Desconexão escrita por Jafs


Capítulo 2
O exame do diabo




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A enfermaria da escola, assim como a maioria das salas da instituição, é composta por paredes de vidro. No entanto a enfermaria contém cortinas que permitem deixar o espaço mais privativo. No momento que Homura e Mami chegaram, elas estavam fechadas.

Homura bate duas vezes na porta, mas sem resposta de alguém lá dentro.

Mami dá um suspiro. “Saitou-san. Parece que não tem ninguém. Quem sabe em outra...”

Homura abre completamente a porta. “Tem razão Tomoe-san, não tem ninguém mesmo.”

“E-eles a deixaram destrancada?” Mami finge estar surpresa. Não deve existir uma única porta nesse mundo que esteja trancada para Homura.

“Para ver como tem gente incompetente nesse mundo. Lâmpadas mal instaladas e portas que deveriam estar trancadas. O que mais pode acontecer. Hum?” Homura diz em um tom sarcástico nada familiar para Mami.

Antes de Homura usurpar o poder divino de Madoka, ela passou por muita coisa. Mami se lembra das histórias que Homura contava entre uma caçada de demônio ou outra. Sobre as viagens no tempo com o intuito de proteger Madoka. Apesar de nunca julgar que Homura estava errada quanto ao que dizia, era praticamente impossível ter empatia quanto à angústia que ela escondia por detrás da personalidade fria.

Sinto muito Homura. Eu devia ter sido sua amiga, eu devia ter tentado se aproximar mais.

Só foi possível ver a extensão do desespero dela quando ela se tornou uma bruxa. É difícil imaginar como ficou psique de Homura depois da transformação. Ser levada pela Lei dos Ciclos teria sido a única solução que restava, mas...

“Tomoe-san?” Diz Homura, já dentro da enfermaria, para Mami, que ainda estava no corredor.

“Eu estava aguardando o responsável voltar. Não creio que seja certo entrar sem autorização.” Mami afirma enquanto passa a mão na cabeça. Parece que a dor diminuiu.

“Se alguém tiver a coragem de nos repreender, eu tomarei a responsabilidade. Não se preocupe quanto a isso.” Homura balança cabeça de forma negativa buscando reforçar a afirmação.

Eu sei com o que eu tenho que me preocupar. Pensou Mami enquanto entrava. A enfermaria era grande, o que reforçava ainda mais o vazio daquele espaço com apenas 2 pessoas. Todos os vidros que compõe as paredes da sala estavam cobertas com uma cortina verde, a cor da esperança, exceto no lado esquerdo onde estavam os armários. Cada armário continha frascos de remédios e material para fazer curativos. Mami até tinha esquecido de como era estar enfaixada: desde o dia fatídico em que ela se tornou garota mágica, nunca mais precisou disso.

No fundo da sala havia uma escrivaninha com um monitor e teclado. Não havia indícios de que alguém estivera ali recentemente. Nem um copo ou xícara, algum objeto pessoal aparente sob mesa ou a poltrona fora do lugar. No lado direito da enfermaria havia várias cortinas fazendo papel de divisórias para os leitos onde ficam os pacientes.

Decidida e com desenvoltura, Homura passa por Mami que acabava de entrar e fecha porta. Logo em seguida ela vai até uma das divisórias e recolhe a cortina, depois aperta com o pé um botão no chão. Uma parte do piso se retrai e uma cama começa a subir silenciosamente através do alçapão recém revelado.

“Fique aqui e descanse.” Homura aponta para a cama enquanto ela aperta outro botão no chão com pé, fazendo com que uma cama vizinha seja revelada e suba.

“Acho que o intervalo já vai acabar. Não gostaria de vê-la atrasada... Saitou-san.” Mami tenta disfarçar que quase esqueceu o nome da ‘recém’ conhecida.

“Eu não posso deixá-la sozinha. Você sofreu uma concussão na cabeça e com isso não se brinca.” Homura continuou, enquanto olhava fixamente para Mami “No momento eu sou sua responsável. Isso é o mais importante.”

