Os sete filhos da rainha escrita por Florrie


Capítulo 8
7


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo veio rápido, estou impressionada comigo mesma.



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Gendry podia contar nos dedos às vezes em que levou os irmãos para o seu secreto passeio pelas ruas de Porto Real. Primeiro ele tentou levar Edric e Joffrey – algo sobre se aproximar dos irmãos –, mas nenhum dos dois gostou muito. Edric era certinho demais e Joffrey chato demais, eles reclamaram quando tiveram de vestir as roupas de criado e reclamaram mais ainda quando descobriram que não haveria nenhum guarda com eles. Depois ele levou Bella, sua gêmea, Gendry tinha ficado genuinamente animado com isso, mas sua irmã era bonita demais e chamava desmaiada atenção. Um passeio perigoso para uma princesa. Logo depois foi a vez de Mya, sua irmã mais velha o pegou indo e o obrigou a levá-la, de todos os irmãos, Mya foi a que melhor se adaptou, no entanto, ela também era bonita demais e Gendry fez desmaiar quatro homens por causa dela.

Ele então decidiu que as ruas de Porto Real não era lugar para seus irmãos.

O dia estava fresco e o vento mais forte. Os plebeus ainda comentavam sobre as justas e o nome de Jon ecoava pelas paredes das tabernas. Alguns cochichavam que o bastardo do Norte estava se engraçando com a bastarda do Rochedo, um bardo qualquer tinha até escrito uma canção sobre isso. Vou mandar cantarem para ele, pensou rindo.

O príncipe então se viu na rua da seda. Não era dado a prostitutas ou bordeis; a única prostituta que praticamente o arrastou para o quarto por ordem do seu pai teve o cabelo cortado a mando de Bella. Sua gêmea sempre esteve lá com ele, quando crianças brincando no quarto de cavaleiro e dragão – Bella sempre era o cavaleiro e ela sempre vencia – ou quando os dois cresceram e se tornaram ainda mais próximos

– Eles estão se beijando. – Sua irmã disse baixinho. Os dois tinham onze anos quando flagraram sua mãe e o seu tio aos beijos no quarto da rainha.

– Mas ela é casada com o papai. É errado. – Ele respondeu. Ambos haviam se escondido no armário para fazer uma surpresa à mãe.

– Papai também beija outras mulheres, por que ela não pode também?

Eles são irmãos.

– Os Targaryen se casavam com seus irmãos.

Dias depois os dois trocaram o primeiro beijo e então...

– Meu príncipe. – Oh Deuses, não... Gendry se virou e viu Mindinho. Por alguma razão aquele homem lhe causava arrepios. – Não é sábio para alguém de tão importância andar desprotegido por essas ruas e nessas roupas.

– Eu estou bem Senhor.

Um homem pequeno que acabava de sair de um bordel mais a frente capturou sua visão.

– Tio Tyrion.

– Seu tio esteve em um de meus estabelecimentos, acabou de chegar de sua longa viagem. – Gendry passou por Mindinho sem se importar com o homem e andou até o tio que estava acompanhado de alguns guardas Lannister e um homem de cabelos escuros que parecia mais um renegado.

– Tio.

– Gendry? Sua mãe por acaso sabe que o herdeiro dela está zanzando por Porto Real vestido como um servente?

– Não.

– Imaginei. – O homem riu. – Bem, ela não saberá por mim, mas eu tomaria cuidado com Mindinho se fosse você.

– Ele não vai contar.

– Contaria se ganhasse alguma coisa com isso. – Seu tio começou a caminhar e ele passou a andar ao seu lado. – Como estão seus irmãos?

– Edric foi prometido a Sansa Stark, Bella está noiva do herdeiro de Ned Stark e eu fui prometido a Margaery Tyrell. – Seu tio riu.

– Aposto que Bella não está feliz, bem, eu conheci o garoto Stark, um bom rapaz, tão honrado quanto o pai e bastante agradável aos olhos, ele tem as cores da mãe, ruivo de olhos azuis. Quem sabe ele não consegue encantar sua irmã. – Seus punhos se fecharam automaticamente. – Não fique preocupado, ela será bem tratada no Norte.

– Bom que seja. – Ele seria capaz de convocar todo o exercito e marchar contra Winterfell se o Stark fizesse qualquer coisa ruim com sua irmã.

No inicio da rua estavam os cavalos do seu tio e dos outros homens, um dos guardas logo se dispôs a andar, mas o príncipe o parou dizendo que gostaria de caminhar.

