Oathkeeper escrita por Denise Miranda


Capítulo 17
Jaime




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/554879/chapter/17

Quando Jaime finalmente conseguiu pegar no sono, ouviu uma agitação dos guardas vindo do pátio do castelo. Seu coração ficou apertado. O que será que está acontecendo?, se perguntou. Tentou olhar na minúscula janela que lá havia, mas não pôde ver nada.

– Peguem-na!– Conseguiu ouvir, de longe, o grito de um guarda.

Peguem-na? Será que estão se referindo à Brienne? Será que vão matá-la agora? Jaime começou a entrar em desespero, pensar em todas as maneiras para sair daquela maldita cela.

Mas, infelizmente, para um mero cavaleiro maneta, sujo, ferido e cansado, aquilo parecia impossível.

Depois de alguns minutos de angústia, que para Sor Jaime pareciam anos, três guardas nada amigáveis vieram ao seu encontro.

– Peguem o Regicida e levem-no para o Lorde Snow. - O que parecia estar no comando disse.

E assim os outros dois homens o fizeram. Enquanto arrastavam Jaime pelos corredores, ele perguntou:

– O que está acontecendo?

– Você será decapitado, Regicida. A sua puta matou o Rei Stannis, e você pagará por isso.

Brienne... O que, em sete infernos, você fez?

– E aonde ela está agora? - Perguntou ofegante, com medo da resposta.

– Ela fugiu. - Um dos guardas rosnou.

Jaime soltou a respiração que nem percebeu que estava segurando.

– Pegue um toco de árvore. - O guarda disse para um homem, que foi logo obedecer.

O Lannister avistou o bastardo de Ned Stark, Jon Snow. Ele parecia completamente insatisfeito com a situação. Deveria ficar feliz em arrancar minha cabeça, pensou. Seu pai nunca gostou de mim, por que ele gostaria?

Chutaram a perna do Lannister e o mesmo caiu de joelhos, com a cabeça no toco.

– Mate! - Um dos guardas gritou. - Quero ver a cabeça do Regicida rolar! Talvez isso mande um recado para a sua puta.

Jon Snow desembainhou sua espada. Jaime percebeu que ela tinha um lobo branco no cabo.

O Lannister respirou fundo e fechou os olhos, se preparando para receber o golpe fatal.

– Vocês não vão fazer isto. - Uma voz conhecida os interrompeu. Estava calma, mas confiante. - Não matarão a reencarnação de Azor Ahai. Caso fizerem, serão amaldiçoados para sempre, as criaturas da noite matarão todos vocês, e a fúria do Senhor da Luz cairá sobre o reino.

Jaime abriu os olhos e virou a cabeça, viu que os guardas imediatamente obedeceram Melisandre, e Jon Snow parecia até aliviado em guardar sua espada.

– Ele será meu prisioneiro. - Continuou. - Sairei em busca da Regicida, Brienne de Tarth, a verdadeira assassina do seu Legítimo Rei Stannis. Se alguém tem que ser punida, é ela.

– Sim, Senhora. - O guarda que tirou Jaime do tronco e o segurava pelo braço respondeu.

– Levem-no de volta para a cela.

xxx

Dessa vez, Jaime foi acorrentado e um guarda ficou de vigia.

– Ei, podemos conversar? - O Lannister perguntou, com a voz rouca pelo pouco uso.

O homem o olhou com desdém, e virou a cabeça.

– Não tenho o que falar com você, Regicida.

– Sabe, agora eu sou Azor Ahai. - Jaime respondeu ironicamente. - Podem mudar um pouco de apelido, Regicida está começando a ficar ultrapassado.

– Sua puta também é uma Regicida agora. - Comentou o homem. - Vocês realmente se merecem.

– Que eu saiba, não é Stannis que ocupa o Trono de Ferro. E sim Tommem, meu sobrinho. - Disse Jaime, chegando mais perto das grades e sussurrou, como se estivesse confidenciando algo para aquele guarda. - Eu sou irmão da Rainha, tio do Rei e um Lannister. Temos muito ouro, sabia?

O homem agora parecia prestar um pouco mais de atenção. O olhou de relance.

– Você não gostaria de sair desse gelo e viver os seus dias com mulheres e ouro? - Continuou Jaime. - Se você me fizer um favor, eu posso te conceder esse desejo.

