Os sete filhos da rainha escrita por Florrie


Capítulo 16
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Notas iniciais do capítulo

Depois das altas emoções do Sisu isso foi o que consegui escrever. Não acho que foi a melhor coisa do mundo, mas espero que não esteja lá muito ruim.

O tempo de Bella em Porto Real está acabando ;) - e de alguns outros personagens também. Logo, logo o Norte vai aparecer com mais força.



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Mya estava sentada ao lado da cama de Bella. Sua irmã parecia a mais serena das moças e agora, com o rosto limpo, não lembrava mais a menina assustada que atravessou os portões agarrada em Oberyn Martell.

Ela tinha a cena ainda viva na mente. O príncipe Dornês chegando em seu cavalo com sua irmã ensangüentada o abraçando forte. Sua mãe e Gendry foram os primeiros a correrem em direção dela, a Rainha tinha algumas lagrimas de alivio nos olhos e seu irmão... Bem, ele não parava tremer. Assim que os pés de Bella tocaram no chão ela desmaiou nos braços da Rainha.

– Cadê o Meistre? – Ela ouviu seu pai gritar. – Tragam a porcaria do Meistre.

Deve ter sido nesse momento em que Sansa Stark chegou agarrada ao Cão de caça e Cerenna com o tal cavaleiro Dornês. Mya não podia ter certeza, pois com sua irmã caída ela não pensou em outra coisa, até mesmo Edric não percebeu a chegada da noiva. Apenas os Stark correram até Sansa.

A irmã remexeu na cama e isso trouxe Mya de volta a realidade. Ainda está tão bonita quanto antes, pensou. A porta se abriu e Gendry adentrou no quarto. Aquilo não era uma grande surpresa.

– Ela está bem?

– Sim. – Respondeu enquanto passava a mão pelos cachos negros de Bella. – Não se preocupe Gendry, depois do que aconteceu ontem não é uma surpresa que ela durma o dia inteiro.

– Eu quero estar aqui quando ela acordar.

Mya levantou os olhos na direção dele. Gendry sempre foi cuidadoso com as irmãs, como da vez em que Myrcella ficou doente preocupando todos na Fortaleza Vermelha. O herdeiro do trono sentou-se ao lado da cama da menina e por uma semana inteira leu todos os contos de romance que Cella gostava e até cantou algumas canções, mesmo sua voz não sendo lá muito boa. Ou mesmo quando a própria Mya desenvolveu um medo idiota por relâmpagos e quando confessou para Gendry, depois de varias noites mal dormidas, ele em vez de fazer alguma brincadeira estúpida foi até o seu quarto no meio de uma grande tempestade e segurou sua mão até que ela adormecesse.

Com Bella o cuidado redobrava, mas nem ela e nem Myrcella sentiam ciúmes por isso. Eles são gêmeos afinal, devia ter algo haver com a tal ligação especial que gêmeos compartilham.

– Nosso pai vai mandar os guardas lhe arrastarem para o salão se você se demorar aqui. Alguém tem que dar atenção aos dorneses e o Rei não é exatamente o mestre da diplomacia. – Edric vai estar com Sansa e os Deuses nos protejam se colocarem Joffrey para falar alguma coisa, seu irmão poderia fazer alguma piada de mal tom com os convidados. – Quando ela acordar mandarei lhe chamar imediatamente irmão.

– Eu quero ficar aqui.

– Já foi ver sua noiva? Margaery parecia abalada.

– Eu... – Deuses Gendry.

– Você não foi vê-la? Ela será sua esposa, você deve ir até lá. – Ralhou como se falasse com uma criança pequena. – Bella está bem e tem seis irmãos para cuidarem dela. Até mesmo Joffrey foi de alguma ajuda essa manhã.

Gendry não se moveu e nem ao menos olhou para ela.

– Não irrite os Tyrell Gendry.

– Tio Tyrion diz a mesma coisa.

– Ele está certo, você sabe disso.

O que tem de gentil tem de teimoso.

– Vá logo idiota e é bom que mostre alguma preocupação com os outros também, foi visitar os Stark? Claro que não, que pergunta tola, você nem ao menos foi ver sua noiva.

– Na verdade...

– Você foi até os Stark?

– Fui até aquela Arya, sabe, ela estava chorando muito quando aconteceu tudo e eu nunca a vi chorar daquele jeito então eu passei por lá...

– Você prestou atenção nos Stark e nem ao menos olhou duas vezes para os Tyrell? – Mya revirou os olhos. – Você tem sorte que os Tyrell não foram receber os dorneses. Imagina que terrível seria se o pai da sua noiva o visse ignorando a filha dele tão descaradamente.

Se bem que a avó estava lá e ela é muito pior que o filho.

– Bella concordaria comigo se estivesse acordada.

Gendry riu.

– Você não faz a mínima idéia Mya.

– Vá ver Margaery Gendry, antes que eu diga a nossa mãe que você está negligenciando sua prometida.

