Oathkeeper escrita por Denise Miranda


Capítulo 18
Alayne


Notas iniciais do capítulo

Essa é pra os fãs de SanSan UHAUHA Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/554879/chapter/18

O sol bateu em sua janela, sem ser convidado, e os olhos de Alayne Stone começaram a se abrir lentamente. Se espreguiçou e levantou devagar da cama, afastando o pequeno Robert Arryn de seu peito. Delicadamente, pousou sua cabeça no travesseiro. O mesmo nem pareceu notar, e continuou tendo seus doces sonhos de verão.

Alayne foi até a janela e contemplou o jardim lá fora. Estava nevando, o que a fazia lembrar de Winterfell. Sentia todos os dias um vazio no peito, que teimava em continuar lá, incomodando-a, lembrando-a que nunca estaria completa.

Fechou a janela para não entrar frio no pequeno quarto. Foi até o espelho de corpo que lá havia, e olhou seu reflexo por alguns segundos. Seus olhos azuis, tão iguais o da mãe, estavam com uma aparência melhor a cada dia que passava. Penteou seus cabelos antes ruivos, agora castanhos.

Estava começando a deixar o luto de sua família para trás, juntamente com o trauma da morte de Lisa Arryn. Alayne se encolheu só de pensar, e abraçou-se. Se Petyr não estivesse aparecido, poderia ter sido eu a voar pela Porta da Lua.

Abriu o guarda roupa onde havia todos os vestidos de sua falescida tia. Escolheu um vestido simples, da cor verde, que realçava seus olhos. Gostaria mesmo de pôr um colar de pedras de safiras, e vestidos na cor Tully, mas sabia que não podia. Sou apenas uma bastarda, lembrou-se. Apenas mulheres nobres se vestem com jóias, sedas macias, belas e caras.

Foi até a sala de jantar, fazer seu desjejum. Lá encontrou Lorde Petyr, como encontrava todas as manhãs.

– Bom dia, filha minha. - Ele disse, dando um de seus sorrisos maliciosos. - Venha dar um beijo no papai.

E assim Alayne o fez. Mas, quando estava se direcionando à sua bochecha, Mindinho puxou com suavidade seu queijo e selou seus lábios com o dela. A bastarda ficou tensa, como sempre ficava, e Petyr fingia como se nada tivesse acontecido, e voltava para as suas tarefas cotidianas. Odeio beijá-lo, pensou.

– Alguma notícia da Capital, pai?

– Só que Cersei ainda está presa pelo Alto Septão. Dizem que a mulher está por um fio de perder a sanidade. - Disse, rindo, como se aquilo fosse uma piada. Alayne também sorriu. Todos os Lannisters merecem pagar.

Após o desjejum, Mindinho acendeu uma fogueira para Alayne. Nesses tempos de inverno, ela adorava sentar-se em uma cadeira e observar o fogo, seu calor e suas chamas dançando em tons de vermelho e laranja.

Fogo a fazia lembrar uma pessoa. Um cavaleiro que ela costumava conhecer. Tinha metade do rosto queimado, foi gentil com ela algumas vezes, mas sempre a assustava muito. Ele a havia ensinado que o mundo era feito por assassinos, e que ela precisava se acostumar a olhá-los.

Lembrou-se da noite que ele havia feito uma proposta de fugir com ela, mas a tola havia recusado. O cavaleiro roubou dela uma canção, embora a donzela tivesse desejado que fosse um beijo. E a deixou com apenas uma boneca, histórias e um manto branco ensanguentado no meio de uma guerra ardente, onde tudo eram luzes verdes e amarelas.

Mas isto ocorreu com outra garota, cujo nome era Sansa Stark. Uma garotinha estúpida com sonhos estúpidos, que gostava de estúpidas canções de cavaleiros e finais felizes. Essa garota está morta, lembrou-se. Preciso esquecê-la. Preciso esquecê-lo.

– Alayne?

Uma voz fina e conhecida interrompeu seus pensamentos. A bastarda tirou os olhos do fogo hipnotizante e fitou o menino que ali estava, com o nariz ranho e olhos remelentos e um sorriso inocente e bobo no rosto. Alayne sorriu.

– Olá, passarinho.

– Você pode me contar uma história? - O garoto pediu, como era de costume.

– Claro que posso, passarinho. Venha, sente-se no meu colo.

E assim Alayne divertiu o garoto, fazendo o possível para esquecer seu passado como uma garota Stark.

Embora, todas as noites ao fechar os olhos, o rosto queimado do cavaleiro entrava em sua mente, e nesse momento, ela se permitia ser Sansa Stark, e se permitia a ter doces e estúpidos sonhos de cavaleiros, casamentos e beijos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Uma pequena introdução para a nova personagem que terá alguns capítulos mais adiante. Espero que tenham gostado ♥