Os sete filhos da rainha escrita por Florrie


Capítulo 20
19


Notas iniciais do capítulo

Primeiro quero agradecer a recomendação maravilhosa que recebi. Muito obrigada, nem acreditei quando vi :) É sempre bom ver que tem gente gostando kk

Bem, espero que gostem também desse capitulo.




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Margaery estava do lado de Gendry quando a princesa Bella Baratheon entrou na carruagem que a levaria para longe de Porto Real. Quando se despediram, Margaery lhe deu um afetuoso beijo no rosto e desejou que seu novo lar fosse harmonioso e cheio de amor. Como resposta recebeu o sorriso mais falso de todos. Foi a primeira vez que a princesa não se esforçava para fingir que gostava dela.

Gendry estava tão duro quanto uma pedra ao seu lado. Seu rosto não demonstrava qualquer tipo de emoção. Ele era contra a partida da irmã, Margaery sabia disso, eles são tão unidos quanto eu e Loras, ela ficaria triste se seu irmão partisse para longe, mas a ida de Bella não lhe causava nenhum sentimento ruim. A princesa podia ficar com o Norte, pois ela ficaria com Porto Real.


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Era uma grande honra dividir a carruagem com a princesa. Ou pelo menos era o que ela pensava nas primeiras horas de viagem. A princesa não respondeu a nenhum de seus cumprimentos e evitou falar o máximo possível. Jeyne soube que morreria de tédio ali dentro, pelo menos posso dormir, a carruagem era enorme e havia espaço para dois largos bancos acolchoados cheio de travesseiros de veludo. A garota tentou dormir no inicio e teve um breve sonho onde ela entrava em um grande Septo – ainda maior do que o de Porto Real – e casava com um lindo rapaz de quem ela não se lembrava o rosto.

O doce sonho se foi assim que a carruagem parou pela a primeira vez e um servo bateu na porta trazendo uma bandeja com carne e legumes. O cheiro fez sua barriga roncar baixinho.

– Levante-se Poole, venha comer. – Prontamente acatou a ordem.

– Obrigada princesa.

Quando mordiscou a carne um sorriso natural se formou nos seus lábios. Estava tão bom. Comeu no mais absoluto silencio, apenas saboreando a comida e fazendo-a durar o máximo possível. Ela se lembrava da viagem de vinda, a melhor comida sempre estava reservada para Lorde Stark e seus filhos, ele, Jon, Bran, Arya e Sansa comiam e bebiam do melhor, Jeyne não podia reclamar, nunca passou fome, mas às vezes queria poder tirar mais do que um doce da bandeja.

– Sansa me disse que você é uma boa garota.

Jeyne quase engasgou. Depois de dar um gole no doce vinho da arvore ela olhou para a princesa confusa.

– Eu creio que sou alteza.

Ela sempre respeitou os pais e sempre foi boa com as irmãs. Bem, seu pai certamente não aprovaria os encontros que tinha com Theon Greyjoy, todos sabiam a fama do rapaz e se alguém descobrisse que ambos se esgueiravam até a torre abandonada diriam que ela estava desonrada. Mas tal coisa nunca aconteceu e ela gostava de conversar com ele, gostava de como seu coração sempre batia rápido quando ele se aproximava. Eu ainda sou uma menina boa apesar de tudo.

– Meu tio Tyrion tentou arrumar a irmã mais nova de Cerenna para ser minha acompanhante, a doce Myrielle. Ela também é uma garota boa, bem melhor que a irmã eu lhe garanto, mas a pobrezinha está morta de amores por algum rapaz insignificante e eu simplesmente não podia tirá-la de sua casa e arrastá-la para o Norte. – Jeyne deu mais um gole no seu vinho sem saber se deveria ou não comentar alguma coisa. – Livrei-me de ouvir sua cantoria aqui dentro.

Bella riu.

– Você cresceu em Winterfell certo?

– Sim alteza.

– Prefiro alguém que já saiba o terreno. Minha mãe reclamou que você não tem a posição adequada para acompanhar uma princesa, o que de fato é verdade, mas às vezes nós precisamos relevar algumas coisas. – A princesa parou de falar assim que bateram novamente na porta, o criado entrou trazendo agora uma bandeja com duas tigelas de sopa de cogumelos. O aroma fez sua boca salivar. – Minha mãe também reclamou que eu deveria trazer mais garotas, mas sinceramente, que serventia viria a ter alguma garota sulista no fim de mundo para onde estamos indo?