– Lhe encontro na Fortaleza tio.

– Até mais garoto.

Os homens partiram e Gendry seguiu seu caminho de volta para casa.

Não demorou muito tempo até finalmente chegar a um dos portões. Uma cena em especial lhe prendeu a atenção, dois guardas discutiam com um menino todo sujo de cabelos longos.

– Algum problema aqui?

O guarda estava prestes a lhe enxotar quando o reconheceu e mudou a postura.

– M-meu príncipe, bem, este menino está dizendo que é filho do Senhor Mão e diz que quer entrar no castelo. – Os dois homens riram.

– Eu sou uma menina.

Aquela voz.

– Menina? – Um dos guardas disse cético.

Gendry agarrou o ombro daquele ser e o virou, a primeira coisa que viu foi um par de olhos cinzas.

– Está é Arya Stark, filha do Lorde Stark, sua irmã está prometida para um dos príncipes. – Os dois homens não pareceram acreditar em suas palavras, mas ele era um príncipe e guardas não costumam desdizer príncipes. – A escoltarei até o seu pai.

Ainda pegando no braço da menina os dois passaram pelos portões.

– Que roupas são essas e o que você estava fazendo do lado de fora? Não sabe que é perigoso? – A garota o encarou teimosa. – Deuses, você vai acabar se matando.

– Eu não sou uma criança.

– Quantos anos têm? Doze?

Treze, completo quatorze em alguns dias. – As bochechas da menina coraram. – Eu já sou uma moça se quer saber.

– Sabe quão perigoso é Porto Real para uma donzela indefesa.

– Eu não sou donzela indefesa.

Ele então a analisou. Ela era um pouco mais alta que Myrcella e era também mais magra. Seus cabelos negros pareciam como um ninho na sua cabeça, seu corpo estava sujo de lama e terra, sua roupa estava cheia de manchas negras. Por onde é que ela andou? No entanto, mesmo por debaixo de tanta sujeira, a menina já mostrava que seria tão bonita quanto à irmã mais velha, ela brilharia nos salões se quisesse. O pensamento o fez rir, ele não conseguia imaginar Arya Stark brilhando nos salões nem por mil dragões de ouro.

– Ta rindo de que?

– Você é sempre tão agressiva? Cadê aquela sua loba?

– Nos canis, sua mãe que mandou.

Sua mãe odiava os lobos dos Stark.

– Vem que vou te levar para o seu pai.

Por um segundo achou que a menina não o seguiria, mas depois de revirar os olhos ela o fez.

– Você é um idiota.

– Você sabe que eu sou o futuro rei, não sabe?

– Vai ser um rei bem idiota.

.

.



As crianças mais novas não eram de Robert e seu amigo pode ter morrido por causa disso.

Demorou um pouco até que enfim ele chegou a essa conclusão. Ned tinha refeito os passos do amigo desde que colocara os pés em Porto Real, primeiro visitou uma jovem prostituta ruiva que segurava nos braços um bebê de ralos cabelos negros e intensos olhos azuis, Barra era o nome da criança e ela certamente era filha do Rei. Depois ele visitou um casal de gêmeos que vivia na baixada das pulgas, sua mãe era uma bela mulher loira de olhos dourados, mas seus filhos tinham os cabelos negros e os olhos azuis. Então ele pensou em todos os outros bastardos de Robert, aqueles que Ned tinha conhecido quando mais novo, uma menina nas Terras Fluviais, filha de uma criada, cabelos negros e olhos azuis e também havia um menino no Vale que nasceu com as cores do Rei.

Aonde quer que a semente de Robert fosse plantada o fruto sempre saia com suas cores. A semente é forte, foram as ultimas palavras de Jon Arryn segundo Varys.

E também havia o grosso livro das linhagens dos Sete Reinos. Os Baratheon prevaleceram em todas as uniões.

Deuses.

O que ele deveria fazer? Caso a Rainha fosse a culpada pela a morte de Jon era seu dever lhe trazer a justiça, mas as crianças mais novas sofreriam a ira de Robert. Os mais velhos são claramente filhos do Rei e o herdeiro do trono tinha o sangue Baratheon. Talvez ele não devesse mexer com isso... Mas Jon Arryn merece justiça, de qualquer maneira, ele precisava refletir sobre o que fazer.

Qualquer passo em falso poderia resultar na sua ruína.


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Notas finais do capítulo

Comentários? Podem vir que eu não mordo kk
Beijos ;*



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