Bem... não custava tentar uma última vez. Pensou Mami enquanto sentava na cama. Estava claro que a única forma de se livrar de Homura seria passando pela ‘bateria de exames’ dela.

O sinal toca.

“Falando no diabo...” Homura abre um sorriso.

“Pois é.” Mami responde com um sorriso forçado enquanto observa Homura sentar na cama vizinha.

Homura pode ter mudado, mas alguns trejeitos nela ainda existem. Enquanto terminava de sentar, Homura jogou seus longos cabelos para trás com ajuda de uma das mãos. Nesse momento, um brilho chama a atenção de Mami.

“Belo par de brincos.” Mami diz enquanto observa a pequena gema de cor violeta balançando próxima a orelha esquerda de Homura.

Por um momento Homura congelou, depois ela passou mão no cabelo para revelar a orelha direita.

“Ah... desculpe, eu pensei que fosse um par.” Mami baixa o olhar sentindo a gafe que cometera.

“Ele já foi um par.”

Mami volta olhar para Homura, curiosa quanto à afirmação da mesma. Homura agora estava com o olhar desviado para um ponto no vazio. “Porém eu o perdi.”

O silêncio volta a reinar na enfermaria, acentuando ainda mais o fato de não haver mais ninguém além das duas garotas. Enquanto Mami observa Homura perdida em seus pensamentos, ela nota uma coisa que estava faltando em Homura: seu laço vermelho que ficava amarrado em seu cabelo. Homura disse uma vez para ela e Kyouko, durante uma reunião de planejamento para próxima noite de caça aos demônios, que o laço pertencia a Madoka e que ela um dia iria devolver.

“A nona série é muito difícil?” Homura quebra silêncio voltando novamente o olhar para Mami.

“Eu acho que não, apesar de que todo mundo está preocupado com as provas para ingressar no ensino médio... Ei! Como você sabe que eu estou na nona série?” Mami responde buscando demonstrar surpresa com a dedução da ‘nova’ amiga.

Homura levanta as sobrancelhas.“Você estava perto das salas da nona série quando te socorri. Pareceu-me óbvio.”

“Ah claro!” Mami sorri. “Apesar de que as salas da oitava série, lá onde você estuda, não ficam muito distantes.”

Homura fica com os olhos semi serrados e sorri levemente, Mami sente um frio percorrer a espinha. Com uma voz suave e calma, Homura pergunta. “Tomoe-san. Como sabe que eu sou da oitava série?”

Droga! Eu fui descuidada. Ela atacou na mesma moeda. Tenho que responder a altura.

Mami manteve sua compostura. “Você perguntou sobre a nona série, não foi Saitou-san? Eu presumi que você iria entrar nessa série ano que vem.”

Homura desviou o olhar para baixo, remoendo as palavras que Mami acabara de dizer. Depois, balançando levemente a cabeça em sinal de afirmação, Homura disse. “Grande perspicácia. Você é incrível Tomoe-san!”

“Ah não! Não sou tudo isso.” Mami segura um suspiro de alívio.

“Vamos falar de algum outro assunto. Tem algum hobby? Algo que faz fora da escola?” Homura pende a cabeça para o lado esquerdo, fazendo balançar seu brinco.

Ela está mais desconfiada. Tenho que escolher com cuidado minhas palavras e evitar mencionar qualquer coisa sobre Nagisa.

Mami abre um largo sorriso. “Sim Saitou-san. Eu tenho muito interesse por chás. Eu até estava pensando em entrar no clube de jardinagem da escola.”

“Jura? Está pensando cultivar ervas para chá?” Homura não demonstra muita surpresa na voz.

Mami fica mais animada. “Isso mesmo. Alguns chás precisam de ervas frescas para dar certo. Eu gostaria de cultivar algumas no grande jardim que tem aqui.” E em casa também, mas é melhor não mencionar sobre isso.

“Seu chá deve ser bom. Aposto que você convida muita gente para beber na sua casa.” Homura cruza as pernas e passa deslizar com uma mão os dedos da outra. Seu olhar inquisitivo parece ser capaz de ver as esperanças de Mami desabando.

O sorriso na face de Mami desaparece. Homura parece que está prestes a soltar uma gargalhada. “...ou você bebe sozinha? Tomoe-san.”