Encheu sua boca com sopa tendo assim uma desculpa para não falar.

– Você, Jeyne Poole, tem a honra de ser uma das minhas damas de companhia. Ou pelo menos você vai tentar. Digamos que agora será um momento de teste, analisarei se você é digna.

– Eu... Obrigada princesa, é uma grande honra.

Nem em seus mais secretos sonhos ela se imaginou dama de companhia de uma princesa. Sansa seria uma em breve, assim que se casasse com Edric, mas Jeyne sempre imaginou que dariam um jeito de substituí-la por alguma garota mais adequada.

A princesa Bella retirou do pescoço um lindo colar de outro branco que trazia um pingente em forma de uma rosa dourada.

– Tome.

– Ele é... É de ouro princesa... – A única coisa de ouro que ela tinha era uma simples pulseira dada pelo o seu pai quando ela se tornou uma donzela florida. – Ele é valioso.

– Margaery Tyrell não se atreveria a me dar nada falso. Ela me deu isso com o maior sorriso do mundo, como se eu fosse gostar de ter uma rosa dourada pendurada no pescoço. – Jeyne não conseguia entender como Bella podia se desfazer de algo tão bonito. – Tenho outras jóias Poole, – a outra falou como se tivesse lido seus pensamentos – peças muito mais interessantes do que essa. Como meu lindo colar de rubi que foi presente do meu tio, Sor Jaime Lannister, os Deuses foram bons em não deixar aqueles homens imundos o levarem durante a revolta.

Bella jogou a jóia em suas mãos.

– Pegue, a dama de companhia de uma princesa deve ter alguma jóia... E definitivamente vestidos melhores. – Jeyne corou e olhou para as próprias roupas, não se comparavam com as da princesa, mas ainda assim não eram tão ruins. – Tenho alguns que não uso mais nos baús, quando chegarmos a Winterfell os mandarei para vosso quarto. Imagino que tenha um quarto lá, bem, se não tiver eu providenciarei. Casar com o herdeiro desse fim de mundo deve ter alguma serventia.

Jeyne assentiu calada. Ainda não acreditava no que estava acontecendo.

– Espero que você não seja tão calada assim, sua amiguinha me disse que você é agradável e simpática, espero que ela não esteja mentindo.

– E... Eu sou vossa Alteza, estou apenas, hum, surpresa.

– Posso imaginar que sim.

Ela olhou para o colar. O objeto mais valioso que já lhe pertenceu.

– Coloque querida, vai lhe cair muito bem.



A estalagem era uma grande estrutura de pedra clara, com três andares, tão grande que conseguiu acomodar boa parte da comitiva que os seguia. Dá ultima vez que passou por ali, ela e Sansa trocaram segredos no lado de fora do estábulo enquanto comiam uma tortinha feita pela a dona do lugar. Foi também nesse lugar que Arya Stark sumiu por um dia inteiro e Jeyne observou todos os homens da comitiva se deslocar como loucos atrás da menina. Quando Jon voltou com ela todos sorriram e saudaram a garota – Sansa ficou horrorizada por ninguém ter lhe dado um sermão –, ao chegar à noite uma fogueira foi feita e homens e mulheres dançaram ao redor.

Não haverá nenhuma fogueira hoje. Disso ela tinha certeza.

Jeyne Poole vestia um dos antigos vestidos da princesa – um azul com detalhes dourados –, ele tinha longas mangas que tocavam o chão e era incrivelmente bonito, entretanto precisava de alguns ajustes no busto. O colar que lhe foi dado antes repousava no seu pescoço, desde que o ganhou Jeyne não ousou tirá-lo.

– Diga-me que estamos perto. – A princesa perguntou em um tom de lamento sentada em um dos bancos da estalagem. Uma garota rechonchuda colocou em sua mesa pão, frutas e varias fatias de bolo. – Acho que se ficar naquela carruagem por muito mais tempo vou enlouquecer.

– Em breve estaremos no Gargalo alteza.

