso agora.
— Você realmente precisa se controlar ou sempre que eu te beijar a gente vai viajar?
— Eu estava ciente do que estava fazendo. Eu queria comer sushi, vamos?
— Você não é um campista.
— Eu não sou um campista.
— Vamos comer sushi.
Durante uma semana Piper gritou “Eu sabia, eu sabia” no ouvido da Reyna. Foi o melhor tempo de paz que Nico já viveu, ele foi feliz todos os dias( bem, com excessão o dia que ela o derrotou num duelo em frente aos dois acampamentos. Aquilo foi vergonhoso).
— Sabe, talvez o final dos semideus seja realmente deprimente, mas nenhum outro consegue ter uma vida tão extraordinária assim.
Ela o beijou mais uma vez e isso foi tudo que Nico lembra antes de pegar no sono em seu colo naquela noite fria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu tive que fazer uma pequena alteração no que Afrodite disse para Reyna no BoO. Ela disse "semideus" e não "campista", então relevem pelo bem da história. Espero que tenham gostado.