– Absolutamente não.

– Eu sou um Lannister. Não se esqueça que sempre pagamos nossas dívidas.

O guarda hesitou antes de responder:

– O que você quer?

– Ah, agora estamos chegando em algum acordo. - Respondeu Jaime, dando um sorriso torto. - Quero que você me liberte.

O homem levantou a sobrancelha, como se não acreditasse no que ouviu. Soltou uma gargalhada.

– Enlouqueceu, Regicida?

– Ninguém precisa saber que foi você. De noite, você me solta, finge que desmaiou. E assim que eu chegar em Porto Real, te encontrarei, e você receberá ouro o bastante para ser um homem rico até o final dos seus dias.

O guarda se remexeu na cadeira, desconfortável. Olhou para os lados, para se certificar que ninguém estava ouvindo, e sussurrou:

– Quando estiver escuro e todos estiverem dormindo.

xxx

Quando escureceu, Jaime já estava em pé, impaciente, esperando ser libertado. O homem abriu a cela dele, sem dizer nada.

– Aqui está suas coisas, roubei da sala de Melisandre. Foi fácil, ela já partiu em busca daquela mulher enorme e feia.

– Obrigado. - O Lannister agradeceu, olhando-o carrancudo pelo que havia dito sobre Brienne. - Sei que ele não está fazendo isso por mim, e sim pela recompensa. - O leão vasculhou seus pertences e achou sua bolsa de dinheiro, contendo quatro dragões de ouro. - Aqui está, apenas um pouco do que você vai ganhar quando eu chegar à salvo em Porto Real.

Os olhos do guarda brilharam ao ver o dinheiro, e agradeceu.

– Obrigado, meu Senhor. Espero que sua viagem seja curta e sem mais perigos.

É claro que espera, caso contrário, quem deixaria você rico?

– Certifique-se em arranjar alguns roxos para parecer que eu te esmurrei e consegui sair da cela.

– Como posso fazer isto, Senhor?

Oh, agora sou Senhor, não Regicida. Interessante.

Jaime hesitou por alguns segundos. Respirou fundo, e deu um tapa com a mão de ouro na cara do homem. A boca dele sangrou.

– Por que fez isso?! - Perguntou o guarda indignado.

– Assim talvez você aprenda a não chamar uma donzela de nobre nascimento de enorme e feia, quem sabe.

O guarda segurava seu queixo com a mão direita, e o olhou incrédulo. Apenas assentiu, deixando o leão passar.

Jaime saiu com passos rápidos e silenciosos e foi até o estábulo. Montou com certa dificuldade em um dos cavalos que pareceu a ele um dos mais saudáveis e rápidos, e foi em busca de Brienne de Tarth. Droga, garota. Por que tinha que fugir sem mim?

xxx

Jaime passou dois dias cavalgando a caminho do Ninho da Águia, sempre atento à qualquer movimento, seja de Melisandre e seus homens, ou de Brienne.

Ora cavalgava, ora andava, para não cansar demais seu cavalo. Decidiu que não pararia para dormir.

Cavalgou no vento gelado, na chuva, e no sol ardente, mas o Lannister não se importava. Seu único objetivo era achá-la e salvá-la da sacerdotisa e seu Deus ridículo.

Seu estômago estava roncando, mas ele não tinha comida e não se importava com isso. Se permitiu parar por um momento perto de um riacho, onde podia beber um pouco da água doce e lavar seu rosto do suor. Cadê você, Brienne? Por favor, se os Deuses forem bons, te acharei antes daquela mulher vermelha.

Ficou alguns instantes fitando seu reflexo no riacho. Olhos verdes, cabelos dourados. Tão iguais aos de Cersei. Por um momento, se pegou pensando o que teria ocorrido com a sua irmã, após aquela carta. Eu o amo. Amo. Amo. Preciso de você. Ele recusou salvá-la, e nem agora, depois de tanto tempo, sentia-se com remorso.

Seus pensamentos foram cortados quando observou uma sombra às suas costas. Alarmado, se levantou desajeitado, mas de imediato. E deu de cara com Senhora Coração de Pedra.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse capítulo, amanhã tem mais! Comentem, por favor ^-^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Oathkeeper" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.