Jeyne tremeu só de pensar em atravessá-lo novamente.

– Pela sua cara imagino que não vou apreciar.

– Não é um lugar muito bonito ou agradável, mas depois da travessia já estaremos nos domínios do Norte.

A princesa suspirou e mordeu um dos pães da bandeja. Nesse momento Sor Balon Swann apareceu com sua armadura branca como leite. Ela era eternamente agradecida pela a Rainha ter escolhido Sor Balon – que entrou na guarda real no lugar de Sor Preston – ou invés de Sor Boros Blount. O primeiro tinha a aparência de um lutador, grande e corpulento, com grossos músculos, mas era jovem, corajoso e cortês, tinha um rosto agradável e se atrevia a sorrir e contar algumas historia vez ou outra. O segundo era feio, com um nariz achatado e cabelos grisalhos e quebradiços, diziam que de todos os Mantos brancos ele era o menos educado.

– Está bem vossa alteza?

– Esplêndida Sor Balon, fico agradecida com a preocupação.

– A senhorita também Lady Jeyne?

Ela corou antes de responder.

– Sim, obrigada.

Ele então se curvou e se afastou.

– Um homem bonito, não? Fico feliz que tenham o escolhido para me acompanhar, é sempre bom ter algo agradável para se olhar. – Dessa vez ela não corou. Com o passar do tempo já tinha se acostumado com tais comentários.

Sansa jamais teria dito algo assim.

– Diga-me, há muitos homens bonitos no Norte?

– Vosso noivo, Robb Stark, é um dos rapazes mais bonitos que já conheci.

– Oh, sim, já ouvi maravilhas dele, estou mais interessadas nos outros.

Havia Theon, mas Jeyne não queria falar dele.

– Há alguns plebeus, mas não sei o nome de todos.

– Imagino que terei que checar eu mesma quando chegar ao Norte.

Lá fora alguém gritou a palavra duelo e vários dos homens sentados na estalagem correram para fora. Sor Balon se aproximou da mesa delas e perguntou:

– Devo checar princesa?

– Vá e impeça esses idiotas de se matarem. – O cavaleiro saiu rapidamente. – Às vezes eu me pergunto por que os Deuses deram o poder aos homens, uma decisão extremamente estúpida.

Jeyne riu e concordou.


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Theon observou quando Robb sorriu para Roslin enquanto ensinava a garota a usar um arco. Era tão obvio que a menina estava morta de amores pelo o Stark, apenas o rapaz não tinha percebido ou pelo menos fingia não perceber. As outras garotas Frey estavam sentadas ao seu lado e bateram palmas quando Roslin soltou a flecha que caiu na metade do caminho.

– Sinto muito. – A menina respondeu corada.

– Não tem problema, depois de um tempo você estará tão boa quanto Theon.

Ele revirou os olhos. Ela não seria tão boa quanto ele nem se treinasse por mil anos.

– Robb! – A voz de Lady Catelyn o fez olhar para trás. A mulher tinha o semblante duro como pedra. – Uma carta chegou de Porto Real, pelo o que li eles devem ter mandado outra há algum tempo atrás e ela foi perdida no caminho.

Theon observou o amigo se afastar da Frey – que pareceu triste – e se aproximar da mãe.

– O que dizia a carta?

– Em alguns dias a comitiva com sua noiva vai chegar Robb, algo aconteceu em Porto Real e o Rei decidiu mandá-la mais cedo, vou escrever para o seu pai pedindo por mais detalhes.

O rosto de Robb ficou branco como leite.

– Espero que mostre seu melhor comportamento quando a princesa chegar. O casamento será feito o mais rápido possível – Lady Stark discretamente olhou para Roslin e Theon quase soltou uma risada. – Agora devo dizer a mãe de Jeyne que ela também está retornando.

– Jeyne Poole? – Ele perguntou sem pensar.

Lady Catelyn o olhou desconfiada.

– Ela mesma.

Ele cravou os olhos no chão e odiou a forma como seu peito pareceu se agitar com a noticia.



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Notas finais do capítulo

Consegui um pdv da Margaery - minusculo, mas consegui - e acho que no proximo capitulo nós teremos mais do Norte - digo acho por que eu nunca tenho certeza de nada.

O que acharam?

Beijos ;*