Foi a vez dele revirar os olhos.

– Não tenho mais dez anos Mya. – Reclamou enquanto se levantava.

– Não parece.

– Me chame assim que ela acordar, certo? – Seu irmão se curvou e depositou um beijo na testa de Bella. – Certo?

– Eu prometo Gendry.

Mais tarde Cerenna entrou no quarto. A cor voltou a suas bochechas, mas o sorriso tinha sumido temporariamente. A garota se aproximou e sentou-se ao seu lado na cama.

– Não pode ficar o dia inteiro aqui dentro.

– Claro que posso.

– Bella não ficaria o dia inteiro enfurnada em um quarto por sua causa.

– Ela pode ser um pouco espinhosa, mas tem um bom coração e se importa com a família. – Mya defendeu a irmã. – Lembra-se da vez que Gendry se machucou e ficou de cama por alguns dias? Bella não saiu do lado dele um minuto sequer.

– É diferente.

– Eu sei, eu sei... Eles são gêmeos e compartilham uma ligação especial, mas o meu ponto é que...

– Ligação especial? – Um esboço de um sorriso brincou nos lábios da Lannister. – Nisso você está certa princesa, os dois de fato tem uma ligação muito especial.

Mya encarou a garota com uma expressão confusa sem entender ao certo o que exatamente Cerenna quis dizer com aquilo.


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Dessa vez Cersei não iria participar do conselho e essa era a única noticia positiva do dia. Seria melhor se o Rei também tivesse decidido ficar em seus aposentos como sempre, ele mesmo pagaria um par de prostitutas para entretê-lo. Infelizmente Lorde Stark achava que a presença do Rei era importante em uma situação como essa e insistiu para que o homem viesse. Como se ele fosse realmente resolver alguma coisa.

Varys estava sentado ao seu lado com suas sedas perfumadas, o cheiro o enjoava. O eunuco não sorria hoje, não com os lábios pelo menos, mas os olhos pareciam brilhar animados. Ninguém mais notou.

– Os motivos da revolta não são muito claros Vossa Graça. – Começou Janos Slynt. Ele também poderia ter decidido ficar nos seus aposentos hoje. – Meus homens dizem que a população se revolta por falta de comida, o que é ridículo, pois Vossa Graça proveu a cidade como nenhum Rei nunca fez.

As crianças maltrapilhas e as mães desesperadas estão apenas encenando um espetáculo de mau tom.

– Os Senhores sabem como são os plebeus, quando alguém faz todos os outros imitam, gritaram aquelas falsas e infames acusações contra a nossa boa e benevolente Rainha, não há desculpa para o ato deles. – Janos continuou e Tyrion soltou um risinho. Cersei era sem duvida a mais benevolente das pessoas. Assim como Janos é o mais honrado dos homens. - Nove dos meus homens foram mortos e mais quarenta ficaram feridos. Os corpos dos mortos foram retirados das ruas e Lollys Stokeworth foi achada vagando pelas ruas.

Eddard Stark ouviu tudo com seu semblante solene. Aquele homem sempre tinha uma expressão solene no rosto.

– Uma tragédia todas essas mortes. – Disse com sua voz dura. – Um novo Alto Septão deverá ser nomeado em breve.

– A população está horrorizada com a morte de um homem tão nobre. – Varys se pronunciou pela a primeira vez.

Tyrion quase riu novamente. O Septão morto era um homem terrivelmente gordo e cheio de gula, fosse por comida, ouro ou prostitutas. Ele duvidava muito que algum plebeu realmente sentiu dor com sua morte.

– O toque de recolher foi instaurado e qualquer pessoa nas ruas depois do horário estipulado será executada. – Janos disse isso com certo sorriso nos lábios. O homem era desprezível.

– Odeio interrompê-lo Sor, mas não ouvi nenhuma palavra sobre meu primo, Tyrek. – O jovem não era mais velho do que Edric e servia de escudeiro para o Rei. O rapaz tinha os longos cachos dourados e os mesmos olhos verdes de Cersei, havia sido escolhido a dedo por sua irmã para servi a Robert Baratheon. Nada bom.

Lancel e Tyrek serviam aos propósitos de Cersei, se ela tem algum plano para matar o marido iria usar aqueles dois, e Tyrion sabia que o tempo do Rei estava se esgotando.

– O jovem Tyrek não foi localizado ainda, mas estamos procurando e é certo que iremos encontrá-lo. – A essa altura apenas o corpo. Ou talvez... Não, Tyrion não gostaria de pensar nisso.

– Diga que haverá uma bela recompensa para quem localizar o meu primo. – Anunciou. – E poderá aumentar se por acaso ele esteja vivo e em perfeito estado.

– Sim milorde. – Janos respondeu com o seu sorriso ganancioso. Só agora vai realmente procurá-lo não é?

O Rei bateu sua pesada mão na mesa chamando a atenção de todos.