Nagisa.

O coração aperta. Mami jamais a mencionaria. Isso levaria só a mais perguntas, que ela temeria responder e aumentaria a desconfiança. Contudo dizer que bebe sozinha seria uma mentira que Homura já sabe. Isso também vale para familiares. Dizer que convida colegas da escola também não daria certo, Homura iria interrogá-los na primeira chance. Ela estava encurralada!

Isso que eu vou fazer será um tiro no escuro, mas eu não vou me entregar tão fácil. É tudo ou nada!

Mami fecha os olhos e levemente sorri. Com um tom calmo e sereno ela profere uma proposta. “Saitou-san. Gostaria de ir à minha casa experimentar meu chá?”

“Como?!” Homura dessa vez está realmente surpresa.

Mami levanta as sobrancelhas.“Ora! Você mesmo disse que meu chá deve ser bom. Depois da escola nós poderíamos beber junto. Poderíamos ser até grandes amigas.”

“A-amigas?” Homura balbucia “Depois da escola... eu..não. Não posso Tomoe-san. Desculpe.”

“Oh! Uma pena.” Mami abre os olhos e vê que Homura novamente está olhando para o vazio. Até parecia que ela estava menor, encolhida.

Meu instinto...

Ser uma garota mágica caçadora de demônios era para poucas. Se Mami ainda estava viva era graças a ele e era justamente ele que levantou as questões: Por que, depois de tanto tempo, Homura só foi falar com ela agora? É por que ela está mais desconfiada? Ou talvez por que não tenha tempo? Ser dona do mundo lhe fornece direitos, mas igualmente exige responsabilidades.

...estava certo.

“Como está a sua dor?” Homura se recompôs.

“Dor? Ah sim. Parece que sumiu. Hehe” Mami sorri, agora mais confiante.

Homura sai da cama e se aproxima de Mami, que fica sem entender quais as intenções da garota de cabelo escuro. Homura observa o topo da cabeça de Mami e diz “Não tem galo. Nem hematoma. Achei que tinha sido mais grave.”

“Que bom.” Mami sabe que a cura acelerada das garotas mágicas continuava funcionando.

Homura se afasta um pouco de Mami. “Ninguém apareceu. Eu irei relatar isso para diretoria. Eles devem tomar atitudes cabíveis.”

Acabou? Mami estava ansiosa pelas próximas palavras de Homura.

“Eu vou pedir também para que libere você por hoje e amanhã que é sábado. Assim você terá o fim de semana para descansar. Aguarde aqui até eu voltar com uma resposta.”

Quando Mami observa Homura caminhando em direção a porta ela quase não consegue conter a alegria. Ela tinha vencido o jogo. Era possível que Homura voltasse a interrogá-la no futuro, mas ela estaria mais preparada.

Ao chegar próximo a porta, Homura se vira em direção a Mami. “Mami Tomoe me lembrei de algo agora. Antes de liberarem, a diretoria vai precisar avisar seus pais quanto ao incidente.”

As mãos de Mami fecham com força, a unha quase rasgando a pele. Por que está sendo tão cruel Homura? Isso é muito baixo.

Homura nota que a expressão feliz de Mami se desfez, mas mesmo assim ela continua. “Até seria bom se eles pudessem levar você para um médico poder examiná-la, mas isso ficará sob responsabilidades deles. Você poderia passar um telefone para contato?”

“Não será possível contactá-los. Eles...eles...” Mami olhou para o chão e rangeu os dentes.

“Se foram?” Homura pende sua cabeça para o lado.

“Sim...” Mami se lembra daquele dia. O acidente de trânsito. Kyubey. O contrato. O arrependimento. A solidão.

“Eu lamento pela sua perda.” Homura mantém uma expressão fria, com um olhar fixo em Mami. “Foi em um acidente?”

Mami volta olhar para Homura com os olhos arregalados. Ela realmente vai usar isso para me testar? “Por que a pergunta Saitou-san?”

“É que eu perdi meus pais dessa forma.” Homura diz sem hesitação.

