Oathkeeper escrita por Denise Miranda


Capítulo 8
Brienne


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está mais um capítulo, espero que gostem :3



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Brienne puxou o cobertor para mais perto de seu corpo, enquanto lembrava do que tinha acabado de acontecer.

Nunca imaginou que Jaime Lannister alguma vez correria para seus braços e a beijaria de forma intensa, como se nunca mais quisesse soltá-la. Talvez ele tenha agido por impulso, afinal, ele pensou que eu estava morta. Não queria acreditar que seus sentimentos eram recíprocos. Nasci para amar homens dos quais nunca me amariam, lembrou-se. Não posso me iludir.

– Sor Jaime... - Brienne disse, um tanto ofegante, ao tirar a boca da dele.

O Lannister se afastou de imediato.

– Me desculpe.

– Eu... - Não sabia o que dizer. - Eu gostaria de dormir, nos falamos amanhã no desjejum.

Jaime Lannister a olhou por alguns segundos, e Brienne não saberia dizer se estava aliviado ou desapontado. Apenas assentiu com a cabeça, fitou o chão por alguns segundos, parecia que não sabia o que fazer. E então, virou-se de costas e foi até a porta, sem olhar para trás.

Brienne mordeu seu lábio inferior, recordando-se do gosto do cavaleiro. Seu primeiro beijo, e talvez o ultimo.

Então ela começou a chorar desesperadamente, como se toda a tensão dos últimos dias estivessem sendo descarregadas agora. Lembrou-se de como chorou ao ver que Catelyn estava viva, de estar à beira da morte, de Podrik se engasgando enquanto era enforcado, da dor absurda da corda, de prometer à Senhora Coração de Pedra que mataria Jaime, de se decidindo que o mataria e depois decidindo que deixaria que ele a matasse, da vida se desvanecendo de seu corpo, do beijo da vida que a Senhora havia dado, de Podrik dizendo que não tem mais ninguém além dela, e do beijo de Sor Jaime.

Ficou rolando na cama durante horas, e percebeu que naquela noite seria impossível dormir.

xxx

Colocou um vestido verde que estava pendurado no canto do quarto. Era grande, mas não apropriado para o tamanho da donzela de Tarth. Ficava apertado em seus seios, e dava a impressão de que eles eram um pouco maiores.
Respirou fundo e desceu as escadas.

Chegando lá embaixo, viu várias crianças comendo, gritando e brincando, e então se lembrou de onde estava. É aquela estalagem do Gendry. E logo o viu, parado no canto da sala, com o rosto franzido, apenas observando. Brienne ainda não havia se acostumado com sua aparência. É o Renly quando mais novo. Embora Renly nunca tivesse feito essa cara para mim. Sempre era todo sorrisos e gracejos. Sentiu um aperto no coração que pareceu ser saudade.

Sentou-se na mesa, olhando para baixo. Jaime estava sentado do outro lado e a donzela sentiu seus olhos fitando-a. Pegou um pedaço de bacon e começou a comer.

– Bom dia, garota.

Brienne estremeceu com o som da sua voz, e foi obrigada a olhá-lo.

– Bom dia.

Comeram em silêncio, até que cada criança que estava na sala foi saindo para brincar lá fora, e só restou Brienne, Jaime e Gendry.

– Eu vou forjar algumas espadas, mas estou de olho. Não pensem que só por que estarão sozinhos, poderão roubar alguma coisa. - Disse o Gendry mau humorado.

A donzela só conseguiu assentir. Assim que o sósia de Renly saiu do aposento, a Beleza de Tarth se permitiu olhar para o rosto de Jaime e dizer:

– Sabe onde podemos começar nossa procura por Senhora Sansa? - Perguntou, enquanto levava uma colher de sopa à boca.

– Primeiro tenho que voltar para o meu acampamento e escolher alguém para ficar no comando e dizer que não voltarei por um bom tempo. - Respondeu o Lannister, fitando-a com seus olhos esmeraldas.

– E eu prometi à Podrik que o levaria até o porto mais perto e o embarcaria em um navio para Tarth.

– Ele vai morar com seu pai? - Perguntou Jaime, levantando uma sobrancelha.

– Ele não tem mais ninguém. Será nosso protegido.

– Quantos dias você vai demorar até levar Podrik para o porto?

Brienne tentou se localizar mentalmente e após alguns instantes respondeu, um tanto incerta:

– Um dia e meio, talvez?

– Ótimo. Vou com vocês.

Brienne quase se engasgou com a sopa.

– Não precisa. Pode ir para o seu acampamento, depois nos encontramos onde o Senhor preferir.

– Quero que você vá para o acampamento comigo também. E na volta do porto, você vai estar sozinha. É perigoso para uma donzela andar na floresta sem ninguém.

Brienne revirou os olhos.

– Eu sei me cuidar muito bem.

– Eu sei disso, mas quero te acompanhar mesmo assim.

E deu um sorriso brilhante para a donzela, que fez com que seu estômago se embrulhasse. De repente, não quis mais tomar a sopa. Percebeu que estava nervosa na sua presença.

– Tem medo de mim, garota? - Jaime perguntou, de repente. Seus olhos cheios de malícia. - Posso ser um leão, mas sou um leão sem uma "pata". Não te machucarei, prometo.

Brienne pigarreou, para ganhar tempo antes de responder.

– Eu... É... - Deuses, o que vou dizer?– Não. Por que teria medo de você?
Jaime se permitiu dar apenas um sorriso torto.

Ele está ignorando o que aconteceu na noite passada, percebeu Brienne. Se sentiu desapontada, mas melhor isso do que a rejeição. Não suportaria ser rejeitada por Jaime.

Após o desjejum, Brienne foi até uma das garotas da estalagem, a mais velha - e mesmo assim, parecia não ter mais de 12 anos - e pediu uma pena e um papel. Feito isso, direcionou-se para o seu quarto, onde se pôs a escrever para seu pai, a Estrela da Manhã.

Não conseguia se concentrar nas palavras, toda hora a imagem do rosto de Jaime Lannister aparecia em sua mente. Lançou-se uma praga em pensamento, e se obrigou a prestar atenção na carta. Estúpida, pare de pensar no Regicida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Postarei o próximo ainda hoje. :3



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