– Minha filha Bella será mandada imediatamente para o Norte. Ela já tem idade para casar e estará mais segura em Winterfell do que aqui. – Tyrion suspirou. Sua sobrinha tinha o gênio de Cersei e alguns de seus defeitos, mas nunca foi cruel ou má, pelo menos nunca com a família. – Está mais do que na hora de nossas casas se juntarem Ned.

– Vossa Graça, a princesa ainda não acordou desde que desmaiou ontem e talvez ela não esteja nas melhores condições para uma viagem. – Tyrion podia ouvir as palavras de sua irmã saindo da boca do Meistre Pycelle, o homem tremia e gaguejava demonstrando os sinais da idade.

– Bella irá para o Norte assim que possível, já dei ordens expressas para que suas coisas sejam arrumadas. – O Rei ignorou o Meistre. – Sorria Ned, em breve nós seremos uma só família.


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Sansa passou a manhã na companhia de Jeyne Poole. Era quase certo que a menina voltaria para Winterfell depois da revolta. Seu pai temia que Porto Real não fosse o melhor lugar para sua filha ficar. Sansa escondeu a pontada de inveja. Ela tinha tido um pesadelo terrível e tudo o que queria era fugir para sua casa junto com Edric. Nós poderíamos morar lá, ninguém se importaria, afinal, Edric não era o herdeiro do trono.

Mas isso não aconteceria, pelo menos não agora. Eu estou segura, ninguém lhe faria mal na Fortaleza Vermelha. Meu pai, a Rainha e Edric vão me proteger. Ela iria casar com seu prometido e eles teriam lindos filhos, talvez nasçam com os cabelos dourados dos Lannister.

– Mais torta de limão? – Sansa ofereceu a Jeyne. A menina recusou o que lhe causou estranheza, afinal, ela sempre amou tortinhas de limão. Jeyne nunca enjoa. – Tem certeza?

– Acho que comi demais. – Respondeu a garota com um sorriso torto. – Não quero viajar doente. Papai diz que vou como companhia da princesa Bella e eu não quero que ela me odeie logo de cara.

– Bella vai adorá-la.

– Eu queria que Joy também fosse conosco, mas ela e Jon irão de barco depois do casamento. – No mesmo instante Jeyne arregalou os olhos e tapou a boca com as duas mãos como se tal ato colocasse as palavras de volta para sua boca.

Sansa quase largou a bandeja de tortinhas no chão.

– Jon e Joy? Que historia é essa?

– Eu... Eu não devia falar sobre isso. – Sansa sentiu que Jeyne queria fugir então se levantou e falou com o tom mais autoritário que encontrou.

– Jeyne me conte que historia é essa.

A menina se encolheu na cadeira e suspirou.

– Seu pai me fez prometer que não contaria nada ainda. Ele disse que iria falar com Jon antes de contar para mais alguém.

– Diga logo!

– Jure que não vai contar para mais ninguém. Jure pelos Deuses novos e antigos.

Ela revirou os olhos, mas jurou do mesmo jeito.

– Eu juro pelos Deuses novos e pelos antigos que não contarei a mais ninguém.

– Certo. Parece que foi o próprio príncipe Gendry que insistiu com a idéia. O Rei havia deixado para lá quando Vosso pai falou, mas agora está convencido em fazer isso acontecer. Até Lorde Tywin aceitou o arranjo. – Sansa sorriu. – Vosso irmão vai até ganhar umas terras que estão há muito tempo sem dono, umas que ficam bem na margem do Faca Branca, na altura onde as ramificações do rio de unem formando um só.

Sansa não sabia exatamente onde eram as terras, mas isso não importava.

– É perfeito. – Ela iria se concentrar nisso e esquecer os horrores do dia anterior. Sem conter os risinhos perguntou. – Joy sabe?

– Não. Estou falando serio Sansa, seu pai só me deixou ouvir a conversar porque jurei não contar.

Suspirou. Queria tanto correr e contar para a amiga.

– Eu prometi Jeyne, não se preocupe.

Quando anoiteceu ela ficou no quarto com Arya. Sua irmã estava muito mais agradável desde os eventos do dia anterior e até lhe deixou trançar o seu cabelo.

– Você viu Jon hoje? – Perguntou.

– Não. Nosso pai ficou a tarde inteira com ele.

Então ele deve ter contado. Arya notou o sorriso que brotou no seu rosto.

– O que aconteceu? – Perguntou a mais nova com seu tom desconfiado.

– Eu tenho algo muito grande para te contar, mas você tem que prometer que não vai contar para ninguém. Provavelmente nosso pai dará um aviso amanhã e você vai ter que fingir que não sabe. – Arya resmungou em resposta e Sansa puxou de leve o seu cabelo. – Para ninguém Arya.

– Tudo bem... Tudo bem... O que é que aconteceu afinal?



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Notas finais do capítulo

Creio que os Martell vão aparecer no próximo cap.
Desculpem qualquer erro -.-
Comentários movem mundos u.u

Beijos ;*