Mami levanta as sobrancelhas. Ela sabia que Homura não tinha contato com nenhum parente, assim como Kyouko e ela mesma. No entanto Homura nunca falou sobre sua família ou de qualquer tragédia que tenha ocorrido. Assim como o nome, ela pode estar inventando sobre isso também. “Oh... eu lamento também.”

Homura olha para baixo, para a palma das mãos. “Eu nem pude fazer nada para salvá-los. Se eu tivesse uma chance.”

O contrato. O arrependimento.

Mami teve sua chance. Quando fez o contrato com Kyubey que a transformou em garota mágica, ela desejou sobreviver aquele acidente. Contudo ela poderia ter desejado salvar toda a sua família. Ela só soube da morte de seus pais quando já era tarde.

O coração de Mami estava batendo com mais força e ela temia que Homura pudesse ouvi-lo naquela sala tão vazia. Se Homura acha que vai fazer eu me desesperar e me entregar está muito enganada.

“Saitou-san. Eu vejo que está sofrendo, mas pense na seguinte forma: seus pais, onde quer que estejam, devem estar felizes que você está bem.” Mami falava de uma forma mansa, enquanto segurava os sentimentos que queriam aflorar e dominá-la. “E-eu sobrevivi ao acidente onde meus pais perderam a vida. Eu tenho saudades deles, mas sei que devo seguir em frente. Eles desejariam isso de mim.”

“Estou impressionada.” Homura diz em tom de surpresa. “Realmente impressionada. Mami Tomoe.”

“Com o quê?” Mami pergunta, sentindo um frio na barriga alertando de que algo estava errado.

“Que você sobreviveu a um acidente aéreo onde não há relatos de sobreviventes.” Homura agora era pura malícia, desde sua voz até o sorriso que estava estampado na sua face. “Além do mais, você nem tinha embarcado nesse vôo.”

Mami estava de boca aberta.Seus olhos piscavam sem parar, confusa com aquela declaração. Ela perdera seus pais em um acidente de trânsito. Não?

“Saitou-san...”

“Meu nome é Homura Akemi ou você ainda não se lembra disso Mami Tomoe? Fufu” Homura volta a se aproximar de Mami.

As mãos de Mami estavam agarradas no colchão onde ela estava sentada, quase o rasgando. Seus olhos se desviaram de Homura na vã idéia de que assim ela fugiria de seu carrasco. Seu rosto se contorcia em uma mistura de medo e raiva.

“Sabe qual o problema das memórias?” Homura estava na frente da Mami. Enquanto brincava de enrolar seu próprio cabelo em um dos dedos, ela continuou. “É que é difícil discernir a realidade da ficção.”

Vendo que Mami virava cada vez mais a cara, Homura pegou no queixo dela e a virou com força para que as duas ficassem olho a olho.

A face de Mami estava lavada em lágrimas, não reprimindo mais o que sentia, seus dentes rangiam. “Você me machucou. Muito!”

“Ora! Então eu devo compensar, não? Eu tinha compromisso, mas acho que posso adiá-lo e aceitar seu convite para um chá. Fufu”

Homura percebeu que Mami tinha parado de respirar. Talvez por surpresa ou talvez... “Aliás eu tenho que checar como anda sua relação com aquela bruxa.”

Um tapa naquela face diabólica era tudo que Mami queria naquele momento, porém ela não conseguira levantar nenhuma da suas mãos. Seu corpo estava paralisado. A única coisa que ela pode fazer foi observar aquela face se aproximar ainda mais dela e sentir um beijo em sua testa.

/人 ‿‿ 人\

“Tchau Nagisa-chan!”

“Tchau Ayako-chan. Até amanhã!”

Na frente do portão da escola, as duas meninas se separaram. Uma foi até a sua mãe que a estava esperando para buscá-la.

A outra ficou onde estava. Seus longos cabelos prateados balançavam gentilmente com a brisa do entardecer assim como seu vestido rosa com bolinhas brancas. Calçava um par sapatos cor de chocolate com lacinhos rosas e vestia uma meia calça de cor bordô. Seus olhos laranjas com um toque de amarelo observavam o sol poente, que as poucos adquiria cor similar. Nagisa Momoe aguardava ansiosamente.

“Cupcake de chocolate com hortelã. Aiai..” Nagisa balbuciava consigo mesma. Hoje havia sido mais um dia de tentações. Sua fome era grande e só mesmo Mami, a pessoa que ela aguardava, sabia saciá-la como ninguém.

“Bebe!”

A voz que veio detrás dela fez com que corpo de Nagisa congelasse. Era voz de Mami, sim, mas jamais a chamaria assim em voz alta e muito menos na escola. Bebe era o apelido carinhoso que Nagisa recebera de Mami quando as duas estavam dentro do labirinto de Homura. Essa era uma memória que Homura as fez esquecer quando recriou o universo.

“Bebe!” Mami pousou sua mão no ombro de Nagisa.

Nagisa se virou e viu uma Mami sorridente e com ternura em seu olhar. Era Mami que ela conhecia, mas havia algo errado. Chamá-la pelo apelido uma vez poderia ter sido um lapso, mas duas vezes...

“Por que está me chamando de Bebe?” Nagisa perguntou.

“Hum? Você gosta de ser chamada assim.” Mami estava confusa com a pergunta.

Nagisa agora estava certa de que realmente algo estava errado. Mami estava bem consciente do que Homura havia feito. Ela era muito cuidadosa quanto a não revelar que havia recuperado as memórias e não estaria agindo dessa forma.

“Eu não me chamo Bebe! Meu nome é Nagisa. NA.GI.SA.” Nagisa cruzou os braços e fez uma cara emburrada.

“Ela é rebelde, não? Fufu”

Uma figura surgiu por detrás de Mami, como se tivesse saído da sombra da mesma. Seu cabelo escuro e liso que balançava com a brisa do entardecer e seu olhar violeta deixava poucas dúvidas de quem se tratava.

“É verdade. Acho que é nessa idade que começa.” Mami responde a pergunta de Homura Akemi.

Nagisa sentiu um arrepio e uma vontade imensa de correr dali, mesmo sabendo que seria inútil.

“Pode me dar um instantinho a sós com a minha protegida?” Mami sorriu gentilmente para Homura

“Claro. Eu aguardo.” Homura balançou afirmativamente com a cabeça.

Mami e Nagisa se afastaram alguns metros de Homura. Depois Mami se abaixou para ficar na mesma altura de Nagisa e cochichou em um tom de repreensão. “Nagisa Momoe. Eu não te ensinei modos? Você não pode agir assim na frente de estranhos. O que eles vão pensar?”

Nagisa olhou para o chão, triste. Homura deveria ter alterado novamente as memórias de Mami. O melhor que ela poderia fazer seria continuar fingindo e descobrir o que as novas memórias de Mami reservavam.

“Quem é ela?” Nagisa balbuciou.

“Uma nova amiga. Ela se interessa muito por chás e eu convidei ela para tomar na nossa casa.” Mami respondeu.

Nagisa voltou a olhar para Mami. Seu coração parecia que tinha parado de bater. Todos esses meses, elas se esforçaram para não chamar a atenção de Homura. Agora ela estaria tomando chá com as duas. A situação era bizarra.

“Eu quero que você se comporte. Hum? Se você sente vergonha que eu chame você de Bebe. Eu paro ok?” Mami passou a mão no longo cabelo de Nagisa.

“Tá... desculpe Mami. Eu te amo.” Nagisa dá um beijo na bochecha de Mami.

Mami, agora corada, se levanta. “Haha... eu amo você também. Vamos.” As duas voltam a se aproximar de Homura, que estava olhando para o céu alaranjado. A noite se aproximava.

“Eu quero apresentar a minha amiga. Shizuku Saitou.” Mami fez um gesto com mão em direção a Homura.

“Sa-saitou-san. Meu nome é Nagisa Momoe.” Nagisa se abaixa da cintura para cima em sinal de cumprimento.

“Nagisa Momoe. Mami falou tão pouco de você. Vou adorar conhecê-la melhor.” Homura disse enquanto jogava seu cabelo para trás com a mão.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo: Memórias em ruínas